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Rany da Silva Araujo - Caderno de Técnicas Cirúrgicas – 2019.

INTRODUÇÃO
 Destruição: por exemplo, a incisão, a manipulação, a separação dos tecidos. Deve ser a
mínima possível.
 Invasão: manipulações necessárias. Deve ser a mínima possível.
 Reconstrução busca retornar o mais próximo do original

Estrutura
 Infra-estrutura
 Preparo do ambiente: Deve ser o mais asséptico possível, para que haja menos
contaminação.
 Equipe
 Preparo do material: Deve ser estéril.
 Equipamento

Sufixos em cirurgia
 Ectomia – retirada
 Tomia – abertura
 Stomia – comunicação do órgão com o meio externo
 Pexia – fixação
 Anastomose – união de dois órgão tubulares para reestabelecer um fluxo
 Centese – punção

FASES FUNDAMENTAIS DA TÉCNICA CIRÚRGICA


Diérese
Fase que permite o acesso (ex: incisão). Deve ser feita com precisão. Pode-se escolher entre a
tesoura e o bisturi, o bisturi promove maior hemorragia, mas faz um corte mais preciso,
enquanto a tesoura causa mais esmagamento. Deve-se manter os devidos cuidados referentes
aos planos anatômicos, a manipulação e o isolamento.
Técnicas: Incisão, separação, punção, divulsão, secção
Instrumentos: Bisturi, tesoura, afastadores, pinças de dissecção, etc.

Hemostasia
Controle do sangramento
Tipos: pode ser térmica, mecânica ou química (algumas substâncias são capazes de fazer
pequena cauterização dos vasos). Divide-se em técnicas temporárias, como a compressão do
vaso com os dedos e definitivas, como a cauterização do vaso.
Instrumentos: pinças hemostática e fios cirúrgicos
Aparelhos: eletrocautério (bisturi elétrico), eletrocautério bipolar
Material: esponja hemostática

Síntese
Reconstrução.
Instrumento: fios, agulhas e outros materiais.
Técnicas cirúrgicas especiais: Criocirurgia e videocirurgia.

Fios cirúrgicos
Mantém os tecidos aproximados para a recuperação. Características:
 Absorção: divide os fios em absorvíveis e inabsorvíveis. É interessante usar fios
absorvíveis em locais que não seja possível retirar os pontos após a cirurgia.
 Origem: divide os fios em orgânico, sintético ou metálico.
 Capilaridade: divide os fios em monofilamentares e multifilamentares. Os
multifilamentares apresentam mais segurança no nó, porém acumulam mais
microorganismos.
 Memória: capacidade de voltar para a posição original, uma alta memória facilita
desfazer o nó.
 Diâmetro: vai de 10 zeros a 7, do mais fino ao mais grosso.
 Força tênsil: resistência. Varia conforme o contato com o microrganismo, a produção
enzimática reduz a força tênsil do fio.
Fio Absorção Origem Capilaridade
Categute Orgânico
Poliglactina 910 Multi
Ácido poliglicólico
Absorvível
Poliglecaprone Sintéticos
Poligliconato Mono
Polidioxonona
Seda
Orgânicos Multi
Algodão
Nylon Mono/Multi
Inabsorvível
Polipropileno Sintéticos Mono
Poliester Multi
Aço inoxidável Metálico Mono/Multi

Agulhas
 Formato: circulares, retas, curvas.

 Tipos: cilíndricas/atraumáticas, cortante/traumática, ponta romba, entre outras.


Suturas
Apresentam como função principal a sustentação até a reparação, mas também são utilizadas
para fazer a hemostasia. Devem haver cuidados na execução:
 Redução do “espaço morto”: promover hemostasia e evitar acúmulo de líquidos
(seroma/hematoma) e favorecer a migração celular.
Observar que quando o animal se recuperar da anestesia sua pressão sanguínea
aumentará, então a hemostasia deve estar segura ao ponto de não ocorrer uma
hemorragia nesse momento.
 Aposição de margens: a sutura deve favorecer a aposição das margens, a eversão ou
inversão causam dificuldade de cicatrização.
 Confecção de nós: não deve haver aperto excessivo do nó, pois favorecem a isquemia
e a necrose, por outro lado não deve haver aperto insuficiente ou erro na confecção
para que não ocorra deiscência da sutura (abertura da mesma).

Tipos de sutura
Podem ser:
 Aposicionais
Exemplo: Descontínua simples
Vantagem: facilita a cicatrização
Desvantagem: facilita o extravasamento do conteúdo do órgão.
 Invaginantes – invaginação das margens
Exemplo: Lembert
Vantagem: não é contaminante e previne o extravasamento de conteúdo do órgão.
Desvantagem: dificulta a cicatrização
 Evaginantes – evaginação das margens
Exemplo: Wolff
Vantagem: não é contaminante.
Desvantagem: dificulta a cicatrização.

Podem ser:
 Totais ou contaminantes – atravessam todas as camadas
Exemplo: Gambee
 Parciais ou não contaminantes – não atravessa totalmente as camadas
Podem ser seromusculares ou extramucosas
Exemplo: Lembert

Podem ser:
 Continuas – somente nó inicial e final, com diversas passadas pelo tecido.
Vantagem: mais rápida de ser realizada
Desvantagem: se o fio se rompe, toda a sutura se solta.
 Interrompidas ou descontínuas – poucas passagens pelo tecido.
Vantagem: se o fio se rompe, um único ponto é perdido.
Desvantagem: mais demorada.
SUTURAS INTERROMPIDAS

Interrompida simples
 Aposicional. A rafia interrompida simples fica
evertida, se apertar demais o nó, podendo levar a isquemia,
prejudicando a cicatrização.
 Local: pele, parede, fascia
 Áreas de tensão.

U na horizontal ou U deitado
 Evaginante (eversão)
 Local: pele (Wolff), vísceras parenquimatosas
 Áreas de tensão

U na vertical ou U em pé
 Aposicional
 Local: pele (Donatt)
 Redução do espaço morto

X ou cruzada
 Evaginante (eversão)
 Local: pele, parede corporal, fascia
 Áreas de tensão

Lembert descontínua
 Invaginante
 Local: vísceras ocas
 Seromuscular (parcial, não contaminante)
Gambee
 Aposicional
 Local: Intestino
 Seromucosa (total contaminante)

L-P-P-L e L-L-P-P
 Aposicionais
 Local: músculos, tendões
 Áreas de tensão

Captonada
 Evaginante
 Local: Pele
 Áreas de tensão, isquemia

Swift
 Aposicional
 Local: esôfago
 Nó intraluminal, parcial ou total.
SUTURAS CONTÍNUAS
Contínua simples ou corrediça
 Aposicional
 Local: vísceras ocas

Lembert contínua
 Invaginante
 Local: vísceras ocas
 Seromuscular (parcial, não contaminante)

Cushing
 Invaginante
 Local: vísceras ocas
 Seromuscular (parcial, não contaminante)

Connel
 Aposicional
 Local: Vísceras ocas
 Seromucosa (total, contaminante)

Colchoeiro ou Guarda grega ou U contínuo


 Aposicional
 Excelente coaptação
 Local: Subcutâneo (guarda grega), pele (intradérmica
ou subcuticular)
Festonada ou Reverdin ou Entrelaçada Ford
 Aposicional
 Local: Paredes, fascias, órgão paraquimatosos
 Áreas de tensão
 Hemostática (isquemia)

Bolsa de tabaco ou bolsa de fumo


 Invaginante ou evaginante
 Local: Orifícios naturais (vulva, ânus) ou produzidos cirurgicamente (stomias) e cotos
 Total ou parcial

Parker-kerr (Cushing e Lembert sobre pinça hemostática)


 Invaginante
 Local: órgãos ocos, oclusões intestinais e cotos uterinos contaminados.
 Seromuscular não contaminante
PRÁTICA
 Todos na sala de cirurgia devem estar de gorro e mascara.
 Higienização: lavagem, escovação e secagem adequada das unhas mãos e do
antebraço, nessa ordem para não contaminar as partes mais utilizadas – as mãos.
Deve ser feita com a esponja que contém um lado com esponja contendo o
degermante e outro lado de escova.
 Depois da higienização adequada o cirurgião deve manter as mãos entrelaçadas
(posição de reza).
 A colocação do avental deve ser feita manejando apenas por dentro para não
contaminar a sua parte externa.
 Deve-se calçar a luva manejando apenas por dentro para não contaminar sua parte
externa.
 Depois de calçar as luvas, o cirurgião deve manter as mãos entrelaçadas.
 A mesa deve ser limpa com gaze com solução iodada
 Colocar o pano estéril sobre a mesa tomando o cuidado de não contaminar a luva.
 Os instrumentos são organizados conforme as fases fundamentais da cirurgia: Diérese,
hemóstase e síntese, da esquerda para a direita.
 Colocar a lâmina no bisturi com o auxilio de uma pinça.
 No geral, os instrumentos se encontram duplicados.
 Quanto à entrega do material:
o Todos os panos são entregues enrolados
o Todo o material é entregue em forma de batida na mão do cirurgião
o O bisturi deve ser entregue com o cabo voltado para quem está recebendo.
o As pinças e tesouras são entregues da forma que vão ser utilizadas.
o O porta agulha montada é entregue com o fio cirúrgico e a pinça hemostática.
o O instrumental básico não volta para mesa.
As pinças hemostáticas possuem o cremalheira que a travam.
CELIOTOMIA
Cirurgia feita na cavidade abdominal.
Músculos do abdômen
 Oblíquo externo do abdômen
Origem: ultima costela e fáscia toracolombar
Inserção: aponeurose que se insere na linha alba e no tendão prépúbico
 Oblíquo interno do abdômen
Origem: folheto superficial da fáscia toracolombar caudalmente a ultima costela
Inserção: aponeurose no reto do abdome, linha alba e tendão prépúbico
 Reto do abdômen
Origem: púbis
Inserção: esterno
 Transverso do abdômen
Origem: ultimas 4 ou 5 costelas e processos transversos das vértebras lombares
Inserção linha Alba, após cruzar a superfície interna do reto do abdômen.

Regiões do abdômen
 Epigástrica, cranial
Separa-se da mesogástrica por uma linha imaginária que liga o fim das costelas.
 Mesogástrica, medial
Separa-se da hipogástrica por uma linha imaginária que liga as cristas ilíacas.
 Hipogástrica, caudal
Os músculos oblíquos e o músculo transverso fazem suas intercessões (aponeuroses) na linha
Alba. Entre esses músculos e a linha Alba está o músculo reto e essas aponeuroses vão passar
ventralmente ou dorsalmente a ele. A relação das aponeuroses com o músculo reto varia de
acordo com a região do abdômen:
Na região epigástrica, o músculo transverso mais interno, a fáscia do músculo oblíquo
externo passa ventralmente ao músculo reto. A fáscia do músculo oblíquo interno se divide,
uma parte ventral e outra dorsalmente ao músculo reto. O músculo transverso tem uma fáscia
ventral e outra dorsal ao músculo reto.
Na região mesogástrica, o músculo oblíquo externo com a fáscia ventral, músculo oblíquo
interno só ventral e o músculo transverso totalmente dorsal ao músculo reto.
Na região hipogástrica, os 3 folhetos tem suas aponeuroses passando ventralmente ao
músculo reto.
Quando essas aponeuroses se juntam, formam estojo do músculo reto, a parte fibrosa que
envolve o músculo reto. Com isso, na região hipogástrica o estojo está presente apenas na
parte ventral, na parte dorsal do estojo não existe.

Classificações de celiotomia
Celiotomia longitudinal mediana
Incisa a linha Alba e peritônio. Tem apenas um ponto de sutura.
Elevar a parede abdominal, para não atingir nenhuma estrutura perto da parede e incisar a
pele e o subcutâneo. Incisão na linha média (linha Alba). No caso do macho, precisa desviar
quando chega perto do prepúcio. Fazer pequena incisão com bisturi e depois continuar com a
tesoura.
Celiotomia longitudinal paramediana
Paralelo à linha média (linha Alba). Tem dois planos de acesso.
Incisar o estojo dorsal e estojo ventral do reto. Tem dois pontos de sutura, demorando mais e
sendo mais trabalhoso, no entanto garante maior segurança em animais que tenham uma
contenção mais difícil ou que sejam mais pesados.
Na parte hipogástrica, não tem vantagem da paramediana sobre a mediana, porque a mediana
só apresenta um plano de sutura, já que nessa região só há o estojo ventral. Nesse caso, a
paramediana não traria vantagem e ainda seria mais trabalhosa.
Atravessa o peritônio e a linha Alba com a agulha, o mesmo plano de sutura. Estudos
demonstraram que quando não envolve o peritônio na sutura, cicatrizava mais rápido e
causava menos aderência.
Pode ser:
o Para retal – não atravessa o músculo reto:
Fazer a incisão no estojo do reto, divulsionar o músculo reto do seu estojo e afastar ele
lateralmente (externamente ou internamente).
Não incisar a musculatura mantém o movimento normal do eixo muscular.
 Interna – mais próxima da linha média (linha Alba).
 Externa – mais distante da linha média (linha Alba).

o Transretal – incisa a musculatura, formando uma fibrose. Atravessa o m. Reto.


Sempre dar preferência para as para-retais. As transretais sangram muito, desfazendo a
anatomia normal, mas no caso de necessitar de mais fibrose, optar pela transretal.
Quando ocorre incisão da musculatura forma fibrose, podendo reforçar o local da sutura,
se necessário.

Usando como referência a cicatriz umbilical, a celiotomia paramediana e mediana pode ser
chamada de pré, trans ou retro-umbilical e usando como referência as regiões do abdômen,
pode ser epi, meso ou hipogástrica.

Longitudinal mediana (laparotomia) – pelo flanco


Quando a celiotomia ocorre pelo flanco. Muito comum em grandes animais. Em pequenos
animais também é utilizada, principalmente em cesariana, porque se fizer a incisão na linha
média, pode prejudicar a amamentação desses filhotes e inflamar a sutura.
Paracostal
Incisão paralela à última costela. Interessante para acessar baço, rim, fígado.

Combinada
Muito comum associar uma longitudinal mediana com paracostal, para cirurgia de fígado,
ovário.

CELIORRAFIA
É o fechamento da cavidade abdominal, sendo necessário fazer a rafia das seguintes camadas:
 Parede abdominal
 Subcutâneo
 Pele
Em celiotomia longitudinal mediana e em animais de grande peso, a sutura descontínua é
mais indicada, pois resiste à tensão.
Em casos que é necessário uma sutura rápida ou em animais de pouco peso, a sutura contínua
é mais indicada.
Na maior parte das cirurgias, é utilizada a sutura descontínua.
No caso de uma cirurgia contaminada, mesmo em animal de baixo peso a mais indicada é a
sutura descontínua, dessa forma o líquido pode sair. Deve ser usado fio inabsorvível e
monofilamentar.
Em casos de cirurgia em que esteja tudo bem, pode usar fio absorvível.
Fio natural e o fio absorvível causa mais reação, ou seja, não devem ser usado em processos
inflamatórios.
No subcutâneo, que é só para aproximação, deve-se usar fio absorvível e sutura contínua.
Na pele deve ser usada sutura descontínua, só utiliza contínua no caso de intradérmica. Deve
ser escolhido o fio menos reativo possível.
Em celiotomia paramediana mais dorsal e interno, deve-se usar a sutura contínua, na mais
externa e ventral, deve-se usar a sutura descontínua, para dar resistência a tensão.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Enquanto a cirurgia mais usada no sistema reprodutor de fêmeas em pequenos animais é a
castração, em grandes animais é a cesárea.
Os rins ficam bem próximos dos ovários. O ovário esquerdo e o rim esquerdo estão localizados
mais caudais, sendo de acesso mais fácil, enquanto o ovário direito e o rim direito estão
localizados mais craniais. As manipulações nessa região precisam ser cuidadosas, por ser muito
próximo aos ureteres.
Os vasos que irrigam os ovários são: a artéria e a veia ovárica. A artéria ovárica é o ramo direto
da aorta e a veia ovárica desemboca direto na veia cava caudal. A artéria ovárica apresenta
grande pressão. As artérias uterinas médias irrigam do útero, são de grande calibre, correm no
corpo do útero e depois se ramificam acompanhando os cornos uterinos.

Ligamento largo: fixa os cornos uterinos na parede.


Ligamento suspensório: Suspende os ovários na parte dorsal, prendendo na última costela.
Ligamento mesovário: envolve plexo vascular dos ovários.
Ligamento Próprio: Liga o ovário ao corno uterino.
 Ooforectomia ou ovariectomia – retirada dos ovários
 Histerectomia – retirada do útero
 Ovaria-salpingohisterectomia (osh) ou pan-histerectomia – retirada do ovário, tuba e
útero
 Histerotomia– abertura do útero, normalmente utilizada na cesária.
Em casos de controle populacional, retira o útero ou secciona a trompa e deixando o ovário. O
animal continua tendo comportamento reprodutivo. Diminui o risco da população continuar
cruzando em excesso. Em gatos, seleciona as dominantes, que continuará sendo a dominante
do local e não permitirá que qualquer macho se aproxime e continue cruzando.

Ovaria-salpingohisterectomia (OSH) ou Pan-histerectomia


O acesso é feito através da longitudinal mediana, mesogástrica, retro-umbilical.
Em animais mais adultos: mais caudal a cicatriz umbilical (2-3cm)
Em animais mais jovens: na própria cicatriz umbilical

Ovário não fica muito bem exposto assim que abre a cavidade abdominal, é necessário com
dedo ou gancho pegá-lo na parte dorsal, próxima ao rim, na região epigástrica para
mesogástrica. Ventralmente aos ovários se encontram as vísceras da cavidade, principalmente
as alças intestinais, mais dorsalmente, do lado direito encontra-se o mesoduodeno, a saída do
estômago para duodeno, envolvendo o pâncreas e do lado esquerdo encontra-se o
mesocólon, o encontro do cólon transverso com cólon descendente. Para ultrapassar essas
estruturas e alcançar o ovários, deve-se com a mão encostada na musculatura da parede
abdominal, afastar as vísceras, empurrando-as e encontrando assim mais ao fundo o ovário,
rim, ureter, etc.
Em animais obesos, pode acessar o corno do útero primeiro, já que o mesmo se localizada
dorsalmente a bexiga, sendo mais fácil de ser localizada. Seguindo o corno do útero
cranialmente, é possível encontrar os ovários.
Isola o campo cirúrgico com compressa úmida, formando um lençol em volta do campo a ser
trabalhado. O auxiliar traciona o ovário, corno uterino.
Iniciar com ligadura dos vasos ovarianos: Para conseguir trazer o ovário para mais perto do
cirurgião, rompe o ligamento suspensor com tesoura, desinserindo do ovário (perde a fixação
e resistência, só fica fixado pela vascularização).

Faz uma fenestra no ligamento largo, perfurando com uma pinça hemostática fechada e
depois abrindo, numa área sem vasos.

Pela fenestra, introduzir duas pinças hemostáticas proximais ao ovário. No sentindo do corno
uterino coloca mais uma pinça hemostática (distal). A pinça faz hemostasia temporária,
delimitando o ovário.

Fazer a hemostasia definitiva através de ligadura e transfixação.


Ligadura – Passar o fio em volta do vaso, apertar e fazer nó de cirurgião. Mais proximal ao
animal.
Transfixação – Atravessar a agulha no meio do vaso, entre dois vasos ou onde estiver vendo,
ficando com duas pontas de fio, dar um nó duplo, depois envolve os vasos com esses dois fios
e faz um nó de cirurgião. Mais distal do corpo do animal.
É necessário fazer a ligadura e a transfixação, porque a ligadura pode correr, principalmente
quando animal se recupera da anestesia, por isso fazer também a transfixação. Já a ligadura
antes da transfixação é necessária, porque a transfixação perfura o vaso, causando
hemorragia.

Seccionar entre transfixação e a pinça. Por isso o mais indicado é colocar pinça bem próxima
do ovário, porque caso permaneça parte do ovário o animal pode ter síndrome do ovário
remanescente.
Em animais muito pequenos, pode esgarçar o ligamento largo, alongando os vasos presentes
nele. Quando esses vasos são visíveis, faz uma ligadura em cada lado, uma proximal e uma
distal ao animal, seccionando entre as ligaduras. São necessárias duas ligaduras, pois somente
uma permitiria a ocorrência de hemorragia.
Fazer a retirada do útero. As artérias que acompanham os cornos do útero precisam ser
retiradas individualmente. Essa parte já está ramificada, porque ela está lá em cima, junto ao
corpo do útero. Precisa fazer hemostasia das artérias uterinas médias. Atravessa a parede
uterina, sem atingir a luz do útero, quando apertar o nó, faz a hemostasia da artéria. No fim,
precisa obliterar esse tubo. Fazer duas ligaduras.

A cérvix do útero é mantida, para evitar a ocorrência de infecções.

Em cornos uterinos grandes, fazer a transfixação.


Em cornos uterinos contaminados, fazer a sutura de Parker-Kerr: por cima da pinça, uma
Cushing indo e uma Lembert voltando. Sutura seromuscular, invaginante.

Depois disso, fica com coto uterino. Para melhorar a obliteração, fazendo a omentalização:
traz o omento, coloca por cima da sutura e faz dois pontos.

*Cirurgia vídeo-laparoscópica

Cesariana
O mais indicado é fazer uma laparotomia, ou seja, operar pelo flanco.

Deve-se trazer o útero que estará aumentando para perto do acesso e fazer abertura do corpo
do útero, sempre com compressa úmida em volta.
Como se trata de uma víscera oca, o ideal é fazer ponto de reparo, ou seja, passar agulha pela
serosa e muscular. Fazer então dois pontos de reparo. Se não fizer ponto de reparo, pode
danificar o feto quando fizer a incisão.
Acessa o feto, retira-o.

Rafia com plano contínuo (mais interno, fazendo as quatro camadas) e depois descontínuo
(sero-muscular). Pode-se também fazer dois planos contínuos. O segundo deve sempre ser
sero-muscular. A rafia da parede é feita por instrumentador, para o médico veterinário poder
dar os devidos cuidados ao filhote.

Faz secção do cordão umbilical.


TÉCNICAS CIRÚRGICAS DO ESTÔMAGO
Gastrotomia
 Incisão: O ponto ideal para realizar a incisão é o
ponto intermediário entre a curvatura maior e
menor, no segmento do órgão onde vasos não
estejam evidentemente presentes na linha a ser
incisada. Deve haver os devidos cuidados com o
cárdia e o piloro, entrada e saída do estomago que
são pontos de maior estreitamento do estômago e
com os vasos curtos do estômago onde ocorre
ligação do ligamento gastro esplênico. O cuidado se
dá pela preocupação de caso a incisão atingi-los, o
conteúdo gástrico acesse a cavidade.

 Pontos de reparo: Auxiliam no momento da incisão ao promover o ancoramento do


órgão e gerar tensão na linha da incisão. O ponto de reparo é feito somente nas
camadas mais externas: serosa e muscular, ou seja, é parcial e não contaminante.
Quem abre a parede, inicialmente, é o bisturi, em posição transversal ao órgão. A
partir dessa incisão, se dá continuidade com a tesoura. A parte fina da tesoura deve
ficar voltada para fora para que não venha a causar danos.
 Rafias: Pode ser utilizada a interrompida simples. Podem ser feitos dois planos de
sutura. O primeiro plano de sutura é interno e o segundo o mais externo. No primeiro
plano de sutura pode ser feito na mucosa e submucosa a interrompida simples e no
segundo plano de sutura na seromuscular pode ser feita uma sutura Lembert ou
Cushing na seromuscular, dando invaginação na margem.
Gastrostomia temporária – sonda
Função: Comunicação com o meio externo. Em pequenos animais, utiliza-se para alimentação
enteral e involuntária através de sonda, sendo de ação temporária.
Indicação: Dilatação volvo gástrica. Pode ocorrer em cães, principalmente de grande porte,
que uma única vez se alimentam de ao dia e são soltos para brincar e correr, levando a grande
atividade física, promovendo a rotação do estômago ao redor do seu próprio eixo
mesentérico. O animal apresenta expressiva dilatação abdominal.
Técnica cirúrgica:

 Pontos de reparo: são feitos para manter certa tensão na parede do estômago,
facilitando a sutura e incisão em estocada (transversal) no centro da bolsa de tabaco.
 Incisão: na parede abdominal lateralmente para introduzir a sonda. Para isso, o
auxiliar encosta a ponta da pinça na parede do abdômen evidenciando a região para
que o cirurgião venha de fora com a ponta do bisturi incisando na pele em direção ao
peritônio. Quando o bisturi incisar todas as camadas da parede abdominal, a pinça
volta com ele até a pele.
 Passagem da sonda: Pinçar a sonda e levar a mesma para dentro da parede peritoneal
introduzi-la no orifício no centro da bolsa de tabaco, inflar o “cuff” (balão da sonda) e
atar os nós. Ao redor da sonda tem efeito invaginado da parede, prende a sonda de
forma indireta.
 Outra possibilidade: antes da sonda entrar pela bolsa de tabaco, passá-la pelo
omento, evitando que caso algum ponto não tenha ficado apertado suficiente ao redor
da sonda, o conteúdo gástrico se perca dentro da cavidade peritoneal.
 Gastropexia – fixação do estômago a parede abdominal: o estômago está solto
dentro da cavidade. Para fixá-lo é necessário justapor a parede gástrica à parede
abdominal. Passar 4 pontos cardeais somente na seromuscular do estômago junto
com duas camadas mais internas da parede abdominal (peritôneo e músculo
transverso).
 Sutura de bailarina ou dedo chinês: Sutura ao redor da sonda, do lado de fora, fixa a
sonda na parede abdominal externa sem perfura a mesma.
 Cicatrização: A sonda não pode ser removida antes de 12 dias, para que ocorra a
cicatrização completa ao redor da mesma, evitando que caia conteúdo gástrico na
cavidade peritoneal. A fístula formada nesse tempo faz uma canal de tecido conjuntivo
entre mucosa e pele.
 Escolha do fio: varia conforme a situação. Em caso de indicação volvo gástrico onde há
grande possibilidade de reicindiva ou em caso de paciente terminal, onde há
dificuldade de cicatrização, o mais indicado é o fio Inabsorvível.
 Retirada da Sonda: desinflar o “cuff” e puxar a sonda E fica a fistula, por isso é
necessário colocar uma gaze para não vazar o conteudo estomacal.
 Outras possibilidade de gastropexia: Através de sutura em elipse: incisão na
seromuscular e faz na parede abdominal interna, ao fazer essa incisão, a tendência é
que os tecidos se afastem, criando uma elipse. A sutura é feita o redor desta elipse.
Existe a criação de solução de continuidade, de maior superfície de aderência entre
parede abdominal interna e parede gástrica externa. Essa maior superfície de
aderência garante maior confiabilidade. Evita a recidiva da torção volvo-gástrica.
BAÇO
Esplenectomia total
Indicações: Se houver apenas uma laceração ou uma lesão pontual é possível recuperar o
órgão, mas dependendo do nível de lesão no baço, o ideal é retirar o órgão principalmente se
estiver muito escurecido como por exemplos após uma torção volvo-gástrica, num quadro
isquêmico, onde há produção de muitos metabólitos que agravam o estado do animal,
principalmente na hemodinâmica, nas questões relacionadas ao sistema cardiológico. Outras
situações: hemangiomas, hemangiossarcomas, linfossarcoma e ficrossarcoma. Importante
avaliar se a neoplasia é primária ou secundária e enviar material para citologia ou
histopatologia.
Hematoma subcapsular: principalmente por trauma. Tem aspecto similar a neoplasia. Órgão
com presença de muito sangue contido apenas pela cápsula, qualquer trauma implicaria ao
rompimento da mesma e a perda de sangue pro meio extravascular, gerando uma hemorragia
interna. Se tiver rompido, é possível observa pela punção abdominal.
Técnica cirúrgica:
 Pinçar os vasos do ligamento gastro-
esplênico. Em cada vaso que for pinça,
colocar duas pinças hemostáticas e
incisar entre elas. Altura segmento ideal
para pinçamento: o mais próximo
possível do hilo esplênico.
 Remoção do ligamento gastro-esplênico.

Esplenectomia parcial
Retira apenas uma parte do órgão.
Técnica cirúrgica:
 Também com ligadura próxima ao hilo esplênico.
Clamps intestinais fecham parcialmente, sem
macerar a parede do órgão, apenas evitando a
circulação sanguínea no momento. O clamp que
permanece no animal serve como estrutura de
base para ajudar na realização da sutura.
 Escolha de sutura: sutura de corrediça vai
numa contínua simples em uma direção e
volta na outra direção com ela atando nó
somente no final, como um x contínuo.
 Escolha da sutura: Festonada/reverdin
(sutura hemostática) é excelente,
devendo englobar a cápsula do órgão.
 Escolha do fio: absorvível, média duração, que leva um tempo suficiente para ser
absorvido enquanto vaso cicatriza.
INTESTINO DELGADO
Enterotomia
Abertura da parede intestinal.
Indicações: Corpos estranhos lineares podem estar ancorados anteriormente na base da língua
ou no cárdia, podem passar ao longo do estômago e ganhar o intestino, formando um
pregueamento das alças, chamado de plicatura intestinal. Precisa desfazer o ancoramento
anterior, cortar esse fio na base da língua, para o próprio animal expulsar através de peristalse,
acompanhando por ultrassom e fezes. Se estiver localizado no cárdia, fazer uma gastrotomia
para desancorar. No intestino delgado, onde pode estar cortando de dentro para fora a cada
peristalse. Se cortar serosa, faz uma peritonite grave. Em cada segmento que esse fio tiver
cortado a mucosa e a submucosa, precisa abrir, puxar o fio levemente e sentir qual o próximo
ponto em que ele está ancorado.
Técnica cirúrgica:
 Realizar os pontos de reparos
 O melhor local é a borda anti-mesentérica que é bem vascularizada e sem vasos
calibrosos na linha de incisão, oposta a incisão do mesentério nessa alça. É necessário
ordenhar a alça cranial e caudalmente, empurrando as fezes de onde vai fazer a
incisão, usando a pinça clamp intestinal.
 Enterorrafia: fechamento da parede intestinal
Sutura: a rafia deve ser invaginante (lembert ou cushing), interrompida simples
(passando a agulha tendendo a certa obliquidade ao longo da parede), somente
seromuscular. Pode-se com pontos de reparo lateralizar uma incisão longitudinal, é
vantajoso rafiar no sentido da transversal, transformando uma incisão que longitudinal
em uma transversal, melhorando recuperação cicatricial.

 Plano de rafia: Não pode-se fazer sutura em dois


planos, deve ser feito com um único plano de
rafia, porque no processo de cicatrização pode
haver estenose. No intestino grosso o risco de
contaminação é muito maior, sempre levando
planos de ráfia.
 Sutura gambee: considerada total, mas passa de
forma que ganha certa resistência. O fio passa
pela serosa, muscular, submucosa, mucosa, volta
só na submucosa, entra na submucosa do outro lado, volta pra mucosa do lado direito
e retorna na serosa. A sutura fica muito justaposta, sendo considerada como plano
único. A desvantagem dessa sutura é ser contaminante.
 Omentalização da sutura é vantajosa.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO
É chamado de procedimento de salvamento, porque nesse momento não sobraram
alternativas, o objetivo é a qualidade de vida do animal.
Membros possuem muitos músculos em volta, que são muito vascularizados, portanto, acaba
sangrando muito quando ocorre uma incisão.
O tutor pode ter dificuldade de compreender a diferença entre a amputação de um membro
de um animal e de uma pessoa. Em algumas situações a amputação não traz malefícios,
porque o animal é quadrúpede e consegue compensar com os outros membros.
Altura da amputação:
Pode ser alta ou baixa. Por exemplo, no membro torácico uma amputação alta é retirando a
escápula enquanto baixa é na articulação escapulo umeral ou no próprio úmero, enquanto no
membro pélvico a alta é desde a articulação coxo-femural e a baixa é no meio do fêmur. A
vantagem de fazer a amputação baixa no membro toráxico é que mantendo a escápula ele
atua na proteção do tórax, assim como no membro pélvico a manutenção do fêmur age na
proteção da genitália externa. A amputação baixa é recomendada quando o animal vai utilizar
prótese. Não indicada a amputação no joelho ou cotovelo, porque o apoio dessas regiões pode
levar a lesões e infecções.
Em alguns casos a amputação é contraindicada, devido a sobrecarga dos outros membros:
 Displasia coxofemural: se for feita a amputação, o outro membro receberia todo o
peso, podendo levar a uma luxação, ou seja, a saída do fêmur do lugar, o animal para
de andar, perdendo sua qualidade de vida.
 Obesidade: o sobrepeso vai levar a sobrecarga do outro membro.
 Fraturas recentes em pelve
 Artrite/artrose
 Fratura ou luxações em membro contralateral

Indicações:
 Neoplasia: osteossarcoma, mastocitoma, fibrossarcoma, sarcoma de tecidos moles,
hemangiopericitoma, plasmocitoma. É necessário fazer a amputação com margem
cirúrgica para que não ocorra recidiva.
 Anomalias congênitas em membros que podem gerar perda de sua função
 Traumas ortopédicos, tecidos moles. Exemplo: traumas severos como atropelamento
e queimaduras.
 Infecções intratáveis em ossos ou tecidos moles. Exemplo: o tratamento contra a
Osteomielite é muito longo com antibióticos endovenosos, levando até 60 dias.
 Afecções em nervos periféricos Exemplo: avulsão do plexo braquial
 Necroses isquêmicas. Exemplo: bandagem excessivamente apertada
Técnicas cirúrgicas de amputamento de membro toráxico:
 Isolamento do membro com atadura estéril para que não corra riscos de infecções ao
manipular a porção distal do membro.
 Acesso: desinserção escapular, desarticulação escapulo-umeral ou mesoumeral.

Desinserção escapular

 A escápula está inserida no tórax através dos músculos, não está articulada a nada.
 Localizar a crista da escápula, onde estão alguns músculos inseridos.
 Incisar a pele nessa área e no terço proximal do úmero fazer uma circunferência.
 Músculos inseridos na escápula: músculo omotransverso, deltóide e trapézio e cortá-
los nas suas inserções, já que a parte mais vascularizada está no meio do músculo.
 Encontrar o músculo rombóide e corta-lo, para acessar a região medial da escápula.
 Encontrar o músculo serrátil-ventral e elevá-lo, encontrando plexo braquial, artéria e
veia axilar.
 Fazer a hemostasia dos vasos através da ligadura total e transfixação na artéria e a
dessensibilização dos nervos, através do uso de anestésico local e corte do nervo,
evitando a ocorrência do “membro fantasma”.
 Escápula está desinserida.
 Seccionar os músculos mais distais da escápula: músculos peitorais, músculo
superficial e músculo profundo. Não se pode fazer a secção muito proximal ao osso. O
ideal é deixar uma quantidade de músculo para proteger a área.
 Suturar os músculos.

Desarticulação escapulo-umeral

Amputação mesoumeral
É feita no meio do úmero.
 Não incisa a escápula
 Fazer uma incisão circunferencial no membro. É feito em formato de meia lua de
barriga para baixo. É importante deixar sobrar pele, para conseguir fechar
corretamente.

 Encontrar os grupamentos musculares


 Colocar uma pinça hemostática em cada porção distal e proximal do músculo e fazer
secção no meio.
 Abrir pinças aos poucos e observar os vasos que estiverem sangrando para cauterizar
ou ligar.
 Fazer a dessensibilização dos nervos.
 Encontrar e serrar o úmero.
 Suturar os grupos músculos, a pele e o subcutâneo.
Técnica cirúrgica de amputação no membro pélvico
Isolamento do membro com atadura estéril para que não corra riscos de infecções ao
manipular a porção distal do membro.
Acesso (desarticulação coxo-femural ou mesofemural)

Desarticulação coxo-femural

 Incisar a pele e subcutâneo circunferencial na face lateral e medial.


 Encontrar os músculos pectíneo, grácil, adutor e sartório.
 Pinçar de forma proximal e distal e cortar o músculo mais distalmente ou no meio mas
pinças, para sobrar músculo no final do processo.
 O nervo ciático e artéria femural se encontram na face medial e apresentam grande
importantância. Palpar a artéria femural e percebê-la pulsando.
 Encontrar a cápsula articular (branca e fibrosa) e incisar com bisturi. Nesse momento,
vai sair o líquido sinovial de aspecto viscoso.
 Corta o ligamento redondo na articulação coxo-femural com tesoura para conseguir
tirar o membro inteiro.
Mesofemural

 Incisar na porção distal do fêmur, para sobrar mais músculos e pele. Incisar de forma
lateral e medial, circundando o membro, localizando os músculos e incisando-os.
 Localizar o osso e serrar.
 Deixar o coxim muscular para proteger o osso.

Tipos de sutura para amputação:


 Para aproximar os grupamentos musculares: em padrão em X ou em U. Passar duas
vezes no mesmo lugar. Usar fio absorvível de longa duração ou não-absorvível.
 Para aproximação do tecido subcutâneo: em colchoeiro. Usar fio absorvível.
 Para a aposição da pele é sempre indicado o uso de fio inabsorvível

Complicações possíveis da amputação:


 Hemorragia
 Deiscência da sutura
 Seroma: líquido inflamatório que resulta de tecido morto e espaço vazio.
 Infecção
 Dificuldade de locomoção

Considerações importantes:
 É fundamental a analgesia
 Coxins musculares
 Membro fantasma
 Evitar neuroma
 Hemostasia para evitar hemorragias
 Altura da amputação
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE PELE
 Rotina clínica e cirúrgica
 Filhotes de cães a pele equivale a 24% do peso corporal, em adultos corresponde a
12%.
Considerações relevantes:
 Áreas com tensão
 É indicada quando a cicatrização por primeira intenção, ou seja, a cicatrização por
aproximação das margens não é possível:
o Área extensa: não podem ser simplesmente suturadas
o Quando a cicatrização pode levar a deformidadde.
o Áreas com muita tensão
o Áreas com intensa movimentação, como o joelho e o cotovelo, não podem
ficar muito tensas, porque a movimentação pode afetar a cicatriz.
o Áreas com exposição de estruturas nobres como artérias, veias, ligamentos,
nervos.
 Vascularização é necessária para a integridade do tecido. A chance de “pega” no cão e
no gato é menor que nos humanos. No cachorro e o gato apenas uma artéria e uma
veia são responsáveis pela irrigação de uma região pele, dificultando a
neovascularizaçao. As artérias cutâneas diretas do cão e do gato vascularizam a
hipoderme, subindo para derme e epiderme.

 Características das espécies:


Gato Cão
Perfusão cutânea ↓ ↑
Síntese de colágeno ↓ ↑
Resistência à ruptura ↓ ↑
Tempo de granulação ↑ ↓
Diferentemente do cachorro, a granulação do gato é centrípeta. No gato pode ocorrer
falsa cicatrização ou pseudocicatrização.
 Espaço subcutâneo

Linhas de tensão na pele do cão e gato: Por onde passam as áreas que são mais tensas nos
animais. A incisão deve ser feita conforme a linha de tensão para facilitar a sutura e a
cicatrização. Pode-se juntar as margens com a mão, desde que a favor da linha de tensão.
Cuidados a serem tomados:
 Cuidado no manuseio para gerar o mínimo trauma possível
 Instrumental cirúrgico correto
 Hemostasia
 Técnica asséptica
 Reduzir a tensão na ferida cirúrgica
 Preservar adequado suprimento sanguíneo na área
 Aposição tecidual
 Evitar espaço morto. A exitência de vazios aumenta a presença de líquido (seroma),
afastando o tecido e prejudicando a aproximação.

Técnicas na pele
 Relaxamento de tensão
 Enxertos pendiculados ou retalhos
 Enxertos livres

Técnicas de relaxamento de tensão


Divulsão: Independente de qual técnica for fazer é importante divulsionar toda margem da
ferida, promovendo relaxamento de tensão.
Suturas como a longe-longe-perto-perto e a longe-perto-perto-longe.

Incisões pontilhadas múltiplas


Várias feridas cicatrizam mais fácil que uma
única grande. Diminui a tensão na área
principal.
 Fazer diversas incisões na região da
ferida.
 Suturar a ferida.

V-Y PLASTIA
 Próximo da ferida fazer uma outra
ferida em formato de V.
 Por dentro da ferida, divulsionar a
ferida principal, diminuindo a tensão da ferida.
O V feito se torna um Y, porque a margem se
aproxima da ferida inicial.
 Suturar a ferida
 Suturar a incisão em V/Y
Defeitos retangulares ou quadrados
 Suturar os cantos da ferida para
diminuir a tensão
 Suturar o meio.

Walking suture
 Divulsionar os tecidos
 Suturar a pele por dentro trazendo mais
a frente: Passar agulha numa margem, passando
o tecido a uma distância duas vezes maior do
que feito na margem anterior, avançando na
pele.
 Suturar as bordas.

Avanço
 Divulsionar os tecidos
 Suturar a pele trazendo mais a frente,
alcançando a outra borda.

Feridas articulares
Em situações onde a ferida se localiza em uma
área com grande movimentação, como o
joelho, facilita a ocorrência de deiscência.
 Fazer uma incisão ao lado
 Suturar
Enxertos ou retalhos pediculados
Utilização de uma área de pele irrigada por um vaso já conhecido, esses enxerto ainda
apresentam um “pé” no organismo, mantendo assim a vascularização.
Considerações cirúrgicas:
 Área doadora
 A área ou leito receptor deve ser uma área limpa, sem tecido morto e sem infecção
para receber da área doadora
 As dimensões das duas áreas devem ser proporcionais.
 Técnica cirúrgica e instrumental apropriada
 Divulsão
 Leito receptor

Classificação:
 Plexo subcutâneo (padrão subdérmico): utiliza pequenos vasos da pele
 Arterial ou axial

Enxerto pendiculado - padrão subdérmico


Retalho em H
 Incisar em formato de H
 Divulsionar a pele cranial e caudal
 Suturar de preferência com sutura simples, porque se soltar, solta somente um ponto.

Bolsa escrotal
 Crastar o animal
 Usar a pele da bolsa para suturar

Retalho em bolsa
 Fazer duas incisões paralelas no tronco e divulsionar entre elas.
 Passar a pata lesionada do cachorro por dentro da ferida e suturar.
 A pele da pata vai crescer. Após o tempo determinado, abrir essa bolsa, liberando a
pata do animal.
 Suturar a ferida no tronco.
Retalho rotacional
 Em uma ferida triangular, fazer
corte em círculo.
 Divulsionar e rotacionar esse
corte.
 Suturar a ferida.

Enxerto pendiculado axial


Tem mais chances de “pegar”,
porque é trazido junto com a sua
vascularização. Levam o nome da
artéria que irriga a região:
1. Auricular Caudal
2. Omocervical
3. Toracodorsal
4. Epigástrica Superficial
Caudal
5. Genicular Medial
6. Ilíaca Circunflexa Profunda
7. Caudal Lateral Superficial
8. Braquial Superficial
9. Temporal Superficial

Enxerto livre
Pode ser feito com o auxílio do punch, em tiras ou em placas.
 Retira a pele de uma área de pouca tensão.
 “Limpar” deixando somente a derme.
 Enxertar a derme
 Suturar as margens
 Fazer várias incisões para drenar os líquidos

Técnicas especiais
 Omentalização extraperitoneal: Leva o omento até a área que necessita. O omento
tem vasos e células de defesa que vão ajudar na cicatrização. Pode usar o omento livre
ou através de túneis no subcutâneo.
 Retalhos miocutâneos

Observação: Os cuidados pós-operatórios são fundamentais.


Complicações:
 Deiscência
 Seroma
 Necrose
 Hematoma
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DO SISTEMA URINÁRIO
 Importância desse sistema na homeostase do paciente.
 Variedade de técnicas x escolha da técnica
 Anatomia cirúrgica
 Avaliação criteriosa, diagnóstico e estabilização.
 Rotina clínica
 Diminuir hemorragias
 Manter o diâmetro luminal, a sua diminuição pode levar a obstrução.
 Prevenir o extravasamento de urina
 Eliminar tensão para ter menor probabilidade de fibrose e descência
 Utilizar materiais e padrão de sutura adequados.

RINS
Estão localizados na região dorsal, atrás das costelas, são retroperitonias (coberto por
peritônio, envolto por cápsula. O rim direito é mais cranial que o esquerdo, o acesso do rim
direito é mais difícil. Possui hilo renal com artéria, veia e ureter. A veia renal drena para a veia
cava cranial e a artéria renal drena a aorta. A veia ovárica esquerda drena para a veia renal
esquerda. Se fizer a ligadura da veia renal próxima à veia cava, liga também a veia ovárica. Se
animal não for castrado, isso pode causar problemas. As vezes esse quadro muda de acordo
com o paciente. As vezes a veia ovárica tem duas saídas ou não drena para veia renal, e sim
direto para veia cava. As pelves renais desembocam nos ureteres desembocam na região
dorsal da bexiga. Desembocadura dos ureteres: trígono.
Acesso: celiotomia
 longitudinal mediana (vermelho): na linha alba, do xifoide ao púbis – mais usada.
 paramediana (amarelo): direto para o rim.
 paracostal (azul): sobre o rim. Tem como desvantagem não permitir a visualização do
todo, observa-se apenas o rim.
Nefrotomia
Abertura dos rins por incisão no parênquima renal.
Indicações: cálculos renais, exploração da pelve renal (exemplo: hematúrias) e neoplasias.
Técnica cirúrgica:
 Acesso: longitudinal mediana.
 Fazer a divulsão do peritônio e uma flexão medial para ver melhor o hilo renal e com
pinças hemostáticas vasculares, realizar a hemostasia das artérias e veias renais por no
máximo dez minutos: com uso de pinças hemostáticas vasculares, utilização do dedo
ou rotação de 180 graus do rim.
 Incisar na região contralateral ao hilo e com o cabo do bisturi separar o córtex para
alcançar a pelve renal. Nesse momento, pode ser feita a retirada de cálculos renais,
por exemplo.
 Passar a sonda e fazer a lavagem com soro fisiológico estéril para retirar coágulos,
cristais ou sedimentos que estiverem retidos.
 Suturar com fio absorvível. Utilizar padrão simples contínuo apenas na cápsula. Outra
possibilidade em casos de maior hemorragia: dois padrões de sutura, o primeiro plano
em U horizontal no córtex (sutura de hemostasia) e uma simples contínua na cápsula.

Complicações:
 Hemorragia
 Uroperitônio
 Redução temporária ou permanente da função renal: controverso, a incisão e sutura
no córtex atingem os néfrons que ficam nessa região. Em 1977, foi relatado que a
função é reduzida de 30 a 50% sete dias após a cirurgia. Em 2002, outro trabalho
mostrou que 7-10 dias não há alteração da função renal. São necessários mais estudos
para verificar a perda de função. Deve-se observar que os animais submetidos a esse
tipo de cirurgia já são pacientes renais.
Nefrectomia
Retirada do rim. Pode ser parcial ou total.
Indicações:
 Neoplasias
 Hemorragias incontroláveis (ex: trauma)
 Pielonefrite resistente: inflamação/infeccção no rim
 Hidronefrose: acumulo de urina no rim e destruição do córtex. Pode ser causado por
uma ligadura acidental do ureter em castração, por exemplo.
 Rim policístico: comum em gato persa
 Dioctopyma renale: parasito que causa destruição no parênquima renal.
 Anormalidades uretrais como estenose ou obstrução.

Nefrectomia parcial
Em acometimentos pequenos comparados ao tamanho do rim.
Técnicas cirúrgicas:
 Acesso: Celiotomia longitudinal mediana. Acessar o rim de divulsionar o peritônio.
 Faz a retração da cápsula para que possa usar a cápsula para recobrir a porção que
ficará. Algumas vezes por conta de traumas ou envolvimento na neoplasia, não é
possível, nesse caso faz a técnica sobre a cápsula mesmo.
 Sutura hemostática: Selecionar dois pontos do parênquima renal para passar 2 agulhas
rombas. A agulha romba promove menos sangramento. Essas agulhas estarão em um
mesmo fio (fio duplamente agulhado). Usar fio absorvível monofilamentar
monofilamentar (polidioxanona, poligliconato, poligiecaprone) 0 ou 1, grosso.
 Corta o fio liberando as agulhas e unir as pontas. A intenção dessa sutura é a retração
e compressão do parênquima, para evitar sangramento.
 Comprimir o parênquima com nós de cirurgião e fazer a incisão da porção a ser
retirada com bisturi. É importante não incisar muito próxima a sutura, deve
permanecer um coto de segurança, garantindo que a ligadura não sairá.
 Se tiver sobra da cápsula, fazer sutura simples interrompida no parênquima, recobrir
com a cápsula e fazer uma sutura simples contínua na cápsula. Se não tiver cápsula,
fazer suturas simples continua em todo parênquima. A sutura do peritônio também
deve ser feita, pois é importante o rim continuar dorsal e não danificar cavidade.
Nefrectomia total
Técnicas cirúrgicas:
 Acesso: Celiotomia longitudinal mediana (do xifoide ao púbis).
 Fazer a flexão medial para visualizar o hilo.
 Fazer seis ligaduras: três ligaduras completas na artéria e três na veia.
 Ao seccionar, duas ligaduras vão permanecer no animal e uma vai sair. A sutura que sai
junto com o rim evita o refluxo de sangue. Se não for possível fazer três ligaduras,
fazer no mínimo 2 para cortar entre elas.
 No ureter, fazer três ligaduras bem próximas à bexiga.

Complicações: hemorragia (principalmente na parcial), uroperitônio (saída da ligadura do


ureter – emergencial), redução permanente da função renal e doença renal aguda ou
progressão da doença renal crônica.
VESÍCULA URINÁRIA
Possui padrão de vascularização dorsal pela aorta, o ureter desemboca no trígono também na
região dorsal e apresenta quatro camadas: serosa, muscular, submucosa e mucosa.
Acesso: celiotomia longitudinal mediana retroumbilical. No macho, lateralmente ao pênis.
Técnicas cirúrgicas: Cistotomia e Cistectomia – retirada da bexiga. Pode ser total ou parcial.

Cistotomia
Abertura da bexiga.
Indicações: cálculos vesicais, biópsia e cultura em casos de cistite severa (comum em felinos),
reparo de trauma através de cistorrafia e neoplasias.
Técnica cirúrgica:
 Isolamento com muitas compressas estéreis úmidas para que a urina não tenha
contato com a cavidade abdominal.
 Fazer dois pontos de reparo. Incisão dorsal ou ventral, a ventral é o mais indicado para
não atingir a região mais vascularizada, mas tem a complicação de poder vazar urina
na cavidade por conta da gravidade, que faz uma compressão dos órgãos sobre a
sutura. Mas na literatura também possibilita o acesso dorsal. Fazer a incisão em
estocada e ampliar a incisão com a tesoura romba romba.
 Nesse momento, é possível fazer a retirada de cálculos, por exemplo.
 Realizar a lavagem com soro fisiológico estéril retrógrada (contra o sentido da urina) e
deois normógrada (no sentido da urina). Pode ser feita a coleta do material resultante
da lavagem.
 Sutura – cistorrafia: deve ser seromuscular para não ter contato com a urina. Usar fio
absorvível (polidioxanona ou poligliconato), monofilamentar e de preferência de
média ou longa duração. Realizar sutura simples interrompida ou contínua ou c
contínua invaginante (cushing e/ou lembert). Fazer dois padrões de sutura para evitar
o extravasamento da urina. Pode-se fazer dois planos de ráfia invaginantes, mas leva a
diminuição do lúmen do órgão. Em animais muito pequenos o indicado é fazer uma
simples continua e uma invaginante, pois perder o lúmen pode ser mais prejudicial. A
sutura mais interna deve ser contínua para que não aja extravasamento da urina. Pode
ser extramucosa avança mais um pouco e quase alcança a mucosa, quando vai atingi-
la, deita a agulha e tira-a. Nisso, atravessa a submucosa, que é a camada que dá mais
sustentação a sutura. Se parede estiver muito espessada, dificulta invaginante. Só dá
para fazer um plano extramucoso contínuo.
 Encher bexiga e apertá-la para observar se haverá extravasamento de líquido ou não.
 Omentalizar a sutura para que não ocorra aderência e para acelerar a cicatrização.

Complicações: hemorragia, deiscência de sutura e uroperitônio.


URETRA
As fêmeas possuem uretra mais curta, porém com maior diâmetro. Machos a uretra é mais
longa e com menor diâmetro e, conforme vai progredindo, vai ficando mais fino.
Em animais machos, está divida em segmentos: protástico, membranoso (pélvico) e peniano.
Indicações: principalmente em casos de obstrução.
Obstrução cães: ocorre antes do osso peniano (base pênis) que impede a dilatação da uretra
nesse segmento se dilate mais. Portanto, se tem um cálculo, geralmente obstrui na uretra
peniana, porém, diferente do gato, antes/na base do pênis.
Obstrução gatos: Testículo dorsal ao pênis. A uretra prostática possui 2 mm de diâmetro.
Obstrução ocorre na uretra peniana (0,7mm de diâmetro), ou seja, no pênis.

Uretrotomia
Abertura da uretra.
Indicações: obstrução por urólitos e inspeção. Se for primeira obstrução o indicado é tentar
primeiro a desobstrução com sonda e hidropropulsão. Pode fazer uma palpação retal para
comprimir a uretra e fazer um flusing com o soro, auxiliando na desobstrução.
Acesso: Em cães, pré-escrotal, escrotal e perineal, sendo a forma pré-escrotal a mais comum.
Pré escrotal: Escrotal: Perineal:

Técnica cirúrgica:
 Passar a sonda para demarcar o local exato da incisão. Lateralizar o músculo retrator
do pênis. Incisar a uretra e retirar o cálculo.
 Fazer um plano de sutura com fio absorvível monofilamentar 4-0 ou 5–0, com sutura
simples interrompida ou simples contínua. Pode-se também deixar para cicatrizar
naturalmente por segunda intenção, porém pode ocorrer hemorragias e
extravasamento de urina nos primeiros dias. Não pode jogar álcool na uretra no pós
operatório se o fechamento secundário for o escolhido.
 Não é realizada hemostasia, apenas com compressas ou com soro fisiológico gelado
que promove vasoconstrição
OBS: difícil realizar a técnica no gato devido ao diâmetro da uretra de 0,7 mm.

Complicações:
 Hemorragia
 Estenose de uretra: a fibrose cicatricial pode reduzir muito o lúmen da uretra. Não é
indicado em cães muitos pequenos, o ideal seria realizar uretrostomia.

Uretrostomia
Criação de uma fístula permanente na uretra, fazendo uma nova saída da urina ao ligar a
mucosa da uretra na pele do paciente. É feita uma calha por onde a urina alcançará o meio
externo.
Indicações: urolitíase, estenose uretral, trauma, neoplasia (uretral ou peniana), hipospadia
(deformação congênita da abertura da uretra) e quando o animal já fez uretrotomia antes e
teve obstrução novamente..
Acesso:
 Em cães machos pode ser realizada pré-escrotal, escrotal e perineal, sendo o acesso
principal o escrotal, pois nessa porção a uretra é mais superficial, mais calibrosa e
apresenta menos músculo cavernoso, causando menos sangramento. O lado negativo
é que tem a bolsa escrotal, sendo necessária a castração subsequente. A pré-escrotal
pode ser feita, mas pode ter uma obstrução novamente, precisando fazer um acesso
escrotal depois. Pode manter o pênis, mas ele fica obsoleto. Se for um trauma, por
exemplo, que atinge a região escrotal, será necessário o acesso perineal.
 Em gatos, sempre perineal.
 Em fêmeas é limitada a região pré-púbica.

Técnica cirúrgica:
No cão
 No geral, é feito o acesso escrotal, criando uma abertura permanente na área do
escroto. É necessário que o animal seja castrado.
 Lateralizar o músculo retrator do pênis.
 Fazer uma incisão da uretra e ampliar a incisão com uma tesoura de Iris (usada para
sistema urinário). Geralmente há a sonda como guia, mas nem sempre isso ocorre.
 Feito isso sutura mucosa da uretra com a pele. Pode ser simples interrompida ou
simples continua. A desvantagem da simples continua é que se um ponto se soltar,
toda a sutura se solta. Utilizar fio inabsorvível monofilamentar
 Geralmente temos que fechar primeiro a pele e depois juntar a incisão restante com a
mucosa da uretra. A sutura deve começar nas quatro extremidades, para diminuir a
chance de estenose. A sutura deve ser aposicional e não deixando o subcutâneo
exposto, diminuindo a retração da cicatriz e diminuindo chance de estenose. Só deve
ficar pele e uretra, nada entre elas. Se deixar subcutâneo aparecendo, pode extravasar
urina para subcutâneo e causar uma dermatite.
OBS: Animal fica mais predisposto a cistite, pois uretra fica mais curta.

No gato
 Acesso: perineal.
 Colocar o animal em decúbito ventral com os membros posteriores pendurados.
 A sondagem não é obrigatória. Geralmente a obstrução é peniana, isso dificulta muito
a sondagem.
 Incisão em elipse ao redor do pênis e do testículo. Sempre precisa fazer a castração e
penectomia– retirada do pênis.
 Divulsionar ao redor do pênis até chegar às glândulas bulbouretrais. Não deve avançar
mais para não atingir cavidade abdominal
 Retirar o músculo retrator do pênis e fazer o acesso pela uretra. As primeiras suturas
são feitas em 45 graus
 Realizar sutura simples contínua ou interrompida e com fio inabsorvível
monofilamentares (nylon, polipropileno) de 4-0 ou 5-0
.
Defecação pode dificultar muito a cicatrização e também provocar contaminação. Não pode
deixar pelo crescer em volta dessa uretra. Toda vez que urinar ou defecar tem que fazer
lavagem com soro fisiológico estéril. E contaminação/infecção pode provocar deiscência de
sutura. Esse paciente deve ser sempre acompanhado. Se tiver cistite e uma consequente
contaminação, pode ter estenosa da uretra, precisando fazer uma uretrostomia pré-púbica
que é mais complexa, pelo acesso muito próxima a bexiga, diminui muito a qualidade de vida.

Complicações: hemorragia, infecção, deiscência de sutura e estenose (uretrostomia pré


púbica, sem caso de infecção).
Considerações finais
 Importância do sistema urinário
 Conhecimento da anatomia
 Conhecimento das técnicas e escolha adequada
TÉCNICAS CIRÚRGICAS NO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Observar a variedade de técnicas, a anatomia, rotina clínica e a subestima e complicações.
Indicações:
 Esterilzação eletiva/controle populacional
 Alterações congênitas como o criptorquidismo
 Afecções prostáticas como a hiperplasia prostática benigna por viés hormonal
(diidrotestoterona que vem da testosterona) e neoplasias prostáticas.
 Neoplasias testiculares
 Hérnia perianal: diafragma pélvico fica mais frouxo por caráter hormonal, por
influência da testosterona.
 Distúrbios hormonais.
 Alterações comportamentais: Se o animal já tiver o hábito, não soluciona.

TESTÍCULOS
No cão, o testículo é perineal e no gato é dorsal ao pênis. A bolsa escrotal tem uma cavidade
vaginal. Os testículos são cobertos por uma túnica vaginal - projeção do peritônio para a
cavidade vaginal. O cordão espermático é composto pelo ducto deferente, artéria testicular e
plexo pampiniforme. Também é composto por músculo cremaster, vasos linfáticos e nervos.

Orquiectomia
Retirada uni ou bilateral dos testículos.
Acessos cirúrgicos:
 Pré escrotal: mais comum realizado em cão
 Escrotal: mais comum realizada no gato, já que o cão é mais vascularizado e amplo.
 Perineal
 Ablação de bolsa escrotal: remoção da bolsa
 Celiotomia: em casos criptorquidismo

Testículo coberto e cordão coberto – TCCC


 Incisar somente a pele, sem incisar a túnica vaginal.
 Retira-se o testículo
 Sutura a pele.
Vantagem: em caso de deiscência dos pontos de pele, não leva a comunicação cavidade
abdominal e meio externo.
Desvantagem: não é possível a visualização clara das estruturas (epidídimo, ducto deferente,
artéria e plexo pampiniforme).

Testículo descoberto e cordão coberto – TDCC


Mais usado em cão.
 Faz incisão na túnica vaginal.
 O cordão fica coberto, pois depois a túnica será suturada por cima do cordão restante.
 Sutura na túnica vaginal e na pele.
Vantagens: em caso de deiscência dos pontos de pele, não leva a comunicação cavidade
abdominal e meio externo e é possível a visualização clara das estruturas.
Testículo descoberto e cordão descoberto – TDCD
Mais possível em gato pela melhor cicatrização.
 Incisa a pele e a túnica vaginal.
 Faz orquiectomia, mas não faz sutura da túnica vaginal, somente da pele.
 Faz ligadura e a transfixação do cordão espermático.
Vantagem: é possível a visualização clara das estruturas.
Desvantagem: em caso de deiscência dos pontos de pele, leva a comunicação cavidade
abdominal.

Técnica sem fio:


No gato, o acesso é escrotal. 1 na hafe ou dois em cada lado da bolsa escrotal). Desinsere
ducto deferente do plexo pampiniforme. Usa o próprio ducto deferente para fazer o nó de
cirurgião (um duplo e pelo menos quatro simples). Pode suturar ou não a túnica vaginal e a
pele.
Vasectomia
Ligadura e retirada de um pedaço do ducto deferente onde passam os espermatozoides,
impedindo a reprodução do animal. Permanece gônada que continua produzindo hormônio.
Se esse animal tiver uma neoplasia no futuro, terá que fazer orquiectomia. Indicado para
animais selvagens por conta da dependência da testosterona para o comportamento em
grupo,
Na vasectomia, os comportamentos reprodutivos continuam.

Técnica cirúrgica:
 Palpar os testículos e apalpar o cordão espermático e encontrar o ducto deferente.
 A incisão será em cima desse cordão fibroso, para que faça uma incisão da túnica
vaginal e encontre o ducto deferente. Incisar a pele entre o anel iguinal e o escroto.
 Fazer duas ligaduras completas e tirar um pedaço entre essas duas ligaduras.
 Remover um pedaço do ducto diferente. É importante remover um pedaço e não
simplesmente incisar entre as ligaduras, para que o ducto não se regenere.

Complicações: hemorragia, seroma e hematoma (geralmente em cães muito agitados).


Considerações finais:
 Conhecimento da anatomia
 Conhecimento das diferentes técnicas
 Escolha da técnica adequada
 Nunca subestimar a castração
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DA CAVIDADE TORÁCICA
O tórax apresenta 13 pares de costelas. As quatro últimas costelas não se ligam ao esterno. O
esterno apresenta oito esternébras.
A inervação do tórax em relação à costela é caudal, sempre devemos trabalhar de forma
cranial à costela.

Toracocentese
Punção da cavidade pleural para remover líquido ou ar.
Não é técnica cirúrgica, mas é feita antes de técnicas cirúrgicas propriamente ditas.
Indicação: Pneumotórax e efusão pleural (o líquido pode ser sanguinolento, purulento).
Efusão pleural: hemotórax (sangue), quilotórax (linfa), hidrotórax (água) e piotórax (pus).
Geralmente a drenagem é unilateral, pela permeabilidade do mediastino, mas líquidos
espessos como no quilotórax e piotórax precisam ser drenados bilateralmente, pois não
drenam para o outro lado.
Materiais: seringa, agulha ou cateter e uma torneira de três vias.
Técnica cirúrgica:
 Realizar a tricotomia ampla bilateral e a antissepsia.
 Bloqueio/anestésico local em alguns casos, devido agitação do animal
 Realizar a punção no 6º, 7º ou 8º espaço intercostal, na altura da articulação costo-
condral, com o bisel da agulha voltado para baixo.
 Drenar de forma lenta até que não venha nem líquido nem ar, reestabelecendo a
pressão negativa.
 Enviar material para análise.

Toracostomia
Comunicação da cavidade com o meio externo através de uma sonda, permitindo uma
drenagem contínua.
 Realizar a tricotomia e a antissepsia. Utilizar pano de campo.
 Tubo: Uma tabela para auxilia na decisão do tamanho do tubo. O tubo de sonda
disponível deve ser do material menos reativo possível. O comprimento do dreno
indicado é a distância do 10º ou 11º espaço intercostal até o cotovelo. Marcar no
dreno com caneta ou esparadrapo a altura até onde pode ser inserido.
 Aumentar orifícios da sonda para facilitar e acelerar a drenagem.
 Realizar incisão de pele no 10º ou 11º espaço intercostal na altura da junção
coxofemural e criar um túnel subcutâneo com o troclater ou com a pinça hemostática
até o 6º ou 7º espaço intercostal. Esse túnel tem como função diminuir a chance de
entrar ar, ao diminuir a probabilidade de comunicação do meio externo e interno.
 Colocar a sonda dentro da pinça hemostática curva.
 Seguir pelo túnel até 6º ou 7º espaço intercostal para adentrar o tórax, para isso é
necessário usar certa força.
 Empurrar a sonda até a marcação– limite de introdução da sonda.
 Fazer bolsa de tabaco ao redor da sonda e depois a sutura de bailarina para fixar.
 Realizar radiografia para conferir o local do dreno.
 Proteger a sonda com bandagem e usar o colar elizabetano.
 Manter a sonda fechada, se ficar aberta vai estar sempre expulsando o ar do animal.
Toracotomia
Indicações: traumas, lacerações, dilatações esofágicas (anomalias vasculares), parasitismo
esofágico, corpo estranho esofágico, neoplasias, pericardiectomia e cirurgias cardíacas.
Escolha do acesso: é feita de acordo com a região a ser trabalhada. Uma tabela é responsável
por auxiliar nessa escolha.
 Lateral: intercostal ou transcostal. Geralmente no 4º espaço intercostal esquerdo.
 Mediana

Toracotomia intercostal
 Realizar a tricotomia e a antissepsia.
 Colocar uma toalha enrolada abaixo do animal, para maior exposição dos espaços
intercotais.
 Incisar a pele e divulsionar o subcutâneo.
 Exposição e incisão do músculo latíssimo dorsal. Incisar o músculo peitoral e músculo
escaleno e em seguida os músculos serrátil ventral, Intercostal externo e interno.
Depois da incisão de todos os grupos musculares, é possível acessar a cavidade
torácica.
 Utilizar afastador auto estático para afastar as costelas.
 Quando for acessar ou suturar a cavidade torácica, é necessário avisar ao anestesista,
pois ocorre uma diferença de pressão que descompensa o animal. Quando abre, perde
a pressão negativa. Depois de perfurar a parede, o animal não consegue mais respirar
sozinho, precisando ventilar o animal mecanicamente.
 Toracorrafia – fechamento da cavidade toráxica: Passar de 4 a 8 fios de sutura
englobando a costela cranial e a costela caudal.

 O auxiliar puxa um fio para um lado e outro para outro lado (cruzando), aproximando
as costelas.
 Início da sutura com fio absorvível ou inabsorvível. Quando for suturar o último ponto
precisa avisar ao anestesista, para ele inflar o pulmão e o cirurgião apertar o ponto.
Para remover o ar residual e restabelecer a pressão negativa.
 Suturar os músculos dos mais profundos aos mais superficiais: suturar o serrátil,
escaleno e peitoral e depois o latíssimo dorsal.
 Depois de fechar coloca o escalpe para toracocentese, caso ainda tenha líquido/ar
residual. Se achar necessário, deixar também o dreno. O dreno precisa ser colocado
antes de fechar a cavidade, mas não pode ser na mesma incisão.
 Uma opção: sutura transcostal que perfura também a costela tem como vantagem
diminuir a dor no pós-operatório.
 Suturar o subcutâneo e a pele.
Esternotomia mediana
Abertura do esterno pela linha média.
 Fazer a incisão na linha média, divulsionar o subcutâneo e desinserir a musculatura
acima das esternébras.
 Utilizar a serra para abrir. Importante deixar 2 ou 3 esternébras craniais ou caudais
para reduzir a dor e a movimentação no pós-operatório, sem dificultar a cicatrização.
 Rafia: com fio de aço ou nylon/prolene de grosso calibre. A escolha do fio varia
conforme o peso do animal:
OBS: Prolene é menos reativo que naylon
Animal até 10 kg - fio monofilamentar
Animal acima de 10/15 kg – fio de aço
 Passa ao redor da esternébra ou sutura em forma de oito incluindo a costela, dando
mais estabilidade.

Ressecção costal em bloco


Remoção em bloco da parede toráxica.
Indicação: Utilizado quando há uma neoplasia, já que há necessidade de retirar todos os
tecidos com margem cirúrgica.
 Retirar costelas e musculatura em quadrado ou retângulo.
 Para cobrir o defeito, utilizar tela de polipropileno.
 Omentalizar para proteger a tela, fazendo túnel da cavidade abdominal para torácica.
 Suturar a pele.
TRAQUEIA
Tem inicio na cartilagem cricóide e possui 40 a 45 anéis cartilaginosos em formato de C.

Traqueotomia
Indicações: obstruções, coletar material e facilitar fluxo de ar.
 Colocar o animal em decúbito dorsal
 Pode ser cervical ou torácica. Se for obstrução na
traquéia torácica, precisa fazer toracotomia mediana ou
lateral no 3º espaço intercostal.
 Incisar na linha média ventral da laringe ao esterno e
divulsionar o subcutâneo. Separar os músculos
esternoióideos para conseguir visualizar a traqueia.
 Dissecar o tecido conjuntivo peritraqueal. Tomar
cuidado para não lesionar o nervo laríngeo recorrente,
vasos tireoidianos, jugular, carótida, esôfago. Todos
estão muito próximos.
 Fazer reparo e incisar a traquéia. Ou vice-versa.
 Pode ser fechada ou não: A literatura diz que não é
necessário rafiar a traqueia, porque ela fecha por
segunda intenção, mas pode-se fazer a rafia dela.
 Depois de rafiar a traquéia, aproximar os esterno-
hióideos e rafia-los com fio absorvível. Rafiar
subcutâneo e pele.
Traqueostomia
Criação de uma comunicação da traquéia com o meio externo.
Traqueostomia temporária
Através da utilização de um tubo.
Técnica cirúrgica:
 Acesso: Mesmo da traqueotomia.
 Tubo: Não deve causar reação. Tubo de silicone é menos reativo que borracha, por
isso é mais utilizado. Deve ser menor que a metade da largura da traqueia.
 Abertura entre 3º e 4º ou 4º e 5º anéis traqueais, porque é o local da traqueia com
menor compressão quando animal se mexe.
 O reparo é feito somente de um lado da traquéia, porque o outro lado vai ser usado
para empurrar com a pinça para acessar a luz da traquéia e colocar o tubo.
 Rafia semelhante da traqueotomia: fechar o músculo esterno-hióideo, depois
subcutâneo e pele.
 Suturar o tubo
 O tubo precisa ser limpo, aspirado, trocado a cada 4 a 6 horas e permanecer por no
máximo quatro dias.
 A cicatrização ocorre por 2ª intenção.
Traqueostomia permanente
Indicações: obstruções trato respiratório superior, trauma irreparável em laringe, dispneia
moderada a grave em neoplasias, colapso de laringe.
 Acesso: Incisão mediana - mesmo processo da traqueotomia.
 Túnel dorsal à traqueia 3ª ao 6ª anel.
 Sobrepor a musculatura.
 Após afastar os músculos esterno-hióideos, expor e dissecar a traquéia, deixando os
anéis traqueais livres, deixando uma janela.
 Desenhar segmento retangular.
 Sutura a traquéia no músculo esterno hióideo em U, usando o músculo como uma
“tipóia”/“cama” para a traquéia, dorsalmente a ela. Realizar sutura intradérmica
descontínua juntando o tecido, depois trazendo tecido de fora para abrir na pele.
Utilizar fio de prolene ou PDS - fios que não permitem permeabilidade a bactérias e
menos reativos.
 Sobrepor musculatura à pele
Ressecção e anastomose traqueal
Retirada de uma porção da traqueia e junção das porções remanescentes. O máximo que se
pode retirar de traqueia é 60% dela, mas aumenta-se a probabilidade de ocorrer deiscência de
sutura, sendo assim, deve-se retirar somente o que for necessário.
Indicações: tumores, estenose de traqueia, trauma.

 Incisão mediana ou toracotomia.


 Divulsionar os músculos esterno-hióideos e expor a traquéia. Sempre preservar o
suprimento sanguíneo para uma correta cicatrização.
 Colocar pontos de reparo – fios de fixação antes de transeccionar - um antes da incisão
e um após.
 Transeccionar removendo a parte da traqueia. O anel traqueal deve ser cortado no
meio. É importante manter um anel traqueal íntegro cranial e outro caudal, para ter
tecido para cicatrizar.
 Juntar as porções remanescentes: É importante primeiro suturar os pontos mais
dorsais, que estão mais distantes do cirurgião, subindo lateralmente, fechando os mais
ventrais, até fechar por completo a traqueia. Devido à grande tensão é necessário
fazer uma segunda camada de fios - pontos de alívio de tensão – 1 anel acima e outro
abaixo da sutura principal.

Complicações: deiscência de sutura, infecção e estenose.


Pode-se utilizar bandagem para evitar a movimentação do pescoço para que não ocorra
deiscência de sutura.
ESÔFAGO
Na porção cervical, é desviada lateralmente para a esquerda e na porção torácica, uma parte
fica na esquerda e depois desvia para a direita.
Indicações: Obstrução por corpo estranho, estenose ou massas e perfurações. Observa-se
regurgitação ou disfagia.

Esofagotomia
Incisão do esôfago.
Esofagotomia - esôfago cervical

 Antes de fazer incisão,deve-se inserir sonda no animal para facilitar visualização do


esôfago e drenar o conteúdo. Acesso similar ao da traqueia: Colocar o decúbito dorsal
o animal e fazer a incisão na linha média cervical.
 Separar os músculos esterno-hióideos e rebater a traquéia para o lado direito para
visualizar o esôfago.
 Isolar o esôfago para evitar o contato do conteúdo contaminante com a cavidade.
 Aspirar o conteúdo e ocluir o lúmen com dedo ou pinça atraumática, deixando apenas
a área que irá fazer esofagotomia exposta.
 Fazer os pontos de reparo e incisar.
 São dois planos para poder fechar: o primeiro plano de sutura intraluminal em Swift
(interrompida simples dentro do lúmen, o nó fica na luz do órgão) e segundo com
interrompida simples, na muscular e adventícia. Em um animal muito pequeno é difícil
separar os dois planos de sutura.
 Sutura da musculatura e subcutâneo.
Esofagotomia - esôfago torácico
Acesso:
 Cranial ao coração ou na base: toracotomia lateral esquerda no 3º/4º EIC
 Caudal ao coração: toracotomia lateral esquerda ou direita no 8º EIC

Esofagectomia parcial
Anastomose da porção do esôfago onde há o problema.
 Colocar o animal em decúbito lateral direito e colocar a toalha abaixo dele.
 Incisar conforme a localização da lesão.
 Realizar a toractomia e usar afastadores.
 Rafiar em dois planos, sempre que possível. Sempre fechar primeiro a camada
adventícia e muscular mais distante do cirurgião e depois fechar a camada mucosa e a
submucosa também mais distante, depois a camada mucosa e submucosa mais
próxima do cirurgião e em seguida a camada adventícia e muscular também mais
próxima. A submucosa deve ser incluída por ser o tecido de sustentação do esôfago.
Esofagostomia
Passagem de sonda pelo esôfago. Não utilizar em animais com distúrbios esofágicos, para não
piorar a inflamação.
 Animal em decúbito lateral direito para a melhor exposição do lado esquerdo.
 Fazer tricotomia ampla.
 Dilatar as aberturas laterais da sonda para facilitar a saída e não obstruir.
 Medir a sonda do ponto de incisão no pescoço até o 7º ou 8º espaço intercostal e
marcar com caneta ou esparadrapo, para saber o quanto pode inserir no animal.
 Inserir uma pinça curva longa pela boca do animal até chegar numa região do pescoço
onde irá fazer a incisão na pele.
 Depois de incisar a pele, pinçar a sonda e puxa em direção à boca. Para retornar a
sonda para o esôfago, fazer uma manobra com a mão, invertendo a posição da sonda
para o sentido do estômago.
 Fixar a sonda com bolsa de tabaco e bailarina.

Cirúrgia esofágica
 Usar técnica cirúrgica atramáutica e meticulosa.
 Não há serosa.
 Não há omento.
 Constante movimentação e distensão do bolo alimentar.
 Intolerância ao estiramento longitudinal.

Complicações: deiscência, estenose e fistulação.

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