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Material sem identificação não têm nenhum valor e é desprezado. Devem constar da
identificação do material:
Identificação do material (rótulo) deverá ser feita com lápis que não borra no caso de
umedecimento acidental do rótulo. Deixar claro na embalagem mais externa o
indicativo de material biológico com possível contaminação. Para colheita,
armazenamento e remessa das amostras (frascos, plásticos e outros) utilizar sempre
embalagens limpas e secas. Prevenir vazamento (lacrar com fita adesiva) e perda de
material e inutilização do laudo e da identificação.
Todas as amostras deverão ser colhidas no menor espaço de tempo após o óbito do
animal. Na dúvida, refrigeração (entre 1 e 50 C) é a melhor forma de armazenamento
para diversas finalidades (exames), mas apenas por períodos reduzidos. A refrigeração
permite o uso posterior de outros conservadores. O uso de seringas estéreis e
descartáveis constitui uma forma simples e prática de coleta e armazenamento por
tempo limitado de amostras.
Durante necropsia retirar três ou mais fragmentos da lesão (região central e do limite da
lesão junto com o limite da área não afetada-área de transição) de 0,5 a 1,0 cm de
espessura e acondicionar em frasco de boca larga em formol tamponado neutro 10%. No
caso de órgãos tubulares retirar um fragmento que inclua a circunferência completa, um
anel, de amostra. Tomar cuidado para não comprimir ou esmagar o tecido. O volume do
formol deverá ser no mínimo dez vezes o volume dos fragmentos e de preferência
preencher todo o frasco. Envolver os tecidos que tendem a flutuar (pulmão, medula
óssea) com gaze ou algodão. O tempo de fixação é de 1 a 2 horas para cada milímetro
de espessura do tecido. Para transporte excesso de formol pode ser descartado somente
após 24 horas de fixação para amostras menores de 3 cm e 48 horas para maiores de 3
cm (SNC). Congelamento de amostras impede a obtenção de secções histológicas
adequadas para exame.
Para preparar um litro de solução de formol a 10%, use 100 ml de formaldeído (35-
40%) e 900 ml de água de torneira.
Existe uma confusão freqüente entre aldeído fórmico (ou formaldeído) e formalina comercial (ou formol).
Formaldeído é um gás com o qual se prepara uma solução aquosa 35-40%. Esta solução constitui a
formalina comum. O termo formalina refere-se, portanto, à apresentação comercial da solução de
formaldeído. Assim, formol (ou formalina) a 10% representa uma solução preparada misturando-se 10 ml
de formalina comercial (formaldeído 35-40%) com 90 ml de água.
O formol tamponado fornece uma fixação com resultados melhores, mas não é essencial
pois permite um exame histológico aceitável. O formol não tamponado leva á formação
de hematina (pontos escurecidos, particularmente em vasos sanguíneos), um artefato de
técnica.
Observações específicas:
Para histopatologia, de forma ideal todo o encéfalo deverá ser imerso em formol
e a secção para obtenção de fragmentos realizada 24 horas após a fixação inicial.
Pode-se utilizar formol a 20% para o SNC.
Imunohistoquímica
Fragmentos de 5 mm fixados 8 a 12 horas em formol tamponado e depois armazenados
em álcool 700 GL.
Microscopia eletrônica
Fixação de fragmentos diminutos em glutaraldeído 3%
Urina para exame do sedimento e cultura: colhida por cateterismo ou punção da bexiga
com agulha e seringa esterilizadas. Se a suspeita for leptospirose, alcalinizar a urina
com bicarbonato de sódio para facilitar a preservação das leptospiras.
Leite mamítico ou não: assepsia prévia das tetas e mão do ordenhador (lavar com água
e sabão e depois desinfectar com álcool 70%) e uso de frasco esterilizado para cada teta.
Desprezar os jatos iniciais.
Raspado de pele:
1. Para pesquisa de ectoparasitos e fungos deve-se fazer uma boa assepsia no pêlo
do animal utilizando álcool 700 (não esfregar) devido á presença de
microorganismos saprófitas que podem interferir no resultado do exame;
2. Para colheita de material de pele em animais de pêlos longos, realizar tricotomia
parcial, deixando os pêlos com no máximo 0,5 a 1,0 cm de comprimento. Incluir
na amostra pêlos partidos associados á lesões, pêlos íntegros retirados do centro
dos folículos com pinça hemostática, unhas e descamação;
3. O raspado deve ser profundo e realizado na periferia da área lesionada quando
esta for descamativa. Quando a suspeita é de sarna demodécica, deve-se
comprimir fortemente a pele com os dedos para remover com a amostra os
ácaros que se localizam profundamente na pele. No caso de micose, arrancar
pêlos da periferia da lesão junto com o raspado.
4. Obter raspados de diversas lesões utilizando lâmina de bisturi
5. As amostras podem ser armazenadas em frascos ou placas de Petri bem vedados
ou em uma lâmina limpa, cobrir com outra lâmina fixando as duas com
esparadrapo.
Exame toxicológico:
Enviar no mínimo 100gr das seguintes amostras de acordo com a suspeita resfriados
(em gelo) ou congelados no interior de sacos plásticos ou frascos bem limpos:
Estômago, fechado com ligaduras á altura do cárdia e piloro;
Intestino delgado e grosso devidamente ligados (inteiros ou segmentos);
Fígado, baço, coração e vasos da base; pulmões; rins, cérebro e medula,
músculos e sangue (5 ml) com anticoagulante-heparina (1mg/5 ml), uma
véretebra;
Bexiga, devidamente ligada na uretra proximal e ureteres ou 50 ml de urina
As amostras não devem ser lavadas para evitar perda de substâncias ou contaminação.
Suspeita(s) da(s) substância(s) química(s) responsáveis pela intoxicação/envenenamento
devem ser relatadas. Havendo envolvimento judicial, as embalagens devem ser lacradas
sob visão de testemunha para o envio.
100 gr de ração milho ou feno com suspeita de contaminação devem ser enviados
refrigerados ou congelados.
Exame botânico:
Molecular (PCR): -70 0C, em nitrogênio líquido, resfriado, álcool 70% ou álcool
isopropílico
Doenças específicas
Clostridioses (Lobato et al., 2006): deve-se proceder á necropsia pouco tempo após a
morte do animal, ou, de preferência, quando o animal ainda está em estado agônico,
pois a maioria dos clostrídeos invadem a carcaça rapidamente após a morte, mascarando
o quadro. Materiais de eleição e técnicas utilizadas no diagnóstico estão discriminados
na tabela a seguir.
Bibliografia
Sartin, E.A.; Spano, J. S.; Hathcock, T.L., 1999. A practitioner`s guide to necropsy.
Compendium (small animal/exotics). October, 21 (10): 954-960.