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fluidos biológicos
Prof: Melissa Souza
Curso: Biomedicina
Disciplina: Análises de fluidos biológicos
Aula: Avaliação laboratorial do Sistema
urinário e urinálise
Competências:
Compreender os processos de formação da urina;
Entender os métodos laboratoriais para análise;
Relacionar os resultados com condições patológicas.
Roteiro da Disciplina
02/03/24
I: Avaliação laboratorial do sistema urinário
Processo de formação da urina Marcadores de distúrbios renais
09/03/24
II: Urinálise
Exame físico, químico e sedimento
16/03/24
III: Análise Laboratorial de Fluidos Biológicos
Líquor e Sêmen
23/03/24
VI: Análise Laboratorial de Fluidos Biológicos
Líquidos Amniótico, Sinovial e Serosos
Avaliação Laboratorial
do Sistema Urinário
“ A urina é um líquido corporal ultrafiltrado do
plasma sanguíneo. Para que ocorra sua
formação e excreção é necessário passar pelos
processos renais no néfron
Filtração–Secreção-Reabsorção
Sistema urinário
O sistema urinário é o principal
responsável por filtrar e eliminar
diversas substâncias presentes no
sangue circulante.
O sistema urinário é composto pelos
rins, ureteres, bexiga e uretra.
Síndrome Nefrótica
Quando a perda de proteínas é maior que 3500mg por
dia chamamos de proteinúria maciça. Essa perda supera a
capacidade de síntese hepática, ocorrendo então
hipoalbuminenia, levando a um edema generalizado. A perda
da integridade da barreira na síndrome nefrótica é drástica. O
fígado, na tentativa de recuperar essa perda, aumenta a
síntese de proteínas, dentre elas as lipoproteínas, culminando
em hipercolesterolemia. Distúrbio associado a uma série
de causas e condições diversas. A urina pode se
apresentar espumosa, devido ao excesso de proteínas. Além
disso, tende a acometer com mais frequência a faixa etária
pediátrica, com a primeira manifestação dos 1 aos 8 anos.
Testes laboratoriais para avaliação do
sistema urinário
Avaliação da Função
Tubular
Substância marcadora
Na clínica do paciente, a TGF representa a soma das taxas de filtração o de cada um
dos néfrons funcionantes.
Para isso, utiliza-se uma substância marcadora:
• CKD/EPI: 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑇𝐹𝐺 = 141 × min 𝑆𝐶𝑅* ÷ 𝐾, 1 𝑎 × max 𝑆𝐶𝑅 ÷ 𝐾, 1 − 1,209 × 0,993 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ×
1,018 (𝑠𝑒 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟) × 1,159 (𝑠𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑟𝑜)
*SCR corresponde à creatinina sérica (mg/dL), k é de 0,7 e 0,9 para mulheres e homens respectivamente, a é -0,329 e -0,411 para
mulheres e homens respectivamente, min indica o mínimo de SCR/k ou 1, e max indica o máximo de SCR/k ou 1.
A estimativa da TFG tem a mesma função da TGF e o Ministério da Saúde
recomenda que todos os laboratórios clínicos reportem a estimativa da TFG em
todos os resultados de creatinina sérica.
Avaliação Laboratorial da Filtração
Glomerular
Avaliação de presença de doenças renais, acompanhamento da progressão da
doença renal e avaliação do efeito da dosagem de fármacos e início de diálise na
presença de insuficiência renal.
https://vidasaudavel.einstein.br/exame-de-creatinina/
Avaliação da Função Tubular
A lesão renal tubular tem como principais causas a exposição a agentes
nefrotóxicos e a isquemia renal, principalmente em pacientes debilitados, com
doença renal crônica, submetidos ao tratamento com medicamentos
potencialmente nefrotóxicos e que diminuem o fluxo sanguíneo renal.
Avaliação da Função Tubular
Glicose: Considerando um indivíduo que não apresenta um quadro de
hiperglicemia, a ocorrência de glicosúria pode ser um indicativo de dano no túbulo
proximal;
pH: O pH da urina normalmente é ácido. Caso se observe a permanência de pH
neutro ou alcalino por tempo prolongado, isso pode representar uma perda da
capacidade de acidificação, consistindo um defeito tubular;
Proteínas de baixo peso molecular: Pode ser um indicativo de dano no túbulo
proximal. Essas proteínas conseguem ultrapassar a barreira glomerular e são
reabsorvidas, sendo uma pequena quantidade excretada na urina. Dentre elas,
podemos citar: Proteína transportadora de retinol (RBP) e Beta-2-microglobulina.
Exames de urina podem ser utilizados para a avaliação de alterações
renais. Qual das afirmações abaixo melhor justifica o uso deste fluido para
este tipo de avaliação.
a) Tirosinúria
b) Doença da urina em xarope de bordo
c) Fenilcetonúria
d) Proteinúria
e) Cistinúria
“Deixa o xixi do Maradona em paz, droga!” (Folha de S. Paulo, 30/08/1997).
O teste antidoping, que frequentemente aparece nas notícias dos jornais, é
feito a partir do exame da urina de atletas. Isso se torna possível porque
através no néfron – unidade funcional dos rins- é executada a tarefa de:
1.absorber glicose.
2.eliminar catabólitos. Qualquer participante de uma
reação metabólica, seja ele
3.secretar aminoácidos. substrato, intermediário ou
4.filtrar glóbulos sanguíneos. produto, é chamado de metabólito,
e as moléculas que não podem ser
mais utilizadas pelo organismo e,
portanto, devem ser eliminadas,
são denominadas catabólitos.
Avaliação Laboratorial e Aplicação Clínica
dos Nitrogenados não Proteicos – NNP
São compostos que não são aminoácidos reunidos por vínculos peptídicos e
compreendem compostos de purinas e pirimidinas, ureia, biureto, ácido úrico,
glicosídeos nitrogenados, alcaloides, sais de amônio e nitratos.
Dosagem
Dosagem
da
da Ureia
Creatinina
Depuração da Dosagem
creatinina de Ácido
endógena úrico
Dosagem de Ureia
A ureia é o principal metabólito gerado a partir da degradação de proteínas pelo
fígado. Ela é gerada a partir da amônia, sendo majoritariamente excretada pelo
rim. Quando os rins não funcionam bem, ela não é eliminada e se acumula no
sangue.
A dosagem de ureia pode ser avaliada tanto no soro (ideal 3 horas de jejum)
quanto na urina;
A ureia é muito útil para detectar quedas bruscas de TFG quando avaliada junto
com a creatinina, calculando-se a razão entre as duas, que normalmente se
encontra na faixa de 30 mg/dL. Valores acima de 40-50 mg/dL indicam um
aumento desproporcional de ureia sobre a creatinina.
Dosagem de Creatinina
A creatinina é um metabólito da degradação da creatina e da fosfocreatina que
estão presentes no músculo esquelético e podem ser obtidas a partir de dietas
ricas em carne. É livremente filtrada pelo glomérulo sem sofrer reabsorção, sendo
eliminada pela urina.
A dosagem de creatinina pode ser avaliada tanto no soro quanto na urina;
A creatinina é mensurada através do método de Jaffé. Esse método é baseado na
reação da creatinina com o ácido pícrico em meio alcalino, formando um complexo
laranja-avermelhado.
A concentração de creatinina varia conforme a massa muscular, dieta,
medicamentos, sexo e idade.
O problema das dosagens séricas de creatinina é que as alterações são detectadas
quando a TFG já está prejudicada, tornando o diagnóstico tardio.
Depuração da Creatinina Endógena
𝑫𝑪𝑬 = 𝑼𝒄𝒓 × 𝑽 ÷ 𝑷𝒄𝒓
Ucr = concentrações urinárias de creatinina (mg-dL);
V = volume de urina colhido (mL/min);
Pcr = concentrações plasmáticas de creatinina (mg/dL).
O resultado obtido pode ser corrigido de acordo com a superfície corporal do paciente, que
relaciona altura e peso corporais, calculada por meio da seguinte equação:
Albumina - A albumina é uma proteína que é sintetizada no fígado e está presente no plasma do
sangue. Sua dosagem é usada para ajudar no diagnóstico ou para acompanhar a evolução e o
tratamento de doenças, incluindo lesão hepatica.
Albuminúria
As moléculas grandes, como a albumina e outras proteínas, normalmente não
são eliminadas na urina, exceto quando os glomérulos estão danificados. Se a
função renal está comprometida, ocorre passagem de albumina do sangue para a
urina e tem-se um quadro de “Albuminuria”.
A principal causa é a glomerulonefrite ou nefrite.
Situações que podem originar albuminuria temporária: exercício físico intenso,
febre e infeção urinária.
Se persistir, pode causar diminuição das proteínas no sangue, o que faz com que
os líquidos passem pelas paredes dos vasos sanguíneos para os tecidos moles do
organismo e provoquem edema.
Microalbuminúria
Microalbuminúria é quando se tem pequenas
quantidades da proteína eliminadas na urina, com o
avanço da doença renal, as perdas de albumina na urina
aumentam e tem-se macroalbuminúria.
Microalbuminúria no Diabetes
A presença de microalbuminúria é um fator importante
para o diagnóstico e prognóstico da nefropatia
diabética. Em Pacientes diabéticos é recomendando
que se faça essa avaliação todos os anos para
monitorar a presença de nefropatia diabética. O
manejo da microalbuminúria pode ser feito com um
tratamento clínico rigoroso, que consiste no controle
da pressão arterial, da glicemia e da ingestão de
proteínas, que podem retardar o aparecimento e a
progressão da microalbuminúria.
A albumina normalmente não é eliminada na urina. Sua dosagem é útil para diagnóstico
de danos glomérulos. Assinale a alternativa que não representa um fator que podem
interferir nos níveis de albumina na urina.
a) Sexo do paciente
b) Exercício físico intenso
c) Infeção urinária
d) Paciente diabético
Urinálise
Prof: Melissa Souza
Urinálise
A análise da urina foi o começo da medicina laboratorial.
A urina passa por uma triagem para ver se está dentro dos padrões de
aceitabilidade. Identificação correta da amostra, conservação, presença de sinais
visíveis de contaminação.
Exame Físico
Volume - Em geral, um indivíduo adulto elimina ao redor de 18,5mL/Kg nas 24h.
Aspecto - O aspecto da urina normal e recentemente emitida é límpido.
Elementos inorgânicos
• Cristais
Exame microscópico do sedimento
urinário
As células epiteliais e os cilindros devem ser observados com aumento de 100×
https://www.facebook.com/w
atch/?v=3409915425721967
Artefatos e contaminantes
Elementos contaminantes podem ser vistos no sedimento em função de uma coleta
que não foi realizada seguindo as orientações. Ex: Presença de fezes, fibras
vegetais, fibras de tecidos, talco e cremes.
Se forem muitos, a análise microscópica do sedimento urinário pode ser
comprometida sendo necessária uma nova coleta.
Controle de Qualidade em Urinálise
• Testar reagentes com controles positivos e negativos;
• Seguir todos os Procedimentos Operacionais Padrão;
• Conhecer os princípios e o significado dos testes do setor;
• Fazer os controles com novos reagentes;
• Registrar os números dos lotes dos reagentes;
• Manter identificação adequada dos frascos de urina a serem analisados;
• Caso haja automação: calibrar o equipamento;
• Fazer testes confirmatórios quando necessário;
• Estar atento para a presença de substâncias que possam interferir nos testes;
• Controlar temperatura das geladeiras do setor;
• Garantir o menor tempo de análise da urina desde a sua chegada ao laboratório.
Automação em Urinálise
A automação no laboratório de análises clínicas geralmente ocorre na hematologia e
bioquímica. Por ser considerada mais simples, o setor de urinálise de muitos
laboratórios ainda é manual, mas a automação existe e evoluiu de uns anos para cá.
A realização do sumário de urina compreende três análises: física,
química e a sedimentoscopia. A análise física inclui a
determinação de:
A) urato amorfo.
B) cristais.
C) cilindros.
D) bactérias.
E) células epiteliais.
23/03/24
VI: Análise Laboratorial de Fluidos Biológicos
Líquidos Amniótico, Sinovial e Serosos
Líquor
Líquor
Localizado entre as
meninges aracnóide e
pia-máter
Formação
Glicose
Íons:
Cl, K+,
Ca++,
Mg++
Células:
Leucócitos
Aspectos Anatômicos e Fisiológicos
Diferentes funções são exercidas pelo líquor, que auxiliam na homeostase do Sistema
Nervoso Central (SNC).
Infecção da meninge
Doenças desmielinizantes
Hemorragia subaracnóidea
Neoplasias
Coleta e Manuseio de Líquor
Turvo
Aspecto Límpido
Rosa
Amarelo
Coloração Alaranjado
Amarelo- esverdeado
Marrom
Exame Físico
Monócitos 36 ± 20 72 ± 22
Histiócitos Raras 5±
Meningite
Meningite bacteriana; Meningoencefalite viral precoce; Meningite tuberculosa precoce;
Meningite micótica precoce; Encefalomielite amébica.
Outras infecções
Abscessos cerebrais; Empiema subdural; Radiculopatia por CMV relacionada à AIDS.
Subsequente a febres
Subsequente à hemorragia no SNC
Subaracnóidea; Intracerebral.
Subsequente a infanto do SNC
Reação a punções lombares repetidas;
Injeção de material estranho no espaço subaracnoide (ex: metotrexato, meio de
contraste);
Tumor metastatico em contato com LCE.
Causas da Linfocitose no Líquor
Meningite
Meningite viral; Meningite tuberculosa; Meningite fúngica; Meningoencefalite
sifilítica; Meninge leptospirótica; Bacteriana, causada por organismos pouco
comuns; Meningite bacteriana precoce, com contagens de leucócitos relativamente
baixas; Infestações parasíticas (p. ex., cisticercose, triquinose, toxoplasmose);
Meningite asséptica, causada por foco séptico adjacente às meninges.
Distúrbios degenerativos
Panencefalite esclerosante subaguda; Esclerose múltipla; Encefalopatia por drogas
de abuso; Síndrome de Guillain-Barré; Encefalomielite disseminada aguda.
Outros distúrbios inflamatórios
Sindrome de Handl (dor de cabeça com déficits neurológicos e linfocitose no LCE).
Sarcoidose; Polineurite; Periarterite no SNC.
Laudo citometria e citologia
Testes Químicos e Sorológicos
Enzimas Coagulam o sêmen navagina, depois liquefazem o coágulo Vesículas seminaise próstata
Deve ocorrer após liquefação (+-20 minutos após a coleta). Para tanto, o sêmen
deve ser mantido em temperatura ambiente.
Realiza-se a homogeneização da amostra, tomando nota quanto a sua viscosidade
e coloração (deve ter aspecto leitoso). A avaliação do volume é realizada a partir
da pesagem, sendo o frasco pesado antes e após a coleta. Também é realizada a
aferição do pH, que deve estar entre 7,2 e 7,8.
Presença de bactérias e de células epiteliais deve ser observada. Se apresentar bactérias, pode ser
recomendada uma coleta de urina para realização de Exame Qualitativo (EQU) e urocultura.
Se for constatado azoospermia com pH baixo e volume de líquido seminal também reduzido, sugere-se
a realização do teste de frutose para verificar a presença de secreção proveniente da vesícula seminal.
Níveis baixos de frutose sugerem disfunção dessa vesícula ou obstrução. Esse mesmo teste pode ser
realizado em urina de pós-ejaculação, visando avaliar ejaculação retrógrada.
A detecção de infertilidade imunológica pode ocorrer a partir de testes imunológicos, tais como testes
de aglutinação. A detecção desses anticorpos pode impedir o movimento dos espermatozoides no trato
reprodutor feminino. Esses anticorpos são detectados em 10% dos homens com diagnóstico de
infertilidade.
Interação do espermatozoide com o muco cervical. Em um casal que está tentando engravidar, esse
teste pode ser realizado alguns dias antes da ovulação. Se os espermatozoides permanecerem com
mobilidade progressiva na presença do muco cervical, esse fator pode ser descartado como causa de
infertilidade.
O teste de vitalidade (eosina) permite avaliar se um espermatozoide imóvel é viável. Esse gameta não
terá a habilidade de nadar até o óvulo e realizar a fecundação, mas pode, ser utilizado em técnicas de
reprodução assistida.
Ejaculação retrógrada
Avaliações genéticas
Diagnóstico de infecções materno-fetais (rubéola e toxoplasmose)
Avaliação da angústia fetal
Avaliação da maturidade fetal
Dosagens bioquímicas como alfafetoproteína e bilirrubina são comuns nesse fluido.
A alfafetoproteína é sintetizada pelo fígado fetal, devendo estar em alta
concentração no soro do feto e em baixa concentração no líquido amniótico. Se a
dosagem de alfafetoproteína for alta no líquido amniótico, é indicativo de
anomalias congênitas de parede abdominal ou do sistema nervoso central. Para os
exames citogenéticos, que buscam avaliar aneuploidias e rearranjos
cromossômicos, deverá ser realizada uma cultura de células do líquido amniótico,
conforme os protocolos para realização de exame de cariótipo.
Cor e Aspecto
O líquido pleural pode ser obtido através da toracocentese, sendo o local da punção
confirmado por exames radiológicos ou ultrassonografia. Considerando uma
situação de derrame, devem ser retirados 20 mL de fluido.
Recomenda-se a realização de exames para diferenciar exsudato de transudato,
tais como a relação entre a proteína total encontrada no líquido/soro e a
concentração da enzima Lactato Desidrogenase (LDH), sendo também comparada
à LDH do soro
Procedimentos laboratoriais gerais no líquido pleural