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Patologia

Clínica

Criado por Andressa Corrêa | Resuvet


APRESENTAÇÃO

Caro leitor,
muito prazer sou Andressa Corrêa, Médica Veterinária
formada pela Universidade Prof. Edson Antônio Velano -
UNIFENAS.
A apostila de patologia clínica vai ajudar a interpretar
exames e compreender a matéria de forma eficiente.
Distribuição proibida para terceiros, isso desvaloriza meu
trabalho e infringe a lei da Constituição Federal de 1988
no inciso XXVII do Artigo 5º, e também a Lei de Direitos
Autorais nº 9.610/98.

Material produzido por Andressa Aparecida Corrêa | @resuvet_


SUMÁRIO
Urinálise.....................................................................................................1
Terminologia..........................................................................................4
Exame físico...........................................................................................5
Exame químico.....................................................................................8
Sedimento.............................................................................................12
Exercícios...............................................................................................17
Função Renal.......................................................................................22
Azotemia...............................................................................................25
Doença Renal......................................................................................27
Exercícios..............................................................................................33
ADH.........................................................................................................36
Efusões..................................................................................................40
Líquido efusivo..................................................................................41
Transudato x Exsudato..................................................................44
Exercício................................................................................................48
Hemograma.........................................................................................49
Amostra.................................................................................................53
Eritrograma...........................................................................................55
Policitemias..........................................................................................63
Anemias.................................................................................................65

Material produzido por Andressa Aparecida Corrêa | @resuvet_


Leucograma...........................................................................................70
Desvios.....................................................................................................74
Outras alterações................................................................................77
Plaquetograma......................................................................................81
Exercícios................................................................................................83
Avaliação hepática..............................................................................87
Classificação dos testes..................................................................88
Avaliando a função.............................................................................89
Testes de enzimas séricas.............................................................93
Exercícios................................................................................................98
Pâncreas Exócrino.............................................................................101
Doenças do pâncreas.....................................................................103
Exames auxiliares..............................................................................106
Exercício................................................................................................109
Paratireoide...........................................................................................110
Distúrbios...............................................................................................113
Exercício.................................................................................................116
Valores de Referências....................................................................117
Gatos........................................................................................................118
Cães..........................................................................................................119
Equinos...................................................................................................120
Bovinos....................................................................................................121
Referências bibliográficas.............................................................122
Exercícios para fixação...................................................................124
Gabarito.................................................................................................139
Material bônus....................................................................................151
Material produzido por Andressa Aparecida Corrêa | @resuvet_
URINÁLISE
1

INTRODUÇÃO
Os animais apresentam dois rins, que estão situados dorsalmente na cavidade
abdominal, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Em
termos gerais os rins apresentam forma de feijão, podendo variar entre as
espécies animais. Estão divididos em cápsula, córtex, medula e pelve. Os rins
desempenham funções vitais nos animais, funções estas relacionadas à
manutenção do volume e concentração do líquido extracelular, manutenção da
pressão e do equilíbrio osmótico e hidro-eletrolítico do organismo, manutenção
do pH sanguíneo, produção de hormônios, excreção de substâncias tóxicas e
manutenção de nutrientes orgânicos. O sistema renal é composto por 2 rins, 2
ureteres, 1 bexiga e 1 uretra.

Adrenal

Rim

Ureter

Ves. Urinária
Uretra

A urina é o resultado da filtração do plasma sanguíneo, eliminando substâncias


indesejadas para o organismo, como cloro, potássio, íons de sódio, ureia e
creatinina. Além disso, a urina faz a manutenção da homeostasia do plasma
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Os rins possuem a artéria renal e a veia renal. É dividido em córtex, onde é
encontrado os néfrons e a medula que é o local onde é encontrado os túbulos
coletores. Os túbulos coletores se unem e formam a pelve e da pelve sai o
ureter. Os rins são envoltos por uma cápsula fibrosa.
↪ Néfron: é a unidade funcional dos rins, cada néfron é formado por um
glomérulo, que é a rede de capilares enovelados envoltos por uma cápsula
(cápsula de Bowman). O líquido filtrado é transformado em urina durante o
seu trajeto até a pelve renal.
Em seguida se tem o túbulo contorcido proximal que se estende até a alça de
Henle, que formará o túbulo contorcido distal que desemboca no tubo coletor
que levará a urina à pelve renal e sairá pelo ureter.

Os rins, além de sua função excretora, eles mantem a homeostasia através da


filtração glomerular, reabsorção glomerular, secreção e excreção tubular,
exercida pelos néfrons. E também produz a eritropoietina, um hormônio
endógeno secretado pelos rins que influencia na maturação dos eritrócitos e a
renina que exerce papel vital no controle da pressão sanguínea sistêmica.
3
↪ Filtração glomerular: ao chegar no glomérulo, o plasma atravessa a
parede dos capilares glomerulares e cai no espaço envolto pela cápsula
glomerular (cápsula de Bowman), formando o filtrado glomerular.

↪ Reabsorção glomerular: quando o filtrado glomerular chega nos túbulos


contorcidos proximais, as substâncias que são úteis ao organismo (água,
eletrólitos, glicose) deixam o espaço tubular, atravessam a parede tubular e
caem na circulação peritubular, local da reabsorção.

↪ Secreção: as substâncias indesejadas são transportadas no interior dos


capilares para a luz dos túbulos contorcidos distais e é excretado pela urina.

↪ Excreção: é a urina formada e pronta para ser eliminada.


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TERMINOLOGIA
▪Polaciúria: aumento na frequência, sem aumentar o volume de urina.
▪Disúria: dificuldade de urinar.
▪Estrangúria: eliminação lenta e dolorosa da urina.
▪Anúria: ausência da produção da urina.
▪Iscúria/Escúria: ausência na eliminação da urina.
▪Oligúria: redução na produção urinária.
▪Hematúria: presença da hemácia intacta na urina acima do valor de referência.
▪Piúria: presença da leucócitos acima do valor de referência na urina.
▪Hemoglobinúria: presença da hemoglobina na urina
▪Glicosúria: presença de glicose na urina.
Quando Solicitar Urinálise?
Quando o paciente apresentar: polaciúria, disúria, estrangúria,
poliúria, anúria, hematúria, doenças generalizadas, exames de
triagem, internação, complementar diagnóstico e estabelecer
diagnóstico.

CUIDADOS COM A AMOSTRA


▪Evitar contaminação
▪Identifique a amostra
▪Quantidade ideal: mínimo 10 ml
▪Tipo de coleta
▪Se for a primeira urina do dia: identifique
▪Tempo da coleta até a realização do exame:
↪ 6 hrs: ideal;
↪ > 6 hrs: geladeira
↪ < 24 hrs: conservante
▪Rebanho acometido: colete amostra de vários animais em diferentes estágios
da doença com o mesmo volume, tipo de condicionamento e tipo de coleta.
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URINÁLISE
A urinálise é composta por três partes:
▪Exame físico: volume, cor, odor, aspecto e densidade específica urinária.
▪Exame químico: pH, proteína, corpos cetônicos, glicose, urobilinogênio,
bilirrubina e sangue oculto.
▪ Sedimento: os elementos sólidos são sedimentados no fundo do tubo de
ensaio após centrifugar.
↪ células, cilindros, hemácias, leucócitos.

EXAME FÍSICO
▪ Volume: o total em 24 horas depende do tipo de alimentação, clima
ambiental, exercícios, tamanho e peso do animal.

Espécie Média / L Causas de poliúria e polidpsia:


Canina 1,0 ↪ Poliúria: uso de diuréticos, hiper-
Felina 0,15 hidratação, clima quente (maior ingestão de
água).
Bovina 14,2
↪ Oligúria: desidratação, edemas, clima frio
Equina 4,7
(menor ingestão de água).
Suína 4,0

▪ Cor: a cor da urina deve sempre ser considerada associada à densidade


específica e volume urinário. A intensidade da coloração urinária depende da
concentração de urocromos e varia inversamente com o volume urinário.
↪ Amarelo: normal
↪ Amarelo citrino/palha: geralmente é uma urina diluída com densidade
baixa e associada à poliúria. Pode ser observada na doença renal terminal,
ingestão excessiva de líquidos, Diabetes insípidos, hiperadrenocorticismo,
piometra, fase poliúrica da nefrose tóxica.
↪ Amarelo escuro: urina concentrada com densidade elevada e associada à
oligúria. Pode ser associada à febre, desidratação, diminuição de ingestão
hídrica, nefrite aguda (fase oligúrica), nefrose tóxica.
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↪ Alaranjado / amarelo âmbar: presença de bilirrubina, indica hepatopatia.
↪ Amarelo acastanhado ou esverdeado: indica a presença de pigmentos
biliares.
↪ Avermelhado: pode indicar presença de hemoglobina e/ou hemácias.
Após a centrifugação ou sedimentação a hematúria simples apresenta-se
com sobrenadante límpido.
↪ Marrom escuro: pode indicar presença de hemoglobina ou mioglobina, ou
urina normal de equinos após certo tempo (oxidação por pirocatequina).
↪ Branco leitoso: equinos idosos, devido a retenção urinária – precipitação
de carbonato de cálcio na bexiga.

▪ Odor: variável entre as espécies.


↪ Normal: “sui generis”.
↪ Amoniacal: cistites, retenções urinárias pela degradação da ureia em
amônia.
↪ Cetônico: presença de corpos cetônicos (Diabete Mellitus, jejum
prolongado, cetose).
↪ Fétido ou pútrido: lesões no trato urinário com lesão tecidual e presença
de bactérias.
↪ Adocicado: hematúrias.

▪ Aspecto: avaliação visual, está relacionado com a densidade específica


urinária (DEU).
↪ Normal: ligeiramente turvo.
↪ Patológico: límpida, floculenta ou turva.
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▪ Densidade Específica Urinária (DEU): mensura o grau de solutos existentes
na amostra e indiretamente mostra a capacidade de concentrar. É influenciada
pelo peso, dieta, amostra, idade, exercícios, condições climáticas e metabólicas.

Espécie Referência Ela pode estar:


Canina 1015 - 1045 ↪ Hipostenúria: é a DEU abaixo do valor de
Felina 1020 - 1040 referência.

Bovina 1020 - 1050 ↪ Isostenúria: é a DEU com osmolaridade


igual ao do sangue (1008 – 1012).
Equina 1020 - 1050
↪ Hiperestenúria: é a DEU acima do valor
Suína 1010 - 1030 de referência.

↝ Causas de Hipostenúria:
↪ Falha na sintetização do ADH – Diabete Insípidus.
↪ ADH presente, porém sem ação – Diabete Insípidus.
↪ Sepse – toxinas bacterianas impedem a ação do ADH.
↪ Corticoterapia, diuréticos ou líquidos parenterais.
↪ Uremia.
↪ Hipercalemia.

↪ Hipernatremia: Na+ por excesso de aldosterona ou hepatopatias.
↪ Nefrite intersticial crônica: incapacidade de concentrar a urina.
↝ Causas de Isostenúria:
↪ Lesões que afetam mais de 66% do parênquima renal,
↪ Falha renal primária.
↝ Causas de Hipostenúria:
↪ Desidratações.
↪ Diabete Mellitus: molécula de glicose é “pesada”.
↪ Febre e edemas: retenção líquida.
↪ Nefrite intersticial: incapacidade de eliminar água na fase inicial.
↪ Nefrite generalizada aguda: redução do fluxo glomerular;
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EXAME QUÍMICO
O exame é realizado por uma tira reagente que ao entrar em contato com a
urina ocorre uma reação.
▪ pH Urinário: os rins são um dos componentes do sistema responsável pela
manutenção do pH sanguíneo, seja pela excreção ou manutenção de ácidos ou
bases do organismo. Para manter o pH sanguíneo constante, entre 7,35 – 7,45,
haverá alteração do pH urinário, o que corresponde a condições alimentares e
metabólicas. Sua alteração pode indicar algo sistêmico, mas se atente à
alimentação do animal.
↪ ácida: <7
↪ neutra: igual a 7
↪ alcalina: >7

↝ Causas de urina ácida:


↪ dieta hiperproteica.
↪ administração de acidificantes: cloreto de amônio, cloreto de cálcio,
DL-metionina, fosfato ácido de sódio.
↪ aumento do catabolismo: jejum, febre, atividade física, D. Mellitus.
↪ acidose metabólica: aumento da perda de bicarbonato.
↪ acidose respiratória: acúmulo de CO2 nos pulmões.
↝ Causas de urina alcalina:
↪ alimentação rica em vegetais.
↪ demora na realização do exame: bactérias degradam a ureia em
amônia.
↪ cistites; administração de alcalinizantes: bicarbonato, lactato de sódio,
citrato de sódio.
↪ alcalose metabólica – acumulo de bicarbonato.
↪ alcalose respiratória.
▪ Proteína: em condições fisiológicas, as proteínas são 100% mantidas no
sangue durante a filtração glomerular e reabsorção tubular, não estando
presentes na urina. Portanto, a quantidade de proteína na urina é muito pequena
e geralmente as tiras urinárias não detectam.
↪ Normal: negativo.
↪ Proteinúria: presença de proteína na urina.
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Deve sempre avaliar junto a DEU e classificar o tipo de proteinúria quando
presente. Classificação:
↝ Pré Renal: devido a alterações temporárias na permeabilidade glomerular,
como: medo, frio, estresse, exercícios musculares. Neste caso, não há lesão
renal.
↝ Renal: a proteinúria de origem renal é decorrente de alterações estruturais na
barreira glomerular, que causam a passagem de maior quantidade de proteína
em direção ao filtrado glomerular, e/ou decorrência da não reabsorção destas
proteínas pelos túbulos proximais. Indica que há lesão renal.
↝ Pós Renal: devido a doenças do trato urinário inferior, como cistites e
uretrites. Geralmente está acompanhada de eritrócitos, leucócitos e células
epiteliais do trato urinário baixo no sedimento e ausência de cilindros. Na maioria
dos casos, alterações no comportamento de micção são evidentes, como
disúria, polaciúria e estrangúria. Outra causa comum são as obstruções. Neste
caso não há lesão renal.

O grau de proteinúria não é


proporcional à severidade da doença.

▪ Glicose: é filtrada nos glomérulos e a maior parte é reabsorvida nos túbulos


proximais, portanto em condições fisiológicas, não aprece na urina. A glicosúria
ocorrerá quando a glicemia exceder a capacidade de reabsorção renal.
↪ Normal: negativo.
↪ Glicosúria: presença de glicose na urina.

↝ Associada a hiperglicemia: ↝ Não associada a hiperglicemia:


↪ diabete Mellitus. ↪ nefropatias.
↪ tratamento parenteral com ↪ síndrome de Fanconi.
glicose, frutose ou adrenalina.
↪ pancreatite necrótica.
↪ ingestão de açúcar.
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Síndrome de Fanconi

Doença renal caracterizada por uma disfunção generalizada


dos túbulos renais proximais, se não houver reabsorção
adequada, ocorre perda excessiva de água, glicose, fosfato,
bicarbonato e vitaminas. Estas perdas vão ser responsáveis
pelo desenvolvimento de alterações metabólicas e
manifestações clínicas que, no seu conjunto, constituem a
síndrome. Pode ser hereditária ou adquirida.
↪ Hereditária: Labrador, Schinauzer, Sheepdog, Basenji são
algumas raças que possuem pré-disposição para a doença.
A restrição hídrica por tempo prolongado nestas raças
podem levar a alterações metabólicas. É bom evitar a
utilização dos fármacos gentamicina, cefalosporinas,
cisplatinas e salicilatos nas raças citadas
↪ Adquirida: pode ocorrer devido a intoxicação por metais
pesados (chumbo, mercúrio, cadmo, urânio – pergunte ao
tutor se foi realizado alguma pintura em casa); fármacos
(gentamicina, cefalosporinas, cisplatinas e salicilatos);
químicos (lisol, ácido maleico e etinoglicol); neoplasia
(mieloma múltiplo); rim policístico.

▪ Corpos Cetônicos: a urina em situação fisiológica apresenta-se livre de


corpos cetônicos. A cetonúria irá ocorrer quando os compostos cetônicos
aumentam no plasma sanguíneo (cetonemia) em decorrência de distúrbios no
metabolismo do carboidrato e ácidos graxos
↪ Normal: negativo.
↪ Cetonúria: presença de corpos cetônicos na urina.
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↝ Causas de cetonúria:
↪ Diabete Mellitus: não utiliza a glicose como fonte de energia, as
células começam a catabolizar gorduras fazendo com que aumente a
produção de corpos cetônicos, ao passar a capacidade de reabsorção
tubular, irá aparecer na urina.
↪ Doenças caquetizantes, jejum prolongado, vômitos ou diarreias
graves: ocorre o esgotamento das reservas de carboidrato, o organismo
passa a utilizar a gordura como fonte de energia.
↪ Cetose bovina: vacas produtoras de leite é comum, há um desvio do
carboidrato para a produção de leite, caso não haja suplementação, o
animal entrará em hipoglicemia, cetonemia e cetonúria por acidose
metabólica.
▪ Sangue Oculto: a urina normal, em seu estado fisiológico não apresenta
sangue oculto. O sangue oculto pode ser hemoglobina ou mioglobina.
↝ Causas de hemoglobinúria:
↪ transfusões sanguíneas incompatíveis.
↪ hemoparasitoses – babesiose, erliquiose.
↪ anemia infecciosa equina.
↪ fotossensibilização – bovinos.
↪ plantas tóxicas.
↪ intoxicações.
↪ leptospirose.
↪ doença hemolítica do recémnascido.
↝ Causas de mioglobinúria:
↪ rabdomiólise.
↪ injúria isquêmica traumática.
↪ distúrbios hormonais.
↪ necrose.
▪Bilirrubina: é um produto da degradação da hemoglobina.
↪ Normal: negativo.
↪ Bilirrubinúria: presença de bilirrubina na urina. Pode indicar hepatopatias
ou obstruções das vias biliares.
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▪ Urobilinogênio: é a forma reduzida da bilirrubina conjugada que é excretada
pela urina. É ele que dá a cor amarelada à urina.
↪ Normal: presente em pequena quantidade.
↪ Aumentada: hepatite ou cirrose hepática, icterícia hemolítica.
↪ Diminuída: obstruções das vias biliare, distúrbios de reabsorção (diarreias
graves), nefrites crônicas, uso de antibióticos.

SEDIMENTO
Para a realização desta etapa do exame é necessário que tenha no mínimo 10ml
de urina. A amostra de urina é centrifugada, em seguida despreza o
sobrenadante e coloca 1 gota da amostra na lâmina. É avaliado no microscópio.

↪ Normal: encontrar poucas células sanguíneas, alguns tipos de cilindros,


poucas células epiteliais, alguns cristais (equinos) e gotículas de gordura.
Existe uma quantidade ideal para cada tipo de célula/estrutura.

▪Células epiteliais de descamação: células do final do trato urinário.


↪ Normal: ausente ou até 6 células/campo.
↪ Patológico: > 6 células/campo.
⇾ Nomenclatura patológica: uretrite

▪ Células de epitélio renal ou cuboidais: são células que revestem os


túbulos renais, são arredondadas, pequenas, com núcleo grande e
excêntrico.
↪ Normal: ausente
↪ Patológico: se está presente, mesmo que em pequena quantidade, já é
considerado patológico. Indica lesão renal.
⇾ Nomenclatura patológica: glomerulonegrite/nefrite ou síndrome nefrótica.

▪Células de pelve renal: são células transicionais que revestem a pelve renal.
↪ Normal: ausente
↪ Patológico: se está presente, mesmo que em pequena quantidade, já é considerado
patológico.
⇾ Nomenclatura patológica: pielite.
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▪Células vesicais ou de transição: células transicionais que revestem a bexiga.
↪ Normal: ausente
↪ Patológico: se está presente, mesmo que em pequena quantidade, já é considerado
patológico.
⇾ Nomenclatura patológica: cistite..

▪Hemácias: hemácia intacta na urina.


↪ Normal: ausente ou até 5 células/campo.
↪ Patológico: > 5 células/campo
⇾ Nomenclatura patológica: hematúria.

▪Leucócitos: apresentam-se como células granulares maiores que as hemácias,


porém menores que as células epiteliais.
↪ Normal: ausente ou até 8 células/campo.
↪ Patológico: > 8 células/campo
⇾ Nomenclatura patológica: piúria ou leucocitúria.

▪ Cilindros: são precipitações de proteínas filtradas pelos glomérulos,


constituídos primariamente por mucoproteína e proteína que aderem ou não a
outras estruturas. Eles representam moldes dos túbulos onde são formados. A
formação dos cilindros se dá na porção renal tubular, local que a urina atinge
concentração máxima e acidez, favorecendo a precipitação das proteínas e
mucoproteínas. Eles são classificados de acordo com seu material e não se
formam em baixas densidades ou em pH alcalino.
↪ Hialino: mucoproteína + proteína.
⇾ Podem estar presentes sem indicar processo patológico, mas quando
aumentados podem indicar uma forma inicial de doença renal –
associados a proteinúria, processos transitórios como febre, congestão e
doença renal.
↪ Epiteliais: mucoproteína + células epiteliais.
⇾ Sua presença pode indicar processo agudo – inflamações renais.
↪ Hemáticos: mucoproteína + hemácias
⇾ Sua presença pode indicar hemorragia tubular ou glomerular –
glomerulonefrite aguda, nefropatia crônica em fase evolutiva;
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↪ Leucocitários: mucoproteína + leucócitos.
⇾ Sua presença pode indicar lesão renal com processo inflamatório.
↪ Gordurosos: mucoproteína + lipídios.
⇾ Sua presença pode indicar doenças degenerativas dos túbulos.
↪ Granulosos: mucoproteína + outras estruturas.
⇾ Sua presença pode indicar degeneração tubular ou que as células
tubulares estão sofrendo necrose.
↪ Céreos: cilindros angulares.
⇾ Sua presença indica degeneração tubular crônica em estágio final da
doença.
▪ Bactérias: são encontradas em amostras de urina devido a microbiota
fisiológica, porém quando há uma grande quantidade em urina fresca, deve se
atentar a infecções no trato urinário. Atenção com a falsa bacteriúria devido ao
tempo prolongado de exposição da amostra.
▪ Cristais: são produtos finais da alimentação e dependente do pH para sua
formação. Podem ser encontrados poucos cristais na urina, mas quando
aumentados é chamado de cristalúria. A cristalúria poderá formar urólitos caso a
quantidade de cristais seja exacerbada. É importante lembrar que na urinálise
não se dá diagnóstico de urolitíase.

pH alcalino pH ácido ↝ Cristais de cistina, tirosina


Fosfato triplo Urato amorfo ou leucina são encontrados
quando há alterações no
Fosfato amorfo Oxalato de cálcio
metabolismo de proteínas e
Carbonato de cálcio Ácido hipúrico doenças hepáticas.
Urato de amônia Cistina
↝ Cristais de bilirrubina e
Bilirrubina - urato de amônia são
Tirosina - encontrados em doenças
hepáticas obstrutivas.
Leucina -
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▪ Fungos: geralmente representam contaminação da amostra, pois são raras
em animais domésticos.
▪ Leveduras: é encontrado em machos e fêmeas que acabaram de cruzar,
normalmente o animal apresenta proteinúria devido a sua composição.
▪ Ovos de Parasitas: é observado Stephanurus dentatus em suínos,
Dioctophyma renale em cães, Capillaria plica em gatos.
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DÚVIDAS FREQUENTES
▪ Consigo fechar o diagnóstico de Diabete Mellitus pela urinálise?
Não. A urinálise irá auxiliar, mas para realmente fechar o diagnóstico deve
ser realizado a dosagem de glicose na corrente sanguínea – glicemia.

▪ A ausência de cilindro indica que não há doença renal?


A ausência de cilindros não descarta doença renal.

▪ A ausência de proteinúria significa que não está tão grave?


O grau de proteinúria não é proporcional à severidade da doença.

▪ Como identificar qual o tipo de proteinúria?


Anamnese + histórico, presença de células renais, célula de bexiga.

▪ Animal apresentou bilirrubinúria, posso falar que ele apresenta


problema hepático?
Não. Neste caso ele indica que pode haver comprometimento hepático,
para fechar o diagnóstico de problema hepático você deverá solicitar
exames como dosagem de bilirrubinas (conjugada, não conjugada e total) e
enzimas hepáticas, além de sempre se atentar à clínica do animal.

▪ Equino apresentando D. mellitus. Como será seu pH?


Fisiologicamente a urina dos equinos é alcalina devido sua alimentação.
Quando ele apresenta D. mellitus seu pH estará ainda mais ácido.

▪ Cão apresentando Diabete mellitus. Como será seu pH?


Fisiologicamente a urina dos cães é ácida devido a alimentação. Quando
ele apresenta Diabete mellitus seu pH estará ainda mais ácido.
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EXERCÍCIOS
1 – Cão, macho, 5 anos. Queixas do tutor: animal está urinando toda hora um
pouquinho e toda vez fica em uma posição para urinar, chora e desiste. A cor da
urina está diferente do normal e o animal está muito quieto. Sinais clínicos:
polaciúria, estrangúria e disúria.

Vol: 13ml Urobilinogênio: normal


Cor: amarelo avermelhado Hemácias: 10 – 15 hem./campo
Aspecto: turvo Leucócitos: 20 – 35 leuc./campo
Odor: amoniacal Cél. epit. escamosas: 2 – 4 cél./campo
DEU: 1050 Cél. epitélio renal: ausente
pH: 8,0 Cél. pelve renal: ausente
Proteína: ++ Cél. epitélio vesical (transição): 08 -14 céls / campo
Glicose: negativo Cilindros: hialinos +
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: +++
Sangue oculto: traços Cristais: fosfato triplo +++
Bilirrubina: negativo

a) Quais alterações encontradas?


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b) Classifique a proteinúria.
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c) Qual o diagnóstico?
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2 – Uma cadela de 4 anos foi atendida no H.V. Sinais clínicos: edema de
membro posterior com resposta incompleta a antibióticos. Exame físico:
sensibilidade abdominal, edema em membro posterior direito, caquexia, apatia e
desidratação.

Vol: 13ml Urobilinogênio: normal


Cor: amarelo Hemácias: 10 – 15 hem./campo
Aspecto: ligeiramente turvo Leucócitos: 20 – 35 leuc./campo
Odor: sui generis Cél. epit. escamosas: 2 – 4 cél./campo
DEU: 1059 Cél. epitélio renal: ausente
pH: 6,0 Cél. pelve renal: ausente
Proteína: ++++ Cél. epitélio vesical (transição): 08 -14 céls / campo
Glicose: + Cilindros: hialinos +
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: +++
Sangue oculto: negativo Cristais: fosfato triplo +++
Bilirrubina: negativo

a) Quais alterações encontradas?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Classifique a proteinúria.
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

b) Qual o diagnóstico?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
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3 – Uma cadela de 4 anos foi atendida no H.V. Sinais clínicos: edema de
membro posterior com resposta incompleta a antibióticos. Exame físico:
sensibilidade abdominal, edema em membro posterior direito, caquexia, apatia e
desidratação.
Vol: 13ml Urobilinogênio: normal
Cor: amarelo Hemácias: 2 – 3 hem./campo
Aspecto: ligeiramente turvo Leucócitos: 1 – 3 leuc./campo
Odor: sui generis Cél. epit. escamosas: 1 – 3 cél./campo
DEU: 1059 Cél. epitélio renal: 6 - 9 cél./campo
pH: 6,0 Cél. pelve renal: ausente
Proteína: ++++ Cél. epitélio vesical (transição): ausente
Glicose: + Cilindros: ausente
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: normal
Sangue oculto: negativo Cristais: ausente
Bilirrubina: negativo Muco: +

a) Quais alterações encontradas?


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b) Classifique a proteinúria.
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b) Qual o diagnóstico?
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4 – Equino, fêmea, 4 anos. Sinais clínicos: inapetência, perda de peso, poliúria,
polidpsia e desidratação > 5%. Exame físico: debilidade e caquexia. Tipo de
coleta: micção espontânea.

Vol: 110 ml Urobilinogênio: normal


Cor: amarelo escuro Hemácias: 0 – 3 hem./campo
Aspecto: turvo Leucócitos: 1 – 3 leuc./campo
Odor: cetônico Cél. epit. escamosas: repleto
DEU: 1035 Cél. epitélio renal: ausente
pH: 6,0 Cél. pelve renal: ausente
Proteína: ++ Cél. epitélio vesical (transição): ausente
Glicose: ++ Cilindros: ausente
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: normal
Sangue oculto: negativo Cristais: ausente
Bilirrubina: negativo Muco: +

a) Quais alterações encontradas?


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b) Classifique a proteinúria.
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b) Qual o diagnóstico?
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5 - Um cão, macho de 6 anos da raça poodle, chamado Guerreiro foi levado ao
hospital veterinário pois estava apresentando apatia, anorexia, poliúria, polidipsia
e emagrecimento progressivo. Durante o exame clínico, Guerreiro apresentou os
seguintes parâmetros: sua temperatura retal estava 35,4°C, TPC de 4 segundos,
Turgor cutâneo de 4 segundos, desidratação de 6-8% e mucosas ressecadas e
pálidas. Apresentava escore 2 (começando uma caquexia), dispneico,
movimentos respiratórios de 11rpm, frequência cardíaca de 152 bpm, pulso
arterial de 150 bpm. Na palpação renal apresentou sensibilidade positiva. Diante
de todos os sinais apresentados, foi solicitado alguns exames e um deles foi a
urinálise para descartar uma lesão renal. Tipo de coleta: cateterização.
Vol: 12 ml Urobilinogênio: normal
Cor: amarelo Hemácias: 2 – 4 hem./campo
Aspecto: turvo Leucócitos: 2 – 5 leuc./campo
Odor: sui generis Cél. epit. escamosas: 1 - 2 cél./campo
DEU: 1058 Cél. epitélio renal: 8 - 10 cél./campo
pH: 6,0 Cél. pelve renal: 2 - 6 cél./campo
Proteína: ++ Cél. epitélio vesical (transição): ausente
Glicose: ++ Cilindros: ausente
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: normal
Sangue oculto: negativo Cristais: ausente
Bilirrubina: negativo
a) Quais alterações encontradas?
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b) Classifique a proteinúria.
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b) Qual o diagnóstico?
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FUNÇÃO
RENAL
23

INTRODUÇÃO
As principais provas bioquímicas de função renal incluem a dosagem da ureia e
creatinina séricas/plasmáticas. Podem ser realizadas outras provas, como os
eletrólitos: sódio, potássio e fósforo séricos.
É importante lembrar que para avaliar a função renal é necessário realizar as
provas bioquímicas, pois na urinálise não é possível avaliar a função, somente se
há processo patológico ou não. Amostra enviada para o laboratório para avaliar
a função renal é o sangue, preferencialmente o soro.
▪Ureia: a ureia é produzida no fígado através da arginase (ciclo da ureia) e é o
principal produto final do catabolismo proteico.
↪ excretada pelos rins.
↪ 40% é reabsorvida nos túbulos renais e 60% continua no sangue.
↪ a alimentação pode interferir na quantidade de ureia na corrente sanguínea.
↪ ela pode estar normal, mesmo quando 60% dos glomérulos estão
afuncionais.

↝ Causas de ↓ da ureia:
↪ insuficiência hepática.
↪ restrição hídrica.
↪ poliúria e polidpsia.
↪ hiperhidratação.
↪ final de gestação.

Insuficiência Hepática
A formação da ureia fica comprometida, portanto não
há quantidade ideal sendo excretada pela urina.
Podendo estar diminuída na insuficiência hepática.
▪ Creatinina: a creatinina é produzida através do metabolismo da creatina 24
e
fosfocreatina muscular.
↪ sua excreção é somente renal.
↪ não é reabsorvida nos túbulos renais, é livremente filtrada.
↪ seu aumento na corrente sanguínea pode indicar deficiência na função
renal.
↪ o nível sanguíneo não é afetado pela dieta, idade e sexo embora elevado
metabolismo muscular possa aumentar os níveis de creatinina na circulação.
↝ Causas de ↓ da creatinina:
↪ animais caquéticos.
↪ perda muscular.
↪ dieta pobre em proteínas.
▪ Sódio: é filtrado e reabsorvido, dependendo da quantidade na dieta. Na
nefropatia crônica generalizada há perda de sódio, pois este acompanha a água
na depleção hídrica para manter a isotonicidade. A redução de sódio é a
hiponatremia.
▪ Potássio: fisiologicamente é filtrado nos glomérulos, reabsorvido nos túbulos
contorcidos proximais e excretado pelos túbulos distais. A concentração sérica
de potássio varia com a dieta. Na nefropatia com oligúria ou anúria há perda de
função excretora renal e retenção de potássio, levando à hipercalemia.
▪ Cálcio: na nefropatia aguda não há alteração nos níveis séricos de cálcio. Na
nefropatia crônica generalizada há perda da capacidade de reabsorção, com
consequente hipocalcemia.
↪ se não persistir, esta hipocalcemia estimulará a paratireóide a mobilizar
cálcio ósseo para manter a homeostase, levando ao hiperparatireoidismo
secundário renal.
▪Fósforo: na nefropatia crônica progressiva e na doença renal generalizada há
redução na velocidade da filtração e perda na capacidade de excreção de
fósforo, levando à hiperfosfatemia em cães e gatos. Em grandes animais este
aumento não é uma constante
↪ se persistir, a hiperfosfatemia um estimulará a paratireoide, irá mobilizar o
cálcio ósseo para manter a homeostase sanguínea. Este processo leva ao
hiperparatireoidismo secundário renal.
25

AZOTEMIA
É o aumento da ureia e creatinina na corrente sanguínea, ela inicia sem sinais
clínicos e pode há três classificações: pré-renal, renal e pós renal.
▪Azotemia Pré-Renal
Ocorre quando fatores interferem previamente a filtração glomerular. Como
causa principal, a diminuição da taxa de filtração glomerular, através de menor
fluxo de sangue nos rins devido a vasoconstrição ou estase sanguínea, levando
ao aumento de nitrogênio não proteico no sangue.
↝ Causas de azotemia pré-renal:
↪ desidratação
↪ doença cardiovascular
↪ hipotensão
↪ choque hipovolêmico
↪ alimentação somente proteica
↪ hemorragias do trato gastrintestinal.
▪Azotemia Renal
A azotemia renal é causada por insuficiência renal e ocorre quando 75% dos
néfrons ficam não-funcionais, ocorre frequentemente uma isostenúria e a
densidade específica urinária fica menor que 1.025. As causas podem ser por
evento isquêmico, como hipovolemia e hipotensão renal ou pela exposição à
agentes nefrotóxicos como fármacos e agentes infecciosos. O diagnóstico de
azotemia renal é confirmado se a azotemia for persistentemente associada à
isostenúria ou hipostenúria.
↝ Causas de lesão renal:
↪ microrganismos
↪ leptospirose
↪ doenças imunomediadas
↪ substâncias tóxicas
↪ glomerulopatias
↪ hipoperfusão
↪ agentes nefrotóxicos
▪Azotemia Pós-Renal 26

É causada por obstrução do fluxo urinário ou ruptura nas vias excretoras


urinárias. A obstrução uretral pode levar a um início agudo de insuficiência renal,
como resultado da pressão de retorno ao rim e as concentrações plasmáticas
de uréia podem atingir 60mmol/L ou mais. Geralmente é um quadro reversível
quando a desobstrução é realizada com sucesso.
↝ Causas de azotemia pós-renal:
↪ obstrução uretral.
↪ obstrução vesical.

Uremia
Síndrome tóxica polissistêmica que resulta de uma
função renal anormal em animais com azotemia, e
ocorre simultaneamente com uma quantidade
aumentada de constituintes urinários no sangue.
Ocorre quando há evolução do processo e os sinais
clínicos se tornam característicos, como hálito
urêmico, ulcerações na cavidade oral, diarreia profusa
a sanguinolenta e vômitos. É importante lembrar que
a ureia está em alta concentração na corrente
sanguínea, ultrapassando a concentração de
creatinina.
27

DOENÇA RENAL
▪ Insuficiência Renal Aguda (IRA): a insuficiência renal aguda é definida como
declínio abrupto e sustentado da filtração glomerular, resultando em azotemia. A
lesão renal aguda resulta principalmente da ação de agentes nefrotóxicos e de
isquemia renal, que geralmente afetam a porção tubular do néfron.
Em cães e gatos, a insuficiência renal aguda resulta de necrose tubular aguda
(nefrose) e, menos frequentemente, de inflamação renal (nefrite).
↝ Possíveis causas de IRA:
↪ choque grave
↪ hemorragia intensa
↪ hipotensão
↪ desidratação
↪ hipovolemia
↪ anestesia profunda
↪ traumatismo
↪ coagulação intravascular disseminada (CID)
↪ trombose ou formação de microtrombos em vaso sanguíneo renal
↪ reações transfusionais
↪ pancreatite
↪ sepse
↪ hipertermia
↪ hipotermia
↪ queimaduras
↪ exposição a nefrotoxinas
↝ Sinais clínicos: inespecíficos e incluem letargia, depressão, anorexia,
vômito, diarreia e desidratação; ocasionalmente hálito urêmico ou úlceras
orais podem estar presentes.

O sistema nervoso é o que menos tolera uma rápida


queda da função renal, levando a encefalopatia urêmica,
com sinais de alterações sensoriais, motoras (letargia,
astenia, tremores e mioclonias) e quadros convulsivos,
que podem evoluir para estado comatoso e óbito.
28
↝ Diagnóstico: realizar a diferenciação da insuficiência renal aguda (IRA) da
insuficiência renal crônica. O método utilizado é a mensuração da
concentração plasmática de substâncias normalmente excretadas pelos rins
e urinálise.
⌑ Bioquímico: ureia e creatinina elevados, indicando azotemia.
⌑ Urinálise: densidade urinária específica em isostenúria ou hipostenúria
(geralmente inferior a 1,025), proteinúria e glicosúria, sem hiperglicemia
concomitante, que indicam lesão tubular renal. No sedimento urinário,
deve ser investigado se há presença de celularidade, de piúria,
bacteriúria, cristalúria ou cilindrúria.
⌑ Hemograma: alterações inespecíficas e podem incluir leucocitose
(com ou sem desvio à esquerda) e monocitose. O volume globular
(hematócrito) e as proteínas plasmáticas podem estar elevadas devido a
desidratação.
⌑ Ultrassonografia: achados não são específicos, com corticais renais
normais em toda a extensão a ligeiramente hiperecoicas.

Desidratação pré-renal e azotemia sobreposta com a


incapacidade de concentrar urina (ex., doença de
Addison ou uso excessivo de furosemida) de início
simulam insuficiência renal, mas nesse caso a correção
de desidratação resulta em resolução da azotemia.
29

DOENÇA RENAL
▪ Doença Renal Crônica: caracterizada por lesões estruturais irreversíveis, que
podem evoluir progressivamente para uremia, insuficiência renal crônica (IRC) e
falência renal.
Após a instalação inicial da lesão renal, ocorrem mudanças estruturais e
funcionais adaptativas dos néfrons remanescentes, na tentativa de manter a
homeostase, principalmente quanto à regulação do volume e da composição do
fluido corporal extracelular. As mudanças adaptativas tornam-se excessivas ou
ineficientes, favorecendo ainda mais o desenvolvimento de dano dos néfrons.
Depois de estabelecida a DRC, a magnitude da disfunção renal geralmente
permanece estável por meses ou declina vagarosamente no decorrer de
meses a anos. Não é necessário que o processo responsável pela lesão
inicial, esteja presente para que ocorra uma disfunção progressiva

↝ Possíveis causas de DRC:


A DRC pode ser congênita ou adquirida. As causas adquiridas podem ser:
↪ glomerulopatias imunomediadas
↪ infecciosas
↪ neoplasias
↪ idiopáticas
↪ consequência de uma doença renal aguda
↝ Sinais Clínicos: poliúria, polidipsia e noctúria, de intensidade variada,
desidratação hipertônica, vômito, diarréia e adipsia, anorexia e a perda de
peso estão presentes. Sinais de uremia comumente estão presentes.
↝ Diagnóstico: deve ser baseado na anamnese e exame clínico, que vão
fazer uma triagem para a doença e os achados laboratoriais, exames de
imagem, biopsia renal, marcadores sanguíneos e urinários determinam o
diagnóstico preciso e podem avaliar o grau e evolução da doença.
⌑ Bioquímico: ureia e creatinina elevados, indicando azotemia.
⌑ Urinálise: normalmente apresenta-se como urina de cor palha, límpida,
em isostenúria, o sedimento em muitos dos casos pode estar inativo,
proteinúria e glicosúria podem estar presentes.
30
⌑ Hemograma: anemias estão presentes em pacientes com DRC. A
causa delas podem ser por redução na expectativa de vida do
eritrócito, em parte devido à elevação nos níveis de paratormônio (PTH)
e das toxinas urêmicas ou redução da concentração de glutationa
eritrocitária, que induz a diminuição de deformidade e aumento da
fragilidade osmótica das células vermelhas. Outras causas:
↪ deficiência de folatos e vitamina B (as vitaminas hidrossolúveis são
perdidas/eliminadas devido à poliúria e pela ingestão insuficientes)
↪ deficiência de ferro (decorrente da ingestão prejudicada e/ou
absorção prejudicada no intestino)
↪ neoplasias
↪ processos inflamatórios
↪ fibrose de medula óssea secundária ao hiperparatireoidismo
↪ deficiência de eritropoetina em estágios finais de DRC
⌑ Biomarcadores: o SDMA e o RPC são os biomarcadores mais utilizados.
⌑ RPC: a excreção diária normal de proteína na urina de cães e gatos
é de, no máximo, 10-30mg/kg. Estudos demonstram que a medida
obtida de uma única amostra de urina para determinação da relação
proteína:creatinina (RPC) urinária apresenta boa correlação com a
determinação da proteína perdida em 24 horas.
A relação proteína:creatinina urinária é obtida dividindo-se a
concentração de proteína pela de creatinina numa amostra de urina.
O objetivo dessa avaliação é obter, aproximadamente, a magnitude
de eliminação de proteína pela urina, detectando assim a gravidade
das lesões renais, a resposta ao tratamento ou a progressão da
doença.
⌑ SDMA: é uma molécula estável, de baixo peso molecular (202
g/mol), originada de proteínas intracelulares que desempenham um
papel fundamental no metabolismo celular básico, sendo produzidas
no núcleo de todas as células. É amplamente excretado pelo rim, o
que o torna um bom candidato à biomarcador para a função renal,
pois seu tamanho e carga permitem que seja livremente excretado
por filtração glomerular.
- SDMA elevado: reflete a função renal reduzida, de modo que
este pode ser encontrado em múltiplos distúrbios quando
acometem e reduzem a função renal.
31

Fonte: IDEXX

Fonte: IDEXX

↝ Classificação da DRC de acordo com a International Renal Interest


Society:
↪ Estágio I (não azotêmico): ausência de sinais clínicos evidentes de
uremia, exceto poliúria e polidipsia e creatinina sérica menor que 1,4mg/dL
para cães e inferior 1,6mg/dL para gatos.
↪ Estágio II (azotemia renal discreta): ausência de sinais clínicos
evidentes de uremia, exceto poliúria e polidipsia e creatinina sérica entre
1,4 e 2,0mg/dL para cães e entre 1,6 e 2,8mg/dL para gatos. 
↪ Estágio III (azotemia renal moderada): sinais clínicos moderados de
uremia e creatinina sérica entre 2,1 e 5,0mg/dL para cães e entre 2,9 e
5,0mg/dL para gatos. 
↪ Estágio IV (azotemia renal severa): sinais clínicos graves de uremia e
creatinina sérica superior que 5,0mg/dL para cães e gatos.
32
Dentro de cada estágio, o paciente é subcategorizado de acordo com o grau
de proteinúria e pressão sistêmica arterial. Os estágios II e III incluem
pacientes com IRC, onde a presença de azotemia reflete a perda de mais de
dois terços de néfrons funcionais. O termo falência renal é aplicado aos
pacientes categorizados no estágio IV.

Fonte: IDEXX

↝ Eletrólitos:

Eletrólitos AGUDA CRÔNICA


Sódio - Hiponatremia
Potássio Hipercalemia Hipercalemia

Cálcio - Hipocalemia
Fósforo - Hiperfosfatemia
33
EXERCÍCIOS
1 – Uma cadela de 14 anos foi atendida no hospital veterinário. Queixas e sinais
clínicos: hipertrofia bilateral de linfonodo mandibulares, pré escaplares e axilares.
O exame clínico mostrou desidratação, caquexia, ritmo cardíaco fraco e com
hipertermia. Tipo de coleta: cateterização.
URINÁLISE: Cél. epit. escamosas: 1 – 6 cél./campo
Vol: 20 ml Cél. epitélio renal: ausente
Cor: amarelo Cél. pelve renal: ausente
Aspecto: turvo Cél. epit. vesical (transição): ausente
Odor: sui generis Cilindros: hialinos +++
DEU: 1061 Bactérias: normal
pH: 6,5 Cristais: ausente
Proteína: traços BIOQUÍMICA SÉRICA:
Glicose: negativo Ureia: 137 mg/dL
Corpos cetônicos: negativo Creatinina: 1,93 mg/dL
Sangue oculto: negativo Ppt: 9,9 g/dL
Bilirrubina: negativo Sódio: 151 mEq/dL
Urobilinogênio: normal Potássio: 5,0 mEq/dL
Hemácias: 0 – 3 hem./campo Cálcio: 2,29 mEq/dL
Leucócitos: 1 – 5 leuc./campo Fósforo: 4,5mg/dL

a) Qual o diagnóstico da urinálise?


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b) O paciente apresenta azotemia? Se sim, qual? Justifique.
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2 – Um cão, macho, castrado de 4 anos foi atendido no H.V. Sinais e queixas:
períodos intermitentes de fraqueza e claudicação, mucosas pálidas. Exame
clínico: desidratação discreta, poliúria, polidipsia, ar expirado com odor fétido e
amoniacal, dentes com tártaro. Tipo de coleta: cateterização

URINÁLISE: Cél. pelve renal: ausente


Vol: 14 ml Cél. epit. vesical (transição): ausente
Cor: amarelo Cilindros: granuloso e céreo ++
Aspecto: límpido Bactérias: +
Odor: sui generis Cristais: ausente
DEU: 1008 Espermatozoide: +
pH: 5,0
Proteína: + BIOQUÍMICA SÉRICA:
Glicose: + Ureia: 81 mg/dL
Corpos cetônicos: negativo Creatinina: 8,9 mg/dL
Sangue oculto: negativo Ppt: 4,3 g/dL
Bilirrubina: negativo Sódio: 151 mEq/dL
Urobilinogênio: ausente Potássio: 5,99 mEq/dL
Hemácias: 10 – 20 hem./campo Cálcio: 1,29 mEq/dL
Leucócitos: 15 – 25 leuc./campo Fósforo: 9,5 mg/dL
Cél. epit. escamosas: 1 – 3 cél./campo
Cél. epitélio renal: +

a) Qual o diagnóstico da urinálise?


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b) Qual o diagnóstico laboratorial?
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b) O paciente apresenta azotemia? Se sim, qual? Justifique.
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3 – Cão, macho de 11 anos. As queixas do tutor é que o animal está apático,
parece estar com dor e a urina está com odor muito forte. No exame
apresentava hálito amoniacal, mucosas pálidas e dor a palpação renal. Foi
solicitado uma urinálise e uma dosagem de ureia e creatinina. Tipo de coleta:
cateterização.
URINÁLISE: Cél. pelve renal: ausente
Vol: 10 ml Cél. epit. vesical (transição): ausente
Cor: amarelo Cilindros: granuloso +
Aspecto: límpido Bactérias: normal
Odor: sui generis Cristais: ausente
DEU: 1008 Espermatozoide: ausente
pH: 5,0
Proteína: ++ BIOQUÍMICA SÉRICA:
Glicose: + Ureia: 89,4 mg/dL
Corpos cetônicos: negativo Creatinina: 8,6 mg/dL
Sangue oculto: +
Bilirrubina: negativo
Urobilinogênio: normal
Hemácias: 0 – 2 hem./campo
Leucócitos: 0 – 4 leuc./campo
Cél. epit. escamosas: 2 – 4 cél./campo
Cél. epitélio renal: 8 - 10 cél./campo
a) Qual o diagnóstico da urinálise?
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b) Qual a origem da proteína?
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b) O paciente apresenta azotemia? Se sim, qual? Justifique.
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ADH
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO
37

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO
O ADH é o hormônio antidiurético ou também chamado de vasopressina. Ele é
produzido pelo hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise.
Atua nos túbulos contorcidos renais distais, é produzido no hipotálamo e
armazenado na hipófise. Tem como função absorver novamente a água e
mandar para o organismo.
Se não houver uma quantidade ideal de ADH no organismo ou a falta de
receptores, o animal entrará em desidratação e não consegue concentrar a urina,
sua densidade urinária específica ficará em isostenúria.

Alguns estímulos chegam ao hipotálamo e causam aumento da secreção de


ADH e outros levam à redução da secreção de ADH.
A regulação da liberação da vasopressina é um processo complexo que envolve
estimulação osmótica e não osmótica: os principais e mais potentes estímulos de
liberação da vasopressina são o aumento da osmolaridade plasmática (regulação
osmótica) e hipovolemia e hipertensão (regulação não osmótica). Além destes
estímulos, dor, náusea, hipóxia, estímulo faringeano, acidose e hormônios e
drogas endógenas e exógenas também aumentam a liberação do ADH na
circulação.
O ADH tem papel fisiológico principal na regulação da reabsorção de água nas
células tubulares renais e também é um potente constritor nas células
musculares lisas dos vasos.
38
Um aumento nos níveis plasmáticos do ADH resulta no aumento na retenção de
água que mantém a osmolaridade plasmática dentro dos valores normais. O
efeito antidiurético é obtido por promover a reabsorção de água livre de solutos
nos túbulos distal e túbulos coletores do rim. A ativação da vasopressina nas
células tubulares.
A sensação da sede é controlada por osmo-receptores localizados próximos as
células que sintetizam a vasopressina no hipotálamo. Estes osmo-receptores
podem ser os mesmos neurônios que também controlam a secreção da
vasopressina. A sede e a secreção da vasopressina podem ser estimuladas pela
contração do volume de fluido extracelular sem alterações na osmolaridade
plasmática.

Diabetes Insípida
O ADH é responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico,
designadamente pela antidiurese. Depois de sintetizado no
hipotálamo, nos núcleos supraóptico e paraventricular, e
armazenado no lobo posterior da hipófise, este hormônio é
liberado com base na osmolaridade plasmática, detectada por
osmoreceptores. Quando a osmolaridade plasmática aumenta, o
ADH é liberado e age em nível das células renais, dos túbulos
contorcidos distais e nos ductos coletores, promovendo a
reabsorção de água do filtrado glomerular

Existem dois tipos de diabetes insípida:


Diabetes insípida central (DIC): com ausência ou baixa secreção de ADH. A
DIC está caracterizada por hipostenúria persistente e severa diurese, com DU
≤ 1.006. Durante a restrição hídrica, a DU é de 1.008 e 1.020.
Diabetes insípida nefrogênica (DIN): por inabilidade dos rins de responderem
completamente à ADH.
O diagnóstico de DIC é baseado na exclusão de outras causas de poliúria e
polidipsia. Existem alguns testes capazes de auxiliar no diagnóstico. O teste de
privação hídrica e a resposta à aplicação de desmopressina é o teste diagnóstico
para a doença, que permite a diferenciação entre Diabete Insípido e polidipsia
psicogênica. A desidratação exclui a polidipsia primária (psicogênica) e a
administração de desmopressina diferencia DIC de DIN.
39
↝ Teste
Teste da da Restrição
Restrição Hídrica:
Hídrica:

É contraindicado para urêmicos, desidratados e insuficientes renais


↪ O animal ficará 12 horas em restrição hídrica.
↪ Resultado: DEU ≥ 1025 = polidipsia congênita.
↪ Causa hiperosmolaridade plasmática, liberando vasopressina pela hipófise. O
ADH atuará e ocorre a reabsorção de água, consequentemente aumentando a
densidade urinária específica (DEU).

↝ Teste
Teste da da Desmopressina:
Restrição Hídrica:

Não indicado para cadelas prenhas e animais com uremia.


↪ Tempo 0: coleta da urina e mensure a DEU.
↪ Administração: instile 1 gota do colírio de desmopressina e cronometre as 5
horas seguidas.
↪ Mensurar a DEU de 1/1 hora.
⌑ Resultado:
↪ DEU aumentou: D. insípidus ≥ 1020.
↪ DEU permaneceu em hipostenúria: D. insípidus renal – não há receptores
para ADH se ligar <1020

Resumindo...
▪ Diabete insípidus: falta do hormônio ADH
↪ teste: suplementação com a desmopressina;
▪ Diabete insípidus renal: falta dos receptores para o hormônio
ADH
↪ teste: mesmo com a suplementação com desmopressina, a
DEU continua em hipostenúria.
▪ Polidpsia congênita
↪ teste: restrição hídrica
▪ Doença renal: lesão renal
↪ teste: urinálise
EFUSÕES
DERRAMES CAVITÁRIOS
pulmão
pulmão

efusão
efusão
41

LÍQUIDO EFUSIVO
O organismo do animal é composto por aproximadamente 65% do seu peso
corpóreo de água e desta quantia, aproximadamente 24% correspondem a
líquidos extracelulares. O volume do líquido intracelular (LIC) equivale a 40% do
peso corpóreo no animal adulto e aumenta com a idade, é o maior
compartimento de líquido do organismo.
O líquido extracelular (LEC) equivale a 20% dos líquidos totais e é constituído em
dois outros compartimentos principais: o líquido intersticial que equivale a 15%
(que é extravascular) e o plasma 5% (que é intravascular), separados pela parede
dos vasos sanguíneos capilares.
Existe ainda, um terceiro compartimento do LEC que é reconhecido como
transcelular que tem pequeno percentual de líquidos, situado em cavidades
especiais delimitadas por epitélio ou por mesotélio, são eles:
↪ líquido pericárdico ↪ linfa
↪ líquido intra-ocular ↪ bile
↪ fluido cerebroespinhal ↪ secreções glandulares
↪ líquido sinovial ↪ secreções respiratórias

Eles são chamados de ultrafiltrados, e em condições fisiológicas não são


possíveis de puncionar. As características de um ultrafiltrado são: ser incolor,
inodoro e possuir pouca celularidade. Tem como função lubrificar, proteger,
reduzir atrito/impactos. A quantidade de ultrafiltrado está relacionado a fatores
de produção e reabsorção:
↪ pressão hidrostática
↪ pressão osmótica / coloidosmótica
↪ permeabilidade vascular
↪ obstruções linfáticas
Caso haja alteração em um destes fatores, ocorrerá aumento do volume, e ao
passo que o volume destes líquidos aumenta, eles passam a ser chamados de
efusão ou derrames cavitários.
Eles serão analisados de acordo com sua composição e aspectos físicos e
químico.
42
▪ Aumento da Pressão Hidrostática
O aumento da pressão hidrostática provoca um aumento do tempo de
filtração e reduz o tempo de reabsorção. Com isso, uma maior quantidade
de líquido vai para o interstício, enquanto uma quantidade menor é
reabsorvida de volta ao vaso. Isso faz com que líquidos se acumulem no
interstício. É a força que atua na pressão coloidosmótica do plasma, para
permitir a passagem dos fluidos nutritivos para dentro dos tecidos. Se
houver um aumento da pressão os fluidos se acumulam em um local ou em
todo o organismo. As causas podem ser devido a:
↝ Localizadas: obstruções por trombos, tumores.
↝ Generalizadas: insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatias.

▪ Diminuição da Pressão Osmótica


A diminuição excessiva da concentração sérica de proteínas, que são
responsáveis pela manutenção dos fluidos dentro dos vasos, leva a queda na
pressão oncótica e consequente extravasamento de fluido, excedendo a
capacidade de drenagem dos capilares linfáticos, causando acúmulo anormal
de líquido na cavidade. Um dos elementos mais importantes dos fluidos
corporais é a proteína e dentro das proteínas se destaca a albumina, que é
produzida no fígado. As causas podem ser devido a:
↝ Redução na produção: Hipoproteinemia, hepatopatias, inanição.
↝ Perda excessiva: nefropatia e enteropatias.

▪ Aumento da Permeabilidade Vascular


Nos processos inflamatórios, são liberados mediadores inflamatórios. Eles
promovem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular (diapedese),
ocorre contração das células endoteliais, aumentando o espaço entre elas.
Isso permite a passagem de macromoléculas, saindo do espaço vascular em
direção ao interstício. Com isso, há passagem de células, como os
leucócitos, e proteínas, como a albumina. As causas podem ser devido a:
↝ Inflamação.
↝ Reações alérgicas.
↝ Substâncias tóxicas / venenos.
↝ Queimaduras.
43
▪ Obstruções linfáticas
Nas obstruções dos vasos linfáticos, ocorre redução da drenagem linfática.
Isso impede o fluxo normal da linfa e o líquido passa a ficar retido no
interstício. As causas podem ser devido a:
↝ Traumas ou intervenções cirúrgicas.
↝ Linfagite / Linfadenite.
↝ Neoplasias ou abcessos.
44
TRANSUDATO X EXSUDATO
Puro Asséptico
Transudato Exsudato
Modificado Séptico

▪Transudato
São classificados como transudatos quando apresentam baixo conteúdo
proteico e baixa contagem celular.
↝ Transudato Puro: acúmulo de líquido de causa não inflamatória.
▫Causas: hipoproteinemia, aumento da pressão hidrostática;
▫Cor: incolor em carnívoros e levemente amarelado nos herbívoros
▫Odor: inodoro
▫Aspecto: límpido
▫Volume: grande quantidade
▫Proteína: < 2,5 g/dL
▫pH: alcalino
▫Densidade: < 1017
▫Celularidade: < 1500 células/campo
▫Prova de Rivalta: negativo
▫Coagulação: negativo
↝ Transudato Modificado: está entre o puro e o exsudato. Podendo evoluir
para exsudato asséptico. Causas: doenças cardiovasculares, neoplasias,
hemorragias intracavitárias, PIF, abcessos, rupturas de bexiga.
▫Cor: variável (âmbar, leitoso, vermelho, amarelo)
▫Odor: variável
▫Aspecto: ligeiramente turvo
▫Volume: variável
▫Proteína: 2,5 g/dL - 7,5 g/dL
▫pH: variável, mas geralmente é alcalino
▫Densidade: 1017 - 1025
▫Celularidade: 1000 - 7000 células/campo
▫Prova de Rivalta: variável
▫Coagulação: variável
▪Exsudato
45

↝ Exsudato Asséptico: acúmulo de líquido de causa inflamatória.


▫Cor: variável
▫Odor: variável
▫Aspecto: turvo
▫Volume: variável
▫Proteína: > 2,5 g/dL
▫pH: ácido
▫Densidade: > 1018
▫Celularidade: > 5000 células/campo
▫Citologia: neutrófilos não degenerados
▫Bactérias: negativo
▫Prova de Rivalta: positivo
▫Coagulação: positivo
↝ Exsudato Séptico: acúmulo de líquido de causa inflamatória.
▫Cor: avermelhada ou amarelado
▫Odor: variável ou pútrido
▫Aspecto: turvo
▫Volume: variável (<)
▫Proteína: > 3,0 g/dL
▫pH: ácido
▫Densidade: > 1017
▫Celularidade: > 7000 células/campo
▫Citologia: neutrófilos degenerados
▫Bactérias: intra e extracelulares positivo
▫Prova de Rivalta: positivo
▫Coagulação: positivo
46
Classificação

Transudato Transudato
Parâmetro Exsudato
Puro Modificado

Volume Variável (<) Variável Variável (>)

Variável (amarelo
Cor Incolor Variável
ou avermelhado)

Variável ou
Odor Inodoro Variável
pútrido

Ligeiramente
Aspecto Límpido Turvo
turvo

Densidade < 1017 variável > 1017

pH Alcalino Variável Ácido

Proteínas < 2,5 g/dL 2,5 - 7,5 g/dL > 3,0 g/dL

Celularidade < 1500 1000 - 7000 > 7000

Coagulação Negativo Variável Positivo

Prova de Rivalta Negativo Variável Positivo


47
Nomenclatura

Localidade Transudato Puro Transudato Modificado

Hemoperitôneo,
Cavidade periotoneal
Hidroperitôneo (ascite) uroperitôneo ou
ou abdominal
quiloperitôneo

Cavidade torácica Hidrotórax Hemotórax ou quilotórax

Pericárdio Hidropericardio Hemopericardio

Cavidade articular Hidroartrose Hemoartrose

Bolsa escrotal Hidrocele Hemocele

Tecido conjuntival Edema -

Como diferenciar?
Os parâmetros são muito semelhantes, portanto atente-se ao
pH, celularidade, coloração e coagulação.

Como nomear?
Para colocar a classificação da efusão você deverá colocar o
tipo de líquido (hidro, uro, hemo, pio) + o local (tórax, peritônio,
etc). Exemplo: uroperitônio; hemotórax.
48
EXERCÍCIO
1. Um cão, mestiço com 10 meses de idade, está apresentando os seguintes
problemas: distensão abdominal por acúmulo de líquido nas últimas 4 semanas,
está excessivamente ofegante, com um emagrecimento progressivo e ao
diagnóstico por imagem constatou-se que o tamanho do fígado estava muito
reduzido.
URINÁLISE: BIOQUÍMICA SÉRICA:
Vol: 12 ml Ureia: 12 mg/dL
Cor: amarelo palha Creatinina: 0,92 mg/dL
Aspecto: ligeiramente turvo Proteína total: 5,6 g/dL
Odor: sui generis Albumina: 1,1 g/dL
DEU: 1017 Glicose: 77 mg/dL
pH: 6,0 Teste de Knott modificado: negativo para
Proteína: negativo Dirofilaria immitis.
Glicose: negativo Líquido Efusivo:
Corpos cetônicos: negativo Cor: Incolor
Sangue oculto: negativo Aspecto: límpido
Bilirrubina: negativo Proteína: 1,8 g/dL
Urobilinogênio: normal Densidade: 1011
Hemácias: 2 – 3 hem./campo Celularidade: 210/μL (céls. mesoteliais, e raros
Leucócitos: 3 – 5 leuc./campo leucócitos não degenerados
Cél. epit. escamosas: 2 – 3 cél./campo
Cél. epitélio renal: ausente
Cél. pelve renal: ausente
Cél. epit. vesical (transição): ausente
Cilindros: ausente
Bactérias: normal
Cristais: ausente
a) Qual o diagnóstico da urinálise?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual tipo de líquido puncionado? Classifique.
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual a causa da efusão?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
HEMOGRAMA
50

INTRODUÇÃO
Hematologia Veterinária é a área que estuda as células sanguíneas e seus
percursores. O sangue é composto de uma parte líquida e outra celular. A parte
líquida, denominada plasma quando com anticoagulante, contêm o fibrinogênio e
o soro quando sem anticoagulante, contêm os mais variados solutos orgânicos,
como minerais, enzimas, hormônios, etc. A parte celular é composta pelos
eritrócitos, leucócitos e trombócitos (plaquetas, nos mamíferos, que não são
células).

Eritrócitos, hemácias e rubrócitos


Celular Leucócitos, granulócitos e agranulócitos
Plaquetas, trombócitos.

SANGUE Proteínas: anticorpos,


fatores de coagulação e
fibrinogênio.
Líquida Plasma
Não proteicas: enzimas,
gorduras, glicose,
hormônios, vitaminas e
minerais.

Plaquetas

Leucócito

Hemácias
51
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
O período de vida das células sanguíneas é relativamente curto, ela varia de
acordo com a espécie, sendo de 60 a 120 dias. Elas são produzidas e destruídas
em quantidades equivalentes.

Número Meia vida


Espécie
(milhões/μl) (dias)

Caninos 6-8 120

Felinos 5 - 10 70

Equinos 9 - 12 150

Bovinos 5 - 10 160

Suínos 5-8 65

Medula Óssea: é dividida em vermelha (hematopoiética) e amarela (gordurosa). A


parte vermelha (hematopoiética) possui uma grande quantidade de eritrócitos e
seus percursores, as células formadoras de hemoglobina. Ela também é rica em
células tronco que irão povoar os órgãos linfáticos, onde produzirão os linfócitos.
Sistema Monocítico Fagocitário: é um conjunto de células com poder
fagocitário e que retiram eritrócitos belhos ou anormais da circulação,
desmembrando a hemoglobina em ferro, globina e bilirrubina livre, o ferro é
armazenado. As células que possuem essa função são:
↪ Células de Kupfffer
↪ Macrófagos alveolares
↪ Micróglias
↪ Macrófagos perivasculares nos sinusoides
Órgãos Linfáticos: o baço e os linfonodos participam da hematopoiese através
da produção de linfócitos T e B e participam também da hemocaterese. O timo
recebe as células linfoides provenientes da medula óssea e as diferenciam em
células imunologicamente competentes, que depois, migram para os demais
tecidos linfáticos, onde se multiplicam e formam os linfócitos T.
52
O baço é o principal órgão ligado a hemólise fisiológica, esse processo é
chamado de hemocaterese, e ela pode ser fisiológica ou patológica quando
ocorre hemólise intravascular (babesiose, erliquiose, leptospirose, são alguns
exemplos que podem fazer hemólise intravascular).
Fígado: é o local de reserva de vitamina B12, folato e ferro, estes são elementos
essenciais para a hematopoiese e a síntese da hemoglobina. Ele produz ainda,
protrombina, fibrinogênio e a maioria dos fatores de coagulação, e é produtor de
albumina.
Rins: os rins participam da hematopoese, eles produzem a eritropoietina que é
um hormônio que induz a formação de eritrócitos, e a trombopoetina que tem a
mesma função das plaquetas. O rim elimina através da urina, parte da bilirrubina
resultante da degradação da hemoglobina dos eritrócitos eliminados pela
circulação (urobilinogênio).
Hematopoiese
É a produção das células do sangue. Compreende em:
▫Eritropoiese: produção de eritrócitos
▫Leucopoiese: produção de leucócitos
▫Tromobocitopoiese: produção de plaquetas
Origem das células sanguíneas:
▪Teoria de Ferrata: no parênquima de órgãos hematopoiéticos existe uma
célula blástica indiferenciada e pluripotente que depende de estímulo para
se diferenciar em células sanguíneas.
▪ Células Tronco: são células capazes de se multiplicarem e adquirir
funcionalidade de qualquer tecido.
▫Indiferenciada: sem função específica.
▫Induzidas a se diferencias: recebe estímulo para se transformar.
▫Células que dão origem a outras células tronco: auto regeneração.
▪ Reprodução e Maturação: algumas vitaminas são essenciais na maturação
dos glóbulos vermelhos. A vitamina B12 e B9 são essenciais para o processo
de maturação de eritrócitos na medula óssea.
▫Medula óssea: multiplicação e maturação.
▫Sangue: sangue já maturado
Vitamina B12, B9, niacina, ferro e cobre.
53
AMOSTRA
▪Contenção do animal
▪Antissepsia do local
▪Tricotomia, se necessário
▪Garrote próximo ao local de punção
▪Seringa graduada
▪Coleta lenta
▪Comprimir o local após coleta
↝ Local de venopunção
▫Cães: veia cefálica, jugular ou safena
▫Bovinos: veia jugular, caudal ou mamária
▫Equinos: veia jugular
▫Suínos: marginal da orelha
↝ Cuidados com a amostra
Clínico:
▫Data e horário da coleta
▫Identificar a espécie
▫Raça e sexo
▫Diagnóstico provisório
▫Tratamento prévio
▫Histórico resumido
▫Quantidade ml ideal para a realização do exame.
▫Qual tubo de coleta devo enviar (próxima página).
Laboratório:
▫Exame quantitativo: avaliar a quantidade
▫Qualitativo: morfologia
▫Laudo: assinado por patologista clínico veterinário.
▫Máquina não faz hemograma.
54
Cor Aditivo Descrição
O Citrato de Sódio Tamponado é utilizado para prova de
coagulação em amostras. Diferentes concentrações de
Citrato Citrato de Sódio podem ter efeitos significativos nas análises
Azul

de sódio terapias anti-trombóticas, Tempo de Protombina (TP) e


Tempo de Tromboplastina ativada (TTPa).
Após centrifugação: plasma. Setor: coagulação.

Possui ativador de coágulo (sílica) jateado na parede do


tubo, fazendo com que o processo de coagulação da
Vermelho

amostra seja acelerado. Utilizados para determinação em


Ativador de
soro nas áreas de Bioquímica e Sorologia. Podem ser
Coágulo
utilizados para tipagem ABO, RH, pesquisa de anticorpos,
fenotipagem eritrocitária e teste de antiglobulina direta.
Após centrifugação: soro. Setor: bioquímica e imunologia
Contém ativador de coágulo jateado na parede do tubo que
faz com que o processo de coagulação seja acelerado e gel
Amarelo

separador, para obtenção de um soro com melhor qualidade.


Ativador de
Utilizados em rotinas de bioquímica, sorologia, imunologia,
Coágulo + gel
marcadores cardíacos e tumorais.
Após centrifugação: soro. Setor: bioquímica, imunologia e
hormônios.
Possuem Heparina de Lítio jateada na parede do tubo. São
utilizados quando é necessário o uso de plasma para
Verde

determinações Bioquímicas. Estes aditivos são


Heparina de
anticoagulantes que ativam as enzimas antiplaquetárias,
Lítio
bloqueando a cascata de coagulação.
Após centrifugação: plasma. Setor: bioquímica.

Possui EDTA jateado na parede do tubo e são utilizados em


Roxo/rosa

bancos de sangue. O EDTA é o anticoagulante


EDTA
recomendado para rotinas de hematologia por ser o melhor
anticoagulante para a preservação da morfologia celular.
Após centrifugação: plasma. Setor: hematologia.

Utilizados na dosagem de glicose, lactato e hemoglobina


glicada no plasma. O Fluoreto de Sódio é utilizado como
Fluoreto de
Cinza

inibidor glicolítico e o EDTA como anticoagulante,


sódio + EDTA
preservando a morfologia celular.
Após centrifugação: plasma. Setor: bioquímica.
55
O hemograma é composto por:
▪Eritrograma
▪Leucograma
▪Plaquetograma
Ele é solicitado para avaliar a saúde do animal, como auxílio na avaliação do
paciente ou do diagnóstico, para verificar a habilidade corporal às infecções e
para avaliar o progresso de certas doenças.

ERITROGRAMA
O eritrograma compreende a avaliação dos eritrócitos e é composto por:
↪ contagem de hemácias
↪ hemoglobina
↪ hematócrito - % de glóbulos vermelhos
Os eritrócitos são as células mais abundantes do sangue e tem como principal
função transportar a hemoglobina, a qual é responsável por carrear oxigênio para
os tecidos. Para a produção e maturação dos eritrócitos é necessário:
↪ Hormônio eritropoietina – produzido nos rins e estimulada por hipóxia
↪ Vitamina B12, ácido fólico e niacina – fatores de reprodução
↪ Ferro, cobre e cobalto – fatores de maturação
Fases da eritropoiese:

Proeritroblasto Eritroblasto Eritroblasto Eritroblasto Reticulócito Eritrócito


basófilo policromático ortocromático
56
↝ Morfologia (tamanhos):
▫Normal: célula grande em caninos, sendo que os caprinos apresentam a
menor hemácia das espécies domésticas.
▫Anisocitose: é a diferença de tamanho entre as hemácias. Quanto mais
grave a anemia, maior a ocorrência.
▫ Macrocitose: predominância de hemácias grandes, geralmente jovens,
recémproduzidas. Presente em reticulocitose, metarrubrícitos,
hipertireoidismo, deficiência de fatores de multiplicação, determinadas
raças, animais jovens.
▫Microcitose: predominância de hemácias pequenas. Ocorre em anemias
crônicas, principalmente ferropriva. Quanto maior a quantidade, mais grave.
É fisiológica em animais idosos e algumas raças.

Normal Anisocitose

Macrocitose Microcitose
57
↝ Coloração:
▫Normal: vermelho-claro ao microscópio.
▫ Policromasia: algumas hemácias apresentam-se mais coradas que outras
(RNA residual), representando os reticulócitos. O aumento está associado a
atividade eritropoiética aumentada e resposta à anemia regenerativa. A
ocorrência de algumas células policromáticas é comum no cão e no gato.
▫Hipocromasia: hemácias com intensidade de coloração reduzida e área central
pálida aumentada, causada por insuficiente hemoglobina na célula, sendo a
etiologia mais comum deficiência de ferro.

Normal Policromasia

Hipocromasia
58
↝ Morfologia:
▫Normal: bicôncava
▫Esferócitos: hemácias com formas esféricas, com intensa coloração pela perda
de conteúdo de membrana sem perda de hemoglobina devido a eritrofagocitose
parcial dos anticorpos e/ ou complemento dos eritrócitos pelos macrófagos do
sistema fagocitário mononuclear. Presente em anemia hemolítica autoimune
primária ou induzida por drogas ou transfusão incompatível.
▫ Eliptócitos: hemácias ovais com uma zona central pálida. Aparecem em
animais com defeitos de membrana de eritrócitos.
▫ Poiquilócitos: são alterações na forma das hemácias. No baço, devido a
microcirculação esplênica, a hemácia muda de forma o que ocorre pela
existência de glicoproteínas na membrana do eritrócito. Podem ser removidos
prematuramente da circulação, levando a uma anemia hemolítica.
↪ Equinócitos: são hemácias espiculadas, com várias projeções regulares.
Ocorrem em amostras velhas, uremia, excesso de EDTA, coagulação
intravascular disseminada (CID).
↪ Acantócitos: projeções irregulares e variadas. Ocorrem em cães com
hiperbilirrubinemia, associados a hemangiossarcoma ou hemangioma
esplênico e doença hepática difusa, shunts porto-cava e dietas altas em
colesterol.
↪ Esquisócitos: fragmentos irregulares das hemácias. Ocorrem em falha
renal, mielofibrose, glomerulonefrite, deficiência crônica de ferro, fluxo
sanguíneo turbulento.
▫ Leptócitos: aumento do diâmetro e redução na espessura. Quando
hipocrômicos ocorre por produção reduzida de hemoglobina (anemia ferropriva);
quando há policromasia, consistem em reticulócitos (indica regeneração); quando
há ortocromia, indicam anemia arregenerativa. O mais comum é a aparência em
alvo.
▫ Dacriócitos: hemácias em forma de gota. Aparecem em mielofibrose ou
desordens mieloproliferativas. Crenação: hemácias em forma de engrenagem.
Comum em bovinos, artefato de técnica ou desidratação em outras espécies.
59
↝ Morfologia:

Normal Esferócitos Eliptócitos

Equinócitos Acantócitos Esquisócitos

Leptócitos Dacriócitos
60
↝ Outras alterações das hemácias:
▫Corpúsculos de Howell-Jolly: inclusões esféricas de restos celulares. Consiste
em uma resposta da medula óssea ao estado anêmico, função esplênica reduzida
ou uso de glicocorticóides em cães.
▫ Metarrubrícitos: eritrócitos imaturos nucleados. Indicam anemia regenerativa,
doenças mieloproliferativas ou hemangiossarcomas.
▫Reticulócitos: hemácias jovens, indicando reposta medular à anemia. Ponteado
basofílico: hemácias que apresentam pequenos pontos basofílicos no citoplasma
(RNA residual). Ocorre em intensa eritropoiese, intoxicação por chumbo quando
acompanhada de metarrubrícitos sem anemia e nas anemias em bovinos e
ovinos.
▫ Rouleaux: hemácias empilhadas. Ocorrência normal em equinos sadios,
desidratação ou inflamação nas demais espécies. Em equinos severamente
anêmicos ou caquéticos, pode estar ausente. Em ruminantes, é raro, tanto em
animais sadios quanto em doentes.
▫ Aglutinação: aglomeração espontânea dos eritrócitos. Ocorrem em doenças
autoimunes ou transfusões incompatíveis, devido à presença de anticorpos
contra hemácias.

Corpúsculo de Metarrubrícito Reticulócitos


Howell-Jolly:

Rouleaux Aglutinação
61
▫ Hemoparasitas: Podem ocorrer dentro dos eritrócitos ou na superfície da
célula. Os mais comumente encontrados são: Mycoplasma haemofelis, M.
haemocanis, Anaplasma marginalis, Babesia equi, Babesia caballi, Babesia.
canis, (Mycoplasma) Eperythrozoon suis e Cytauxzoon felis.

Mycoplasma haemofelis Mycoplasma haemocanis Anaplasma marginale

Babesia canis Microfilária Cytauxzoon felis

Babesia equi Babesia equi


62
↝ Hemoglobina:
Trata-se de uma proteína conjugada formada de 96% de proteínas
(globinas) e por um grupo prostético de coloração vermelho chamado
heme (4%), o qual é formado por ferro e grupamentos porfirínicos.
A produção hemoglobínica ocorre no citoplasma das células nucleadas
precursoras de eritrócitos. O ferro obtido pelas células eritróides no
processo normal de eritropoiese provém dos macrófagos adjacentes que,
por sua vez, recebem o ferro por endocitose da ferritina, uma proteína
transportadora, por meio de um processo chamado rofeocitose. As
moléculas de ferritina consistem em milhares de átomos de ferro
envolvidos por uma proteína (apoferritina).
A ferritina pode ser visualizada como partículas densas, localizadas na
membrana celular ou no citoplasma de células eritróides e macrófagos. A
degradação da ferritina por enzimas lisossomais intracelulares nos
macrófagos converte-a em hemossiderina. A ferritina é hidrossolúvel
enquanto que a hemossiderina, não, porém ambas servem como estoques
de ferro que são mobilizados para a síntese da heme.
Em anemias ocasionadas por doenças crônicas, os estoques de ferro
estão aumentados, pois há um sequestro nos macrófagos do SMF. Na
formação deficiente de hemoglobina, intervêm fundamentalmente três
fatores:
a) deficiência de ferro por ingestão deficiente ou absorção anormal
deste elemento;
b) interferência na atividade normal das células macrofágicas que
produzem normalmente a hemoglobina. Isto ocorre nos
envenenamentos por metais, toxemias, neoplasias e nefrites, entre
outras causas;
c) anormalidades renais que interferem na formação da eritropoietina.
▪Policitemias
63

Os termos policitemias ou eritrocitose refere-se ao aumento do número


de eritrócitos circulantes, ficando acima dos valores normais. Elas podem
ser classificadas em policitemia relativa ou policitemia absoluta (primária
ou secundária).
↝ Policitemia Relativa
É relativa a quantidade de líquido no organismo. O aumento dos
parâmetros é relativo à diminuição do volume plasmático. Não há
aumento da produção e sim redução do volume plasmático. Neste
tipo de policitemia há o aumento simultâneo da proteína plasmática
total (PPT) e não há aumento da hemoglobina. Leucócitos e plaquetas
permanecem com o n° normal, sem aumento. Ela é consequente a:
↪ desidratações
↪ efusões
Um outro motivo de policitemia relativa, é a contração esplênica, que
ocorre em animais facilmente excitáveis, como certas raças de cães e
cavalos, tendo como resultado o aumento da massa de eritrócitos na
circulação.

↝ Policitemia Absoluta Primária


É um tipo de policitemia bem raro, é decorrente a uma doença
mieloproliferativa de causa desconhecida, hereditária e assintomática.
É caracterizada por uma proliferação anormal de células eritroides,
dos granulócitos e dos megacariócitos, levando a um aumento
absoluto da massa de eritrócitos, contagem de leucócitos e de
plaquetas (leucocitose, trombocitose). O diagnóstico é feito por
exclusão de outras policitemias e por punção do líquor.
64
↝ Policitemia Absoluta Secundária
Ela é secundária a hipóxia, que ocorre devido ao aumento da taxa de
eritropoietina. A baixa saturação de oxigênio estimula a produção de
eritropoietina. Não é acompanhada de aumento nas contagens de
leucócitos e plaquetas nem de redução significante no volume
plasmático. É uma eritrocitose compensatória, que pode ser
desencadeada por:
↪ doenças cardíacas
↪ doenças respiratórias
↪ altas altitudes
↪ elaboração inadequada de eritropoietina, encontrada em alguns
casos de hidronefrose, cistos renais, tumores secretantes de
eritropoietina (nefroma embrionário) e certas doenças endócrinas
como o hiperadrenocorticismo.

TABELA COMPARATIVA

Relativa Absoluta primária Absoluta secundária

Redução da
Desordem
quantidade do volume Hipóxia
mieloproliferativa
plasmático

Proteína plasmática Proteína plasmática Proteína plasmática


total (ppt) elevada total (ppt) normal total (ppt) normal

Eritrocitose, leucócitos Eritrocitose,


Eritrocitose,
e plaquetas leucócitos e plaquetas
leucocitose e
permanecem com os permanecem com os
trombocitose
valores normais valores normais
▪Anemias
65

É definido como a presença de eritrócitos e concentração de hemoglobina


abaixo dos valores normais e resulta em diminuição da oxigenação dos
tecidos. A massa de eritrócitos é determinada pela medição do volume
globular (VG), do teor de hemoglobina ou da contagem global de
eritrócitos. Utiliza-se três parâmetros para classificar as anemias:

↪ Tamanho dos eritrócitos e teor de hemoglobina


↪ Resposta da medula óssea
↪ Fisiopatogênese
Mas, antes de entrar em anemias você precisa entender como classificar
pelos índices hematimétricos. Os índices hematimétricos são importantes
na classificação das anemias.

▪VCM - Volume Corpuscular Médio: expressa o tamanho das hemácias.


▫Microcítica: < que o valor de referência da espécie.
VCM=
VG x 10 (μ3)
n° de hemácias
▫Normocítica: dentro do valor de referência.
▫Macrocítica: > que o valor de referência da
espécie.

▪ HCM - Hemoglobina Corpuscular Média: expressa a quantidade de


hemoglobina dentro da hemácia..
Hb x 10 (pcg)
HCM=
n° de hemácias

▪ CHCM - Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média: expressa a


quantidade de hemoglobina presente em um determinado volume de sangue.
Indica o grau de saturação média.

▫ Normocrômica: dentro do valor de referência ou >


Hb x 100 que o valor de referência da espécie.
CHCM=
VG ▫Hipocrômica: > que o valor de referência da
espécie.
66
A anemia é classificada em microcítica, normocítica ou macrocítica quando
os eritrócitos apresentam tamanho pequeno, normal ou grande,
respectivamente. É importante lembrar que não ocorre anemia
hipercrômica, mas é possível observar um falso aumento de CHCM em
casos de teor falsamente aumentados de hemoglobina devido a hemólise
intravascular, lipemia ou presença de corpúsculo de Heinz ou quando o
tamanho dos eritrócitos for menor do que o limiar de detecção do
contador de células.
↝ Anemia Normocítica Normocrômica
Indicam falta de resposta medular, ou seja, há deficiência na
eritropoese. É o tipo de anemia que ocorre em doenças renais
crônicas (reduz síntese de eritropoetina), doenças endócrinas
(hipotireoidismo; hipoadrenocorticismo), doenças hepáticas, doenças
infecciosas que promovem depressão medular (leishmaniose,
erlichiose, parvovirose, cinomose, anemia infecciosa equina, etc),
neoplasias (metástase na medula óssea).

↝ Anemia Macrocítica Hipocrômica


São sugestivas de aumento na atividade eritropoética na medula
óssea, em resposta à perda aguda de sangue, tendo aumento na
liberação de reticulócitos para a circulação. Os reticulócitos
contribuem para o aumento do VCM (macrocítica) e redução do
CHCM, pois apresentam aproximadamente 20% a menos de
hemoglobina do que um eritrócito maduro.
↝ Anemia Macrocítica Normocrômica
Está relacionada com a deficiência dos fatores de reprodução, ou seja,
Vitamina B12, ácido fólico e niacina. Com a deficiência dessas
vitaminas, não há sintese normal de DNA ocorrendo alterações nas
divisões celulares e defeitos na maturação das células. São liberados
na corrente sanguínea, células maiores (macrocíticas), aumentando o
VGM. Neste tipo de anemia, a produção de hemoglobina é normal,
portanto normocrômica.
67
↝ Anemia Microcítica Hipocrômica
Está relacionada com a deficiencia dos fatores de maturação, ou seja,
ferro (Fe) e Vitamina B6 (piridozina). Na deficiência de ferro ocorre
alteração na síntese de hemoglobina aparecendo hemácias
hipocrômicas na circulação, não ocorre redução na sintese de DNA,
ocorrendo as mitoses e produzindo a liberação de hemácias menores
na circulação (microcíticas). Está relacionado a perdas de sangue
crônica, como por exemplo, úlceras gástricas, neoplasias, desordens
de coagulação, endo ou ectoparasitas.

Regenerativa x Arregenerativa
Os reticulócitos são as células prercursoras das hamácias. Quando
apresenta reticulocitose significa que o animal está respondendo
positivamente.
↪ Anemia regenerativa: > que o valor de referência
↪ Anemia arregenerativa: dentro do valor de referência

% de reticulócitos x VG do paciente
VG de referência

Sinal de Boa Resposta Medular


Policromasia, reticulocitose, presença de
córpusculo de Hein Jolie, metarrubrícito ou
rubrócito.
68
TABELA COMPARATIVA

VCM CHCM Interpretação

Não regenerativas, anemia das


Normocítica Normocrômica doenças crônicas /
insuficiência

Anemias regenerativas,
Macrocítica Hipocrômica
hemorragias ou hemólise

Deficiência dos fatores de


Macrocítica Normocrômica reprodução – vitamina B12,
ácido fólico e niacina

Deficiência dos fatores de


Microcítica Hipocrômica maturação – ferro, cobalto,
vitamina B
DÚVIDAS FREQUENTES 69

☑ Se tenho um paciente com anemia, quanto tempo depois


devo realizar outro hemograma para analisar se houve
melhora?
↪ O ideal é que aguarde no mínimo 5 dias para repetir o
eritrograma.
☑ Meu paciente está apresentando sangue oculto na urina,
devo solicitar um hemograma?
↪ Sim! A causa de sangue oculto na urina pode estar relacionada
com ruptura de hemácias.
☑ Se meu paciente for um doente renal crônico / insuficiente
renal, existe chances dele estar com anemia?
↪ Sim! O rim é responsável por produzir a eritropoietina, se ele
não está trabalhando como deveria, provavelmente a síntese
deste hormônio também estará comprometida, levando a uma
anemia normocítica normocrômica.
☑ Como vou diferenciar os tipos de policitemias?
↪ Para isso você deve se atentar ao histórico do animal, exame
clínico e dosagem da proteína plasmática total.
☑ Meu animal está com policitemia, preciso fazer os cálculos
hematimétricos?
↪ Não! Esses cálculos você só irá realizar nas anemias.
☑ Como vou classificar as anemias? E como vou saber o que
levou a ela?
↪ Fazendo os cálculos hematimétricos. Para saber a etiologia
você deverá saber sobre as anemias e quais são as etiologias
☑ Como sei se meu paciente está respondendo bem ao
tratamento, anteriormente com anemia?
↪ É comum apresentar reticulocitose mesmo sem anemia. Além
dos sinais de policromasia, corpúsculo de Hein Jollie e presença de
metarubícito ou rubrócito.
70
LEUCOGRAMA
O leucograma analisa os leucócitos, ou seja, os glóbulos brancos.

Agranulócitos: linfócito e monócito

Leucócitos

Granulócitos: neutrófilo, eosinófilo e basófilo

Algumas substâncias são necessárias para a formação dos leucócitos, são eles:
↪ Vitaminas do complexo B
↪ Ácido fólico
↪ Aminoácidos
▪Funções:
▫ Neutrófilos: se movem com rapidez, são a primeira linha de defesa.
Fagocitam pequenas partículas e possuem enzimas proteolíticas. Estão
relacionados a inflamação secundária às bactérias. Encontram se em maior
porcentagem na contagem global total. Possuem a função básica de
fagocitose e morte de microrganismos. A média de vida desse grupo celular
é de nove dias.
↪ Aumento: neutrofilia
↪ Diminuição: neutropenia
Fases da maturação:
▫ Mielócito 0%
▫ Metamielócito: 0 – 1%
▫ Bastonetes: 3 – 6%
▫Neutrofilos segmentados -

JOVEM ADULTO
71
▫ Linfócitos: são componentes fundamentais do sistema imune. Os
linfócitos B (produtores de anticorpos) fagocitam partículas microscópicas, e
os linfócitos T possuem função de regular as respostas imunes aos antígenos
proteicos e servir como células efetoras para eliminação de microrganismos
intracelulares.
↪ Aumento: linfocitose
↪ Diminuição: linfopenia

▫ Monócitos: desempenham papel importante na defesa contra


microrganismos intracelulares como fungos, vírus e algumas bactérias. Atuam
também na formação da resposta imune por atuarem como células
apresentadoras de antígenos. São importantes também no processo
inflamatório por secretarem substâncias biologicamente ativas e serem
responsáveis pela remoção e processamento de células senescentes e
debris, filtração de bactérias e toxinas do sangue portal. Os monócitos após
entrarem na circulação permanecem no máximo 24 horas e migram para
tecidos nos quais se diferenciam em macrófagos.

↪ Aumento: monocitose
↪ Diminuição: monocitopenia
72
▫ Eosinófilos: possuem proteínas que se ligam e promovem danos à
membrana dos parasitos. Participam da regulação alérgica e resposta aguda
inflamatória, combatem substâncias tóxicas, podem modular a as reações de
hipersensibilidade imediata por degradação ou desativação de mediadores
liberados por mastócitos, como a histamina, leucotrienos e heparina, e
também fagocitam complexos imunes.
↪ Aumento: eosinofilia
↪ Diminuição: eosinopenia

▫ Basofilos: assemelha-se aos grandes mastócitos. Liberam heparina,


impedindo a coagulação sanguínea e aceleram a remoção de partículas de
gordura do sangue. Constitui a classe menos numerosa de leucócitos e não
são frequentemente observados.
↪ Aumento: basofilia
↪ Diminuição: basopenia

Depois de compreender quais células estão presentes no leucograma, vamos


estudar o exame propriamente dito. O leucograma é composto por:
↪ Contagem global de leucócitos: leucometria, que detecta o valor normal,
leucocitose ou leucopenia.
↪ Contagem diferencial de leucócitos: transformar os valores relativos em
absolutos e observar a morfologia celular.
73
Exemplo

Cão 1: Normal.
Cão 2: Neutrofilia, leucopenia, eosinopenia e monocitopenia.

Para calcular o valor absoluto, faça regra de 3. 2.000 ---- 100


x ---- 65%
Valor absoluto ------ 100
100 x = 2.000 x 65
x ------ Valor relativo do neutrófilo
x = 13.000 / 100
x = 1300
▫ Causas de leucocitose:
- Fisiológica: excitação, medo, exercícios intensos, gestação, parto, efeito de
esteroides.
- Patológica: infecção bacteriana, necrose tecidual, inflamação severa,
hemorragia, hemólise, desordem mieloproliferativa.
▫ Causas de leucopenia:
- doenças virais
- infecção bacteriana severa (devido à exaustão medular)
- drogas
- químicos tóxicos
- neoplasias na medula óssea
- erliquiose
- leishmaniose
- caquexia.
74
▫ Leucocitose:
↝ Desvio a Direita

É o aumento das formas adultas de neutrófilos e neutrófilos


hipersegmentados, ou seja, que possuem mais de 5 lóbulos. Indica que a
diapedese dos neutrófilos pode estar diminuída e essas células estão
envelhecendo na corrente sanguínea. Pode ser observado um aumento do
número de neutrófilos hipersegmentados em pacientes tratados com
corticoides ou com Síndrome de Cushing. Causas:
↪ Lesão recente ou inicial: indica boa resposta medular quando não há
predomínio de neutrófilos hipersegmentados, somente neutrófilos
adultos.
↪ Lesão antiga: predomínio de neutrófilos hipersegmentados, indicando
cronicidade. O organismo não está respondendo como deveria. O
compartimento de reserva para enviar neutrófilos novos não está sendo
ativado.

Célula Relativo Absoluto Referência Absoluto (cão)

Leucócitos totais 100% 35.000 6.000 - 17.000

Neutrófilos
65% 29.750 3.000 - 11.500
segmentados

Linfócito 25% 4.200 1000 - 4.800

Eosinófilo 2% 350 100 - 1250

Monócito 7% 700 150 - 1350

Basófilo 1% 30 Raros

▫Alteração do exame: leucocitose com neutrofilia.


75
↝ Desvio a Esquerda Regenerativo

É o aumento de células jovens na corrente sanguínea. No desvio a esquerda


regenerativo a soma das células jovens (mielócitos, metamielócitos e
bastonetes) é inferior ao n° de células adultas (segmentados). A medula
óssea tem tempo suficiente (3 – 5 dias) para responder à demanda tecidual
aumentada de neutrófilos. O prognóstico é favorável, porém se não tratado
devidamente pode se tornar degenerativo.

Célula (cão) Relativo % Absoluto Referência Absoluto (cão)

Leucócitos totais 100 35.000 6.000 - 17.000

Mielócitos 1 300 0

Metamielócitos 3 900 0

Bastonetes 6 1.800 0 - 300

Neutrófilos
70 2.100 3.000 - 11.500
segmentados

Linfócito 25 4.200 1000 - 4.800

Eosinófilo 2 350 100 - 1250

Monócito 7 700 150 - 1350

▫ Para saber se é regenerativa: some o n° de neutrófilos jovens e


divida o n° de segmentados por 2.
↪ Neutrófilos jovens: 1 + 3 + 6 = 9
↪ Neutrófilos segmentados: 70 / 2 = 35
Interpretando: o n° de segmentados é maior (35) que o n° de
células jovens (9).
76
↝ Desvio a Esquerda Degenerativo
É o aumento de células jovens na corrente sanguínea. No desvio a esquerda
degenerativo a soma das células jovens (mielócitos, metamielócitos e
bastonetes) é superior ao n° de células adultas (segmentados). A medula
não está conseguindo maturar as células em tempo hábil. O prognóstico é
desfavorável nas demais espécies.

Célula Relativo % Absoluto Referência Absoluto (cão)

Leucócitos totais 100 30.000 6.000 - 17.000

Mielócitos 3 900 0

Metamielócitos 10 3.000 0

Bastonetes 15 4.500 0 - 300

Neutrófilos
50 15.000 3.000 - 11.500
segmentados

Linfócito 25 4.200 1000 - 4.800

Eosinófilo 2 350 100 - 1250

Monócito 7 700 150 - 1350

▫ Para saber se é degenerativa: some o n° de neutrófilos jovens e


divida o n° de segmentados por 2.
↪ Neutrófilos jovens: 3 + 10 + 15 = 28
↪ Neutrófilos segmentados: 50 / 2 = 25
Interpretando: o n° de segmentados é menor (25) que o n° de
células jovens (28).
Em bovinos o desvio à esquerda degenerativo é comum durante o estágio
inicial de doenças infecciosas ou inflamatórias hiperagudas a agudas. Isso
ocorre, provavelmente, devido ao compartimento de reserva da medula
óssea de bovinos ter um suprimento limitado de neutrófilos maturos. Sendo
assim, o desvio à esquerda degenerativo em bovinos não deve ser
considerado como um sinal sério no prognóstico, a não ser que este tenha
persistido por vários dias.
77
▫ Outras alterações:
↝ Leucopenia

Neste caso, não se faz necessário somar e dividir. Neste exemplo, o animal
apresenta leucopenia e 8% de células jovens que não apresentam poder
fagocitário, portanto o diagnóstico é desfavorável.
Causas:
↪ Doenças virais
↪ Infecções bacterianas severas
↪ Drogas ou químicos tóxicos
↪ Neoplasias de medula óssea
↪ Erliquiose
↪ Caquexia
↪ Leishmaniose.
↝ Reação Leucemoide

As reações leucemóides podem ser confundidas com a leucemia, porém,


são reações hematológicas, geralmente uma leucocitose reativa, que
ocorrem devido à presença de determinadas enfermidades e que melhoram
quando são tratadas. Ocorre geralmente uma alta contagem de leucócitos
com contagem absoluta de determinado leucócito ou presença acentuada
de desvio a esquerda, a qual sugere uma leucemia granulocítica. Podem
ocorrer também ocasionalmente com outros leucócitos como os linfócitos e
os eosinófilos. Tem-se como exemplo de doenças que causam uma reação
leucemóide a piometra e a peritonite com desvio a esquerda regenerativo.
↪ Cães: > 50 mil
↪ Gatos: raro
↪ Equino e bovino: sem relatos na literatura
↝ Monócitos ativados

Os monócitos apresentam vacúolos no seu interior, normalmente aparecem


em animais como resposta à hemoparasitos.
78
↝ Reação Escalonada

Existe uma hierarquia entre neutrófilos, o n° de segmentados é maior que o


n° de não segmentados (células jovens). Do menor para o maior:
1 – mielócitos
2 – metamielócitos
3 – bastonetes
4 – segmentados

Intensidade
A intensidade depende da contagem diferencial de
leucócitos normal de cada espécie.
Cães e Gatos:
↪ Moderada: 18.000 – 30.000
↪ Marcada: 30.000 – 50.000
↪ Extrema: >50.000
Equinos:
↪ Moderada: 15.000 – 25.000
↪ Marcada: 25.000 – 30.000
↪ Extrema: >30.000
Bovinos:
↪ Moderada: 12.000 – 15.000
↪ Marcada: 15.000 – 30.000
↪ Extrema: >30.000
79
▫ Bovinos
Tem resposta imune maior que outras espécies. O fato de ter menos neutrófilos
que as outras espécies fazem com que as bactérias se “aproveitam”. Exemplo:
Bovino com infecção bacteriana:
↪ Os neutrófilos não estão prontos para fagocitar a bactéria.
↪ Nas primeiras 24 – 48 horas o n° de leucócitos permanece normal, em
seguida sofre leucopenia (ele elimina as células prontas, para produzir novas
células) e então entra em leucocitose.
↪ Demora 2 – 3 dias para demonstrar alterações no leucograma.
↪ Desvio a esquerda degenerativo com leucopenia é considerado normal
para bovinos. nos primeiros dias.

Antes da 6 - 24 24 - 48 3 - 4 dias
Célula Referência
infecção hrs após hrs após após

Leucócitos
6.500 1.750 2.100 7.100 4.000 - 12.000
totais

Mielócitos 0 0 6 1 0

Metamielócitos 0 0 10 1 0

Bastonetes 0 0 18 1 0-2

Neutrófilos
27 50 60 72 15 - 45
segmentados

Linfócito 57 45 23 15 45 - 75

Eosinófilo 11 0 0 0 2 - 20

Monócito 5 5 5 9 2-7

↪ 6 a 24 horas após: leucopenia + ativação do compartimento de reserva.


↪ 24 – 48 horas após: leucopenia com desvio a esquerda degenerativo (6 + 10
+ 18 = 34) e (60 / 2 = 30).
DÚVIDAS FREQUENTES 80

☑ Como vou diferenciar os tipos de desvio? Se ele é a esquerda


ou a direita?
↪ Você deve analisar o histórico do paciente e analise a
quantidade se segmentados. Se for a direita, haverá aumento do
n° de segmentados.
☑ Como diferencio se é desvio a esquerda regenerativo ou
degenerativo?
↪ Realizando o cálculo: somar os neutrófilos jovens (mielócitos,
metamielócitos e bastonetes) e dividir os neutrófilos segmentados
por 2.
↪ Se o n° de segmentados for maior que o n° de células jovens é
regenerativa, se for n° de células jovens maior que o n° de
segmentados, é degenerativo.
81
PLAQUETOGRAMA
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos derivados de uma célula
encontrada na medula óssea, o megacariócito.
▪ Função: formação de coágulos, participando da hemostasia primária,
interrompendo momentaneamente a hemorragia antes da estabilização do
coágulo.
Outras funções:
↪ manter a integridade vascular
↪ modular a resposta inflamatória
↪ promover a cicatrização das feridas após uma lesão tecidual
O plaquetograma é a parte do hemograma que quantifica e avalia
morfologicamente as plaquetas. A contagem total de plaquetas é expressa em
número de plaquetas por litro ou mililitro de sangue.
↪ Aumento: plaquetose
↪ Diminuição: plaquetopenia
▪ Causas de redução: redução na produção de plaquetas (trombocitopoiese),
aumento da destruição ou consumo e por sequestro ou perda de plaquetas.
Redução na trombocitopoiese: na mieloptise (infiltração da medula
óssea por células tumorais), radiações e destruição imunomediada dos
megacariócitos, insuficiência renal (trombopoietina é produzida no rim),
algumas drogas podem causar redução na produção de plaquetas, como
exemplo: fenilbutazona, estrógeno sintético, quimioretápicos e
antibióticos.
Aumento da destruição ou consumo: nas doenças infecciosas como a
erlichiose, babesiose, peritonite infecciosa felina (PIV), panleucopenia
felina, leptospirose, salmonelose; em doenças autoimunes como na
anemia hemolítica autoimune e na coagulação intravascular disseminada
(CID).
Sequestro: nos casos de esplenomegalia, há aumento no volume ou
função esplênica pode resultar em citopenias (redução no número de
células sanguíneas) como trombocitopenias, anemia e leucopenias
82
▪ Causas de aumento: pode ser classificada como primária ou secundária
(reativa).
Trombocitose primária: doença hematológica rara na qual ocorre
proliferação neoplásica dos precursores plaquetários resultando em
aumento no número de plaquetas.
Trombocitose secundária ou reativa: ocorre por estimulação da medula
óssea ou por redução do “clearance” esplênico. Nas doenças
inflamatórias geralmente ocorre aumento do número de plaquetas, pois,
a trombopoietina pode estar elevada nestes estados clínicos, como parte
da reação de fase aguda. Nas anemias regenerativas pode ser observada
trombocitose, por estímulos inespecíficos sobre os precusores de
plaquetas.
Morfologia das plaquetas:
↪ plaquetas gigantes: indica que a trombocitopoiese está ativa.
↪ agregados plaquetários: erros pré-analíticos durante a coleta de sangue.

Trombocitopatias
São alterações funcionais das plaquetas, podem ser
decorrentes de alterações funcionais congênitas (raras na
veterinária), de ação de agentes infecciosos (erlichiose) ou
devido a utilização de algumas drogas, como exemplo,
aspirina, ibuprofeno, acetominofen, antibióticos,
bloqueadores do canal de cálcio etc. Acidentes ofídicos,
uremia, doença hepática, neoplasias e algumas doenças
infecciosas (erlichia) também podem alterar a função
plaquetária.
83
EXERCÍCIOS
1. Gato, macho, 3 anos, desaparecido a 3 dias.
Eritrograma: Referência:
Hm: 4,5 x 106/ mm³ 5,5 – 8,5
Hb: 3,1 g/dL 8,0 – 15,0
VG: 17% 24 – 45%
VCM: ? 39 – 55%
CHCM: ? 30 – 36%
Morfologia: normal
Ppt: 6,0 g/dL

a) Quais alterações presentes no exame? Justifique.


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

c) Qual a causa mais provável?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
84
2. Cão, SRD, fêmea, 08 anos, sangramento nasal bilateral nas últimas 6 a 7
semanas e as mucosas estão pálidas.

Eritrograma: Referência:
6 Hm: 5,5 - 8,5
Hm: 2,27 x 10 / mm³
Hb: 8,1 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 30% VG: 37 - 55%
VCM: ?
CHCM: ?
Morfologia: policromasia, anisocitose, lipemia plasmática

a) Quais alterações presentes no exame? Justifique.


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

c) Qual a causa mais provável?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
3. Cão, Schnauzer, fêmea, 10 anos, apresentando desidratação de 08%. Está a
alguns duas sem se alimentar e apresentando diarreia.

Eritrograma: Referência:
6
Hm: 10,2 x 10 / mm³ Hm: 5,5 - 8,5
Hb: 8,5 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 65% VG: 37 - 55%
Ppt: 12 g/dL
a) Quais alterações presentes no exame? Justifique.
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico e causa?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
85
4. Cão, fêmea, poodle. Há 3 dias com vômito e sem se alimentar. No exame
clínico observou hipertermia.

Dia 1: Dia 2: Referência:


6 6 Hm: 5,5 - 8,5
Hm: 8,5 x 10 / mm³ Hm: 9,62 x 10 / mm³
Hb: 18,1 g/dL Hb: 19,8 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 52 VG: 58 VG: 37 - 55%
Leucócitos totais: 26.200 Leucócitos totais: 28.500 Leucócitos totais: 6.000 - 17.000
Mielócitos: 0 Mielócitos: 0 Mielócitos: 0
Metamielócitos: 0 Metamielócitos: 0 Metamielócitos: 0
Bastonetes: 0 Bastonetes: 0 Bastonetes: 1 -3%
Neutrófilos: 93 Neutrófilos: 79 Neutrófilos: 60 - 77%
Linfócitos: 2 Linfócitos: 11 Linfócitos: 12 - 30%
Monócitos: 5 Monócitos: 10 Monócitos: 3 - 10%
Eosinófilo: 0 Eosinófilo: 0 Eosinófilo: 2 - 10%
Ppt: 9,2 g/dL Ppt: 10,6 g/dL Ppt: 6,0 - 8,0 g/dL

a) Quais alterações do eritrograma?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações leucocitárias?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o diagnóstico final?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
86
5. Cão, fêmea, 6 anos, SRD, castrada, vacinada. Apresenta vômitos ocasionais
nos últimos dias e hipertermia ao exame clínico. Suspeita de intoxicação.

Dia 1: Dia 2: Referência:


6 6 Hm: 5,5 - 8,5
Hm: 8,5 x 10 / mm³ Hm: 9,65 x 10 / mm³
Hb: 17,8 g/dL Hb: 19,8 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 52 VG: 58 VG: 37 - 55%
Leucócitos totais: 18.200 Leucócitos totais: 30.500 Leucócitos totais: 6.000 - 17.000
Mielócitos: 0 Mielócitos: 0 Mielócitos: 0
Metamielócitos: 0 Metamielócitos: 0 Metamielócitos: 0
Bastonetes: 0 Bastonetes: 0 Bastonetes: 1 -3%
Neutrófilos: 93 Neutrófilos: 79 Neutrófilos: 60 - 77%
Linfócitos: 4 Linfócitos: 9 Linfócitos: 12 - 30%
Monócitos: 8 Monócitos: 10 Monócitos: 3 - 10%
Eosinófilo: 1 Eosinófilo: 3 Eosinófilo: 2 - 10%
Ppt: 9,6 g/dL Ppt: 10,9 g/dL Ppt: 6,0 - 8,0 g/dL

a) Quais alterações do eritrograma?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações leucocitárias?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o diagnóstico final?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
FÍGADO
87

INTRODUÇÃO
O fígado é, anatomicamente, um componente integral do sistema digestivo e
funcionalmente interposto entre o trato gastrointestinal e a circulação sistêmica.
Para nossos propósitos, o fígado é composto estruturalmente de hepatócitos,
um sistema de ductos biliares e um rico suprimento sanguíneo, tanto venoso
quanto arterial.
Por ser um órgão de muitas e diversas funções metabólicas, qualquer avaliação
do seu estado funcional será dependente da sua habilidade em executar uma
função metabólica específica. Por isso muitos testes foram planejados para a
detecção das alterações da função hepática.
Para uma boa avaliação, deve-se realizar diferentes testes laboratoriais em curto
espaço de tempo e sempre levar em consideração o histórico e a clínica que o
animal apresenta.
☑ Quando devo solicitar testes de avaliação hepática?
↪ Doenças hepáticas primárias com ou sem icterícia
↪ Doenças hepáticas secundárias: hipotireoidismo, diabete mellitus,
pancreatite, cardiopatia e metástases.
↪ Diagnósticos diferenciais das icterícias.
↪ Anemias de origem indeterminada e distúrbios de coagulação.
↪ Prognóstico: avaliação terapêutica, dano residual e avaliação do risco
anestésico em cirurgias (está metabolizando como deve?).
↪ Pesquisa específica de testes para avaliar a toxicidade das drogas.
☑ Qual material encaminhar ao laboratório?
↪ Sangue sem anticoagulante. As enzimas são dosadas no soro.
88
CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES
▪ Testes que Medem o Transporte Hepático
São testes que medem a chegada, conjugação e excreção. É avaliado as
bilirrubinas, urobilinogênio, excreção de corantes e ácidos biliares. É possível
avaliar se a icterícia é pré hepática, hepática ou pós hepático.
▪ Testes das Enzimas Séricas
↪ ALT – Alanina aminotransferase;
↪ AST – Aspartato aminotransferase;
↪ SDH – Sorbitol desidrogenase;
↪ FA – Fosfatase alcalina;
↪ GGT – Gama Glutamil Transferase;
▪ Testes Bioquímicos Específicos
↪ PPT – Proteína Plasmática Total
↪ Ácido úrico
↪ Amônia
↪ Colesterol total;
▪ Testes Não Específicos
↪ CPK – creatinina fosfoquinase;
↪ Hemograma
↪ Urinálise
↪ Dosagem de ureia
↪ Testes de coagulação
↪ Fezes – falta ou excesso de estercobilinogênio, por exemplo.
89
AVALIANDO A FUNÇÃO HEPÁTICA

☑ Bilirrubinas
É um subproduto do metabolismo da hemoglobina formada através de
hemácias velhas fagocitadas por macrófagos e liberadas e transportada para
o fígado por uma proteína. O aumento de bilirrubina pode ocorrer por vários
fatores como doença hemolítica, insuficiência hepática e colestase. Com o
fígado comprometido não ocorre eliminação, tendo um acúmulo de
bilirrubina no sangue, ocasionando impregnação das mucosas (icterícia).
▫ Icterícia Pré-Hepática
Ocorre devido a hemólise excessiva de eritrócitos, excedendo a
capacidade excretora do fígado. Normalmente o animal apresenta
esplenomegalia.
↪ Possíveis causas: anemias hemolíticas, hemólise aguda grave,
hemorragias internas, transfusões sanguíneas ou outras causas
hemolisantes.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= B.D normal + ↑ B.I
▫ Icterícia Hepática
Está relacionada com a perda da funcionalidade hepatocelular. A
conjugação da bilirrubina fica comprometida.
↪ Possíveis causas: hepatopatias, necrose, neoplasias.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= ↑ B.D + ↑ B.I
▫ Icterícia Pré-Hepática
Ocorre devido a obstruções dos canalículos biliares.
↪ Possíveis causas: trombos parasitários, neoplasias, abcessos, litíase
biliar.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= ↑ B.D + B.I normal
↪ B.T: Bilirrubina Total
↪ B.D: Bilirrubina Direta
↪ B.I: Bilirrubina Indireta
90
☑ Urobilinogênio
Ele é uma mistura de pigmentos resultantes da redução entérica da
bilirrubina pela microbiota bacteriana. É normal aparecer em pouca
quantidade.
▫ Diminuição: obstruções biliares, redução da hemocaterese, deficiência
na absorção intestinal, poliúria associada a doença renal, antibióticos que
inibem a microbiota intestinal.
▫ Aumento: danos hepatocelulares, o urobilinogênio não consegue ser
removido efetivamente da circulação pelos hepatócitos e em casos de
hemólise excessiva.
☑ Ácidos Biliares
O fígado sintetiza os ácidos biliares a partir do colesterol, após a síntese dos
sais biliares primários ocorre a conjugação com aminoácidos (principal
taurina) e a estocagem na vesícula biliar, ou liberação direta no caso dos
equinos.
É um indicador sensível de colestase, obstrução biliar ou disfunção hepática,
pois o fígado nestes casos não consegue metabolizar e/ou secretar seus
produtos, causando a elevação na corrente sanguínea.
↪ Sua elevação indica doenças hepáticas, desvios portovenosos,
colestase, cirrose, necrose e lipidose.

☑ Amônia
É produzida a partir da digestão de compostos nitrogenados, em todas as
células orgânicas e nas bactérias do trato gastrointestinal.
Seu aumento pode indicar alguma dificuldade hepática de metabolização no
ciclo da ureia.
↪ Infecções, insuficiência renal e leptospirose: também pode estar
elevada, portanto sempre analise o histórico e a clínica do animal.

☑ Ureia
É um metabólito produzido normalmente no fígado de animais saudáveis a
partir da amônia circulante. Quando há redução de função hepática ocorre
a diminuição da conversão de amônia em ureia.
91
☑ Albumina
É sintetizada de forma integral no fígado, compondo cerca de 50% das
proteínas plasmáticas. A concentração de albumina pode ser afetada por:
↪ Função hepática
↪ Processos inflamatórios orgânicos
↪ Parasitismo que consomem albumina
↪ Equilíbrio hidroeletrolítico que pode diluir ou concentrar a albumina
↪ Nível nutricional.
Geralmente não se observa hipoalbuminemia até que ocorra perda de 60 a
80% da função hepática. Nas hepatopatias crônicas observa
hipoalbuminemia.
↪ Hiperalbuminemia: desidratações.

☑ Globulinas
O fígado é responsável pela produção de grande parte das globulinas, com
exceção de algumas imunoglobulinas, portanto na insuficiência hepática
pode ocorrer a diminuição sérica das mesmas, mas ao comparar com
albumina a sua variação é menor, pois elas geralmente estão associadas com
processos inflamatórios.
↪ Hipoglobulinemia: hepatopatias, síndrome nefrótica e na má absorção.
↪ Insuficiência hepática: menor proporção albumina: globulina.
↪ Hiperglobulinemia: doenças inflamatórias agudas.

☑ Colesterol
O colesterol sanguíneo pode ter duas origens, uma proveniente da dieta, e
outra originaria da metabolização do acetil-CoA pelo fígado em condições
normais, sendo a principal via de excreção do colesterol hepático o sistema
biliar.
↪ Insuficiência hepática: hipocolesterolemia ou normais.
↪ Colestase hepática: hipercolesterolemia.
92
☑ Fatores de coagulação
O fígado é responsável pela produção de grande parte dos fatores de
coagulação, dentre eles a fibrina e também produz substancias
anticoagulantes como a antitrombina.
↪ Insuficiência hepática: distúrbios na hemostasia.
↪ Hepatopatia: menor concentração de fibrinogênio em relação aos
valores de referência, mas animais que estão com processo inflamatório
também apresentam fibrinogênio baixo, devendo levar em consideração o
quadro clínico em que o animal se apresenta.
93
TESTES DE ENZIMAS SÉRICAS

☑ Alanina aminotransferase (ALT)


É uma enzima encontrada livre no plasma dos hepatócitos, no rompimento
celular ela e liberada na corrente circulatória. Os cães e gatos apresentam
maiores concentrações desta enzima que as demais espécies, mas não
necessariamente ela é uma enzima hepato-específica, pois também pode
ser encontrada na massa muscular esquelética estriada e cardíaca, rins e
eritrócitos, porém não é capaz de induzir a um aumento de ALT muito maior
que 3 vezes o valor normal.
↪ Bom indicador de hepatopatias agudas.
↪ Seu aumento indica necrose de hepatócitos.
↪ Está relacionada com a extensão da lesão e não a gravidade. Sua
elevação é proporcional à lesão encontrada, tendo seu pico de liberação
detectado de 3 a 4 dias após a lesão, mas com retorno basal em até 14
dias.
↪ A concentração de ALT é baixa no citoplasma dos hepatócitos de
equinos e ruminantes, não sendo desta forma uma prova confiável para
estas espécies.
↪ Animais com lesões crônicas pode haver um discreto aumento desta
enzima, o que pode ser quase imperceptível.
↝ Causas: hipóxia, acúmulo de lipídeos hepáticos, doenças bacterianas e
virais, inflamações, neoplasias hepáticas, endo e exotoxinas, medicamentos
(glicocorticoides, acetominofeno, barbitúricos, cetoconazol, mebendazol,
fenobarbital, fenilbutazona, primidona e tetraciclinas) podem induzir a lesão
hetato-celular e a liberação ALT para a corrente circulatória dos cães e
gatos.

☑ Aspartato aminotransferase (AST)


Enzima encontrada predominantemente no citosol e em menor quantidade
nas mitocôndrias dos hepatócitos, e nas células musculares esqueléticas e
cardíacas de todas as espécies domesticas.
↪ Considerada uma enzima de fase aguda.
↪ Não é hepato–específica.
94
↪ Meia-vida estimada: cães 4 - 12 horas; gatos 77 minutos; equinos e
ruminantes 7 - 8 dias.
↪ Em equinos e ruminantes é a enzima de utilização mais corriqueira na
clínica de grandes animais para a detecção de lesões hepáticas
↝ Causas que promovem alteração: hipóxia, acumulo de lipídeos
hepáticos, doenças bacterianas e virais, inflamações, neoplasias hepáticas,
endo e exotoxinas, além de intoxicações medicamentosas, exercício
intenso e em deficiência de vitamina E e selênio.
Sempre que dosar a AST, é interessante dosar a CPK (creatina
fosfoquinase), pois se houver lesão muscular, estará alterada. A CPK é uma
enzima específica para desordem muscular. Caso ela esteja normal e a AST
aumentada, a lesão é hepática.
☑ Fosfatase Alcalina
Enzima encontrada no fígado, rins, intestinos, pâncreas, ossos e placenta. a
maior parte de FA de origem sérica é hepática, onde esta presente nas
células do epitélio biliar e nas membranas caniculares dos hepatócitos,
porém deve se levar em consideração a possibilidade do aumento de FA
não ser de origem hepática
↪ Cães com doenças colestásicas podem aumentar em até 10 vezes os
valores de referência de FA
↪ Comprometimento do fluxo biliar também pode induzir o aumento,
podendo permanecer aumentado por até 3 dias.
↪ O aumento da produção e de sua atividade sérica pode ser notado em
casos de maior atividade osteoblástica, colestase, indução por drogas
como corticoides e fenobarbital e várias doenças crônicas, inclusive
neoplasias.
↪ Seu aumento indica colestase hepática.
↪ Sempre avalie o histórico do animal: uso de medicamentos, animais em
fase de crescimento, metástase óssea, fêmeas gestantes, diarreias.
↪ A meia-vida da FA intestinal, renal e placentária é de 6 minutos. A
meia-vida da FA intestinal em gatos é de 2 minutos.
95
↝ Doenças como lipidose hepática e inflamação do parênquima também
levam a obstrução de pequenos canalículos biliares e a liberação de FA
de forma indireta.
↝ Como diferenciar o aumento da fosfatase alcalina? Quando as
concentrações de bilirrubina total e ácidos biliares estão simultaneamente
aumentados, provavelmente é um quadro de colestase e quase sempre
existe bilirrubinúria, mesmo com a concentração de bilirrubina estando
normal.
☑ Gamaglutamiltransferase (GGT)
É uma enzima presente em todas as células, exceto nas musculares.
Contudo apenas a GGT com origem hepática é encontrada no plasma do
animal. Para detecção de doença hepática em cães, a GGT é mais sensível e
menos específica (a FA seria mais indicada). Em gatos ela é menos sensível
e mais específica (exceto em casos de lipidose hepática aonde a FA ainda
continua sendo melhor).
↪ Cães: obstrução dos ductos biliares pode elevar em até 14 dias 50
vezes e para gatos até 16 vezes o valor de referência.
↪ Gatos: A elevação dessa enzima pode indicar colestase intra e extra-
hepática e doença hepatocelular.
↪ Neonatos: pode estar aumentada por até 3 semanas na corrente
sanguínea.
↪ Bovinos: bom indicativo de fasciolose e lipidose hepática.
↪ Equinos: boa sensibilidade nos equinos com colestase.
A determinação concomitante de F.A. e GGT é mais confiável para
diagnóstico de doença hepatobiliar do que quando medidas isoladamente.

☑ Sorbitol Desidrogenase (SDH)


Enzima hepatoespecífica, utilizada principalmente para diagnóstico de lesão
hepatocelular aguda em equinos, podendo também ser usada em
substituição a GLDH em ruminantes..
96
☑ Glutamato Desidrogenase (GLDH)
É uma enzima encontrada nas mitocôndrias de células hepáticas e renais,
podendo também ser encontrada no musculo cardíaco e outros tecidos em
pequenas concentrações.
↪ Quanto maior sua presença no plasma, maior é a lesão hepática
encontrada.
↪ Ruminantes: enzima que indica necrose hepática.
↪ Sensível para lesões hepáticas em cães e boa especificidade em equino.
↪ É estável no soro das espécies domésticas por 48 horas a temperatura
ambiente, e congelado por até 6 meses.
DÚVIDAS FREQUENTES 97

☑ Se o animal além de uma insuficiência renal, tiver uma


insuficiência hepática, como estará o nível de ureia?
↪ Neste caso o animal terá uma concentração sérica de ureia abaixo
ou normal, pois o fígado doente não consegue produzir quantidade de
ureia adequada para o organismo.
☑ Quais enzimas detectam necrose/lesão hepatocelular?
↪ ALT e AST.
☑ Quais enzimas detectam colestase?
↪ FA e GGT.
☑ Meu paciente está apresentando aumento de AST posso afirmar
com certeza que ele apresenta lesão hepatocelular?
↪ Não. Sempre que dosar AST lembre-se de dosar junto a ela a enzima
creatina quinase (CPK) pois a AST não é hepatoespecífica e pode dar
alterada em lesões musculares.
☑ Meu paciente está apresentando a ALT muito elevada e está com
glomerulonefrite aguda. Clinicamente não apresenta sinais de
hepatopatia. O que devo pensar?
↪ Lembre-se que a ALT é uma enzima presente em rins e músculos.
Como o animal está com glomerulonefrite, o aumento desta enzima é
decorrente a lesão renal e não a necrose/ lesão hepatocelular.
O tutor não tem dinheiro para dosar todas as bilirrubinas e não sei qual
é o tipo de icterícia. O que faço?
Você vai precisar de pelo menos duas, pode ser a total e a direta.
Lembre-se dessa fórmula (B.T = B.D + B.I). Por exemplo:
B.T = B.D + B.I
0,8 = 0,2 = B.I
B.I = 0,8 - 0,2
B.I = 0,6
98
EXERCÍCIOS
1. Cão, macho, 4 anos e meio, raça Labrador, apresentando temperatura e fezes
normais, porém seu comportamento mudou, está mais apático, seu apetite
também diminuiu e foi notado também que as mucosas estavam amareladas.
Urinálise Bioquímica sérica Referência
Cor: amarelo âmbar Bilirrubina total: 3,0 0,1 - 0,3 mg/dL
Aspecto: turvo Bilirrubina direta: 1,7 0,06 - 0,12 mg/dL
Odor: sui generis Bilirrubina indireta: 1,3 0,01-0,49 mg/dL
DEU: 1030 ALT: 42,0 4,8-24 UI /L
Proteína: traços FA: 160,0 20-157 UI /L
Glicose: negativo GGT: 12,0 1,2-6,4 UI /L
Cetona: negativo Albumina: 1,8 2,6-3,3 g /dL
Sangue oculto: negativo Globulina: 5,5 2,7-4,4 g /dL
Bilirrubina: ++ Ácido úrico: 4,0 0-2 mg/dL
Urobilinogênio: normal Colesterol total: 375 135-270 mg/dL
Sedimento: sem alterações Colesterol esterificado: 25 40-78 mg/dL

a) Quais as alterações da urinálise?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o diagnóstico da urinálise?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
d) Qual o diagnóstico da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
99
2. Cão, fêmea, 4 anos, raça Akita. Há alguns dias tem se alimentado pouco, suas
fezes estão pastosas e de cor muito clara. Foi vacinada quando filhote e
vermifugada também, depois disso nunca mais. Suas mucosas estão muito
pálidas e levemente amareladas, além disso teve episódios de vômitos.
Urinálise Bioquímica sérica Referência
Cor: amarelo âmbar Bilirrubina total: 2,3 0,1 - 0,3 mg/dL
Aspecto: ligeiramente turvo Bilirrubina direta: 2,,2 0,06 - 0,12 mg/dL
Odor: sui generis Bilirrubina indireta: 0,1 0,01-0,49 mg/dL
DEU: 1035 ALT: 58 4,8-24 UI /L
Proteína: negativo FA: 460 20-157 UI /L
Glicose: negativo GGT: 15 1,2-6,4 UI /L
Cetona: negativo Albumina: 3,2 2,6-3,3 g /dL
Sangue oculto: negativo Globulina: 4,0 2,7-4,4 g /dL
Bilirrubina: +++ Ácido úrico: 1,5 0-2 mg/dL
Urobilinogênio: ausente Colesterol total: 420 135-270 mg/dL
Sedimento: sem alterações Colesterol esterificado: 40 40-78 mg/dL

a) Quais as alterações da urinálise?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o diagnóstico da urinálise?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
d) Qual o diagnóstico da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
e) Qual a possível causa?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
100
3. Cão, macho, 9 anos, SRD. Sinais clínicos: anorexia, polidipsia e fezes
escurecidas. O proprietário informou que passou Baygon no animal há 20 dias.
Exame clínico: taquicardia, taquipnéia, hipertermia, mucosas pálidas e
sensibilidade abdominal à palpação. O animal foi tratado para intoxicação por
organofosforado e liberado. Após um mês os sinais permaneciam. Exame clínico
revelou normotermia, taquicardia e hipopnéia, mucosas pálidas, sensibilidade
abdominal e aumento de volume abdominal bilateral com massa consistente
ocupando grande parte da cavidade. Ao exame radiográfico observou-se
hepatoesplenomegalia e presença de líquido abdominal à laparocentese.
Urinálise Bioquímica sérica Referência
Cor: amarelo Bilirrubina total: 2,0 0,1 - 0,3 mg/dL
Aspecto: límpido Bilirrubina direta: 1,5 0,06 - 0,12 mg/dL
Odor: sui generis Bilirrubina indireta: ? 0,01-0,49 mg/dL
DEU: 1015 ALT: 200 4,8-24 UI /L
pH: 6,0 FA: 200 20-157 UI /L
Proteína: ++ Glicose: 78 1,2-6,4 UI /L
Glicose: + Albumina: 1,6 2,6-3,3 g /dL
Sangue oculto: ++ Globulina: 4,8 2,7-4,4 g /dL
Bactérias: + PPT: 6,4 0-2 mg/dL
Urobilinogênio: + AST: 90 135-270 mg/dL
Cilidros: granulosos + Ureia: 95 40-78 mg/dL
Hemácias: 15/campo Creatinina: 2,1
Cél. de epitélio renal: 2/campo

a) Quais as alterações da urinálise?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Quais alterações da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o diagnóstico da urinálise?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
d) Qual o diagnóstico da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
101
4. Bovino, Holandês preto e branco, fêmea, 6 anos de idade e com 6 meses de
gestação, produção diária de 25 litros de leite, foi atendido no dia 05/01
apresentando andar cambaleante com quedas freqüentes, ranger de dentes,
diarréia, tenesmo grave e prolapso anal. Os sinais foram de início súbito, e há
outros dois animais com sinais semelhantes, com quadro mais ameno. Alguns
bezerros apresentam diarréia profunda, e já morreram 2 nos últimos quinze dias.
Refere ainda que um deles foi necropsiado, e que as vísceras estavam
amareladas. Houve um aborto há 3 dias. O proprietário demonstrase impaciente
em resolver o problema. Os animais alimentam-se de silagem de milho à
vontade, sal mineral, torta de amendoim, napier picado no cocho e às vezes,
cana de açúcar. Foi constatado que a silagem estava a tempo, com grande
quantidade de fungos. O diagnóstico provisório de micotoxicose foi confirmado
laboratorialmente e a silagem substituída imediatamente.
Bioquímica sérica Referência
Bilirrubina total: 0,8 0,01 - 0,47 mg/dL
Bilirrubina direta: 0,5 0,04 - 0,44 mg/dL
Bilirrubina indireta: ? 0,3 mg/dL
ALT: 40,8 14 - 38 UI /L
FA: 700 90 - 170 UI /L
Albumina: 2,0 3,03 - 3,55 g /dL
AST: 70,5 20 - 34 g /dL
PPT: 6,8 7,0 - 8,5 mg/dL
Creatininal: 2,0 1,0 - 2,0 mg/dL
Ureia: 30,4 42,8 - 64,2 mg/dL

a) Interprete o caso clínico e justifique as alterações encontradas.


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

b) Qual o diagnóstico deste paciente?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Qual o valor da bilirrubina indireta?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
d) Qual outro teste deveria ser solicitado? Substituiria por qual?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
PÂNCREAS EXÓCRINO
102

INTRODUÇÃO
O pâncreas, sendo uma glândula que apresenta tanto funções endócrinas quanto
exócrinas, atua principalmente na secreção de enzimas digestivas, responsáveis
pela quebra de proteínas, gorduras e carboidratos da dieta, realizando ainda a
produção de insulina e outros hormônios que regulam o metabolismo de
carboidratos.
Ele é composto por dois tipos principais de tecidos: os ácinos pancreáticos, que
secretam sucos digestivos no duodeno, e as ilhotas de Langerhans, que
secretam insulina e glucagon diretamente no sangue. As ilhotas de Langerhans
são constituídas por três principais tipos de células: beta, que constituem 60% da
composição celular do pâncreas, se localizam no meio de cada ilhota e secretam
insulina e amilina; células alfa, que constituem cerca de 25% do pâcreas e
secretam glucagon e por fim as células delta, que secretam somatostatina.

↪ Função endócrina: insulina e glucagon


↪ Função exócrina: enzimas digestivas – amilase, lipase e tripsina.
O animal que apresenta hepatopatia grave pode desencadear pancreatite e um
animal com pancreatite pode desencadear hepatopatia
É importante lembrar que o pâncreas não regenera, uma vez lesionado as células
acinares, não há como reverter. Quando o paciente apresenta pancreatite aguda
e sobrevive, ele poderá desenvolver pancreatite crônica. Várias etiologias podem
desencadear pancreatite, são elas:
↪ Nutrição e obesidade.
↪ Medicamentos: diuréticos, corticoides, sulfas, tetraciclinas
organofosforados ou antagonistas de receptores de H.
↪ Obstruções.
↪ Refluxo duodenal, neoplasias, parasitos ou traumatismos.
↪ Infecções virais e bactérias, micoplasmáticas e parasitárias.
103
DOENÇAS DO PÂNCREAS
☑ Pancreatite Necrótica Aguda
Ocorre de forma abrupta é uma doença comum em cães, que pode ser fatal
se não for tratada de maneira correta e em tempo hábil. Principal sinal
clínico: dor severa e repentina no abdômen e posição de reza ou prece.
A ativação do tripsinogênio em tripsina dentro das células pancreáticas
acinares é o evento que inicia desenvolvimento da pancreatite. Em outras
palavras, o pâncreas estará produzindo muitas enzimas e elas começam a
“autodigerir”.
O animal que apresentar pancreatite necrótica aguda terá deficiência de
células acinares e de insulina. As enzimas amilase e lipase darão o dobro do
valor de referência. Estarão muito elevadas e esse aumento causa:
↪ Lesão pancreática
↪ Insuficiência renal
↪ Doenças no trato gastrointestinal
↪ Doenças hepáticas
↪ Neoplasias
↪ Disfunções do aparelho reprodutor
O aumento da amilase perdura por 12 horas, enquanto que a lipase
permanece por mais tempo. Na ausência de lipase, pode haver lipemia
plasmática, relacionada com a necrose do tecido.
Alterações laboratoriais:
↪ ↑ amilase, ↑ lipase, ↑ ALT, ↑ FA e ↑ colesterol total.
↪ leucocitose devido a dor intensa.
↪ leucocitose devido a dor intensa.
↪ tripsina e tripsinogênio estará normal.
↪ hiperglicemia pode ocorrer devido a liberação excessiva de glucagon
em relação a insulina pelo pâncreas inflamado.
↪ azotemia pode surgir no perfil bioquímico, devido a desidratação ou a
falência renal secundária a pancreatite, porém, é mais raro.
↪ o plasma pode estar ictérico ou lipêmico.
↪ plaquetas encontrarão normais, a menos que o animal apresente um
quadro de CID.
104
☑ Pancreatite Crônica
Ocorre após vários episódios de pancreatite aguda, há uma progressiva
destruição do tecido acinar pancreático e há substituição de tecido acinar
por tecido fibroso. Pode se tornar insuficiência pancreática e como
consequência a diabete mellitus.
Sinais clínicos comuns: esteatorreia, creatorreia, emagrecimento progressivo,
pelos gordurosos, coprofagia.
Alterações laboratoriais:
↪ anemia e leucopenia.
↪ Amilase e lipase podem estar normais ou abaixo do valor de referência.
↪ leucocitose devido a dor intensa.
Tratamento: reposição de enzimas.
☑ Insuficiência Pancreática
Após sofrer agressões (pancreatite) o pâncreas pode se tornar insuficiente.
O diagnóstico pode ser realizado dosando a enzima tripsina imunoreativa
(TLI).
↪ a imunorreatividade tipo tripsina (TLI) é um teste que identifica
tripsinogênio catiônico, tripsina, tripsina ligada aos inibidores de protease,
sendo detectadas a partir de imunoensaios característicos de cada
espécie.
↪ resultados de TLI que se encontram abaixo do normal é característico
de insuficiência pancreática exócrina.
A dosagem da TLI é feita para diferenciar a pancreatite crônica da
insuficiência pancreática.

☑ Atrofia do Pâncreas
Sinais semelhantes a pancreatite crônica e é resultado da má nutrição
proteica. As fezes ficam com alimentos não diferidos devido a deficiência de
tripsina e lipase fecais. A concentração de amilase e lipase plasmáticas ficam
normais. Não deve ser confundida com insuficiência.
105
☑ Neoplasias pancreáticas
É uma condição rara em medicina veterinária, seus sinais são inespecíficos e
semelhantes a doenças do fígado, estômago e intestino delgado.
Normalmente os animais portadores apresentam dor epigástrica, icterícia,
vômito, diarreia, emagrecimento progressivo.

☑ Diabete Mellitus
Diabetes mellitus é uma desordem no metabolismo, na produção parcial ou
absoluta de insulina, caracterizada por hiperglicemia em curto período de
tempo e tendência a desenvolver estado de cetoacidose e hiperproteinúria.
No sangue, a concentração de glicose excede a concentração tubular renal,
fazendo com que haja glicosúria.
O grau de severidade da doença pode variar desde uma disfunção inicial
assintomática até um distúrbio severo. Os sinais clínicos típicos dessa
doença são: poliúria, polidpsia, polifagia e perda de peso.
Ela pode ser classificada como primária:
↪ Destruição das células beta
↪ Pancreatite crônica
↪ Amiloidoses
Ou pode ser classificada como secundária:
↪ Obesidade-diminuição na síntese dos receptores de insulina
↪ Antagonismo insulínico hiperadrenocorticismo progesterona-indução
de GH (cães)
↪ Antagonismo insulínico por drogas terapêuticas glicocorticóides
progesterona
Diagnóstico: realização da dosagem sérica da glicose.
106
EXAMES QUE PODEM AUXILIAR
☑ Exame de fezes
É realizado principalmente para teste de exclusão de verminoses, não fecha
diagnóstico para pancreatites.
↪ Amilorreia: corar 1 gota da suspenção de fezes com solução lugol. As
partículas de amido ficarão enegrecidas.

☑ Teste de Absorção
Recolher amostra sanguínea em jejum e em seguida oferecer 0,5ml/kg de
óleo de milho. Após 2 horas realize uma nova coleta de amostra e compare
os plasmas.
↪ Resultado: plasma iguais (lipêmicos) – deficiência de enzimas.

☑ Teste do Filme
É um teste que investiga a deficiência da tripsina. 9,0 mL de bicarbonato de
sódio 5%, adicionar fezes até completar 10mL e homogeneizar. Coloque
aproximadamente 5 mL em um tubo de ensaio. Imergir a porção inferior
com uma tira de filme de raio x na solução e incubar a 37° por 1 / 2 hrs e em
seguida lave com água morna.
↪ Resultado: a presença áreas claras na porção imersa indica presença
de tripsina, resultados em que não há áreas claras indicam insuficiência
pancreática.

☑ Teste da Gelatina
Aqueça em banho maria 37°C dois tubos de ensaio contendo 2 mL de
gelatina 7,5%. Adicione 2 mL de suspensão de fezes a um dos tubos
contendo gelatina. Adicionar 2 mL de solução de bicarbonato de sódio 5%
ao outo tubo de ensaio (tubo controle). Homogeneizar a amostra e incubar a
37° C por 1 / 2 hrs. Refrigere por 20 minutos
↪ Resultado: se ocorrer a formação de um gel, indica ausência de
tripsina.
107
☑ Exame de fezes
A tripsina fornece boa indicação de função pancreática nos cães.
↪ Resultado: valores menores que 2,5 g / dL é compatível com
insuficiência pancreática.
↪ Zona obscura: valores entre 2,5 – 5,2 g / dL
↪ Pode estar se recuperando de um episódio de pancreatite aguda;
↪ Amostra exposta a temperatura elevada – ficou fora da geladeira;
↪ Não foi respeitado o jejum de 8 – 12 horas.
Dosar a TLI em pancreatite aguda não fecha diagnóstico.
DÚVIDAS FREQUENTES 108

☑ Qual a relação da fosfatase alcalina e a ALT darem aumentadas


em casos de pancreatite aguda necrótica?
↪ A extensão dos processos inflamatórios pancreáticos para o fígado
ocorre diretamente, devido a proximidade dos dois órgãos, e
indiretamente pelas enzimas digestivas ativadas que se movem para o
fígado via vasos linfático comuns, portanto há aumento da atividade
sérica.
☑ Quais exames devo solicitar quando suspeito de pancreatite
aguda?
↪ Essencial dosar amilase, lipase, ALT, FA e colesterol total.
☑ Como diferencio a pancreatite crônica da insuficiência
pancreática?
↪ Dosando a imunorreatividade tipo tripsina (TLI).
109
EXERCÍCIO
1. Cão, Boston Terrier, fêmea, 4 anos, apresentando diarreia com frequência
elevada, perda de peso progressivo, apetite vaia entre normal a aumentado.

Bioquímica sérica Referência


AST: 8,3 6,2 - 13 UI/L
ALT: 14 4,8 - 24 UI/L
FA: 25 20 - 157 UI/L
Bilirrubina Total: 0,1 0,1 - 0,3 mg/dL
Bilirrubina Direta: 0,0 0,06 - 0,12 mg/dL
Bilirrubina Indireta: 0,1 0,01 - 0,49 mg/dL
Ureia: 24 21,4 - 59,9 mg/dL
Creatinina: 0,6 0,5 - 1,5 mg/dL
Glicose: 110 70 - 110 mg/dL
Lipase: 75 25 - 750 UI/L
Amilase: 700 185 - 700 UI/L
Proteína: 3,1 5,4 - 7,1 mg/dL
Albumina: 1,6 2,6 - 3,3 mg/dL
Colesterol: 86 135 - 270 mg/dL

a) Quais as alterações laboratoriais?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
PARATIREOIDE
111

INTRODUÇÃO
Os minerais Ca, P e Mg são muito importantes nas atividades fisiológicas. A
concentração de cálcio é abundante e está mais concentrada no esqueleto
como depósito sob a forma de fosfato de cálcio e o restante na forma ionizada.
O fosforo integra estrutura óssea e dentária, mas em menor quantidade quando
comparada ao cálcio. As funções do cálcio e do fósforo estão descritas abaixo.
☑ Cálcio: ☑ Fósforo
↪ Forma parte da matriz óssea ↪ Faz parte da matriz óssea
↪ Contração muscular ↪ Muito importante no crescimento
↪ Transmissão de impulsos nervosos; ↪ Participação nas vias metabólicas
↪ Coagulação sanguínea ↪ Atua como componente estrutural
↪ Ativação de algumas enzimas ↪ Ativador das co-enzimas NAD e NADP

Para a absorção destes minerais dependem dos níveis de dietéticos de Ca, p,


Mg, vitamina D, ferro, alumínio e gorduras; da fonte de minerais; do pH intestinal;
da quantidade de lactose 9por acidificar o meio). A eficiência na absorção
aumenta quando as necessidades orgânicas também aumentam. A vitamina D
está relacionada a absorção de cálcio intestinal e celular.
O cálcio e o fósforo são excretados por via fecal que é originado pela dieta e por
haver cálcio no lúmen intestinal; e por via urinária onde é regulada pela ação do
PHT (paratormônio) nos túbulos distais. Os ruminantes possuem menor excreção
de fósforo devido ao pH alcalino, mas as fêmeas possuem maior perda destes
minerais pelo leite.
112
FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR O CÁLCIO
E O FÓSFORO SÉRICO
☑ Paratormônio
▫Age nos ossos e rins, principalmente.
▫ Função: manter o nível de cálcio sérico normal, através da mobilização
óssea.
▫ É sintetizado na paratireoide e é liberado em níveis baixos de Ca e Mg.
▫ É importante lembrar que o fósforo não tem ação sobre o PTH, porém a
hiperfosfatemia tem efeito redutor de cálcio sanguíneo, consequentemente
aumenta a secreção de PTH.

☑ Calcitonina
▫ Hormônio produzido pelas células C ou parafoliculares da tireoide,
paratireoide e timo;
▫ Função: agir contrariamente ao paratormônio (PTH). Quando níveis
séricos de cálcio estiver alto, a calcitonina é liberada para inibir a reabsorção
óssea de cálcio.
▫ Sua secreção é induzida por alimentos ricos em cálcio e possui ação
hipocalcemiante.

☑ Vitamina D
▫Ela é proveniente dos raios solares ou da dieta.
▫Função: agir na mucosa intestinal, onde irá estimular a absorção de cálcio.
▫A hipervitaminose D causa calcificação ectópica, aumento da
desmineralização óssea, os ossos ficam frágeis e quebradiços.

☑ Idade e Raça
▫ A idade pode modificar a concentração de fósforo sérico, animais idosos
principalmente.
▫Cães de raças gigantes apresentam maior concentração de fósforo sérico
113
Quando suspeitar de distúrbios da Paratireoide?
▫Indicações ▫Marcadores Ósseos
↪ Osteopatias ↪ FA
↪ Sinais de paralisia ↪ Minerais: cálcio, fósforo e magnésio.
↪ Sintomas de convulsões ↪ Hormônio: PTH

DISTÚRBOS

☑ Hiperparatireoidismo Primário
É uma doença resultante do excesso e do descontrole na secreção de PTH,
por uma ou mais glândulas paratireoides anormais.
Etiologia: adenoma funcional da paratireoide, podendo ser neoplasia ou
hiperplasia, que irá produzir quantidades excessivas de paratormônio.
Sinais clínicos: fraturas por traumas leves, vômitos, constipação, fraqueza
muscular, anorexia.
Alterações laboratoriais:
↪ Hipercalcemia + hipercalciúria
↪ Hiperfosfatúria + hipofosfatemia
↪ Elevação de fosfatase alcalina (FA) – remoção de cálcio dos ossos.
Diagnóstico: é importante realizar citologia da paratireoide para avaliar se há
adenoma, carcinoma ou hiperplasia.

☑ Hiperparatireoidismo Secundário Renal


É uma doença resultante de complicações da insuficiência renal crônica. Na
insuficiência renal crônica a filtração glomerular fica reduzida, retendo fósforo
na corrente sanguínea (hiperfosfatemia), isso aumenta a proporção sérica de
2Ca:P. A lesão renal desencadeia perda de cálcio na urina e por
consequência inicia o processo de retirada de cálcio dos ossos pela ação do
PTH. Ocorre descalcificação óssea, substituindo o tecido ósseo por tecido
fibroso.
Alterações laboratoriais:
↪ Hiperfosfatemia + hipofosfatúria
↪ Azotemia renal
↪ Elevação de fosfatase alcalina (FA)
↪ Cálcio sérico normal ou diminuído.
114
☑ Hiperparatireoidismo Secundário Alimentar
É uma doença resultante de dietas ricas em proteína e pobre em cálcio e
fosforo. Sempre analise o histórico: do que o animal se alimenta?

☑ Pseudo Hiperparatireoidismo
Quando há uma neoplasia não endócrina que produz substancias que fazem
reabsorção óssea, por exemplo, linfoma maligno. Ao dosar o paratormônio
ele estará normal, pois não há aumento da estimulação da paratireoide.

☑ Hipoparatireoidismo
Se desenvolve como resultado de uma deficiência absoluta ou relativa na
secreção de PTH. Essa deficiência, por consequência, causa hipocalcemia e
hiperfosfatemia resultante da perda dos efeitos de HPT em ossos, rins e
intestino.
DÚVIDAS FREQUENTES 115

☑ Como diferenciar os tipos de hiperparatireoidismo?


Você sempre deve se atentar ao histórico do animal e a clínica que ele
está apresentando.
1 – Cão apresentando sinais de osteopatias, fraqueza muscular, tremores... opa
dosou cálcio e fósforo e está com hipercalcemia e hipofosfatemia? Pense em
hiperparatireoidismo primário. Outra coisa que pode auxiliar no seu diagnóstico
nesse caso, são os exames de imagem da paratireoide, onde você poderá
avaliar se há nódulos na região, pois lembre-se que ele é um distúrbio
ocasionado por produção excessiva de PTH.
2 – Cão com insuficiência renal e com sinais clínicos que te lembram
hiperparatireoidismo? Melhor fazer a dosagem de cálcio e fósforo, pois
provavelmente ele tem hiperparatireoidismo secundário renal.

3 – Cão com alimentação somente de carne? Pense em hiperparatireoidismo


secundário alimentar, a alimentação pobre em cálcio e fósforo pode
desencadear.
4 – Meu paciente está com sinais clínicos de reabsorção óssea, mas a dosagem
de PTH está normal, E agora? Lembre-se que existe o pseudo-paratireoidismo
que não é causado por distúrbios da paratireoide e sim por uma neoplasia não
endócrina. Melhor fazer uma investigação mais detalhada do seu paciente.
☑ Para ter um hiperparatireoidismo secundário renal,
obrigatoriamente meu paciente precisar ter doença renal crônica/
insuficiência renal?
Sim. Neste caso, o hiperparatireoidismo é causado pela elevada
excreção de cálcio na urina devido a lesão renal que reduz a taxa de
filtração glomerular. Se você diagnosticou um paciente com esse
distúrbio, mas ele não tem doença renal / insuficiência renal? Leia mais
sobre o assunto, leia sobre insuficiência renal / doença renal e entenda
o por quê ocorre esse distúrbio.
☑ Por que a concentração de Fosfatase Alcalina fica aumentada,
devo pensar em problema hepático?
Lembre-se que fosfatase alcalina não é hepatoespecífica e ela está
distribuída em outros locais, incluindo os ossos. Se houver distúrbios
ósseos ela poderá estar elevada e não ser problema hepático.
116
EXERCÍCIO
1. Cão, Pointer, macho, 12 anos de idade. Sinais e queixas: o animal vive em um
canil externo, está com letargia há vários meses, não pode caçar por mais de 15
-20 minutos que começa a mancar, parece ter problemas em comer qualquer
coisa além da ração mole enlatada, a face parece distorcida. Exame físico:
periodontopatia, ossos faciais deformados e aparentemente moles; claudicação
nas patas dianteiras; ligeira desidratação; membranas mucosas pálidas; lesões
purulentas na axila e magreza.

Hemograma Referência
Hm: 3,5 x 10 /mm³ 5,5 – 8,5
Hb: 7,1 g/dL 12 – 18
Htc: 22% 37 – 55
VCM: 62,85 60 – 77
HCM: - 19 - 23
CHCM: 32,27 32 - 36
Reticulócitos: 0% 0,1 - 1,0
Morfologia: policromasia e anisocitose ausentes.
Leucócitos totais: 34.200/mm³ 6.000 – 17.000
Bastonetes: 3% 0 - 3%
Segmentados: 90% 60 - 77%
Linfócitos: 1% 12 - 30%
Monócitos: 6% 3 - 10%
Eosinófilos: 0% 2 - 10%

Urinálise Bioquímica Sérica


Vol: 10 ml Ureia: 112 mg/dL
Cor: palha Creatinina: 5,2 mg/dL
Aspecto: límpido Sódio: 146,2 mEq/dL
Odor: inodoro Potássio: 5,40 mEq/dL
Cálcio:7,9 mEq/dL
DEU: 1008
Fósforo: 10,3 mg/dL
pH: 6,0 FA: 245 UI/L
Proteína: +++ ALT: 119,3 UI/L
Glicose: negativo GGT: 9,3 UI/L
Corpos cetônicos: negativo Bilirrubina Total: 0,2 mg/dL
Sangue oculto: negativo Amilase: 406 UI/L
Sedimento: sem alterações Lipase: 298 mg/dL
Albumina: 3,3 g/dL
Globulina: 4,2 g/d
117
a) Quais as alterações laboratoriais do hemograma?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico do hemograma?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

c) Quais as alterações da urinálise?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
d) Qual o diagnóstico da urinálise?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
e) Quais as alterações da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
f) Qual o diagnóstico da bioquímica sérica?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
g) Qual o diagnóstico final deste paciente?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
VALOR DE REFERÊNCIA
DE CADA ESPÉCIE
118

GATOS
119

CÃES
120

EQUINOS
121

BOVINOS
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122

AVILA VALANDRO, Marilia, de Pietro, Alessandra, Brolo Martins Danieli


Diabetes insípido em um cão. Acta Scientiae Veterinariae [en linea]. 2013,
41(1), 1-5[fecha de Consulta 31 de Março de 2023]. ISSN: 1678-0345.

CARVALHO, Milena de Souza. Diagnóstico e tratamento da pancreatite em


cães. 2019. CDMA. Manual de Colheita de Amostras e Exames em
Patologia Clínica e Anatomopatologia

CONCEIÇÃO, Nayara da Fonseca. Insuficiência pancreática exócrina em


cães: métodos diagnósticos e alternativas terapêuticas - Revisão de
Literatura / Nayara da Fonseca Conceição; Orientação de Jair Duarte da
Costa Júnior. – Brasília, 2013.

DIAZ GONZÁLEZ, Félix H.; SILVA, S. C. Patologia clínica veterinária: texto


introdutório. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2008.

GARCIA-NAVARRO, C. E. K. Manual de urinálise veterinária. São Paulo:


Livraria Varela, 1996.

GARCIA-NAVARRO, C. E. K. Hematologia dos animais domésticos. Garcia-


Navarro, CEK And Pachaly, JR Manual de Hematologia Veterinária.
Primeira edição, São Paulo: Varela, p. 11-119, 1994.

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Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 11, n. 2, p. 1-7,
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NELSON, R.W.;COUTO, C.G. Insuficência renal aguda. Medicina interna de


pequenos animais. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
123

PALUMBO , M. I. P.; MACHADO2 , L. H. A. de.; ROMÃO3 , F. G. Manejo da


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POLZIN, D.J; OSBORNE, C.A. Pathophysilogy of renal failure and uremia. In


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Anna. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. Editora Roca, 2007.

VADEN, Shelly L.; KNOL, Joyce S.; SMITH JR, Francis WK. Exames
Laboratoriais E Procedimentos Diagnósticos Em Cães E Gatos. Grupo Gen-
Livraria Santos Editora, 2000.

WASCHBURGER, Diane Jaqueline. Derrames Cavitários em Pequenos


Animais – Revisão Bibliográfica e Relato de Caso, Porto Alegre, 2011.
124

EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO 125
1) A formação de fibrina, durante a coleta de sangue para hemograma,
dentre outros fatores, pode estar relacionada:

(A) à qualidade do anticoagulante.


(B) ao acondicionamento inadequado da amostra.
(C) à origem do tubo.
(D) à quantidade de sangue obtida.
(E) ao garroteamento prolongado no momento da coleta.
2) Assinale a alternativa INCORRETA no que se refere à realização do
hemograma em contadores hematológicos.

(A) A diferença entre espécies se dá pelo tamanho dos eritrócitos.


(B) A fibrina pode ser dissolvida com o reagente hemolisante.
(C) A homogeneização inadequada da amostra pode influenciar o
resultado.
(D) A maior parte dos aparelhos veterinários não distingue eritrócito
nucleado de leucócito.
(E) Na citometria de fluxo, o diferencial de leucócitos é avaliado pela
complexidade nuclear e citoplasmática.

3) Assinale a alternativa correta em relação à avaliação de plaquetas em


medicina veterinária.

(A) A anisocitose plaquetária é mais evidente na espécie felina.


(B) A presença de macroplaquetas não interfere na interpretação.
(C) Na espécie canina, a estimativa no esfregaço é muito mais precisa do
que a contagem automática.
(D) A granulação basofílica, nas plaquetas, sempre está relacionada à
infecção parasitária.
(E) Não há necessidade de contagem de plaquetas para confirmar
trombocitopenia na estimativa do esfregaço.
126
4) Assinale a alternativa correta no que se refere à interpretação das
anemias regenerativas na medicina veterinária.

(A) Em todas as espécies, a resposta regenerativa sempre é estimada pela


contagem de reticulócitos.
(B) Em pacientes anêmicos, a presença de policromasia e anisocitose são
suficientes para determinar a regeneração da medula óssea.
(C) Tanto no cão quanto no gato, a magnitude da porcentagem corrigida
de reticulócitos tem que estar condizente com o grau da anemia.
(D) Em felinos, a resposta de regeneração para anemias severas pode ser
verificada através da contagem de reticulócitos pontilhados.
(E) No esfregaço sanguíneo, a presença de metarrubrícitos indica uma
resposta regenerativa.
Instruções: As questões 05 e 06 referem-se ao hemograma abaixo.
Caso clínico: canino, sete meses, apresentando hematúria e epistaxe há 48
horas; demais parâmetros dentro dos intervalos sugeridos para espécie.

5) Assinale a alternativa correta no que se refere à interpretação do


eritrograma do paciente.

(A) Existe uma anemia discreta com regeneração devido à policromasia e


anisocitose.
(B) Verifica-se uma anemia relacionada à idade do paciente, por disfunção
nutricional do aporte de ferro.
(C) Existe anemia ocasionada por perda de sangue e, devido ao tempo
transcorrido, reticulocitose pode estar presente.
(D) Hipoproteinemia reforça um ineficiente aporte nutricional; o
sangramento não está acarretando anemia.
(E) A deficiência de agregação plaquetária é responsável pela hemorragia.
127
6) No que se refere à interpretação do leucograma, é correto afirmar que
há.
(A) leucocitose reativa aguda.
(B) leucocitose reativa crônica.
(C) leucocitose fisiológica – estresse agudo.
(D) leucograma de estresse.
(E) leucocitose reativa subaguda.
7) Assinale a alternativa correta sobre urinálise.

(A) A coleta de urina, para a realização de cultura e antibiograma, faz-se


preferencialmente pelo método de micção natural, para minimizar o
estresse causado ao paciente.
(B) A amostra de urina pode ser mantida à temperatura ambiente por até
12 horas, antes de ser analisada, uma vez que não ocorrem alterações
durante esse período.
(C) Bilirrubinúria discreta pode ser observada em caninos e felinos machos,
clinicamente saudáveis.
(D) Hematúria discreta e presença de células epiteliais descamativas
podem ser observadas em urinas cuja coleta foi realizada pelo método de
cateterismo.
(E) Cristais de carbonato de cálcio são mais comumente encontrados nas
urinas de cães e gatos saudáveis.
8) Paciente com sangramento ativo necessita de uma intervenção
cirúrgica imediata. O hemograma revelou anemia moderada (hematócrito
de 20%, ref. 37 a 55%), trombocitopenia moderada (contagem total:
100.000/µL; ref. 200.000 a 500.000/µL) com prolongamento do tempo de
TP. Assinale a alternativa que apresenta a indicação do suporte
hemoterápico mais adequado para esse caso.

(A) Concentrado de eritrócitos.


(B) Concentrado de plaquetas.
(C) Sangue total estocado.
(D) Sangue total fresco.
(E) Concentrado de eritrócitos associado ao concentrado de plaquetas.
128
9) Cristais de _______________ podem ser encontrados na urina de cães e
gatos clinicamente saudáveis e em qualquer pH, entretanto a sua
formação é favorecida em _______________, principalmente pela presença
de bactérias urease-positivas, em infecções do trato urinário. Assinale a
alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto
acima.

(A) carbonato de cálcio – pH ácido


(B) fosfato amoníaco magnesiano – pH neutro a alcalino
(C) oxalato de cálcio – pH ácido
(D) urato de amônia – pH ácido a neutro
(E) bilirrubina – pH alcalino
10) Com relação a indicadores do funcionamento renal, é correto afirmar
que:

(A) a densidade urinária reflete a capacidade dos túbulos renais de


concentrar a urina.
(B) a creatinina é um marcador precoce da doença renal.
(C) a anemia da doença renal crônica ocorre por deficiência de
hemoglobina.
(D) em um animal desidratado, com função renal preservada, espera-se
encontrar densidade urinária baixa.
(E) a ureia é um indicador confiável em ruminantes.

11) Com relação à técnica e interpretação da relação proteína-creatinina


urinária (RPCU), é correto afirmar que

(A) não sofre interferência de hematúria, leucosúria e bacteriúria.


(B) no sedimento inativo e proteinúria, a análise somente deverá ser
realizada se a proteinúria for superior a 2+.
(C) o ideal, mas de difícil realização em medicina veterinária, seria a
determinação da RPCU em amostras de urina de 24 horas.
(D) qualquer valor de RPCU indica perda de proteína renal, mesmo com
sedimento urinário ativo.
(E) é um exame indicador de proteinúria de origem renal e não deve ser
aplicado para o estadiamento da doença renal.
129
12) A albumina é a proteína mais abundante do plasma, atuando como
reserva proteica e como transportadora de ácidos graxos livres,
aminoácidos, metais, cálcio, hormônios e bilirrubina, além de regular o pH
sanguíneo, atuando como ânion. Considere as afirmações abaixo em
relação à albumina.

I - A concentração de albumina é afetada apenas pelo funcionamento


hepático e pela disponibilidade de proteínas na dieta.
II - A hiperalbuminemia pode ser observada em animais desidratados.
III - A hipoalbuminemia pode ser observada em diversas situações, como
parasitismo, doença renal, síndrome de má absorção, hemorragias e
doença hepática crônica.
IV - A hipoalbuminemia, juntamente com a diminuição dos níveis de ureia,
podem sugerir deficiência proteica.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I e II.


(B) Apenas II e III.
(C) Apenas III e IV.
(D) Apenas II, III e IV.
(E) I, II, III e IV.
13) A frutosamina é um indicador de glicemia, usado na clínica de
pequenos animais. No que se refere à frutosamina, assinale a afirmação
correta.

(A) Depende dos valores de albuminemia.


(B) É afetada pela hiperglicemia pós-prandial.
(C) Aumenta por efeito do estresse agudo.
(D) Pode estar reduzida no hipertireoidismo.
(E) Indica valores de glicemia das últimas 48 horas.
130
14) Os exames laboratoriais mais específicos, que podem ser solicitados
para diferenciar, em cães, uma diabetes mellitus de um
hiperadrenocorticismo, são

(A) glicose, fructosamina, colesterol, bicarbonato.


(B) glicose, urinálise, hemograma, fosfatase alcalina.
(C) glicose, hemograma, ureia, alanina transaminase.
(D) glicose, hemoglobina glicosilada, triglicerídeos, aspartato
transaminase.
(E) glicose, colesterol, anion gap, creatina quinase
15) A fosfatase alcalina(FA) está presente em diversos tecidos; o aumento
da atividade dessa enzima no soro pode estar relacionado a:

(A) função renal, uma vez que é indicador precoce de lesão tubular.
(B) lesão hepatocelular.
(C) lesão muscular.
(D) lesões ósseas com aumento da atividade osteoblástica.
(E) lesão muscular cardíaca.

16) Com relação à atividade da alanina aminotransferase (ALT) em cães e


gatos, assinale a alternativa correta.

(A) A elevação da atividade indica lesão de ductos biliares.


(B) Pode estar elevada em cães com lesão muscular espontânea.
(C) A redução da atividade possui valor diagnóstico.
(D) A hemólise da amostra não interfere na análise da atividade da enzima.
(E) A elevação da atividade pode ocorrer em cães tratados com
fenobarbital.
131
17) Canino, fêmea, cinco anos, com anorexia há quatro dias, apresenta
vômitos, diarreia, aumento de volume uterino e presença de líquido livre na
cavidade abdominal. A análise da efusão demonstrou os seguintes
resultados: volume 5mL, glicose 17mg/dL, cor avermelhada, aspecto turvo,
pH 7,5 e proteínas 4,4g/dL, consistência fluida, densidade 1.034. Com
contagem total de células nucleadas de 28.000/µL, a descrição citológica
foi a seguinte: amostra hipercelular composta predominantemente por
neutrófilos (70%), em sua maioria degenerados (picnose, cariólise e
cariorrexe), além de macrófagos ativados (24%), células mesoteliais
reativas (4%), pequenos linfócitos (2%) e eritrócitos. Também foi observado
eritrofagia, leucofagia e a presença de bactérias intracelulares (cocos).
Com base nas análises químico-físicas, contagem celular e avaliação
citológica, assinale a classificação correta dessa efusão.

(A) Transudato modificado.


(B) Efusão maligna (neoplásica).
(C) Exsudato asséptico.
(D) Exsudato séptico.
(E) Transudato puro.
18) A colestase pode ser detectada laboratorialmente mediante a
mensuração da atividade sérica de enzimas, cujo aumento da atividade é
associado a esta alteração. Dependendo da gravidade pode-se observar
icterícia, mas a detecção da colestase pode preceder a icterícia através da
determinação de enzimas especificas. Quais enzimas devem ser solicitadas
cujo aumento da atividade são utilizadas como indicadoras de colestase?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
19) Assinale entre as alternativas, a que apresenta um exame laboratorial
que avalie ou estime através de uma única determinação, a glicemia
média por período de tempo.

(A) Hemoglobina
(B) Frutosamina
(C) Hemoglobina glicada
(D) Glicose
132
20) Histórico: cão, macho, SRD, 9 anos de idade, castrado. Sinais clínicos:
fezes amolecidas de aspecto brilhoso apresentando alimento ainda
parcialmente digerido, perda de peso progressiva, pelos opacos e vômitos
ocasionais. Dentre os exames realizados, procedeu-se ultrassonografia
abdominal, exame de fezes, hemograma e bioquímica sérica. Após a
investigação clínicalaboratorial, o diagnóstico sugerido foi de insuficiência
pancreática exócrina em função de atrofia acinar pancreática.

Assinale entre as alternativas, a que apresenta um achado coerente ou


especificamente associado a este diagnóstico, no perfil bioquímico.

(A) Imunorreatividade tipo tripsina aumentada


(B) No teste do filme a presença áreas claras na porção imersa indica
ausencia de tripsina.
(C) Teste da gelatina sem formação de gel
(D) Exsudato séptico.
(E) Imunorreatividade tipo tripsina reduzida

21) Histórico: cão, fêmea, Rottweiler, 4 anos de idade. Sinais clínicos:


prostração, aumento do tempo de preenchimento capilar, policitemia
discreta (resultado: 56%; ref.: 37 a 55%) e hiperalbuminemia.
Resultado do perfil bioquímico sérico:
Creatinina 1,3 (0,5 a 1,5 mg/dL)
Ureia 55 (15 a 40 mg/dL)
ALT 60 (10 a 88 U/L)
Densidade urinária: 1,050 (1,020 a 1,040).

a) Esse paciente apresenta azotemia? Se sim, qual?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________

b) A densidade urinária está em hiperestunúria. Qual a provável causa?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
133
22) Assinale a alternativa que completa e apresenta o nome da enzima
utilizada no seguinte contexto: Lesões de órgãos e tecidos contendo
musculatura lisa podem causar aumento da atividade sérica de ..............,
porém em menor extensão comparada quando a lesão ocorre na
musculatura estriada.

(A) Alanina aminotransferase (ALT)


(B) Fosfatase alcalina (FA)
(C) Mioglobina
(D) Creatina-quinase (CPK)

23) Como diferenciar hemoglobinúria de hematúria?


________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
24) “A azotemia devido a causas _________ pode ter urina em
concentrações variadas, sendo então seu diagnóstico dependente do
encontro de alterações relacionadas com a eliminação da urina, ou seja, a
existência de obstrução ou ruptura”.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna acima.

(A) pré-renal
(B) renal
(C) de desidratações
(D) pós-renais

25) Cão, 8 meses, castrado. Resultado do eritrograma:


Hemácias: 2,45 (5,5 a 8,5 x 106 céls/µL).
Hemoglobina: 5,5 (8 a 12 g/dL).
Hematócrito: 16 (37 a 55%).
VCM: 65,3 (60 a 77fL).
CHCM: 34,4 (32 a 36 %).
A anemia desse paciente, com base nos índices eritrocitários será
classificada morfologicamente como:
134
(A) Normocítica hipocrômica
(B) Normocítica normocrômica
(C) Microcítica hipocrômica
(D) Macrocítica Normocrômica
26) Hemoparasitoses podem ser diagnosticadas através da observação
microscópica do esfregaço sanguíneo. Pergunta: Em relação ao
diagnóstico das hemoparasitoses assinale a afirmativa.

(A) O Cytauxzoon felis parasita as plaquetas, causando hemólise.


(B) A Erlichia canis é encontrada na superfície do eritrócito.
(C) O principal hemoparasito felino é Mycoplasma haemofelis, visto
aderido à superfície eritrocitária
(D) A Babesia canis apresenta-se aderida a periferia do eritrócito.

Instruções: As questões 27 e 28 referem-se ao hemograma abaixo.


Caso clínico: canino, sete meses, apresentando hematúria e epistaxe há 48
horas; demais parâmetros dentro dos intervalos sugeridos para espécie.

27) Com base no hemograma, considere as afirmações abaixo.

I - A contagem de reticulócitos corrigida está dentro dos valores de


referência, logo a anemia é considerada regenerativa.
II - A pancitopenia reflete um distúrbio na medula óssea, mais
precisamente na célula precursora.
III- A contagem diferencial de leucócitos no esfregaço sanguíneo pode ser
realizada mesmo na presença de uma leucopenia extrema.
135
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
28) Que exames complementares devem ser sugeridos para elucidar a(s)
causa(s) das alterações do hemograma?

(A) Exames de imagem (radiografias e ultrassonografia) para buscar


alterações em órgãos.
(B) Testes bioquímicos para identificar mau funcionamento de órgãos,
como o fígado e o pâncreas.
(C) Teste de função pancreática, tal como digestão em filme de raio X, que
reflete a eritropoiese.
(D) Mielograma e triagem para doenças infectocontagiosas endêmicas.
(E) Avaliação de funcionamento renal (testes bioquímicos e urinálise), além
da determinação da eritropoietina.

29) Nesse caso, o hemocomponente mais indicado para o paciente é :

(A) apenas concentrado de eritrócitos devido à grave anemia.


(B) apenas plasma fresco congelado devido à trombocitopenia grave.
(C) concentrado de eritrócitos e concentrado de plaquetas devido à
anemia e à trombocitopenia graves.
(D) plasma rico em plaquetas devido à trombocitopenia grave.
(E) sangue total para repor adequadamente todos os componentes que
estão faltando.
30) Assinale a alternativa que apresenta causas de anemia regenerativa.

(A) Perda de sangue aguda e anemia hemolítica.


(B) Anemia da inflamação e anemia da doença crônica.
(C) Perda de sangue e eritropoiese reduzida.
(D) Deficiência de eritropoietina e anemia hemolítica.
(E) Leucemia mieloide aguda e perda de sangue.
136
31) Considere as afirmações abaixo, sobre a avaliação laboratorial das
plaquetas.
I - Os métodos automatizados são altamente acurados e, por esse motivo,
não precisam ser confirmados.
II - A estimativa de plaquetas no esfregaço sanguíneo corado possui alta
correlação com a contagem automatizada e, por isso, pode ser utilizada.
III- As contagens automatizadas, independentemente da técnica utilizada,
devem ser conferidas através da estimativa de plaquetas no esfregaço,
principalmente em felinos.

Quais estão corretas?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.

32) A densidade urinária reflete a capacidade do rim em concentrar a


urina e é um dos parâmetros mais importantes da urinálise. Considere as
afirmações abaixo, quanto à determinação laboratorial e à interpretação.
I - A técnica de osmolaridade é o padrão ouro para determinação da
densidade, porém a refratometria é utilizada com bastante eficiência na
rotina.
II - Os gatos possuem urina mais densa que os cães e quase sempre é
necessária a diluição da amostra para a leitura no refratômetro.
III- A densidade urinária pode ser alterada por qualquer processo renal ou
extrarrenal que resulte em redução de perfusão renal.

Quais estão corretas?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
137
33) Na coluna da esquerda, abaixo, está relacionada a classificação das
efusões; na da direita, a etiologia.
Associe a coluna da direita à da esquerda.
1 - Transudato puro ( ) peritonite
2 - Transudato modificado ( ) insuficiência cardíaca congestiva
3 - Exsudato asséptico ( ) insuficiência hepática
4 - Exsudato séptico ( ) peritonite infecciosa felina

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo:


(A) 3 – 2 – 1 – 4.
(B) 4 – 2 – 1 – 3.
(C) 4 – 1 – 2 – 3.
(D) 3 – 4 – 1 – 2.
(E) 2 – 3 – 4 – 1.
34)Um valor baixo de creatinina plasmática costuma não ter tanta
relevância clínica quanto um aumento. Uma queda acentuada desse
metabólito pode ser atribuída à:

(A) obstrução biliar.


(B) diminuição da taxa de filtração glomerular.
(C) diminuição da massa muscular.
(D) deficiência de cobre.
(E) intoxicação com ureia.
35) Com relação à atividade plasmática das enzimas fosfatase alcalina
(FA) e alanina-aminotransferase (ALT), é correto afirmar que:

(A) a elevação da atividade de FA, em cães com hiperadrenocorticismo, é


devida exclusivamente à lesão hepática.
(B) a enzima ALT é considerada bom indicador de lesão hepática, e seu
aumento ocorre em pacientes com lipidose hepática, hipertireoidismo e
hepatite aguda.
(C) a atividade de FA é mais utilizada na clínica de cães e gatos, pois tem
mais especificidade para avaliar lesão hepática do que ALT.
138
(D) a enzima ALT encontra-se predominantemente no citoplasma do
hepatócito e é um bom indicador de função hepática.
(E) as atividades de FA e de ALT, no plasma, fornecem a mesma
informação em relação à lesão hepática, diferindo apenas na sua meia-
vida.
36) Em relação aos indicadores de diagnóstico de funcionamento renal,
assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta.

(A) A ureia sanguínea é um indicador aconselhável, tanto em ruminantes


quanto em monogástricos.
(B) A densidade urinária não pode ser utilizada como indicador em um
animal desidratado.
(C) A creatinina sanguínea é um marcador específico de doença renal.
(D) Os níveis de fósforo acima da referência não podem estar relacionados
à doença renal crônica.
(E) A densidade urinária reflete a capacidade dos túbulos renais de
concentrar ou diluir a urina, de acordo com as necessidades do organismo.
139

GABARITO
140

Urinálise

1 – Cão, macho, 5 anos.


a) Cor amarelo avermelhado, odor amoniacal, hiperestenúria, pH alcalino,
proteinúria, hematúria, cél. de epitélio vesical, leucocitúria ou piúria,
bacteriúria, cristalúria.
b) pós renal
c) Cistite bacteriana hemorragica aguda com cristalúria.

2 – Uma cadela de 4 anos foi atendida no H.V.


a) Hiperestenúria, proteinúria, glicosúria, cél. epitélio renal.
b) Proteínúria renal, decorrente a lesão renal.
c) Nefrite aguda ou glomerulonefrite aguda ou síndrome nefrótica.
c) Qual a origem da proteína? Justifique. Resposta: proteína renal,
decorrente a lesão renal.

3 – Equino, fêmea, 4 anos.


a) Cor âmbar, aspecto turvo, odor cetônico, pH ácido, proteinúria,
glicosúria, cetonúria.
b) Proteinúria pós renal.
c) Vaginite e indicativo de diabete mellitus, recomenda-se realizar a
dosagem de glicose sanguínea – glicemia.

4 - Um cão, macho de 6 anos da raça poodle.


a) Hiperstenúria, proteinúria, glicosúria e células de epitélio renal e cél. de
pelve renal.
b) Proteinúria renal, devido a lesão renal.
c) Pielonefrite devido a presença de células do epitélio renal e células de
pelve renal.
Função Renal 141
1 - Uma cadela de 14 anos foi atendida no hospital veterinário.
a) Cilindrúria com hiperestenúria .
b) Apresenta azotemia pré-renal, as alterações na ureia e creatinina
ocorreram devido a desidratação que a hipertermia causou.

2 – Um cão, macho, castrado de 4 anos foi atendido no H.V.


a) Glomerulonefrite/nefrite hemorrágica crônica com bacteriúria.
b) Insuficiência renal crônica devido a ureia elevada e creatinina elevada e
a presença de hiperfosfatemia.
c) Sim, azotemia renal.

3 – Cão, macho de 11 anos.


a) Glomerulonefrite com início de uma degeneração tubular. A presença de
cilindros granulosos indica que há lesão tubular (degeneração).
b) A proteína é de origem renal, pois há um dano glomerular.
c) Azotemia renal, pois há um dano glomerular.

Efusão

1. Um cão, mestiço com 10 meses de idade.


a) Urinálise normal, sem alterações.
b) Ureia diminuída na corrente sanguínea; Hipoproteinemia;
Hipoalbuminemia;
c) Transudato puro, devido aos aspectos obtidos na análise e o histórico
sugestivo a hepatopatia.
d) Hepatopatia em estágio avançado, recomenda-se realizar avaliação
hepática.
Hemograma 142
1. Gato, macho, 3 anos, desaparecido a 3 dias.
a) Hemácias abaixo do valor de referência, hemglobina abaixo do vlor de
referência e VG abaixo do valor de referência. O VCM=37,7 / CHCM = 18,2.
b) Anemia microcítica hipocrômica arregenerativa (não tem reticulocitose).
c) Deficiência dos fatores de maturação ou hemorragias.

2. Cão, SRD, fêmea, 08 anos, sangramento nasal bilateral.


a) Hemácias abaixo do valor de referência, hemglobina abaixo do vlor de
referência e VG abaixo do valor de referência. VCM=79,2 / CHCM = 45
b) Anemia microcítica normocrômica regenerativa (reticulocitose).
c) Deficiência dos fatores de reprodução.

3. Cão, Schnauzer, fêmea, 10 anos, apresentando desidratação.


a) Hemácias acima do valor de referência e hiperproteinemia (ppt
aumentada).
b) Policitemia relativa.
c) Devido a desidratação.

4. Cão, fêmea, poodle. Há 3 dias com vômito e sem se alimentar. No exame


clínico observou hipertermia.
a) Policitemia relativa devido a desidratação.
b) Leucocitose com neutrofilia e eosinopenia.
c) Policitemia relativa com leucocitose moderada com desvio a direita.

5. Cão, fêmea, 6 anos, SRD, castrado, vacinado.


a) Policitemia relativa devido a desidratação.
b) Leucocitose com neutrofilia e linfopenia.
c) Policitemia relativa com leucocitose com desvio a direita com neutrofilia
e linfopenia.
Fígado 143
1. Cão, macho, 4 anos e meio, raça Labrador.
a) Cor amarelo âmbar, turva e bilirrubinúria
b) Todas as bilirrubinas aumentadas, ALT aumentada, FA aumentada, GGT
104 aumentada, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, ácido úrico
aumentado, colesterol total aumentada, esterificado reduzido.
c) Sem alterações.
d) Icterícia hepática com colestase e necrose/lesão hepatocelular.

2. Cão, fêmea, 4 anos, raça Akita.


a) Cor amarelo âmbar, turva, bilirrubinúria e ausência de urobilinogênio.
b) Bilirrubinas total e direta aumentadas, ALT aumentada, FA aumentada
c) Sem alterações.
d) Icterícia pós hepática ou obstrutiva.
d) A ALT pode estar aumentada devido a obstrução biliar causada pela
infecção parasitária e a FA aumentada devido a mucosa intestinal estar
sendo lesionada, causando as fezes pastosas.

3. Cão, macho, 9 anos, SRD.


a) Hipostenúria, proteinúria, glicosúria, sangue oculto, bacteriúria, lesão
tubular (cilindros granulosos).
b) Todas as bilirrubinas aumentadas, ALT aumentada, FA aumentada,
hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, azotemia renal.
c) Lesão tubular hemorrágica bacteriana.
d) Icterícia hepática com colestase e insuficiência renal.

4. Bovino, Holandês preto e branco, fêmea, 6 anos de idade.


a) O aumento da FA ocorreu devido a gestação (placenta) e a diarreia
(mucosa intestinal). A hipoproteinemia com hipoalbuminemia devido a
gestação. O aumento da enzima ALT ocorreu devido a intoxicação, mas
como ela não é hepatoespecífica para bovinos então sugere-se observar a
enzima AST. O aumento de AST pode indicar lesão na musculatura
esquelética ou leve necrose hepática. Miopatia devido a incapacidade
muscular citada na anamnese, porém o animal não apresentou
mioglobinúria.
b) Icterícia hepática ou hepatocelular devido a micotoxicose.
c) 0,3 mg/dL
144
d) Enzima CPK, para descartar se há ou não interferência da musculatura
esquelética e GGT para confirmar se há colestase hepática.

Pâncreas

1) Cão, Boston Terrier, fêmea, 4 anos, apresentando diarreia.


a) Hipoproteinemia, hipoalbuminemia e hipocolesterolemia.
b) Sugestivo a pancreatite crônica, o ideal é dosar a TLI para descartar ou
confirmar uma insuficiência pancreática.

Paratireoide

1. Cão, Pointer, macho, 12 anos de idade.


a) Anemia, redução da hemoglobina, redução do hematócrito, leucocitose,
aumento de segmentados, linfopenia e eosipnenia.
b) Anemia normocítica normocômica arregenerativa e leucocitose
marcada com desvio a direita. Essa leucocitose é decorrente a reação de
estresse inflamatória aguda.
c) Cor palha, inodoro, hipostenuria, proteinúria, hemoglobinúria.
d) Glomerulonefrite crônica, pois a ausência de sedimento não descarta a
doença e além disso ele apresenta sinais de lesão renal (características
obtidas na urinálise).
e) Aumento de ureia e creatinina, hiperfosfatemia, hipocalcemia, aumento
de fosfatase alcalina e ALT.
f) Azotemia Renal e Insuficiência Renal.
d) Hiperparatireoidismo secundário renal.
145
EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO
1) E
2) B
3) A
4) C
5) C
6) D
7) D
8) D
9) B
10) A
11) C
12) D
13) A
14) B
15) D
16) E
17) D
18) Fosfatase alcalina e gama-glutamiltransferase sérica
19) C
20) E
21)
a) Apresenta azotemia pré-renal em função da desidratação evidenciada
em exame bioquímico e urinário.
b) A provável causa é a desidratação, fazendo com que a urina fique super
concentrada.
22) D
23) Durante a centrifugação, se a urina continuar avermelhada ou
amarronzada é porque a hemácia se rompeu liberando hemoglobina, mas
se durante a centrifugação a urina sedimentar as hemácias estarão
intactas.
24) D
25) B
26) C
27 B
28) D
29) C 146
30) B
31) C
32) E
33) B
34) C
35) B
36) C
Anotações
147

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Anotações
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151

BÔNUS
técnicas de laboratótio
URINÁLISE 152

EXAME FÍSICO
O que avalia: cor, odor, aspecto e densidade.
↝ Densidade: medida no refratômetro.
↳ adicionar 1 gota de água destilada para zerar,
limpar com gaze e depois pingar 1 gota de urina
(amostra).
↳ pressione a tampa transparente e arrume o
foco do refratômetro para conseguir visualizar.

DEU > 1040?


Diluição: 1 ml de urina + 1 ml de água destilada = 1 gota no refratômetro.
O valor obtido após a diluição deve ser multiplicado as duas últimas casas
por 2, afinal vc fez diluição de 1:1.

EXAME QUÍMICO

O que avalia: proteína, glicose, corpos cetônicos,


bilirrubina, urobilinogênio, pH, sangue oculto. Nele é
possível observar outros componentes como por
exemplo, os leucócitos, mas não é confiável, sendo
sua avaliação realizada no sedimento.

↝ Método: mergulhar a fita reagente na urina e


retirar. Secar a parte de trás da fita com uma
gaze e cronometrar 60 segundos e então
analisar junto a tabela fornecida no rótulo da
embalagem.
Se tiver com mais de 10 ml de urina, deve fazer o
teste de Hay. Ele é feito salpicando enxofre n a
amostra. Ele indica se há hepatopatia.
Se tiver menos de 10ml de amostra coloque: AMOSTRA INSUFICIENTE.
153
SEDIMENTO

Amostra: mínimo 10 mL para ser fidedigno.


↝ Densidade: medida no refratômetro.
↳ Centrifugar 10ml de amostra em um tubo cônico, lembre-se de balancear a
centrifuga colocando um tubo cônico do outro lado (10ml).
↳ Deixar 5 minutos a 2.000 rpm.
↳ Depois de 5 minutos, retire da centrífuga e despreze o sobrenadante na
pia. Homogeneíze a amostra restante (batendo com os dedos nas laterais do
cubo para soltar as células), pingue 1 gota da amostra na lâmina e vá para o
microscópio.
↳ Estruturas visualizadas: bactérias, hemácias, leucócitos, células: epitélio
renal, vesicais, uretral, pelve renal; cristais, cilindros, ovos de parasitas,
espermatozoides.
154
SEDIMENTO
Cilindro céreo Cilindro granuloso Cilindro hialino

Cristal: oxalato de cálcio Cristal: fosfato triplo Bactérias: +++

Epitélio de descamação Célula de bexiga Célula de epitélio renal

Célula de
epitélio renal
Epitélio de Célula de
descamação bexiga
Cilindro
granuloso

Célula de pelve renal Leucócitos e hemácias

célula de
pelve renal
UREIA 155

AMOSTRA
▹Plasma (fluoreto, oxalato, heparina, EDTA)
▹Urina (inconveniente do volume em 24 hrs.)
▹Soro: somente as amostras soro e plasma
podem ser conservadas por 12 hrs entre 15-25 ̊C
ou podem ficar por 7 dias entre 2- 8 ̊C.

MATERIAIS
▹Espectrofotômetro;
▹Kit para dosagem de ureia;
▹Pipetas graduadas de vidro: 1,0 mL
▹Pipetas semi-automáticas: 10,0 µL
▹Cubetas/Tubos de ensaio;
▹Banho-maria à 37 ̊C;
▹Timer;
▹Calculadora
▹Preparo dos Reagentes

PREPARO DOS REAGENTES


▹TAMPÃO DE USO: adicionar o conteúdo do frasco n° 2 (100mL) a 400mL
de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco âmbar
entre 2 -8 °C.
▹OXIDANTE DE USO: adicionar o conteúdo do frasco n°3 (25 mL) a 475 mL
de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco
plástico entre 2 - 8 °C.
▹UREASE TAMPONADA: adicionar 1,0 mL de urease do frasco n° 1 a 20 mL
do Tampão de Uso. Estável 21 dias em frasco de vidro âmbar entre 2 -8 °C.
COMO REALIZAR
No espectrofotômetro, selecione a opção ureia e leve a amostra de água
destilada e faça os procedimentos dados no monitor – amostra teste.
Em seguida, vai aparecer no monitor: adicione a amostra. Leve a amostra ao
espectrofotômetro, no local onde está o frasco com a água destilada (na
foto).
CREATININA 156

AMOSTRA
▹Plasma (fluoreto, oxalato, heparina, EDTA)
▹Urina (inconveniente do volume em 24 hrs.)
▹Soro: somente as amostras soro e plasma
podem ser conservadas por 12 hrs entre 15-25 ̊C
ou podem ficar por 7 dias entre 2- 8 ̊C.

MATERIAIS
▹Espectrofotômetro;
▹Kit para creatinina;
▹Pipetas graduadas: 1,0 e 2,0 mL
▹Pipetas semi-automáticas: 100 e 250µL

MÉTODO CINÉTICO DE 2 PONTOS


Pipetar em um tubo de ensaio:
Ácido Pícrico ................................. 200µL
Tampão ..............................................800µL
Homogeneizar os dois reagentes
Amostra.................................................. 100µL
Homogeneizar novamente e realizar a leitura no espectrofotômetro semi-
automático. O resultado é obtido diretamente sem precisar calcular.
Leve a amostra para a centrífuga e lembre-se de balancear, colocando outra
amostra (ou tubo de ensaio com água) de frente para a amostra.
HEMATÓCRITO 157

Exame rápido e preciso que corresponde ao volume de eritrócitos na amostra de


sangue, o total é representado em porcentagem.
MATERIAIS
▹Tubo capilar: heparinizado (vermelho) sem heparina (azul).
▹Lamparina ou massa de modelar
▹Microcentrífuga
▹Timer
▹Tabela de referência
POR QUE SOLICITAR?
▹Diagnóstico de anemia e policitemia;
▹Monitoramento do tratamento da anemia.
▹Recuperação da desidratação?
▹Monitorar casos de sangramento e avaliar sua gravidade.
▹ Decidir se há necessidade de transfusão.
POR QUE SOLICITAR?
1 – Homogeneizar a amostra
2 – Preencher o capilar (2/3 da sua altura)
3 – Selar uma das extremidades
↪ fogo ou massa de modelar (muito cuidado com o calor, pode
hemolisar a amostra).
4 – Colocar na microcentrífuga
↪ 10.000 rpm por 5 minutos,
↪ Ovinos e caprinos 10.000 rpm por 15 minutos.
5 – Leitura na tabela

PLASMA:
↪ Normal: apricó/incolor
↪ Lipemia: branco
↪ Rosado: hemólise
↪ Icterícia: amarelo
Importante: o hematócrito também é conhecido
por VG – Volume Globular.
PROTEÍNA PLASMÁTICA TOTAL 158

Exame que dosa a albumina, globulinas e o fibrinogênio (proteínas plasmáticas


totais)
COMO REALIZAR
1 – É realizado ainda no hematócrito, após fazer a leitura na tabela.
2 – Faz a quebra do capilar
↪ acima da capa leucocitária – deve ser feita a quebra na parte líquida
(plasma).
3 – Com o refratômtro já calibrado
A PPT é dada em g/dL
159
COTAGEM GLOBAL DE HEMÁCIAS
Exame que indica a quantidade de hemácias presentes no organismo do animal
no momento da coleta e tem a finalidade de auxiliar na classificação das
alterações eritrocitárias, principalmente, em relação às anemias. É realizada na
câmara de Neubauer.
COMO REALIZAR
Diluição:
▹4 mL do diluente
▹Pipetar 20 μL de sangue já homogeneizado
▹Adicionar a amostra de sangue ao tubo de ensaio com o diluente.
Preparo:
1 – Homogeneizar a solução final por inversão do tubo.
2 – Preencher a câmara de Neubauer com o auxílio da pipeta ou de um tubo
capilar.
3 – Leve a câmara de Neubauer para o microscópio com cuidado para não
inclinar.
4 – Focar o retículo de contagem em menor aumento (4x) e passar para as
objetivas de 10x e, depois, 40x.
CONTAGEM
▹ Contar 5 quadrantes do centro (em vermelho) e ir descendo em diagonal
(“L), na objetiva de 40x.

▹ Para minimizar a repetição na


contagem, a contagem de hemácias
ocorre em somente 2 lados do
quadrante.

▹O resultado da soma deve ser multiplicado por 10.000.

▹1° quadrante: 110


▹2° quadrante: 115
▹3° quadrante: 102 6
551 x 10.000 = 5,51x10 mm/³
▹4° quadrante: 106
▹5° quadrante: 118
Total: 551 hemácias
160
COTAGEM GLOBAL DE LEUCÓCITOS
▹É a contagem total de leucócitos presentes na corrente sanguínea. Através
dele, podemos analisar as células responsáveis pela defesa do organismo e,
portanto, podemos avaliar a capacidade de resposta destas células frente a
diferentes situações.
COMO REALIZAR
1 – Pipetar 0,4 mL de ácido acético à 4% em um tubo de ensaio
2 – Pipetar 20 µL da amostra previamente homogeneizada e homogeneizar
novamente.
3 – Montar a câmara de Neubauer com a lamínula, fixando-a com
detergente somente nas colunas mais elevadas.
4 – Preencher somente um dos lados da câmara de Neubauer e com a
objetiva de 10X contar as células nos 4 quadrantes das laterais.
5 – Ao realizar a contagem lembre-se de deixar o condensador abaixado,
para que possa visualizar bem as células, pois a luminosidade elevada
prejudica a visualização.

▹A soma de todas os leucócitos deve ser multiplicado por 50.


▹A unidade internacional de medida é /mm³
161
DOSAGEM DE HEMOGLOBINA
▹Mensuração da hemoglobina por unidade de volume. É um índice massa de
eritrócitos por unidade de volume sanguíneo do paciente. Utilizado um reagente
químico (reagente de cor de uso) que rapidamente causa a lise das células,
liberando assim a hemoglobina em fase aquosa
COMO REALIZAR
1 - Pipetar 5,0 mL de reagente de cor de uso.
2 - Pipetar 20 μL de amostra de sangue total com EDTA – previamente
homogeneizado (10x) - Lembre-se sempre de limpar com gaze a ponteira
da pipeta.
3 - Homogeneizara diluição e ao abrigo da luz marcar 5 minutos no timer.
4 - Para ocorrer a reação de lise das células.
5 - Levar a amostra para o espectrofotômetro.
6 - O valor que aparece após a barra é o valor já calculado.
162
ESFREGAÇO SANGUÍNEO
É uma técnica utilizada para avaliar a morfologia das células sanguíneas e
detectar hemoparasitas. Ele é formado por quatro áreas
↪ Cabeça – não se faz leitura
↪ Corpo
↪ Monocamada – local ideal para a leitura
↪ Cauda – o número de células é escasso

COMO REALIZAR
1 – Homogeneizar a amostra.
2 – Pingar 1 gota da amostra de sangue na lâmina sobre o balcão.
3 – Posicione a lâmina extensora à frente da gosta de sangue (angulo de
30° a 45°).
4 – Deixe o sangue preencher a extremidade da lâmina extensora.
5 – Mova a lâmina extensora de forma precisa até a extremidade oposta.
↪ o esfregaço sanguíneo deve cobrir ¾ da lâmina.
6 – Deixe secar e em seguida core as lâminas.
CHEGAMOS AO FIM DA APOSTILA
Foram muitas páginas de aprendizado e espero que a apostila
tenha ajudado nos seus estudos e tenha descomplicado a
patologia clínica.
Se você gostou do conteúdo ou quer fazer alguma crítica, ou
dar alguma dica para as próximas apostilas, deixe seu feedback
pelo direct do Instagram @resuvet_ para saber o que posso
melhorar.
Não se esqueça que a apostila não substitui os livros, ela é um
roteiro para você seguir. Não deixe de pesquisar mais
informações.

Material produzido por Andressa Ap. Corrêa - Resuvet

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