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TDAH

TDAH é um diagnóstico psiquiátrico que descreve 9 comportamentos ligados a


falta de atenção, 6 a hiperatividade e 3 a impulsividade. O diagnóstico é dado
quando pelo menos 6 ou mais se apresentarem durante 6 meses e que mostrem
prejuízo funcional.

Devem se apresentar (no caso de crianças) no ambiente doméstico ou escolar,


podendo predominar a desatenção ou hiperatividade, apesar dos dois poderem vir
também misturados, alguns sintomas já se apresentam aos 7 anos de idade.

O transtorno é mais frequente no sexo masculino.

O DSM chama atenção para diferenciar a hiperatividade o “excesso normal de


atividade.” A impulsividade que vem da hiperatividade faria com que a criança
tivesse falas e comportamentos inoportunos, além de se colocar em situações de
risco.

Os sintomas de desatenção são mais presentes em crianças com baixo QI colocadas


em contextos escolares em desacordo com sua capacidade intelectual ou pouco
estimulantes.

Os sinais dos transtornos são mais difíceis de serem vistos se o sujeito vive em
ambiente de controle rígido, se está envolvido em atividades interessantes e etc.

Não pode ser identificado por exames físicos e nem exames clínicos.

A uma forte tendência de fatores genéticos influenciarem em parentes de primeiro


grau, além de consideramos também as influências dos ambientes escolares e
familiares para determinar o grau de comprometimento.

QUAL O TRATAMENTO PARA O TDAH?

Apesar da TCC ser indicada pelos psiquiatras, o tratamento farmacológico entra


como prioridade e o METILFENIDATO é indicado de primeira. Tal medicamento
age no aumento do nível de dopamina e noradrenalina nas fendas sinápticas.
TDAH – UM DIAGNÓSTICO CONTROVERSO

Alguns autores chamam atenção para o cuidado no momento do diagnóstico de


TDAH, e nos médicos “educados” pela indústria farmacêutica e como essa
indústria pode postar informações publicitárias na internet. (As pessoas fazem um
auto diagnóstico dos filhos e das medicações que eles devem tomar.) Além de
também chamarem atenção para a questão da medicalização e patologização da
vida.

O fato de que a medicalização pode retardar ou silenciar a criança também é um


problema a ser analisado e observado.

Oque fica observável é que o diagnóstico não traz benefícios a criança, pois ele se
encerra ali e da a falsa impressão de que estamos compreendendo oque se passa
com ela e acabamos por criar um estigma. Por fim, é um diagnóstico que privilegia
os sintomas e não a FUNÇÃO deles no organismo.

METILFENIDATO – UMA DROGA CONTROVERSA

Na atualidade as crianças sofrem com a pressão de serem “Turbinadas”, de


fazerem diversas tarefas durante o dia inteiro, visando desempenho, competência e
a aceitação e formatação parental. O espaço para vínculos realmente afetivos
torna-se estreito.

Entra a questão da denúncia do uso recreativo do medicamento como estimulante


de desempenho mental. Existem diversos efeito adversos desse uso, por exemplo:
anorexia, além de afetar todos os aparelhos e sistemas do corpo, causando
sintomas mentais como irritabilidade, alucinações. Neurológicos como cefaleia,
tontura, convulsões, turvação de consciência. Cardiovasculares como taquicardias
e arritmias. Intestinais como boca seca, náuseas, vômitos e até mesmo metabólicos
como perda de peso e alterações sexuais).

Lembrando que a retirada brusca da medicação pode causar: insônia, depressão e


exaustão.
A CONTRIBUIÇÃO PSICANALÍTICA

A mente é um órgão do nosso aparelho psíquico que deve ser gerado e


amadurecido a partir das relações com outros sujeitos, ela é um substrato corporal
e não deve ser confundida com o cérebro.

Para alcançar a dimensão humana é necessária que as vivências tenham qualidade


emocional, dando passagem para emoções e percepções das representações que o
“corporal” faça surgir no espaço da psiquê.

“O ego é antes de tudo um ego corporal, nosso corpo é como um ‘dado’ em que as
experiências inicias se processam de um modo anárquico.” – FREUD.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir que essas crianças apresentam prejuízos na construção subjetiva


de si mesmas pela dificuldade que as mesmas tem da evolução de emoções,
percepções e representações do corporal até o psíquico. Os sintomas resultam de
falhas nesse desenvolvimento primitivo.

Acontece aí uma desorganização que origina os sintomas, pois o desenvolvimento


simbólico resulta que fiquem aprisionadas só na sensorialidade, e a expressividade
domina a capacidade psíquica.

As percepções, por sua vez, passam a ocorrer de forma anárquica, não permitindo
que mantenham foco de atenção, e quando conseguem, se dá por um elo de
interesse com a questão, a presença de algo ou alguém em que ela consiga manter
um vínculo que possa ajuda-la a se manter concentrada e não dispersar-se... ou
seja, distrai-la para estimular o lado sensorial.

A hiperatividade se expressa como agitação psicomotora, pode ser entendida


também como um escoamento dos conteúdos internos por existir uma falha de
contenção na intenção de suprir ou recuperar algum retorno para si.
Qualquer interferência no vinculo dessas crianças como o objeto primário (ou seja,
a mãe) é extremamente prejudicial.

A hiperatividade e a desatenção funcionam como forças pulsionais narcísicas que


mobilizam defesas também narcísicas, voltando a criança para si mesma.

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