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Clínica
Caro leitor,
muito prazer sou Andressa Corrêa, Médica Veterinária
formada pela Universidade Prof. Edson Antônio Velano -
UNIFENAS.
A apostila de patologia clínica vai ajudar a interpretar
exames e compreender a matéria de forma eficiente.
Distribuição proibida para terceiros, isso desvaloriza meu
trabalho e infringe a lei da Constituição Federal de 1988
no inciso XXVII do Artigo 5º, e também a Lei de Direitos
Autorais nº 9.610/98.
INTRODUÇÃO
Os animais apresentam dois rins, que estão situados dorsalmente na cavidade
abdominal, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Em
termos gerais os rins apresentam forma de feijão, podendo variar entre as
espécies animais. Estão divididos em cápsula, córtex, medula e pelve. Os rins
desempenham funções vitais nos animais, funções estas relacionadas à
manutenção do volume e concentração do líquido extracelular, manutenção da
pressão e do equilíbrio osmótico e hidro-eletrolítico do organismo, manutenção
do pH sanguíneo, produção de hormônios, excreção de substâncias tóxicas e
manutenção de nutrientes orgânicos. O sistema renal é composto por 2 rins, 2
ureteres, 1 bexiga e 1 uretra.
Adrenal
Rim
Ureter
Ves. Urinária
Uretra
EXAME FÍSICO
▪ Volume: o total em 24 horas depende do tipo de alimentação, clima
ambiental, exercícios, tamanho e peso do animal.
↝ Causas de Hipostenúria:
↪ Falha na sintetização do ADH – Diabete Insípidus.
↪ ADH presente, porém sem ação – Diabete Insípidus.
↪ Sepse – toxinas bacterianas impedem a ação do ADH.
↪ Corticoterapia, diuréticos ou líquidos parenterais.
↪ Uremia.
↪ Hipercalemia.
↑
↪ Hipernatremia: Na+ por excesso de aldosterona ou hepatopatias.
↪ Nefrite intersticial crônica: incapacidade de concentrar a urina.
↝ Causas de Isostenúria:
↪ Lesões que afetam mais de 66% do parênquima renal,
↪ Falha renal primária.
↝ Causas de Hipostenúria:
↪ Desidratações.
↪ Diabete Mellitus: molécula de glicose é “pesada”.
↪ Febre e edemas: retenção líquida.
↪ Nefrite intersticial: incapacidade de eliminar água na fase inicial.
↪ Nefrite generalizada aguda: redução do fluxo glomerular;
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EXAME QUÍMICO
O exame é realizado por uma tira reagente que ao entrar em contato com a
urina ocorre uma reação.
▪ pH Urinário: os rins são um dos componentes do sistema responsável pela
manutenção do pH sanguíneo, seja pela excreção ou manutenção de ácidos ou
bases do organismo. Para manter o pH sanguíneo constante, entre 7,35 – 7,45,
haverá alteração do pH urinário, o que corresponde a condições alimentares e
metabólicas. Sua alteração pode indicar algo sistêmico, mas se atente à
alimentação do animal.
↪ ácida: <7
↪ neutra: igual a 7
↪ alcalina: >7
Síndrome de Fanconi
SEDIMENTO
Para a realização desta etapa do exame é necessário que tenha no mínimo 10ml
de urina. A amostra de urina é centrifugada, em seguida despreza o
sobrenadante e coloca 1 gota da amostra na lâmina. É avaliado no microscópio.
▪Células de pelve renal: são células transicionais que revestem a pelve renal.
↪ Normal: ausente
↪ Patológico: se está presente, mesmo que em pequena quantidade, já é considerado
patológico.
⇾ Nomenclatura patológica: pielite.
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▪Células vesicais ou de transição: células transicionais que revestem a bexiga.
↪ Normal: ausente
↪ Patológico: se está presente, mesmo que em pequena quantidade, já é considerado
patológico.
⇾ Nomenclatura patológica: cistite..
c) Qual o diagnóstico?
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2 – Uma cadela de 4 anos foi atendida no H.V. Sinais clínicos: edema de
membro posterior com resposta incompleta a antibióticos. Exame físico:
sensibilidade abdominal, edema em membro posterior direito, caquexia, apatia e
desidratação.
b) Qual o diagnóstico?
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3 – Uma cadela de 4 anos foi atendida no H.V. Sinais clínicos: edema de
membro posterior com resposta incompleta a antibióticos. Exame físico:
sensibilidade abdominal, edema em membro posterior direito, caquexia, apatia e
desidratação.
Vol: 13ml Urobilinogênio: normal
Cor: amarelo Hemácias: 2 – 3 hem./campo
Aspecto: ligeiramente turvo Leucócitos: 1 – 3 leuc./campo
Odor: sui generis Cél. epit. escamosas: 1 – 3 cél./campo
DEU: 1059 Cél. epitélio renal: 6 - 9 cél./campo
pH: 6,0 Cél. pelve renal: ausente
Proteína: ++++ Cél. epitélio vesical (transição): ausente
Glicose: + Cilindros: ausente
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: normal
Sangue oculto: negativo Cristais: ausente
Bilirrubina: negativo Muco: +
b) Qual o diagnóstico?
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4 – Equino, fêmea, 4 anos. Sinais clínicos: inapetência, perda de peso, poliúria,
polidpsia e desidratação > 5%. Exame físico: debilidade e caquexia. Tipo de
coleta: micção espontânea.
b) Qual o diagnóstico?
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5 - Um cão, macho de 6 anos da raça poodle, chamado Guerreiro foi levado ao
hospital veterinário pois estava apresentando apatia, anorexia, poliúria, polidipsia
e emagrecimento progressivo. Durante o exame clínico, Guerreiro apresentou os
seguintes parâmetros: sua temperatura retal estava 35,4°C, TPC de 4 segundos,
Turgor cutâneo de 4 segundos, desidratação de 6-8% e mucosas ressecadas e
pálidas. Apresentava escore 2 (começando uma caquexia), dispneico,
movimentos respiratórios de 11rpm, frequência cardíaca de 152 bpm, pulso
arterial de 150 bpm. Na palpação renal apresentou sensibilidade positiva. Diante
de todos os sinais apresentados, foi solicitado alguns exames e um deles foi a
urinálise para descartar uma lesão renal. Tipo de coleta: cateterização.
Vol: 12 ml Urobilinogênio: normal
Cor: amarelo Hemácias: 2 – 4 hem./campo
Aspecto: turvo Leucócitos: 2 – 5 leuc./campo
Odor: sui generis Cél. epit. escamosas: 1 - 2 cél./campo
DEU: 1058 Cél. epitélio renal: 8 - 10 cél./campo
pH: 6,0 Cél. pelve renal: 2 - 6 cél./campo
Proteína: ++ Cél. epitélio vesical (transição): ausente
Glicose: ++ Cilindros: ausente
Corpos cetônicos: negativo Bactérias: normal
Sangue oculto: negativo Cristais: ausente
Bilirrubina: negativo
a) Quais alterações encontradas?
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b) Classifique a proteinúria.
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b) Qual o diagnóstico?
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FUNÇÃO
RENAL
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INTRODUÇÃO
As principais provas bioquímicas de função renal incluem a dosagem da ureia e
creatinina séricas/plasmáticas. Podem ser realizadas outras provas, como os
eletrólitos: sódio, potássio e fósforo séricos.
É importante lembrar que para avaliar a função renal é necessário realizar as
provas bioquímicas, pois na urinálise não é possível avaliar a função, somente se
há processo patológico ou não. Amostra enviada para o laboratório para avaliar
a função renal é o sangue, preferencialmente o soro.
▪Ureia: a ureia é produzida no fígado através da arginase (ciclo da ureia) e é o
principal produto final do catabolismo proteico.
↪ excretada pelos rins.
↪ 40% é reabsorvida nos túbulos renais e 60% continua no sangue.
↪ a alimentação pode interferir na quantidade de ureia na corrente sanguínea.
↪ ela pode estar normal, mesmo quando 60% dos glomérulos estão
afuncionais.
↝ Causas de ↓ da ureia:
↪ insuficiência hepática.
↪ restrição hídrica.
↪ poliúria e polidpsia.
↪ hiperhidratação.
↪ final de gestação.
Insuficiência Hepática
A formação da ureia fica comprometida, portanto não
há quantidade ideal sendo excretada pela urina.
Podendo estar diminuída na insuficiência hepática.
▪ Creatinina: a creatinina é produzida através do metabolismo da creatina 24
e
fosfocreatina muscular.
↪ sua excreção é somente renal.
↪ não é reabsorvida nos túbulos renais, é livremente filtrada.
↪ seu aumento na corrente sanguínea pode indicar deficiência na função
renal.
↪ o nível sanguíneo não é afetado pela dieta, idade e sexo embora elevado
metabolismo muscular possa aumentar os níveis de creatinina na circulação.
↝ Causas de ↓ da creatinina:
↪ animais caquéticos.
↪ perda muscular.
↪ dieta pobre em proteínas.
▪ Sódio: é filtrado e reabsorvido, dependendo da quantidade na dieta. Na
nefropatia crônica generalizada há perda de sódio, pois este acompanha a água
na depleção hídrica para manter a isotonicidade. A redução de sódio é a
hiponatremia.
▪ Potássio: fisiologicamente é filtrado nos glomérulos, reabsorvido nos túbulos
contorcidos proximais e excretado pelos túbulos distais. A concentração sérica
de potássio varia com a dieta. Na nefropatia com oligúria ou anúria há perda de
função excretora renal e retenção de potássio, levando à hipercalemia.
▪ Cálcio: na nefropatia aguda não há alteração nos níveis séricos de cálcio. Na
nefropatia crônica generalizada há perda da capacidade de reabsorção, com
consequente hipocalcemia.
↪ se não persistir, esta hipocalcemia estimulará a paratireóide a mobilizar
cálcio ósseo para manter a homeostase, levando ao hiperparatireoidismo
secundário renal.
▪Fósforo: na nefropatia crônica progressiva e na doença renal generalizada há
redução na velocidade da filtração e perda na capacidade de excreção de
fósforo, levando à hiperfosfatemia em cães e gatos. Em grandes animais este
aumento não é uma constante
↪ se persistir, a hiperfosfatemia um estimulará a paratireoide, irá mobilizar o
cálcio ósseo para manter a homeostase sanguínea. Este processo leva ao
hiperparatireoidismo secundário renal.
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AZOTEMIA
É o aumento da ureia e creatinina na corrente sanguínea, ela inicia sem sinais
clínicos e pode há três classificações: pré-renal, renal e pós renal.
▪Azotemia Pré-Renal
Ocorre quando fatores interferem previamente a filtração glomerular. Como
causa principal, a diminuição da taxa de filtração glomerular, através de menor
fluxo de sangue nos rins devido a vasoconstrição ou estase sanguínea, levando
ao aumento de nitrogênio não proteico no sangue.
↝ Causas de azotemia pré-renal:
↪ desidratação
↪ doença cardiovascular
↪ hipotensão
↪ choque hipovolêmico
↪ alimentação somente proteica
↪ hemorragias do trato gastrintestinal.
▪Azotemia Renal
A azotemia renal é causada por insuficiência renal e ocorre quando 75% dos
néfrons ficam não-funcionais, ocorre frequentemente uma isostenúria e a
densidade específica urinária fica menor que 1.025. As causas podem ser por
evento isquêmico, como hipovolemia e hipotensão renal ou pela exposição à
agentes nefrotóxicos como fármacos e agentes infecciosos. O diagnóstico de
azotemia renal é confirmado se a azotemia for persistentemente associada à
isostenúria ou hipostenúria.
↝ Causas de lesão renal:
↪ microrganismos
↪ leptospirose
↪ doenças imunomediadas
↪ substâncias tóxicas
↪ glomerulopatias
↪ hipoperfusão
↪ agentes nefrotóxicos
▪Azotemia Pós-Renal 26
Uremia
Síndrome tóxica polissistêmica que resulta de uma
função renal anormal em animais com azotemia, e
ocorre simultaneamente com uma quantidade
aumentada de constituintes urinários no sangue.
Ocorre quando há evolução do processo e os sinais
clínicos se tornam característicos, como hálito
urêmico, ulcerações na cavidade oral, diarreia profusa
a sanguinolenta e vômitos. É importante lembrar que
a ureia está em alta concentração na corrente
sanguínea, ultrapassando a concentração de
creatinina.
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DOENÇA RENAL
▪ Insuficiência Renal Aguda (IRA): a insuficiência renal aguda é definida como
declínio abrupto e sustentado da filtração glomerular, resultando em azotemia. A
lesão renal aguda resulta principalmente da ação de agentes nefrotóxicos e de
isquemia renal, que geralmente afetam a porção tubular do néfron.
Em cães e gatos, a insuficiência renal aguda resulta de necrose tubular aguda
(nefrose) e, menos frequentemente, de inflamação renal (nefrite).
↝ Possíveis causas de IRA:
↪ choque grave
↪ hemorragia intensa
↪ hipotensão
↪ desidratação
↪ hipovolemia
↪ anestesia profunda
↪ traumatismo
↪ coagulação intravascular disseminada (CID)
↪ trombose ou formação de microtrombos em vaso sanguíneo renal
↪ reações transfusionais
↪ pancreatite
↪ sepse
↪ hipertermia
↪ hipotermia
↪ queimaduras
↪ exposição a nefrotoxinas
↝ Sinais clínicos: inespecíficos e incluem letargia, depressão, anorexia,
vômito, diarreia e desidratação; ocasionalmente hálito urêmico ou úlceras
orais podem estar presentes.
DOENÇA RENAL
▪ Doença Renal Crônica: caracterizada por lesões estruturais irreversíveis, que
podem evoluir progressivamente para uremia, insuficiência renal crônica (IRC) e
falência renal.
Após a instalação inicial da lesão renal, ocorrem mudanças estruturais e
funcionais adaptativas dos néfrons remanescentes, na tentativa de manter a
homeostase, principalmente quanto à regulação do volume e da composição do
fluido corporal extracelular. As mudanças adaptativas tornam-se excessivas ou
ineficientes, favorecendo ainda mais o desenvolvimento de dano dos néfrons.
Depois de estabelecida a DRC, a magnitude da disfunção renal geralmente
permanece estável por meses ou declina vagarosamente no decorrer de
meses a anos. Não é necessário que o processo responsável pela lesão
inicial, esteja presente para que ocorra uma disfunção progressiva
Fonte: IDEXX
Fonte: IDEXX
Fonte: IDEXX
↝ Eletrólitos:
Cálcio - Hipocalemia
Fósforo - Hiperfosfatemia
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EXERCÍCIOS
1 – Uma cadela de 14 anos foi atendida no hospital veterinário. Queixas e sinais
clínicos: hipertrofia bilateral de linfonodo mandibulares, pré escaplares e axilares.
O exame clínico mostrou desidratação, caquexia, ritmo cardíaco fraco e com
hipertermia. Tipo de coleta: cateterização.
URINÁLISE: Cél. epit. escamosas: 1 – 6 cél./campo
Vol: 20 ml Cél. epitélio renal: ausente
Cor: amarelo Cél. pelve renal: ausente
Aspecto: turvo Cél. epit. vesical (transição): ausente
Odor: sui generis Cilindros: hialinos +++
DEU: 1061 Bactérias: normal
pH: 6,5 Cristais: ausente
Proteína: traços BIOQUÍMICA SÉRICA:
Glicose: negativo Ureia: 137 mg/dL
Corpos cetônicos: negativo Creatinina: 1,93 mg/dL
Sangue oculto: negativo Ppt: 9,9 g/dL
Bilirrubina: negativo Sódio: 151 mEq/dL
Urobilinogênio: normal Potássio: 5,0 mEq/dL
Hemácias: 0 – 3 hem./campo Cálcio: 2,29 mEq/dL
Leucócitos: 1 – 5 leuc./campo Fósforo: 4,5mg/dL
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO
O ADH é o hormônio antidiurético ou também chamado de vasopressina. Ele é
produzido pelo hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise.
Atua nos túbulos contorcidos renais distais, é produzido no hipotálamo e
armazenado na hipófise. Tem como função absorver novamente a água e
mandar para o organismo.
Se não houver uma quantidade ideal de ADH no organismo ou a falta de
receptores, o animal entrará em desidratação e não consegue concentrar a urina,
sua densidade urinária específica ficará em isostenúria.
Diabetes Insípida
O ADH é responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico,
designadamente pela antidiurese. Depois de sintetizado no
hipotálamo, nos núcleos supraóptico e paraventricular, e
armazenado no lobo posterior da hipófise, este hormônio é
liberado com base na osmolaridade plasmática, detectada por
osmoreceptores. Quando a osmolaridade plasmática aumenta, o
ADH é liberado e age em nível das células renais, dos túbulos
contorcidos distais e nos ductos coletores, promovendo a
reabsorção de água do filtrado glomerular
↝ Teste
Teste da da Desmopressina:
Restrição Hídrica:
Resumindo...
▪ Diabete insípidus: falta do hormônio ADH
↪ teste: suplementação com a desmopressina;
▪ Diabete insípidus renal: falta dos receptores para o hormônio
ADH
↪ teste: mesmo com a suplementação com desmopressina, a
DEU continua em hipostenúria.
▪ Polidpsia congênita
↪ teste: restrição hídrica
▪ Doença renal: lesão renal
↪ teste: urinálise
EFUSÕES
DERRAMES CAVITÁRIOS
pulmão
pulmão
efusão
efusão
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LÍQUIDO EFUSIVO
O organismo do animal é composto por aproximadamente 65% do seu peso
corpóreo de água e desta quantia, aproximadamente 24% correspondem a
líquidos extracelulares. O volume do líquido intracelular (LIC) equivale a 40% do
peso corpóreo no animal adulto e aumenta com a idade, é o maior
compartimento de líquido do organismo.
O líquido extracelular (LEC) equivale a 20% dos líquidos totais e é constituído em
dois outros compartimentos principais: o líquido intersticial que equivale a 15%
(que é extravascular) e o plasma 5% (que é intravascular), separados pela parede
dos vasos sanguíneos capilares.
Existe ainda, um terceiro compartimento do LEC que é reconhecido como
transcelular que tem pequeno percentual de líquidos, situado em cavidades
especiais delimitadas por epitélio ou por mesotélio, são eles:
↪ líquido pericárdico ↪ linfa
↪ líquido intra-ocular ↪ bile
↪ fluido cerebroespinhal ↪ secreções glandulares
↪ líquido sinovial ↪ secreções respiratórias
▪Transudato
São classificados como transudatos quando apresentam baixo conteúdo
proteico e baixa contagem celular.
↝ Transudato Puro: acúmulo de líquido de causa não inflamatória.
▫Causas: hipoproteinemia, aumento da pressão hidrostática;
▫Cor: incolor em carnívoros e levemente amarelado nos herbívoros
▫Odor: inodoro
▫Aspecto: límpido
▫Volume: grande quantidade
▫Proteína: < 2,5 g/dL
▫pH: alcalino
▫Densidade: < 1017
▫Celularidade: < 1500 células/campo
▫Prova de Rivalta: negativo
▫Coagulação: negativo
↝ Transudato Modificado: está entre o puro e o exsudato. Podendo evoluir
para exsudato asséptico. Causas: doenças cardiovasculares, neoplasias,
hemorragias intracavitárias, PIF, abcessos, rupturas de bexiga.
▫Cor: variável (âmbar, leitoso, vermelho, amarelo)
▫Odor: variável
▫Aspecto: ligeiramente turvo
▫Volume: variável
▫Proteína: 2,5 g/dL - 7,5 g/dL
▫pH: variável, mas geralmente é alcalino
▫Densidade: 1017 - 1025
▫Celularidade: 1000 - 7000 células/campo
▫Prova de Rivalta: variável
▫Coagulação: variável
▪Exsudato
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Transudato Transudato
Parâmetro Exsudato
Puro Modificado
Variável (amarelo
Cor Incolor Variável
ou avermelhado)
Variável ou
Odor Inodoro Variável
pútrido
Ligeiramente
Aspecto Límpido Turvo
turvo
Proteínas < 2,5 g/dL 2,5 - 7,5 g/dL > 3,0 g/dL
Hemoperitôneo,
Cavidade periotoneal
Hidroperitôneo (ascite) uroperitôneo ou
ou abdominal
quiloperitôneo
Como diferenciar?
Os parâmetros são muito semelhantes, portanto atente-se ao
pH, celularidade, coloração e coagulação.
Como nomear?
Para colocar a classificação da efusão você deverá colocar o
tipo de líquido (hidro, uro, hemo, pio) + o local (tórax, peritônio,
etc). Exemplo: uroperitônio; hemotórax.
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EXERCÍCIO
1. Um cão, mestiço com 10 meses de idade, está apresentando os seguintes
problemas: distensão abdominal por acúmulo de líquido nas últimas 4 semanas,
está excessivamente ofegante, com um emagrecimento progressivo e ao
diagnóstico por imagem constatou-se que o tamanho do fígado estava muito
reduzido.
URINÁLISE: BIOQUÍMICA SÉRICA:
Vol: 12 ml Ureia: 12 mg/dL
Cor: amarelo palha Creatinina: 0,92 mg/dL
Aspecto: ligeiramente turvo Proteína total: 5,6 g/dL
Odor: sui generis Albumina: 1,1 g/dL
DEU: 1017 Glicose: 77 mg/dL
pH: 6,0 Teste de Knott modificado: negativo para
Proteína: negativo Dirofilaria immitis.
Glicose: negativo Líquido Efusivo:
Corpos cetônicos: negativo Cor: Incolor
Sangue oculto: negativo Aspecto: límpido
Bilirrubina: negativo Proteína: 1,8 g/dL
Urobilinogênio: normal Densidade: 1011
Hemácias: 2 – 3 hem./campo Celularidade: 210/μL (céls. mesoteliais, e raros
Leucócitos: 3 – 5 leuc./campo leucócitos não degenerados
Cél. epit. escamosas: 2 – 3 cél./campo
Cél. epitélio renal: ausente
Cél. pelve renal: ausente
Cél. epit. vesical (transição): ausente
Cilindros: ausente
Bactérias: normal
Cristais: ausente
a) Qual o diagnóstico da urinálise?
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b) Quais alterações da bioquímica sérica?
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b) Qual tipo de líquido puncionado? Classifique.
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b) Qual a causa da efusão?
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HEMOGRAMA
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INTRODUÇÃO
Hematologia Veterinária é a área que estuda as células sanguíneas e seus
percursores. O sangue é composto de uma parte líquida e outra celular. A parte
líquida, denominada plasma quando com anticoagulante, contêm o fibrinogênio e
o soro quando sem anticoagulante, contêm os mais variados solutos orgânicos,
como minerais, enzimas, hormônios, etc. A parte celular é composta pelos
eritrócitos, leucócitos e trombócitos (plaquetas, nos mamíferos, que não são
células).
Plaquetas
Leucócito
Hemácias
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SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
O período de vida das células sanguíneas é relativamente curto, ela varia de
acordo com a espécie, sendo de 60 a 120 dias. Elas são produzidas e destruídas
em quantidades equivalentes.
Felinos 5 - 10 70
Equinos 9 - 12 150
Bovinos 5 - 10 160
Suínos 5-8 65
ERITROGRAMA
O eritrograma compreende a avaliação dos eritrócitos e é composto por:
↪ contagem de hemácias
↪ hemoglobina
↪ hematócrito - % de glóbulos vermelhos
Os eritrócitos são as células mais abundantes do sangue e tem como principal
função transportar a hemoglobina, a qual é responsável por carrear oxigênio para
os tecidos. Para a produção e maturação dos eritrócitos é necessário:
↪ Hormônio eritropoietina – produzido nos rins e estimulada por hipóxia
↪ Vitamina B12, ácido fólico e niacina – fatores de reprodução
↪ Ferro, cobre e cobalto – fatores de maturação
Fases da eritropoiese:
Normal Anisocitose
Macrocitose Microcitose
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↝ Coloração:
▫Normal: vermelho-claro ao microscópio.
▫ Policromasia: algumas hemácias apresentam-se mais coradas que outras
(RNA residual), representando os reticulócitos. O aumento está associado a
atividade eritropoiética aumentada e resposta à anemia regenerativa. A
ocorrência de algumas células policromáticas é comum no cão e no gato.
▫Hipocromasia: hemácias com intensidade de coloração reduzida e área central
pálida aumentada, causada por insuficiente hemoglobina na célula, sendo a
etiologia mais comum deficiência de ferro.
Normal Policromasia
Hipocromasia
58
↝ Morfologia:
▫Normal: bicôncava
▫Esferócitos: hemácias com formas esféricas, com intensa coloração pela perda
de conteúdo de membrana sem perda de hemoglobina devido a eritrofagocitose
parcial dos anticorpos e/ ou complemento dos eritrócitos pelos macrófagos do
sistema fagocitário mononuclear. Presente em anemia hemolítica autoimune
primária ou induzida por drogas ou transfusão incompatível.
▫ Eliptócitos: hemácias ovais com uma zona central pálida. Aparecem em
animais com defeitos de membrana de eritrócitos.
▫ Poiquilócitos: são alterações na forma das hemácias. No baço, devido a
microcirculação esplênica, a hemácia muda de forma o que ocorre pela
existência de glicoproteínas na membrana do eritrócito. Podem ser removidos
prematuramente da circulação, levando a uma anemia hemolítica.
↪ Equinócitos: são hemácias espiculadas, com várias projeções regulares.
Ocorrem em amostras velhas, uremia, excesso de EDTA, coagulação
intravascular disseminada (CID).
↪ Acantócitos: projeções irregulares e variadas. Ocorrem em cães com
hiperbilirrubinemia, associados a hemangiossarcoma ou hemangioma
esplênico e doença hepática difusa, shunts porto-cava e dietas altas em
colesterol.
↪ Esquisócitos: fragmentos irregulares das hemácias. Ocorrem em falha
renal, mielofibrose, glomerulonefrite, deficiência crônica de ferro, fluxo
sanguíneo turbulento.
▫ Leptócitos: aumento do diâmetro e redução na espessura. Quando
hipocrômicos ocorre por produção reduzida de hemoglobina (anemia ferropriva);
quando há policromasia, consistem em reticulócitos (indica regeneração); quando
há ortocromia, indicam anemia arregenerativa. O mais comum é a aparência em
alvo.
▫ Dacriócitos: hemácias em forma de gota. Aparecem em mielofibrose ou
desordens mieloproliferativas. Crenação: hemácias em forma de engrenagem.
Comum em bovinos, artefato de técnica ou desidratação em outras espécies.
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↝ Morfologia:
Leptócitos Dacriócitos
60
↝ Outras alterações das hemácias:
▫Corpúsculos de Howell-Jolly: inclusões esféricas de restos celulares. Consiste
em uma resposta da medula óssea ao estado anêmico, função esplênica reduzida
ou uso de glicocorticóides em cães.
▫ Metarrubrícitos: eritrócitos imaturos nucleados. Indicam anemia regenerativa,
doenças mieloproliferativas ou hemangiossarcomas.
▫Reticulócitos: hemácias jovens, indicando reposta medular à anemia. Ponteado
basofílico: hemácias que apresentam pequenos pontos basofílicos no citoplasma
(RNA residual). Ocorre em intensa eritropoiese, intoxicação por chumbo quando
acompanhada de metarrubrícitos sem anemia e nas anemias em bovinos e
ovinos.
▫ Rouleaux: hemácias empilhadas. Ocorrência normal em equinos sadios,
desidratação ou inflamação nas demais espécies. Em equinos severamente
anêmicos ou caquéticos, pode estar ausente. Em ruminantes, é raro, tanto em
animais sadios quanto em doentes.
▫ Aglutinação: aglomeração espontânea dos eritrócitos. Ocorrem em doenças
autoimunes ou transfusões incompatíveis, devido à presença de anticorpos
contra hemácias.
Rouleaux Aglutinação
61
▫ Hemoparasitas: Podem ocorrer dentro dos eritrócitos ou na superfície da
célula. Os mais comumente encontrados são: Mycoplasma haemofelis, M.
haemocanis, Anaplasma marginalis, Babesia equi, Babesia caballi, Babesia.
canis, (Mycoplasma) Eperythrozoon suis e Cytauxzoon felis.
TABELA COMPARATIVA
Redução da
Desordem
quantidade do volume Hipóxia
mieloproliferativa
plasmático
Regenerativa x Arregenerativa
Os reticulócitos são as células prercursoras das hamácias. Quando
apresenta reticulocitose significa que o animal está respondendo
positivamente.
↪ Anemia regenerativa: > que o valor de referência
↪ Anemia arregenerativa: dentro do valor de referência
% de reticulócitos x VG do paciente
VG de referência
Anemias regenerativas,
Macrocítica Hipocrômica
hemorragias ou hemólise
Leucócitos
Algumas substâncias são necessárias para a formação dos leucócitos, são eles:
↪ Vitaminas do complexo B
↪ Ácido fólico
↪ Aminoácidos
▪Funções:
▫ Neutrófilos: se movem com rapidez, são a primeira linha de defesa.
Fagocitam pequenas partículas e possuem enzimas proteolíticas. Estão
relacionados a inflamação secundária às bactérias. Encontram se em maior
porcentagem na contagem global total. Possuem a função básica de
fagocitose e morte de microrganismos. A média de vida desse grupo celular
é de nove dias.
↪ Aumento: neutrofilia
↪ Diminuição: neutropenia
Fases da maturação:
▫ Mielócito 0%
▫ Metamielócito: 0 – 1%
▫ Bastonetes: 3 – 6%
▫Neutrofilos segmentados -
JOVEM ADULTO
71
▫ Linfócitos: são componentes fundamentais do sistema imune. Os
linfócitos B (produtores de anticorpos) fagocitam partículas microscópicas, e
os linfócitos T possuem função de regular as respostas imunes aos antígenos
proteicos e servir como células efetoras para eliminação de microrganismos
intracelulares.
↪ Aumento: linfocitose
↪ Diminuição: linfopenia
↪ Aumento: monocitose
↪ Diminuição: monocitopenia
72
▫ Eosinófilos: possuem proteínas que se ligam e promovem danos à
membrana dos parasitos. Participam da regulação alérgica e resposta aguda
inflamatória, combatem substâncias tóxicas, podem modular a as reações de
hipersensibilidade imediata por degradação ou desativação de mediadores
liberados por mastócitos, como a histamina, leucotrienos e heparina, e
também fagocitam complexos imunes.
↪ Aumento: eosinofilia
↪ Diminuição: eosinopenia
Cão 1: Normal.
Cão 2: Neutrofilia, leucopenia, eosinopenia e monocitopenia.
Neutrófilos
65% 29.750 3.000 - 11.500
segmentados
Basófilo 1% 30 Raros
Mielócitos 1 300 0
Metamielócitos 3 900 0
Neutrófilos
70 2.100 3.000 - 11.500
segmentados
Mielócitos 3 900 0
Metamielócitos 10 3.000 0
Neutrófilos
50 15.000 3.000 - 11.500
segmentados
Neste caso, não se faz necessário somar e dividir. Neste exemplo, o animal
apresenta leucopenia e 8% de células jovens que não apresentam poder
fagocitário, portanto o diagnóstico é desfavorável.
Causas:
↪ Doenças virais
↪ Infecções bacterianas severas
↪ Drogas ou químicos tóxicos
↪ Neoplasias de medula óssea
↪ Erliquiose
↪ Caquexia
↪ Leishmaniose.
↝ Reação Leucemoide
Intensidade
A intensidade depende da contagem diferencial de
leucócitos normal de cada espécie.
Cães e Gatos:
↪ Moderada: 18.000 – 30.000
↪ Marcada: 30.000 – 50.000
↪ Extrema: >50.000
Equinos:
↪ Moderada: 15.000 – 25.000
↪ Marcada: 25.000 – 30.000
↪ Extrema: >30.000
Bovinos:
↪ Moderada: 12.000 – 15.000
↪ Marcada: 15.000 – 30.000
↪ Extrema: >30.000
79
▫ Bovinos
Tem resposta imune maior que outras espécies. O fato de ter menos neutrófilos
que as outras espécies fazem com que as bactérias se “aproveitam”. Exemplo:
Bovino com infecção bacteriana:
↪ Os neutrófilos não estão prontos para fagocitar a bactéria.
↪ Nas primeiras 24 – 48 horas o n° de leucócitos permanece normal, em
seguida sofre leucopenia (ele elimina as células prontas, para produzir novas
células) e então entra em leucocitose.
↪ Demora 2 – 3 dias para demonstrar alterações no leucograma.
↪ Desvio a esquerda degenerativo com leucopenia é considerado normal
para bovinos. nos primeiros dias.
Antes da 6 - 24 24 - 48 3 - 4 dias
Célula Referência
infecção hrs após hrs após após
Leucócitos
6.500 1.750 2.100 7.100 4.000 - 12.000
totais
Mielócitos 0 0 6 1 0
Metamielócitos 0 0 10 1 0
Bastonetes 0 0 18 1 0-2
Neutrófilos
27 50 60 72 15 - 45
segmentados
Linfócito 57 45 23 15 45 - 75
Eosinófilo 11 0 0 0 2 - 20
Monócito 5 5 5 9 2-7
Trombocitopatias
São alterações funcionais das plaquetas, podem ser
decorrentes de alterações funcionais congênitas (raras na
veterinária), de ação de agentes infecciosos (erlichiose) ou
devido a utilização de algumas drogas, como exemplo,
aspirina, ibuprofeno, acetominofen, antibióticos,
bloqueadores do canal de cálcio etc. Acidentes ofídicos,
uremia, doença hepática, neoplasias e algumas doenças
infecciosas (erlichia) também podem alterar a função
plaquetária.
83
EXERCÍCIOS
1. Gato, macho, 3 anos, desaparecido a 3 dias.
Eritrograma: Referência:
Hm: 4,5 x 106/ mm³ 5,5 – 8,5
Hb: 3,1 g/dL 8,0 – 15,0
VG: 17% 24 – 45%
VCM: ? 39 – 55%
CHCM: ? 30 – 36%
Morfologia: normal
Ppt: 6,0 g/dL
Eritrograma: Referência:
6 Hm: 5,5 - 8,5
Hm: 2,27 x 10 / mm³
Hb: 8,1 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 30% VG: 37 - 55%
VCM: ?
CHCM: ?
Morfologia: policromasia, anisocitose, lipemia plasmática
Eritrograma: Referência:
6
Hm: 10,2 x 10 / mm³ Hm: 5,5 - 8,5
Hb: 8,5 g/dL Hb: 12 - 18
VG: 65% VG: 37 - 55%
Ppt: 12 g/dL
a) Quais alterações presentes no exame? Justifique.
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
b) Qual o diagnóstico e causa?
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
85
4. Cão, fêmea, poodle. Há 3 dias com vômito e sem se alimentar. No exame
clínico observou hipertermia.
INTRODUÇÃO
O fígado é, anatomicamente, um componente integral do sistema digestivo e
funcionalmente interposto entre o trato gastrointestinal e a circulação sistêmica.
Para nossos propósitos, o fígado é composto estruturalmente de hepatócitos,
um sistema de ductos biliares e um rico suprimento sanguíneo, tanto venoso
quanto arterial.
Por ser um órgão de muitas e diversas funções metabólicas, qualquer avaliação
do seu estado funcional será dependente da sua habilidade em executar uma
função metabólica específica. Por isso muitos testes foram planejados para a
detecção das alterações da função hepática.
Para uma boa avaliação, deve-se realizar diferentes testes laboratoriais em curto
espaço de tempo e sempre levar em consideração o histórico e a clínica que o
animal apresenta.
☑ Quando devo solicitar testes de avaliação hepática?
↪ Doenças hepáticas primárias com ou sem icterícia
↪ Doenças hepáticas secundárias: hipotireoidismo, diabete mellitus,
pancreatite, cardiopatia e metástases.
↪ Diagnósticos diferenciais das icterícias.
↪ Anemias de origem indeterminada e distúrbios de coagulação.
↪ Prognóstico: avaliação terapêutica, dano residual e avaliação do risco
anestésico em cirurgias (está metabolizando como deve?).
↪ Pesquisa específica de testes para avaliar a toxicidade das drogas.
☑ Qual material encaminhar ao laboratório?
↪ Sangue sem anticoagulante. As enzimas são dosadas no soro.
88
CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES
▪ Testes que Medem o Transporte Hepático
São testes que medem a chegada, conjugação e excreção. É avaliado as
bilirrubinas, urobilinogênio, excreção de corantes e ácidos biliares. É possível
avaliar se a icterícia é pré hepática, hepática ou pós hepático.
▪ Testes das Enzimas Séricas
↪ ALT – Alanina aminotransferase;
↪ AST – Aspartato aminotransferase;
↪ SDH – Sorbitol desidrogenase;
↪ FA – Fosfatase alcalina;
↪ GGT – Gama Glutamil Transferase;
▪ Testes Bioquímicos Específicos
↪ PPT – Proteína Plasmática Total
↪ Ácido úrico
↪ Amônia
↪ Colesterol total;
▪ Testes Não Específicos
↪ CPK – creatinina fosfoquinase;
↪ Hemograma
↪ Urinálise
↪ Dosagem de ureia
↪ Testes de coagulação
↪ Fezes – falta ou excesso de estercobilinogênio, por exemplo.
89
AVALIANDO A FUNÇÃO HEPÁTICA
☑ Bilirrubinas
É um subproduto do metabolismo da hemoglobina formada através de
hemácias velhas fagocitadas por macrófagos e liberadas e transportada para
o fígado por uma proteína. O aumento de bilirrubina pode ocorrer por vários
fatores como doença hemolítica, insuficiência hepática e colestase. Com o
fígado comprometido não ocorre eliminação, tendo um acúmulo de
bilirrubina no sangue, ocasionando impregnação das mucosas (icterícia).
▫ Icterícia Pré-Hepática
Ocorre devido a hemólise excessiva de eritrócitos, excedendo a
capacidade excretora do fígado. Normalmente o animal apresenta
esplenomegalia.
↪ Possíveis causas: anemias hemolíticas, hemólise aguda grave,
hemorragias internas, transfusões sanguíneas ou outras causas
hemolisantes.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= B.D normal + ↑ B.I
▫ Icterícia Hepática
Está relacionada com a perda da funcionalidade hepatocelular. A
conjugação da bilirrubina fica comprometida.
↪ Possíveis causas: hepatopatias, necrose, neoplasias.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= ↑ B.D + ↑ B.I
▫ Icterícia Pré-Hepática
Ocorre devido a obstruções dos canalículos biliares.
↪ Possíveis causas: trombos parasitários, neoplasias, abcessos, litíase
biliar.
↪ Quais bilirrubinas ficam aumentadas?
↑ B.T= ↑ B.D + B.I normal
↪ B.T: Bilirrubina Total
↪ B.D: Bilirrubina Direta
↪ B.I: Bilirrubina Indireta
90
☑ Urobilinogênio
Ele é uma mistura de pigmentos resultantes da redução entérica da
bilirrubina pela microbiota bacteriana. É normal aparecer em pouca
quantidade.
▫ Diminuição: obstruções biliares, redução da hemocaterese, deficiência
na absorção intestinal, poliúria associada a doença renal, antibióticos que
inibem a microbiota intestinal.
▫ Aumento: danos hepatocelulares, o urobilinogênio não consegue ser
removido efetivamente da circulação pelos hepatócitos e em casos de
hemólise excessiva.
☑ Ácidos Biliares
O fígado sintetiza os ácidos biliares a partir do colesterol, após a síntese dos
sais biliares primários ocorre a conjugação com aminoácidos (principal
taurina) e a estocagem na vesícula biliar, ou liberação direta no caso dos
equinos.
É um indicador sensível de colestase, obstrução biliar ou disfunção hepática,
pois o fígado nestes casos não consegue metabolizar e/ou secretar seus
produtos, causando a elevação na corrente sanguínea.
↪ Sua elevação indica doenças hepáticas, desvios portovenosos,
colestase, cirrose, necrose e lipidose.
☑ Amônia
É produzida a partir da digestão de compostos nitrogenados, em todas as
células orgânicas e nas bactérias do trato gastrointestinal.
Seu aumento pode indicar alguma dificuldade hepática de metabolização no
ciclo da ureia.
↪ Infecções, insuficiência renal e leptospirose: também pode estar
elevada, portanto sempre analise o histórico e a clínica do animal.
☑ Ureia
É um metabólito produzido normalmente no fígado de animais saudáveis a
partir da amônia circulante. Quando há redução de função hepática ocorre
a diminuição da conversão de amônia em ureia.
91
☑ Albumina
É sintetizada de forma integral no fígado, compondo cerca de 50% das
proteínas plasmáticas. A concentração de albumina pode ser afetada por:
↪ Função hepática
↪ Processos inflamatórios orgânicos
↪ Parasitismo que consomem albumina
↪ Equilíbrio hidroeletrolítico que pode diluir ou concentrar a albumina
↪ Nível nutricional.
Geralmente não se observa hipoalbuminemia até que ocorra perda de 60 a
80% da função hepática. Nas hepatopatias crônicas observa
hipoalbuminemia.
↪ Hiperalbuminemia: desidratações.
☑ Globulinas
O fígado é responsável pela produção de grande parte das globulinas, com
exceção de algumas imunoglobulinas, portanto na insuficiência hepática
pode ocorrer a diminuição sérica das mesmas, mas ao comparar com
albumina a sua variação é menor, pois elas geralmente estão associadas com
processos inflamatórios.
↪ Hipoglobulinemia: hepatopatias, síndrome nefrótica e na má absorção.
↪ Insuficiência hepática: menor proporção albumina: globulina.
↪ Hiperglobulinemia: doenças inflamatórias agudas.
☑ Colesterol
O colesterol sanguíneo pode ter duas origens, uma proveniente da dieta, e
outra originaria da metabolização do acetil-CoA pelo fígado em condições
normais, sendo a principal via de excreção do colesterol hepático o sistema
biliar.
↪ Insuficiência hepática: hipocolesterolemia ou normais.
↪ Colestase hepática: hipercolesterolemia.
92
☑ Fatores de coagulação
O fígado é responsável pela produção de grande parte dos fatores de
coagulação, dentre eles a fibrina e também produz substancias
anticoagulantes como a antitrombina.
↪ Insuficiência hepática: distúrbios na hemostasia.
↪ Hepatopatia: menor concentração de fibrinogênio em relação aos
valores de referência, mas animais que estão com processo inflamatório
também apresentam fibrinogênio baixo, devendo levar em consideração o
quadro clínico em que o animal se apresenta.
93
TESTES DE ENZIMAS SÉRICAS
INTRODUÇÃO
O pâncreas, sendo uma glândula que apresenta tanto funções endócrinas quanto
exócrinas, atua principalmente na secreção de enzimas digestivas, responsáveis
pela quebra de proteínas, gorduras e carboidratos da dieta, realizando ainda a
produção de insulina e outros hormônios que regulam o metabolismo de
carboidratos.
Ele é composto por dois tipos principais de tecidos: os ácinos pancreáticos, que
secretam sucos digestivos no duodeno, e as ilhotas de Langerhans, que
secretam insulina e glucagon diretamente no sangue. As ilhotas de Langerhans
são constituídas por três principais tipos de células: beta, que constituem 60% da
composição celular do pâncreas, se localizam no meio de cada ilhota e secretam
insulina e amilina; células alfa, que constituem cerca de 25% do pâcreas e
secretam glucagon e por fim as células delta, que secretam somatostatina.
☑ Atrofia do Pâncreas
Sinais semelhantes a pancreatite crônica e é resultado da má nutrição
proteica. As fezes ficam com alimentos não diferidos devido a deficiência de
tripsina e lipase fecais. A concentração de amilase e lipase plasmáticas ficam
normais. Não deve ser confundida com insuficiência.
105
☑ Neoplasias pancreáticas
É uma condição rara em medicina veterinária, seus sinais são inespecíficos e
semelhantes a doenças do fígado, estômago e intestino delgado.
Normalmente os animais portadores apresentam dor epigástrica, icterícia,
vômito, diarreia, emagrecimento progressivo.
☑ Diabete Mellitus
Diabetes mellitus é uma desordem no metabolismo, na produção parcial ou
absoluta de insulina, caracterizada por hiperglicemia em curto período de
tempo e tendência a desenvolver estado de cetoacidose e hiperproteinúria.
No sangue, a concentração de glicose excede a concentração tubular renal,
fazendo com que haja glicosúria.
O grau de severidade da doença pode variar desde uma disfunção inicial
assintomática até um distúrbio severo. Os sinais clínicos típicos dessa
doença são: poliúria, polidpsia, polifagia e perda de peso.
Ela pode ser classificada como primária:
↪ Destruição das células beta
↪ Pancreatite crônica
↪ Amiloidoses
Ou pode ser classificada como secundária:
↪ Obesidade-diminuição na síntese dos receptores de insulina
↪ Antagonismo insulínico hiperadrenocorticismo progesterona-indução
de GH (cães)
↪ Antagonismo insulínico por drogas terapêuticas glicocorticóides
progesterona
Diagnóstico: realização da dosagem sérica da glicose.
106
EXAMES QUE PODEM AUXILIAR
☑ Exame de fezes
É realizado principalmente para teste de exclusão de verminoses, não fecha
diagnóstico para pancreatites.
↪ Amilorreia: corar 1 gota da suspenção de fezes com solução lugol. As
partículas de amido ficarão enegrecidas.
☑ Teste de Absorção
Recolher amostra sanguínea em jejum e em seguida oferecer 0,5ml/kg de
óleo de milho. Após 2 horas realize uma nova coleta de amostra e compare
os plasmas.
↪ Resultado: plasma iguais (lipêmicos) – deficiência de enzimas.
☑ Teste do Filme
É um teste que investiga a deficiência da tripsina. 9,0 mL de bicarbonato de
sódio 5%, adicionar fezes até completar 10mL e homogeneizar. Coloque
aproximadamente 5 mL em um tubo de ensaio. Imergir a porção inferior
com uma tira de filme de raio x na solução e incubar a 37° por 1 / 2 hrs e em
seguida lave com água morna.
↪ Resultado: a presença áreas claras na porção imersa indica presença
de tripsina, resultados em que não há áreas claras indicam insuficiência
pancreática.
☑ Teste da Gelatina
Aqueça em banho maria 37°C dois tubos de ensaio contendo 2 mL de
gelatina 7,5%. Adicione 2 mL de suspensão de fezes a um dos tubos
contendo gelatina. Adicionar 2 mL de solução de bicarbonato de sódio 5%
ao outo tubo de ensaio (tubo controle). Homogeneizar a amostra e incubar a
37° C por 1 / 2 hrs. Refrigere por 20 minutos
↪ Resultado: se ocorrer a formação de um gel, indica ausência de
tripsina.
107
☑ Exame de fezes
A tripsina fornece boa indicação de função pancreática nos cães.
↪ Resultado: valores menores que 2,5 g / dL é compatível com
insuficiência pancreática.
↪ Zona obscura: valores entre 2,5 – 5,2 g / dL
↪ Pode estar se recuperando de um episódio de pancreatite aguda;
↪ Amostra exposta a temperatura elevada – ficou fora da geladeira;
↪ Não foi respeitado o jejum de 8 – 12 horas.
Dosar a TLI em pancreatite aguda não fecha diagnóstico.
DÚVIDAS FREQUENTES 108
INTRODUÇÃO
Os minerais Ca, P e Mg são muito importantes nas atividades fisiológicas. A
concentração de cálcio é abundante e está mais concentrada no esqueleto
como depósito sob a forma de fosfato de cálcio e o restante na forma ionizada.
O fosforo integra estrutura óssea e dentária, mas em menor quantidade quando
comparada ao cálcio. As funções do cálcio e do fósforo estão descritas abaixo.
☑ Cálcio: ☑ Fósforo
↪ Forma parte da matriz óssea ↪ Faz parte da matriz óssea
↪ Contração muscular ↪ Muito importante no crescimento
↪ Transmissão de impulsos nervosos; ↪ Participação nas vias metabólicas
↪ Coagulação sanguínea ↪ Atua como componente estrutural
↪ Ativação de algumas enzimas ↪ Ativador das co-enzimas NAD e NADP
☑ Calcitonina
▫ Hormônio produzido pelas células C ou parafoliculares da tireoide,
paratireoide e timo;
▫ Função: agir contrariamente ao paratormônio (PTH). Quando níveis
séricos de cálcio estiver alto, a calcitonina é liberada para inibir a reabsorção
óssea de cálcio.
▫ Sua secreção é induzida por alimentos ricos em cálcio e possui ação
hipocalcemiante.
☑ Vitamina D
▫Ela é proveniente dos raios solares ou da dieta.
▫Função: agir na mucosa intestinal, onde irá estimular a absorção de cálcio.
▫A hipervitaminose D causa calcificação ectópica, aumento da
desmineralização óssea, os ossos ficam frágeis e quebradiços.
☑ Idade e Raça
▫ A idade pode modificar a concentração de fósforo sérico, animais idosos
principalmente.
▫Cães de raças gigantes apresentam maior concentração de fósforo sérico
113
Quando suspeitar de distúrbios da Paratireoide?
▫Indicações ▫Marcadores Ósseos
↪ Osteopatias ↪ FA
↪ Sinais de paralisia ↪ Minerais: cálcio, fósforo e magnésio.
↪ Sintomas de convulsões ↪ Hormônio: PTH
DISTÚRBOS
☑ Hiperparatireoidismo Primário
É uma doença resultante do excesso e do descontrole na secreção de PTH,
por uma ou mais glândulas paratireoides anormais.
Etiologia: adenoma funcional da paratireoide, podendo ser neoplasia ou
hiperplasia, que irá produzir quantidades excessivas de paratormônio.
Sinais clínicos: fraturas por traumas leves, vômitos, constipação, fraqueza
muscular, anorexia.
Alterações laboratoriais:
↪ Hipercalcemia + hipercalciúria
↪ Hiperfosfatúria + hipofosfatemia
↪ Elevação de fosfatase alcalina (FA) – remoção de cálcio dos ossos.
Diagnóstico: é importante realizar citologia da paratireoide para avaliar se há
adenoma, carcinoma ou hiperplasia.
☑ Pseudo Hiperparatireoidismo
Quando há uma neoplasia não endócrina que produz substancias que fazem
reabsorção óssea, por exemplo, linfoma maligno. Ao dosar o paratormônio
ele estará normal, pois não há aumento da estimulação da paratireoide.
☑ Hipoparatireoidismo
Se desenvolve como resultado de uma deficiência absoluta ou relativa na
secreção de PTH. Essa deficiência, por consequência, causa hipocalcemia e
hiperfosfatemia resultante da perda dos efeitos de HPT em ossos, rins e
intestino.
DÚVIDAS FREQUENTES 115
Hemograma Referência
Hm: 3,5 x 10 /mm³ 5,5 – 8,5
Hb: 7,1 g/dL 12 – 18
Htc: 22% 37 – 55
VCM: 62,85 60 – 77
HCM: - 19 - 23
CHCM: 32,27 32 - 36
Reticulócitos: 0% 0,1 - 1,0
Morfologia: policromasia e anisocitose ausentes.
Leucócitos totais: 34.200/mm³ 6.000 – 17.000
Bastonetes: 3% 0 - 3%
Segmentados: 90% 60 - 77%
Linfócitos: 1% 12 - 30%
Monócitos: 6% 3 - 10%
Eosinófilos: 0% 2 - 10%
GATOS
119
CÃES
120
EQUINOS
121
BOVINOS
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122
ROSS, S. Acute uremia in cats. Veterinary Focus. San Diego, v.18, n. 2, p. 30-
38, 2008.
VADEN, Shelly L.; KNOL, Joyce S.; SMITH JR, Francis WK. Exames
Laboratoriais E Procedimentos Diagnósticos Em Cães E Gatos. Grupo Gen-
Livraria Santos Editora, 2000.
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO 125
1) A formação de fibrina, durante a coleta de sangue para hemograma,
dentre outros fatores, pode estar relacionada:
(A) função renal, uma vez que é indicador precoce de lesão tubular.
(B) lesão hepatocelular.
(C) lesão muscular.
(D) lesões ósseas com aumento da atividade osteoblástica.
(E) lesão muscular cardíaca.
(A) Hemoglobina
(B) Frutosamina
(C) Hemoglobina glicada
(D) Glicose
132
20) Histórico: cão, macho, SRD, 9 anos de idade, castrado. Sinais clínicos:
fezes amolecidas de aspecto brilhoso apresentando alimento ainda
parcialmente digerido, perda de peso progressiva, pelos opacos e vômitos
ocasionais. Dentre os exames realizados, procedeu-se ultrassonografia
abdominal, exame de fezes, hemograma e bioquímica sérica. Após a
investigação clínicalaboratorial, o diagnóstico sugerido foi de insuficiência
pancreática exócrina em função de atrofia acinar pancreática.
(A) pré-renal
(B) renal
(C) de desidratações
(D) pós-renais
GABARITO
140
Urinálise
Efusão
Pâncreas
Paratireoide
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Material produzido por Andressa Aparecida Corrêa | @resuvet_
Anotações
148
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Anotações
149
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Anotações
150
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BÔNUS
técnicas de laboratótio
URINÁLISE 152
EXAME FÍSICO
O que avalia: cor, odor, aspecto e densidade.
↝ Densidade: medida no refratômetro.
↳ adicionar 1 gota de água destilada para zerar,
limpar com gaze e depois pingar 1 gota de urina
(amostra).
↳ pressione a tampa transparente e arrume o
foco do refratômetro para conseguir visualizar.
EXAME QUÍMICO
Célula de
epitélio renal
Epitélio de Célula de
descamação bexiga
Cilindro
granuloso
célula de
pelve renal
UREIA 155
AMOSTRA
▹Plasma (fluoreto, oxalato, heparina, EDTA)
▹Urina (inconveniente do volume em 24 hrs.)
▹Soro: somente as amostras soro e plasma
podem ser conservadas por 12 hrs entre 15-25 ̊C
ou podem ficar por 7 dias entre 2- 8 ̊C.
MATERIAIS
▹Espectrofotômetro;
▹Kit para dosagem de ureia;
▹Pipetas graduadas de vidro: 1,0 mL
▹Pipetas semi-automáticas: 10,0 µL
▹Cubetas/Tubos de ensaio;
▹Banho-maria à 37 ̊C;
▹Timer;
▹Calculadora
▹Preparo dos Reagentes
AMOSTRA
▹Plasma (fluoreto, oxalato, heparina, EDTA)
▹Urina (inconveniente do volume em 24 hrs.)
▹Soro: somente as amostras soro e plasma
podem ser conservadas por 12 hrs entre 15-25 ̊C
ou podem ficar por 7 dias entre 2- 8 ̊C.
MATERIAIS
▹Espectrofotômetro;
▹Kit para creatinina;
▹Pipetas graduadas: 1,0 e 2,0 mL
▹Pipetas semi-automáticas: 100 e 250µL
PLASMA:
↪ Normal: apricó/incolor
↪ Lipemia: branco
↪ Rosado: hemólise
↪ Icterícia: amarelo
Importante: o hematócrito também é conhecido
por VG – Volume Globular.
PROTEÍNA PLASMÁTICA TOTAL 158
COMO REALIZAR
1 – Homogeneizar a amostra.
2 – Pingar 1 gota da amostra de sangue na lâmina sobre o balcão.
3 – Posicione a lâmina extensora à frente da gosta de sangue (angulo de
30° a 45°).
4 – Deixe o sangue preencher a extremidade da lâmina extensora.
5 – Mova a lâmina extensora de forma precisa até a extremidade oposta.
↪ o esfregaço sanguíneo deve cobrir ¾ da lâmina.
6 – Deixe secar e em seguida core as lâminas.
CHEGAMOS AO FIM DA APOSTILA
Foram muitas páginas de aprendizado e espero que a apostila
tenha ajudado nos seus estudos e tenha descomplicado a
patologia clínica.
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Não se esqueça que a apostila não substitui os livros, ela é um
roteiro para você seguir. Não deixe de pesquisar mais
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