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AULA 1 – ASSEPSIA E ANTISSEPSIA - 13/02/2023

Matéria sobre:

 Procedimentos de emergência que salvam vidas

CEUA

 Comissão ética no uso de animais

Avaliações

 Semanais – teóricas e práticas


 Desenvolvimento de habilidades
 Relatórios/apresentação de trabalho
 Provas
o Teóricas – 2 provas, peso 1
o Práticas – 2 provas, peso 2

Livros

 Goffi
 Margarido
 Suporte básico e avançado de vida no trauma
 ATLS

ASSEPSIA E ANTISSEPSIA

ASSEPSIA

 Impedir penetração de MO num ambiente estéril


 Superfícies inanimadas, processos de esterilazação agressivos para tecidos vivos

ANTISSEPSIA

 Inibir ou remover MO, podendo ou não destruí-los


 Antissépticos = tecidos vivos
 Desinfetantes = objetos inanimados
 Descontaminação de tecidos vivos = degermação = antissepsia
 Lavagem das mãos, escovação, uso de sabão, atrito (limpeza mecânica),
antisséptico (limpeza química)

LIMPEZA

 Remoção a sujeira
 Antecede métodos antinfecciosos
 Manuais, mecânicos (água, detergentes, enzimas)
 Reduz MO
DEGERMAÇÃO

 Diminuição dos MO com escovação

ASSEPSIA OU DESINFECÇÃO

 Ausência total de MO
 Objetos inanimados
 Agentes físicos ou químicos
 Níveis de desinfecção
o ALTO
 Esporos, tb, bac, fungos, vírus
 Materiais especiais: fibra óptica, laringoscópico...
o MÉDIO
 Tb, maioria dos fungos, bac
 Pele ou desinfecção de superfície: álcoois, iodoforos...
o BAIXO
 Alguns fungos, bactérias
 Limpeza: amônia...

Flora residente

 Remoção parcial e temporária


 Menor virulência

Flora transitória

 Eliminada por limpeza – fácil remoção


 Maior virulência

Flora temporária

 Temporariamente residente – infecção hospitalar

Antisépticos são destinados a diminuir a reprodução bacteriana na pele e mucosas

Antisséptico ideal

 Estável por longos períodos


 Amplo espectro de ação
 Solúvel em água
 Ativo em baixa concentração
 Ação bactericida imediata
 Não manchar a pele/vestuário
 Eficaz à temperatura ambiente
 Ação bacterostática (impedir proliferação)
 Ausência de toxicidade
 Baixo custo
Degermação/desinquinação

 Escovação

Agentes antissépticos

 Soluções alcoólicas
 Iodóforos
 Clorexidina

ESTERILIZAÇÃO

 Destruição de todas as formas de vida


 Metal, vidrarias, tecidos
 Tipos
o Calor seco
 Estufas elétricas
 160° - 2 horas
 Oxidação
 Metais e vidrarias
o Calor úmido
 Autoclaves
 ↑ pressão ↑ temperatura
 Borracha, tecidos
 Secagem
 Menor temperatura que no calor seco = possibilidade de esterilizar
materiais mais sensíveis ao calor
o Gases
 Óxido de etileno
 Equipamento especial
 Embalagens
 Tóxico – 7 dias para o material ficar inerte
 2 a 3 anos de duração
o Sterrad
 Gás plasma – peróxido H+
 Oxidação por radicais livres
 Rápida – 28 a 75min
 Materiais pequenos
 Método caro

Tipos de antissépticos

 Álcoois
o Menor espectro de ação
o Bactericida, fungicida, virucida seletivo
o Sem efeito residual, apenas até evaporar
 Aldeídos e derivados
o Germicida, esporos
o Uso prolongado
o Irritação
 Agentes oxidantes
o Germicidas
o Peróxido de H+
o Menor efeito residual
o Em desuso
 Iodo e iodóforos
o Espectro – esporos, fungos
o Reação de hipersensibilidade
o PVPI – bactericida, fungicida, virucida, ação residual
o Penetra na parede celular oxidando conteúdo microbiano
o Iodo com água, iodo com álcool, iodo com sabão
 PVPI aquoso, alcoólico, degermante (com sabão)
 Halogênios e derivados, clorexidine
o Germicida gram+
o Ação residual
o Destruição da membrana celular

Alcance da assepsia

 Centro cirúrgico
 Paciente
 Equipe cirúrgica
 Instrumentais
AULA 2 – CENTRO CIRÚRGICO - 27/02/2023
Como deve ser:

 Isolado
 Zonas
o De proteção (transferência)
 Vestiário – evitar levar contaminação da roupa comum
 Armários: mochila, roupas, chaves
o Asséptica
 Zona estéril (não é totalmente)
 Sala de operações
 Sala de subesterilização
 Acabamento
o Limpa
 Transição / setores
 Sala de recuperação do paciente
 Sala de serviços auxiliar

Paciente

 Banho
 Depilação / tricotomia
o Realização → cuidado para não gerar escoriações
o Cremes depilatórios
o Área limitada
 Roupas
 Antissepsia

Equipe

 Roupas
o Recomendações
 Toucas e gorros
 Óculos de proteção
 Máscara
 Aventais ou capotes
 Tecido grosso – finalidade de barreira
 Comprimento
 Mangas longas – oclusão dos punhos
 Técnica
o Encostar apenas na parte interna
 Colocar luvas
o Circulante amarra as costas
o Cirurgião tira nó das amarras frontais COM LUVA e
entrega para outro profissional com luva, que da a
volta e amarra novamente
Luvas
 Látex
 Oclusão dos punhos
 Atenção para FUROS = contaminação
 Lavagem de mãos
o Importância
o Retirar anéis, relógio, pulseiras
o Etapas:
 Desinquinação
 Limpeza da pele para remoção da flora permanente e/ou
transitória que existe na superfície.
 Antissepsia complementar

Instrumentação

 Mesa cirúrgica
o Diérese
o Hemostasia
o Síntese
o Auxiliares
o Especiais

 Diérese = separação dos planos anatômicos ou tecidos


o Bisturis e tesouras
 Hemostasia = prevenção ou interrupção de hemorragia
o Pinças
 Exérese = remoção de tecido ou órgão com mau funcionamento
 Síntese = aproximação das bordas de uma lesão, união dos tecidos
o Porta-agulhas
 Auxiliares
 Especiais

Antissepsia do paciente na mesa cirúrgica

 Clorexidina e iodóforos
 Técnica
 Gaze, cuba e pinça de Pean
 Extensão

Campos operatórios

 Tecidos grossos
 Estéreis
 Delimitar e isolar
 Inferior

Equipe cirúrgica
 Supramesocólica – cirurgião destro
o Cirurgião à direita do paciente (C1)
o 1º auxiliar em frente ao cirurgião (A1)
o Instrumentador ao lado do 1º auxiliar (I)
o 2º auxiliar à direita do cirurgião (A2)

 Inframesocólica – cirurgião destro


o Cirurgião à esquerda do paciente
o 1º auxiliar em frente ao cirurgião
o Instrumentador à direita do A1
o 2º axiliar à esquerda do cirurgião

Cirurgião

 Posição ereta
o Regular altura da mesa de cirurgia
 Posição confortável
o Campo operatório abaixo do nível dos cotovelos
o Conforto e mobilidade (cotovelo a 90º)
 Estrados
 Posição sentada

Atribuições

 Cirurgião
o Responsabilidade do ato cirúrgico
o Comando firme mas natural
o Operar com técnica rigorosa
o Ser preciso no pedido de instrumentos
o Estender a mão para receber instrumentos
o Devolver instrumentos ao instrumentador
o Assumir a responsabilidade total do ato operatório
 1º auxiliar
o Auxiliar o cirurgião
o Abertura do campo
o Exposição de estruturas
o Diminuir dificuldade de procedimentos
o Respeito pelas preferências e hábitos do cirurgião
o Apresentação do campo operatório
o Enxugar, cortar fios, dar nós
 2º auxiliar
o Elemento eventual
o Atuação complementar à do 1º assistente
 Instrumentador
o Vigilância com assepsia e erros
o Conhecer os passos da operação
o Antever movimentos
o Conhecer os instrumentos pelo nome e gestos
o Colocar na mesa o material necessário
o Ordem na arrumação do material
o Limpeza e acomodação do material usado
o Entregar instrumentos corretamente
o Entregar sucessivamente os instrumentos em passos padronizados
AULA 3 – CIRURGIAS – ABDOME - 06/03/2023
Cirurgia

 Eletiva
 Urgência – urgente mas não tanto
 Emergência – risco iminente de morte

Nomenclatura

Compor, unir Síntese


Esmagar Tripsia
Exteriorizar na pele Stomia
Fixar Pexia
Imobilizar, fundir Dese
Incisar, seccionar Tomia
Lavar Clise
Liberar, dissolver Lise
Moldar, reconstruir Plastia
Puncionar Centese
Extirpar Ectomia
Romper Clasia
Suturar Rafia
Unir dois órgãos Anastomose
Visualizar Scopia

Acesso – parede abdominal

 Camadas
o Pele
o Subcutâneo
o Fáscias
 Superficial
 Profunda
o Músculos
 Retos abdominais
 Oblíquos interno e externo
 Transverso
o Fáscia transversa
o Peritôneo
o Irrigação sanguínea
o Inervação

Feixes aponeuróticos do abdome


 Na parte inferior do abdome (abaixo do arco de Douglas), as aponeuroses passam
apenas anteriormente ao reto abdominal, enquanto superiormente formam uma
“bainha”, anteriormente e posteriormente.

A incisão ideal – nem sempre possível, as vezes a emergência não permite que tudo seja
perfeito

 Rápido acesso à cavidade


 Boa amplitude de movimentos
 Reconstituição perfeita da parede sob o aspecto anatômico, funcional e estético
 Permitir ampliação
 Gerar o mínimo trauma

Tipos de incisão

 Longitudinal
o Mediana
o Paramediana (transretal, pararretal interna, pararretal externa)
 Retal = do reto abdominal
 Transversa
 Oblíquo
 Relação com cicatriz umbilical
 Combinadas
o Toracolaparotomia
o Toracofrenolaparotomia

Tipos de incisão

 Longitudinais
o Rápidas e universais
o Estéticas
o Fechamento com vários planos de sutura
o Respeitam a inervação da parede
o Tipos
 Medianas
 Vantages
o Rápidas, menos sangramento
o Poucos planos, não pega a musculatura do reto
abdominal
 Desvantagens → tensão da parede, dor, evisceração
 Paramedianas
 Vantagens
o Melhor distribuição de tensão
 Desvantagens
o Lentas (mais planos)
 Abre aponeurose, descola e rebate o reto
abdominal para não ser seccionado, abre
aponeurose posterior e acessa
o Maior risco de lesão em vasos e nervos
 Qual é a vantagem das paramedianas?
 A sutura da mediana é mais delicada pela força do m. reto
abdominal → a força de tensão é totalmente disposta sobre
a sutura
 A paramediana divide a tensão em mais planos suturados
 Transversais
o Vantagens
 Boa reconstituição da parede
 Menor tensão
 Acessos específicos
o Desvantagens
 Inestéticas
 Demoradas
 Exposição limitada da cavidade
 Maior sangramento
 Secção de músculos e nervos

Complicações

 Tipos
o Evisceração
 Alças visíveis fora da cavidade abdominal
o Eventração
 Pele e subcutâneos íntegros
 Abriu peritônio e aponeurose, alça saiu da cavidade mas ficou presa
pele e subcutâneo
o Hérnia
o Eventração x hérnia
 Tempo
 Hérnia acontece em um espaço de tempo mais longo,
evisceração e eventração é mais rápido após a cirurgia
 Causas
o Desnutrição, infecção, má-técnica
o O paciente que não cicatriza corretamente pode sofrer essas complicações
 Prevenção
o Preservar vascularização
 A manipulação excessiva pode impedir a chegada de nutrientes nos
tecidos que precisam ser cicatrizados
o Técnica cirúrgica adequada e asséptica
 Infecção, inflamação
o Melhorar o estado geral do paciente quando possível
 Paciente diabético? Imunossuprimido? Medicamentos que
interferem?
AULA 4 – MATERIAIS CIRÚRGICOS- 13/03/2023
Síntese

 Agulhas
o Tipos
 Agulha → mais traumática
 Fio agulhado → menos traumático, pronto pra usar
o Formato
 Ponta cilíndrica
 Aponeurose
 Mais delicada que a triangular, mas lesiva
 Ponta romba – passa no parênquima sem furar estruturas delicadas
 Cirurgia hepática, para não lesionar tríade portal, por exemplo
 Ponta cortante (triangular) → pele do animal (corta e facilita)
 Traumatiza e lesiona a região
 Sutura coisas mais robustas - aponeurose
 Ponta espatular
 Fios cirúrgicos
o Fio ideal
 Resistência à tração e torção
 Mole, flexível, pouco elástico
 Pouca reação tissular
 Fácil esterilização
 Esterilização repetidas
 Baixo custo
o Reção tissular
 Desprezível, mínima, muito baixa ou moderada
 Processo inflamatório ou infeccioso – sistema imunológico
o Memória (capacidade de voltar à posição inicial)
 Desprezível, baixa, moderada, alta ou bastante alta
 Estica-se o fio, depois de soltar, ele volta à posição “enrolada” do
carretel
 Memória = voltar à disposição inicial
 As vezes ajuda, as vezes atrapalha
o Calibre
 Referência é o 0, há maiores e menores que 0
 Maior diâmetro - 3 – 2 – 1 – 0 – 2.0 – 3.0 – 4.0 – 5.0 – 6.0 (fino como um
fio de cabelo) – 7.0 – 8.0 – 9.0 – 10.0 – 11.0 – 12.0 - Menor diâmetro
 Cirurgias gerais, abdominais
 Do 0 até o 5.0 ou 6.0
o 2.0 → aponeurose
o 3.0 ou 4.0 → anastomose do TGI
o 4.0 ou 5.0 → vísceras ocas
o 6.0 praticamente não se utiliza
o Pele
 2.0 ou 3.0 → pele mais grossa (cotovelo) = fio
mais grosso
 3.0 ou 4.0 → pele barriga
 5.0 ou 6.0 → pele mais fina (rosto) = fio mais fino
o Estrutura
 Multifilamentares
 Fios trançados
 Maior resistência à tensão, mais flexível e fácil de manusear
 Monofilamentares
 Menor tisco infeccioso e menor trauma tecidual
o Fios absorvíveis
 Origem animal
 Categute simples e cromado (catgut)
 Origem sintética
 Ácido poliglicólico (Vicryl)
o Mais utilizado
 Ácido poliglactino (Dexon)

 Categute (animal)
 Vantagens
o Manuseio
o Elástico
o Absorvível (pode ser bom ou ruim)
 Desvantagens
o Absorvível rapidamente (pode ser bom ou ruim)
o Alta reação tecidual
o Baixa força tênsil
o Degradação na infecção
 Utilização
o Rim, fígado, baço (agulha de ponta romba + catgut)
o Bexiga, útero
 Tipos
o Simples (amarelado)
 Absorção rápida → 5 a 10 dias
 Perde tensão em 1 ou 2 semanas
 Utilização
 Subcutâneo
 Ligadura coto apendicular
 Fechamento útero e bexiga
o Cromado
 Submetido a tratamento com sal e ácido
crômico
 Força tênsil aumentada para 2 a 3 semanas
 Absorção mais lenta
 Utilização
 Intestino, bexiga, peritônio
 Coto apendicular
 Vicryl
 Vantagens
o Força tênsil – 15 dias
o Absorção lenta
o Baixa reação tecidual
o Fácil manuseio
 Utilização
o Anastomose intestinal
 Agula cilíndrica 3.0, 4.0
o Fechamento de peritôneo
 Cilíndrica 2.0
o Aproximação de músculos
 Cilíndrica 2.0
o Fechamento de aponeuroses
 Cilíndrica ou triangular 0
o Aproximação de subcutâneo
 Triangular 3.0, 4.0
o Não se usa Vicryl na pele, nem em vasos e vias biliares
o Fios não absorvíveis
 Origem orgânica
 Seda
 Vegetal
 Algodão
 Sintética
 Nylon, polipropileno, poliéster
 Metálica
 Prata, cobre, aço
 Seda
 Vantagens
o Força tensional
o Barato
o Flexível
 Desvantagens
o Reação tecidual
o Corpo estranho
 Utilização
o Em desuso (muita reação)
o Odontológica

 Algodão
 Vantagens
o Barato
o Grande resistência
o Força tênsil
 ↑ tensão quando molhado
 Nó mais forte quando molhado
 Desvantagens
o Quebra com facilidade
o Reação tecidual
o Corpo estranho
 Utilização
o Cirurgias gerais

 Nylon
 Vantagens
o Não irritante
o Flexível
o Resistente
o ↓ reação tecidual
 Desvantagens
o ↑ elasticidade
o Memória
 Utilização
o Fechamento de aponeuroses
o Fechamento de pele
o Fixação de drenos – toráricos, abdominais

 Polipropileno (Prolene)
 Vantagens
o Não irritante
o Flexível
o Resistente
o ↓ reação tecidual
 Desvantagens
o ↑ elasticidade
o Memória
 Utilização
o Suturas – vasos, via biliar
o Sutura intestinal
o Fechamento de aponeuroses

 Aço
 Vantagens
o Resistência
o Inerte aos tecidos
o ↑ força tênsil
 Desvantagens
o Difícil manuseio
o Pouco maleável
o Nós volumosos
o Opaco ao RX
o Uso limitado
 Utilização
o Finos – cirurgia plástica reparadora
o Síntese óssea
 Origem metálica
 Prata
o Clips em neurocirurgias e cirurgias vasculares
 Titânio
o Clips em videocirurgia
 Cobre
o Cirurgias bucomaxilofaciais
 Aço vitálico
o Osteossíntese
 Agrafes ou clips de Michel
o Aproximação de bordas de pele

Sutura

 Porta agulha está montado?


o Apontado para o instrumentador (baixo)
o Se estiver desmontado → aponta para cima

Sutura

 Separados
o Simples separado
o Donatti

 Contínuos
o Contínuo simples (chuleio simples)

o Contínuo ancorado (chuleio ancorado)

Nós manuais

 Nó de cirurgião
o Fio cruza por trás
 Nó de sapateiro
o Fio cruza pela frente
 Nó simples
o Fio cruza pela frente

Nós manuais – compostos de 3 seminós

1. Aproximação
2. Fixação/contenção
3. Segurança
A – AIRWAY AND CERVICAL SPINE CONTROL → VIAS AÉREAS / COLUNA CERVICAL
Indicações

 Apnéia  Fraturas complexas de face


 Insuficiência respiratória  Hematoma cervical expansivo
 TCE com Glasgow ≤ 8  Queimadura de vias aéreas
 Lesões de vias aéreas superiores

Indicações Contraindicações Complicações

Lesão da cavidade oral


Fratura complexa de face Lesão da coluna cervical
Oro
Suspeita de lesão de Lesão da laringe/traquéia
traqueal
laringe Intubação esofágica
Broncoaspiração
Absoluta: apnéia
Lesão da cavidade nasal
 Intubação às cegas
Lesão da coluna cervical
– mais arriscada
Naso Quando há necessidade de cavidade Lesão da laringe / traquéia
Relativa: suspeita de
traqueal oral livre Intubação esofágica
fratura de base de crânio
Broncoaspiração
 Dano encefálico na
Falso trajeto (SNC)
inserção do tubo
Lesão da laringe
Insucesso na intubação traqueal Lesão da laringe Lesão da traquéia
Crico
Fraturas complexas de face Crianças < 12 anos (deve Lesão de vasos
tireoid
Corpo estranho em via aérea superior ser feita por punção, que Lesão do nervo laringeo
ostomia
alta não é via aérea definitiva) recorrente
Lesão da glândula tireóide
Complicações imediatas
 Sangramento
 Lesão da laringe, traquéia,
vasos, tireóide, nervo
Procedimento eletivo (não tem laringeo recorrente
insuficiência respiratória)  Mau posicionamento
 Suporte ventilatório prolongado  Laceração e/ou fístula
(>12 dias) traqueal
 Limpeza e proteção das vias  Pneumomediastino
aéreas superiores  Pneumotórax
Traque
 Neoplasias (cabeça e pescoço) Complicações mediatas
ostomia
Procedimento de urgência  Enfisema subcutâneo
 Conversão de  Infecção
cricotireoidostomia  Obstrução
Procedimento emergência Complicações tardias
 Trauma de laringe  Estenose traqueal e
*única indicação no trauma subglótica
 Fístula traqueoesofágica
 Fístula traqueocutânea
(menos grave que as
ultimas)
B – BREATHING → VENTILAÇÃO
Hemotórax

 Causas
o Lesão do parênquima pulmonar
o Lesão vascular
 Intercostais
 Mamárias
 Pulmonares
 Jugular/subclávia (pós intracath)
 Tipos
o Simples
o Maciço (>1,5L)

Pneumotórax

 Causas
o Lesão do parênquima pulmonar
 Brônquios/bronquíolos
o Lesão de parede torácica – comunicação com o meio externo
 Tipos
o Simples
o Aberto
 Curativo de 3 pontas/fechamento
o Hipertensivo
 Toracocentese de alívio – IMEDIATA APÓS DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Pneumotórax hipertensivo

 Causas
o Mecanismo de válvula unidirecional – ar somente sai do pulmão para o
espaço pleural
 Diagnóstico clínico
o Hipotensão
o Turgência jugular
o Murmúrio vesicular abolido
o Dispneia grave – cianose

Diferenças do diagnóstico
Drenagem do tórax – indicações

 Absolutas
o Pneumotórax  Relativas
o Hemotórax o Derrames pleurais
o Empiema pleural o Fraturas de costelas e
o Trauma torácico ventilação com pressão
penetrante positiva
o Pneumotórax pequeno
(<1/3 hemitórax)

Exsudato → pode evoluir positivamente ou


negativamente, se estiver com análise
patológica, deve-se fazer a drenagem.

Drenagem de tórax Complicações imediatas Complicações tardias


Lesão plexo intercostal
 Hemotórax / parestesia
Enfisema subcutâneo
Lesão pulmonar
Obstrução do dreno
 Aderências pleurais não desfeitas
Infecção do sítio de
Lesão diafragma
implantação
Penetração na cavidade peritoneal
Hemotórax encapsulado
Lesão estômago / lesão colônica
Empiema
 Hérnia diafragmática não
Pneumotórax após
reconhecida
retirada do dreno
Drenagem do subcutâneo
 Falha técnica
 Fora da cavidade torácica
 Retirado antes da
Tubo inserido em excesso
hora
 Dor
Perda do dreno
 Fixação não adequada
Critérios de retirada do dreno

 Ausência de fístula bronco-pleural


o Ausência de borbulhamento em selo d’água
 Pulmão completamente expandido
o Confirmado por raio-x
 Aspecto
o Líquido sero-hemático ou seroso
 Débito inferior a 200mL/dia
C – CIRCULATION AND HAEMORRAGE CONTROL → CIRCULAÇÃO
Hemorragia

 Externa
o Lesão de partes moles
o Lesão de grandes vasos sanguíneos
 Interna
o Cavidades / espaços potenciais
o Cavidades pleurais
o Cavidade peritoneal
o Espaço retroperitoneal
o Perda de sangue para o interstício, associada a fraturas

Choque

 Perfusão tecidual inadequada

Metabolismo aeróbio

 Processo normal, eficiente


 Presença de O2, metabolismo da glicose, produção de CO2, H20 e ATP
 Células necessitam de ATP

Metabolismo anaeróbio

 Processo anormal, ineficiente


 Ausência de O2, metabolismo da glicose, produção de ácido láctico e pouco ATP
 Sem ATP, células não funcionam

Perda de sangue na ruptura de ossos (mL)

Costela 125
Rádio ou ulna 250 – 500
Úmero 500 – 750
Tíbia ou fíbula 500 – 1000
Fêmur 1000 – 2000
Bacia 1000 – grandes volumes

Mecanismos compensatórios

 Sistema respiratório
o Taquipneia em resposta à hipóxia
 Sistema nervoso simpático
o FC x VS x RVP = PA
o Vasoconstrição periférica e gastrointestinal (alfa)
o Aumento da FC e da força de contração (beta)
 Resposta hormonal – Sistema renina angiotensina aldosterona
o Retenção de sódio e de água
Choque hemorrágico Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda sanguínea (mL) Cerca de 750 mL 750-1500 mL 1500 – 2000 mL >2000 mL

Perda sanguínea (% volume total) Cerca de 15% 15 a 30% 30 – 40% >40%

Frequência cardíaca (bpm) < 100 100- 120 120 – 140 >140

Pressão Sistólica Normal Normal diminuída diminuída

Normal ou
Pressão de Pulso (mmHg) Normal diminuída Diminuída
aumentada

Frequência respiratória 14-20 20-30 30 – 40 >35

Débito urinário (ml/h) >30 20-30 5 – 15 –

Ligeiramente
Estado mental Levemente ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico
ansioso
Terapia inicial de reposição de Cristaloides e Cristaloides e
Cristaloides Cristaloides
fluidos (aquecidos) sangue sangue

Choque Neurogênico Séptico Cardiogênico

Lesão do sistema nervoso Causas intrínsecas


Causa Infecção grave
simpático
 Lesão do miocárdio
(↓VS)
 Arritmia (↓FC ou ↓VS)
Substâncias liberadas na
infecção promovem:  Lesão valvar (↓VS)
 Vasodilatação Causas extrínsecas
Perda do tônus → vasodilatação
→ hipovolemia “relativa”  Extravasamento capilar  Tamponamento do
Mecanismo
(aumento da pericárdio (↓VS)
↓FC x ↓VS x ↓RVP = ↓PA permeabilidade)  Pneumotórax
hipertensivo (↓VS)
FC x ↓VS x ↓RVP = ↓PA

Pele avermelhada, quente e


seca abaixo do nível da lesão Febre
 Sangue represado na Pele quente e avermelhada
Sinais e
periferia, sem circular bem Taquicardia
sintomas
Atividade parassimpática sem Hipotensão
oposição
Bradicardia
Descompensação

 Fase avançada do choque


 Caracterizada pelo aparecimento de hipotensão
 Ocorre quando
o A agressão é muito grave
o O tratamento adequado demora
o Há esgotamento dos mecanismos de compensação

Evolução do choque

Hipoperfusão → hipóxia celular → metabolismo anaeróbio → morte celular → falência


orgânica → morte

Ciladas

 Idade
 Atletas
 Gravidez
 Doenças preexistentes
 Medicações
o Beta bloqueador não permite o mecanismo compensatório da taquicardia
 Tempo decorrido entre o trauma e o tratamento
 CHA da morte – tríade letal
o Coagulopatia
o Hipotermia
o Acidose

Relembrando

A) Vias aéreas / oxigenação

 Avaliar as vias aéreas


 Oferecer O2 para manter SATO2 igual ou acima de 97%

B) Ventilação

C) Circulação

 Controle da hemorragia externa


o Compressão direta
o Elevação do membro
o Torniquete (último recurso)
 Controle da hemorragia interna
 Reanimação volêmica
o 2 acessos venosos periféricos
 Grosso calibre (Abocath 14 ou 16)
o Ringer lactato
 Fluidos aquecidos, se possível (39°C)
o Bolus inicial
 Adulto: 1 a 2 L
 Crianças: 20mL/kg
o Objetivo
 Manter a perfusão dos órgãos vitais com:
 PAM: 60 a 65 mmHg
 PAS: 80 a 90 mmHg
 A reanimação muito agressiva pode aumentar a hemorragia interna
e piorar o prognóstico do doente

ACESSOS VASCULARES

Punção arterial

 Gasometria
 Monitorização invasiva da PA
o Radial ou femoral
 Complicações
o Sangramento local
o Punção venosa
o Tromboembolia
o Aneurisma da artéria
o Fístula arteriovenosa
o Isquemia distal

Acesso venoso central

 Cateter posicionado na iminência do átrio direito – veia cava superior


o Confirmação da posição do cateter por raio x de tórax
 Intracatch / flebotomia – MMSS e pescoço
o Infusão de drogas vasoativas
o Infusão de drogas de alta toxicidade
o Infusão de dieta parenteral
 Avaliação da pré-carga (volemia/hidratação)

Intracath

 Técnica de Seldinger
o Identificação dos parâmetros anatômicos
o Anestesia local
o Punção
o Passagem do fio guia
o Passagem do dilatador
o Passagem do cateter
o Retirada do fio guia
o Fixação
 Jugular interna, externa ou subclávia
 Complicações
o Insucesso da punção
o Cateterização da artéria
o Pneumotórax
o Hemotórax
o Hidrotórax
o Lesão vascular ou nervosa
o Contaminação da ferida
o Sepse

Flebotomia

 Pescoço, MMSS, MMII


 Curta permanência – 72 horas
o Desfuncionaliza a veia
 Indicações
o Coagulopatia/choque
o Em caso de impossibilidade de acesso por punção
 Membros superiores
o Veia basílica
 2 a 4 cm da prega antecubital
o Veia cefálica
 Incisão no sulco delto-peitoral
o Etapas
 Anestesia local, incisão, dissecção da veia, teste de fluxo, reparos e
cateterização, fixação do cateter
 Pescoço
o Veia jugular externa
 Incisão sobre a veia, similar à veia basílica
o Veia jugular interna
 Incisão transversa
 Músculo esternocleidomastoideo
 Membros inferiores
o Veia safena interna
 2cm abaixo da prega inguinal
 Pulso da artéria femoral
o Veia tibial anterior
 2cm acima do maléolo medial em cima da tíbia
 Medição da sonda
o Acesso central
 Somente MMSS e pescoço
Do ponto de inserção até a cava superior acompanhando o
trajeto da veia
o Acesso periférico
 Tamanho curto
 3 a 4 cm
 Complicações
o Lesão arterial
o Hematoma, hemorragia
o Flebite / infecção
o Obstrução cateter
o Trombose venosa (superficial e profunda)

ÚLTIMA AULA
Como avaliar o doente em 10 segundos, de forma rápida e simples?

 Identifique-se
 Pergunte o nome do paciente
 Pergunte ao paciente o que lhe aconteceu

A resposta apropriada confirma:

 A) via aérea pérvia


 B) reserva respiratória suficiente para falar
 C) perfusão suficiente para raciocinar
 D) sensório normal

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