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TRANSTORNOS DO ESPECTRO

AUTISTA (TEA) E ASPECTOS


NEUROBIOLÓGICOS
Maria Eduvirges Guerreiro Leme
Mestre em Metodologias do Ensino de Linguagens e suas Tecnologias
mariaeguerreiro@yahoo.com.br
CONCEITO
O TEA como um distúrbio do desenvolvimento
neurológico que deve estar presente desde a
infância apresentando déficit nas dimensões sócio
comunicativa e comportamental (DSM – V, 2013).
CONCEITO DSM - V
De acordo com o neurologista José Salomão
Schwartzman (2013), na quinta edição do
DSM inclui expressivas mudanças nos
critérios diagnósticos de autismo e adotando
finalmente o termo TEA como categoria
diagnóstica.
Por sua vez o “TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA” de acordo com o CID-
11, da OMS está sendo conceituado como:

• “caracterizado por déficits persistentes na capacidade de iniciar e sustentar a interação social


recíproca e a comunicação social, e por uma série de padrões de comportamento e interesses
restritos, repetitivos e inflexíveis.

• O início do distúrbio ocorre durante o período de desenvolvimento, tipicamente na primeira


infância, mas os sintomas podem não se manifestar totalmente até mais tarde, quando as
demandas sociais excedem as capacidades limitadas.

• Os déficits são suficientemente severos para causar prejuízo nas áreas pessoais, familiares,
sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes de funcionamento e são
geralmente uma característica penetrante do funcionamento do indivíduo observável em todos
os contextos, embora possam variar de acordo com aspectos sociais, educacionais ou outros
contextos.

• Indivíduos ao longo do espectro exibem uma gama completa de habilidades intelectuais e de


linguagem.”

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TEA: DESAFIOS DIAGNÓSTICOS
Compreender essa variabilidade nos quadros
clínicos é um dos principais desafios para o
diagnóstico, portanto, é fundamental preparar os
profissionais para estarem atentos em sua prática
diária, principalmente porque o TEA têm taxas de
prevalência elevadas na população geral (APA,
2014).

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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS / DSM-V
Déficits persistentes em comunicação social e interação social em múltiplos contextos, manifestados como se
segue, atualmente ou por histórico:

✓ Déficits na reciprocidade social-emocional, variando, por exemplo, desde uma abordagem social anormal e falha
no diálogo normal até um compartilhamento reduzido de interesses, emoção ou afeto, até uma falha em iniciar
ou responder à interação social.

✓ Déficits em comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo,
desde comunicações verbais e não verbais pobremente integradas a anormalidades no contato visual e
linguagem corporal ou déficits em compreender e usar gestos, até a ausência total de expressões faciais e
comunicação não verbal.

✓ Déficits no desenvolvimento, manutenção e compreensão dos relacionamentos, variando, por exemplos, desde
dificuldades em ajustar o comportamento aos diferentes contextos sociais a dificuldades em compartilhar jogos
imaginativos, até a ausência de interesse nos semelhantes.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS / DSM-V
✓ Padrões de comportamentos , interesses ou atividades restritos e repetitivos, como manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por histórico:
✓ Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipada ou repetitivos (ex: estereotipia motora simples, alinhar
brinquedos ou virar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).

✓ Insistência na monotonia, adesão inflexível à rotina ou padrão ritualizado de comportamentos verbais ou não verbais
(ex: estresse extremos à pouca mudança, dificuldade com transições, padrões de pensamento rígidos, rituais de
cumprimento, necessidade de pegar o mesmo caminho ou comer a mesma comida todo dia).

✓ Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade e foco (ex: forte apego ou preocupação com
objetos não usuais, interesses excessivamente restritos ou perseverantes).

✓ Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse não usual em aspectos sensoriais do ambiente (ex:
aparente indiferença à dor ou à temperatura, resposta adversa a sons e texturas específicos, excessivo tocar ou
cheirar objetos, fascinação visual em relação à luz ou movimento.
TEA: ESPECIFICÍDADES

• A gama de déficits descritos pelo DSM-V, como sendo característicos do


TEA, engloba-se, por exemplo:
• déficits na reciprocidade socioemocional;
• déficits nos comportamentos comunicativos não verbais ou dificuldade em
ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos;
• além da adesão inflexível a rotinas, insistência nas mesmas.
TEA: DSM-V

• Nessa nova conceitualização, diferentes grupos de indivíduos com TEA podem ser
definidos em níveis de gravidade de acordo com o grau de suporte necessário.

• Isso representa uma mudança importante de paradigmas anteriores que


geralmente utilizavam um número de sintomas para definir gravidade e se
aproximar da prática clínica e pedagógica ao avaliar funcionalidade, facilitando
o planejamento de estratégias de intervenção.
QUEM É O TEA

O termo Transtorno do Espectro Autista – TEA é


um termo guarda chuva que abrange uma
acentuada variabilidade na severidade da
sintomatologia (APA, 2000)
NÍVEL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMPORTAMENTOS RESTRITOS E
GRAVIDADE REPETITIVOS
Nível 1 – Sem o apoio em andamento, déficits na comunicação social que causam Inflexibilidade no comportamento causa
Necessidade de notáveis prejuízos. Dificuldade em iniciar interações sociais, e claros exemplos interferência significativa no funcionamento
pouco apoio de repostas atípicas ou sem sucesso em relação à abertura de outros. Pode em um ou mais contextos. Dificuldade em
parecer que tem interesse reduzido em interações sociais. Por exemplo, uma trocar de atividade. Problemas de organização
pessoa que é capaz de falar em sentenças completas e se envolve na e planejamento dificultam a independência.
comunicação, mas cuja ida-e-volta da conversação com outros falha, e cujas
tentativas de fazer amigos são estranhas e tipicamente sem sucesso.

Nível 2 – Déficit acentuado nas habilidades de comunicação verbal e não verbal; Inflexibilidade no comportamento, dificuldade
Necessidade de prejuízos sociais aparentes ainda que com apoio em andamento; início limitado em lidar com a mudança, ou outros
apoio de interações sociais; e respostas reduzidas ou anormais à abertura dos outros. comportamentos restritos/repetitivos que
substancial Por exemplo, uma pessoa que só fala sentenças simples, cuja interação é aparecem com frequência suficiente para
limitada a interesses especiais e limitados, e que tem uma comunicação não serem notados pelo observador casual e
verbal marcadamente estranha. interferem no funcionamento em variedade de
contextos. Estresse e/ou dificuldade em mudar
de foco ou ação.

Nível 3 – Déficits severos na comunicação verbal e não verbal causam prejuízos severos Inflexibilidade do comportamento, extrema
Necessidade de ao funcionamento, iniciação de interação social muito limitada e resposta dificuldade em lidar com a mudança, ou outros
apoio muito mínima à abertura social de outros. Por exemplo: uma pessoa com poucas comportamentos restritos/repetitivos que
substancial palavras de discurso inteligível que raramente inicia uma interação e, quando o interferem no funcionamento em todas as
faz, faz abordagens não usuais apenas para suprir necessidades e responde esferas. Grande estresse/dificuldade em mudar
somente a aproximações sociais muito diretas. de foco ou ação
ETIOLOGIA

A etiologia do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é muito estudada , embora muitas


vezes desconhecida.

O consenso geral é que o TEA tem uma etiologia genética que altera o desenvolvimento
do cérebro, afetando as dimensões sócio comunicativa e comportamental e causando os
interesses restritos e comportamentos repetitivos (Antoniuk, 2012).
ETIOLOGIA

Fatores neurológicos, tais como convulsões, deficiência mental;


diminuição de neurônios e sinapses na amígdala, hipocampo e
cérebro; tamanho aumentado do encéfalo e concentração aumentada
de serotonina circulante, sugerem forte componente genético.
O AUTISMO AFETA O CÉREBRO

Pesquisadores neurologistas dirigem a pesquisa que o


autismo é uma desordem global, que afeta o
desenvolvimento do cérebro, a nível comportamental e
comunicativa, apresentando um quadro de indivíduos com
anormalidades sensoriais, motoras e cognitivos; que
enfrentam sérios desafios, na adaptação aos seus
ambientes, deficiências em recursos de enfrentamento e
compensa de formas incomuns de regular as emoções e
controlar os aspectos físicos e sociais a sua volta.
AUTISMO: PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

“O processamento sensorial envolve a recepção e a organização da experiência sensorial,


dando respostas adaptadas ao ambiente.”

Quando os processos sensoriais são deficientes a experiência sensorial é incompleta ou


distorcida.

Crianças com autismo parecem estar vivendo suas experiências sensoriais num mundo
diferente.
AUTISMO: PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

Temple Grandim (1988), relata:


“ruídos eram um grande problema.
Eu não conseguia modulá-los. Para
evitar ataques, eu me retraía e me
fechava para o mundo externo.
AUTISMO: PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

Arnitz (1983), sugere que o comportamento das crianças com autismo torna-se desorganizado
devido a incapacidade para modular informações sensoriais.

Essa desorganização pode ocorrer por várias razões: inclusive incapacidade de concentrar-se
estímulos recebidos, falha ao filtrar aspectos irrelevantes dos estímulos e ou falha para processar
completamente a informações contidas nos estímulos.
AUTISMO: PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

Estes problemas podem produzir perturbação (emoções, ansiedade),


que inibe mais o processamento sensorial.

Em termos de comportamento este indivíduo, pode parecer hiperativo,


retraído ou desorganizado.
MEDICAMENTOS
Crianças autistas são mais sensíveis a psicofarmacoterapia
e mais susceptíveis de apresentarem efeitos adversos,
devido também às limitações de comunicação e expressão
das emoções, sendo difícil determinar os sintomas-alvo,
por exemplo, ansiedade, impulsividade, raiva, depressão
e agressividade.
CÉREBRO AUTISTA E COMPORTAMENTO REPETITIVO

O cerebelo responsável pelo equilíbrio, coordenação e tônus


muscular e as outras áreas do cérebro conforme imagens, os
pesquisadores sugerem de acordo com pesquisas que esses
comportamentos são reflexos de um sistema de
autorregulação mal desenvolvido, que evoluiu porque
formas de autorregulação cognitiva e social mais
sofisticadas não são aprendidas.

A estereotipia, comportamento de autoestimulação que


também incluem comportamentos repetitivos.
CÉREBRO AUTISTA E COMPORTAMENTO REPETITIVO

• O comportamento estereotipado, é utilizado pelo autista para reduzir a


ansiedade ou tensão.

• Exemplos específicos de padrões de autorregulação repetitivos:


• Balançar ou girar o corpo;
• Ondular a cabeça;
• Girar ou alinhar objetos;
• Torcer ou tocar os dedos;
• Dar descarga no vaso sanitário;
• Apegar-se intensamente a itens específicos;
• Aderir rigidamente a rotinas fixas;
• Falar excessivamente sobre determinado assunto.
AMADURECIMENTO DO CÉREBRO AUTISTA

Pesquisadores utilizando imagens do cérebro em exames de ressonância


magnética, coletaram imagens num período de 15 anos entre o 05 aos 20 anos,
para observar a maturação do cérebro autista.

OBSERVARAM:
Que o tecido da massa cinzenta, ainda imaturo, vai diminuindo como uma onda, da
parte posterior para a frontal, refletindo a perda progressiva de conexões neuronais
não utilizadas.
AMADURECIMENTO DO CÉREBRO AUTISTA

Nos dezoito meses de vida existe uma superprodução de conexões neuronais,


para posterior descarte dos circuitos não utilizados (necessidade de
estimulação).

As primeiras áreas a se maturarem são responsáveis pelas funções primárias,


processamento das sensações, visão e movimento (lobo frontal).
AMADURECIMENTO DO CÉREBRO AUTISTA
As primeiras áreas a se maturarem são responsáveis pelas funções primárias, processamento das
sensações, visão e movimento (lobo frontal).

Em seguida orientação espacial e linguagem (lobo parietal).


AMADURECIMENTO DO CÉREBRO AUTISTA

Depois raciocínio e funções executivas,


últimas a maturarem (córtex pré-frontal)
AUTISTAS: MEDICAMENTOS
As medicações psicotrópicas exercem seus efeitos nos sintomas mentais e comportamentais,
influenciando a química do sistema nervoso central; normalizando o fluxo de
neurotransmissores que levam os impulsos nervosos de um neurônio ao outro.

Os neurotransmissores mais importantes são a


Serotonina: neurotransmissor que atua no cérebro, responsável pela sensação de bem estar.
Noradrenalina: Influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação, junto com serotonina, dopamina e
adrenalina.
Dopamina: neurotransmissor responsável pelo humor e prazer
Gaba: (Ácido Gama – Aminobutírico) neurotransmissor responsável pelo relaxamento e sono
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR
• O tratamento do autismo é multidisciplinar, é necessário
acompanhamento médico com medicações para tratamento
sintomático quando necessário.

• Atendimento terapêutico com terapias especificas de


fonoaudiologia, pedagogia, fisioterapia, equoterapia,
musicoterapia.

• Atendimento e suporte a família no acompanhamento a essas


crianças.

• Programas de intervenção precoce


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Investigação do desenvolvimento psicomotor.

• Desenvolvimento entre pares e amizades.

• Padrões de interesses específicos.

• Presença de obsessões e compulsões.

• Comportamentos ritualizados.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Depressão e ataques de pânico ou outros
sintomas de ansiedade

• Nível de conhecimento sobre os problemas


sociais e comportamental

• Reações típicas em situações novas

• Dificuldade social e afetiva


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Qualidade de relacionamento com a família

• Capacidade de entender sentimento e emoções de outras pessoas

• Capacidade de entender as emoções sentimento e pensamentos, e


intenções de outras pessoas
Ex: estou morto de fome
DIAGNÓSTICO: DSM - CID

Como não há um, marcador biológico, o diagnóstico é clínico e deve


ter como base os manuais de classificação internacionais que ajudam
a uniformizar as definições.

De forma geral, os principais manuais, DSM e CID, são bastantes


semelhantes, com diferenças sutis mais relacionadas aos títulos de
cada condição do que aos critérios classificatórios em si.
Conforme os critérios diagnósticos do DSM-V (APA, 2014), as
primeiras manifestações do TEA devem aparecer antes dos
36 meses de idade, assim, cada vez mais têm sido investigados
INTERVENÇÃO PRECOCE critérios e protocolos que viabilizam a identificação de sinais
precoces de TEA, pois há um consenso na literatura de que um
melhor prognóstico dos casos é obtido com a intervenção
precoce, que deve ser estruturada, intensiva, individualizada e
de longo prazo.
DIAGNÓSTICO

• A maioria dos pais começam a se preocupar com alguns sinais de atraso


dos filhos entre os 12 e os 24 meses de idade, sendo um dos principais
indicativos:
• Os déficits relacionados à atenção compartilhada, compartilhamentos na linguagem;
• Os problemas de comportamento geral, como agressividade e hiperatividade.

• Entretanto, estudos apontam um grande espaço de tempo entre as


primeiras queixas dos pais e a confirmação diagnóstica.

• São diversas as razões para o atraso no diagnóstico, como a gravidade do


caso, já que o quadro clínico de crianças com TEA de alto funcionamento
pode passar desapercebido ou ter seu diagnóstico confundindo com de
outros problemas de saúde.
IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS E IDENTIFICAÇÃO
A identificação do perfil cognitivo auxilia no estabelecimento de diagnóstico
diferencial com outros transtornos (como transtornos de linguagens e da
comunicação social) ou na identificação de comorbidades (como Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou Deficiência Intelectual (DI) que
podem agravar os prejuízos nas diferentes esferas de relacionamento das pessoas
com TEA.
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO

Os transtornos do
neurodesenvolvimento são um grupo
de condições que surgem no início do
período do desenvolvimento (na
infância) e que se manifestam bem
cedo, geralmente antes da criança
ingressar na escola.
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO - CARACTERIZAÇÃO

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na


aprendizagem ou no controle de funções executivas.

ex. planejamento e execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas,


memória de trabalho, atenção sustentada) até prejuízos globais em
habilidades sociais ou inteligência.
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO

Frequentemente aparecem mais de um transtorno do


neurodesenvolvimento na criança.

Por exemplo, pessoas com Transtorno do Espectro Autista


frequentemente apresentam deficiência intelectual (transtorno do
desenvolvimento intelectual), e muitas crianças com transtorno de
déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam também um
transtorno específico da aprendizagem. No caso de alguns transtornos,
a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de
déficits e atrasos em atingir os marcos esperados.
OS TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO INCLUEM

As Deficiências Intelectuais, os Transtornos da Comunicação (Transtorno da


Linguagem, Transtorno da Fala, Gagueira, Transtorno da Comunicação Social,
Transtorno da Comunicação sem outras especificações);

O Transtorno do Espectro Autista (TEA);

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH – Apresentação


Combinada, Predominantemente Desatenta, Predominantemente
hiperativa/impulsiva );
OS TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO INCLUEM

O Transtorno Específico da Aprendizagem (com prejuízo na leitura, com prejuízo


na escrita, com prejuízo na matemática);

Os Transtornos Motores (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e


Transtorno do Movimento Estereotipado);

Os Transtornos de Tique (Transtorno de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou


Vocal Crônico e Transtorno de Tique Transitório);

Outros Transtornos do Neurodesenvolvimento, com e sem especificações.


CONHECENDO PARA ATENDER

• Um professor em sala aula pode planejar melhor adaptações acadêmicas conhecendo se


seu aluno com TEA, por exemplo, se este tem deficiência intelectual, se possui prejuízo
de funcionamento executivo e/ou memória operacional.

• O DSM-V aponta a necessidade descrever, no caso dos diagnósticos de TEA, se há ou não


comprometimento intelectual, pois, segundo o manual, é necessário compreender o
perfil intelectual (que frequentemente é irregular), de uma pessoa com TEA para poder
interpretar as características diagnósticas (APA, 2014)

CONHECER É FUNDAMENTAL!!!
M-CHAT
PISTAS PARA OBSERVAR NO TEA
1ª PARTE (para ser respondida pelos pais): SIM NÃO
1) Seu filho gosta de balançar, pular no seu colo?
2) Seu filho demonstra interesse por outras crianças?
3) Seu filho gosta de subir, escalar em objetos?
4) Seu filho gosta de brincar de esconde-esconde?
5) Seu filho usa a imaginação nas brincadeiras, por exemplo, fingir que está cozinhando e
provar/comer a comida imaginária?

6) Seu filho aponta quando quer algum objeto?


7) Seu filho aponta quando mostra interesse por algum objeto?
8) Seu filho sabe brincar corretamente com os brinquedos, ou apenas empilha, balança, coloca na boca
ou joga os objetos?

9) Seu filho traz objetos até você, mostrando-os?


M-CHAT
PISTAS PARA OBSERVAR NO TEA
2ª PARTE (para ser respondida pelo médico ou terapeuta): SIM NÃO

1) Durante a consulta a criança fez contato visual?

2) Chame a atenção da criança, aponte para um objeto e diga: “Olhe a ___” . Observe a criança,
ela olha para o que está sendo mostrado?

3) Chame a atenção da criança, dê a ela uma xícara e bule de brinquedo, ela finge que está
fazendo o chá e bebendo, etc.?

4) Pergunte à criança: “Onde está a luz?” ou “Me mostre a luz.” Ela aponta para a luz?

5) A criança pode construir uma casa / castelo com blocos? Quantos? ______
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA INTERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TEA

Outras orientações seguem para interação no


cotidiano escolar do aluno com TEA:

• Estimular o contato físico;

• Reprimir comportamentos auto e heteroagressão


quando ocorrerem.

• Propiciar atividades que envolvam elementos do


mundo ao seu redor.

• Emprego de estratégias relacionadas à área de seu


interesse;
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA INTERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TEA

• Recursos visuais oferecidos paralelamente aos estímulos auditivos podem ser


úteis;

• Criar estratégias que estabelecem e favoreçam as interações de amizade;

• Explicar e estabelecer claramente atividades e normas básicas de respeito;

• Conhecer as características dos alunos e manifestação de comportamento;

• Promover melhor desenvolvimento das potencialidades;

• Buscar suporte científico e técnico para melhor compreensão dos transtornos;


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA INTERAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DO TEA
• Atitudes de acolhimento e afeto, pois o afeto não é uma parte incidental,
mas sim é parte inseparável de como nos vemos e representamos o mundo
em volta de nós.

• Devido a inflexibilidade de comportamento e casos mais severos de auto


agressão, medidas de acolhimento são fundamentais;

• O aprendizado advindo de situações reais é de utilidade real para a


criança, pois pode-se organizar situações contextuais da criança;
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA INTERAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DO TEA

• A disposição do ambiente escolar é de fundamental importância, onde todos


participam, e o aluno com o TEA mais próximo do professor;

• Fazer estratégias metodológicas diversificadas;

• Oferecer atividades que possibilitam diferentes graus de complexidade, pois esta


pode ser trabalhada de diversas maneiras;

• Explorar utilização de diversos materiais durante a realização de atividades;

• Elaborar formas de avaliação adequada à necessidade do aluno.


REFERÊNCIAS
• Autismo: perspectivas no dia a dia. Org. Claudia Omairi, Marcia R.M.S. Valiati, Mariane Wehmuth, Sergio Antoniuk – Curitiba: Ithala, 2013

• BOSA, Cleonice Alves; TEIXEIRA, Maria Cristina. Autismo: Avaliação psicológica e neuropsicológica. A ed. São Paulo: Hogrefe, 2017

• COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Artes Médicas, 2004.

• ELENA, Luiza; VALLE, L. Ribeiro do. Cérebro e aprendizagem. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.

• GRANDIN, Temple; PANEK, Richard. O cérebro autista: pensando através do espectro. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2015

• OMARI, Claudia; VALIATI, Marcia Regina Machado Santos; WEHMUTH, Mariane; ANTONIUK, Sergio Antonio (org.) Autismo: perspectivas no
dia a dia. Curitiba: Ithala, 2013.

• PEREIRA, Thais Caroline; BARRA, Claudia Maria Cabral Moro. Autismo: o que fazer? Dicas e orientações. Curitiba: Máquina de escrever,
2015.

• SCHWARTZMAN, José Salomão; ARAÚJO, Ceres Alves de. Transtornos do Espectro do Autismo - TEA. São Paulo: Memnon, 2011.

• WHITMAN, Thomas L. O desenvolvimento autista. Social, cognitivo, linguístico, sensório-motor e perspectivas biológicas. São Paulo: M.

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