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COLETA E REMESSA DE MATERIAL NA NECROPSIA

Identificação do material colhido:

Material sem identificação não têm nenhum valor e é desprezado. Devem constar da
identificação do material:

1. identificação do paciente (espécie, raça, nome, idade e sexo);


2. procedência e suspeita;
3. local da biópsia;
4. modo de obtenção (punch, biópsia incisional, biópsia excisional, peça
cirúrgica);
5. laudo anatomopatológico;
6. número de amostras coletadas;
7. informes clínicos.

Identificação do material (rótulo) deverá ser feita com lápis que não borra no caso de
umedecimento acidental do rótulo. Deixar claro na embalagem mais externa o
indicativo de material biológico com possível contaminação. Para colheita,
armazenamento e remessa das amostras (frascos, plásticos e outros) utilizar sempre
embalagens limpas e secas. Prevenir vazamento (lacrar com fita adesiva) e perda de
material e inutilização do laudo e da identificação.

Todas as amostras deverão ser colhidas no menor espaço de tempo após o óbito do
animal. Na dúvida, refrigeração (entre 1 e 50 C) é a melhor forma de armazenamento
para diversas finalidades (exames), mas apenas por períodos reduzidos. A refrigeração
permite o uso posterior de outros conservadores. O uso de seringas estéreis e
descartáveis constitui uma forma simples e prática de coleta e armazenamento por
tempo limitado de amostras.

Material na necropsia pode ser colhido para:


 Histopatologia
 Citologia
 Imunohistoquímica
 Microscopia eletrônica
 Microbiologia
 Parasitologia
 Sorologia
 Toxicologia
 Hematologia
 Urinálise
 Identificação de células e sedimentos
 Diagnóstico Molecular
Histopatologia

Durante necropsia retirar três ou mais fragmentos da lesão (região central e do limite da
lesão junto com o limite da área não afetada-área de transição) de 0,5 a 1,0 cm de
espessura e acondicionar em frasco de boca larga em formol tamponado neutro 10%. No
caso de órgãos tubulares retirar um fragmento que inclua a circunferência completa, um
anel, de amostra. Tomar cuidado para não comprimir ou esmagar o tecido. O volume do
formol deverá ser no mínimo dez vezes o volume dos fragmentos e de preferência
preencher todo o frasco. Envolver os tecidos que tendem a flutuar (pulmão, medula
óssea) com gaze ou algodão. O tempo de fixação é de 1 a 2 horas para cada milímetro
de espessura do tecido. Para transporte excesso de formol pode ser descartado somente
após 24 horas de fixação para amostras menores de 3 cm e 48 horas para maiores de 3
cm (SNC). Congelamento de amostras impede a obtenção de secções histológicas
adequadas para exame.

Biópsias: Para obtenção de biópsias retirar fragmentos com no mínimo 0,3 cm de


espessura e 0,4 cm de profundidade de preferência do limite da lesão contendo tanto a
lesão como a área não afetada. Nas biópsias por excisão (exérese de toda a lesão) de
neoplasias cutâneas incluir margens de segurança com no mínimo 0,2 cm na biópsia
para permitir a correta secção dos fragmentos e avaliação adequada das margens da
lesão, particularmente quanto á invasividade da neoplasia.

Para preparar um litro de solução de formol a 10%, use 100 ml de formaldeído (35-
40%) e 900 ml de água de torneira.

Existe uma confusão freqüente entre aldeído fórmico (ou formaldeído) e formalina comercial (ou formol).
Formaldeído é um gás com o qual se prepara uma solução aquosa 35-40%. Esta solução constitui a
formalina comum. O termo formalina refere-se, portanto, à apresentação comercial da solução de
formaldeído. Assim, formol (ou formalina) a 10% representa uma solução preparada misturando-se 10 ml
de formalina comercial (formaldeído 35-40%) com 90 ml de água.

O formol tamponado fornece uma fixação com resultados melhores, mas não é essencial
pois permite um exame histológico aceitável. O formol não tamponado leva á formação
de hematina (pontos escurecidos, particularmente em vasos sanguíneos), um artefato de
técnica.

FORMALINA TAMPONADA pH = 7,0


Formaldeído 40%* ................................. 550 ml (100 ml)
Na2HPO4 (anidro) .................................. 32,5 g (6,5 g)
NaH2PO4.H2O ....................................... 20,0 g (4 g)
Água destilada ...................................... 4500 ml (900 ml)
______________________
5 litros 1 litro
Coleta de amostras do SNC

Recomendações gerais: as doenças do sistema nervoso central (SNC) frequentemente


não apresentam lesões óbvias á necropsia. Por este motivo, o histórico clínico e a coleta
adequada de amostras para exames complementares se tornam imprescindíveis.

Observações específicas:

 Se o material for destinado ao exame histológico, é extremamente importante


que o manuseio do tecido nervoso ainda não-fixado seja o mínimo possível. O
manuseio do tecido nervoso não-fixado causa artefatos que prejudicam a
avaliação histológica das lesões.

 Para histopatologia, de forma ideal todo o encéfalo deverá ser imerso em formol
e a secção para obtenção de fragmentos realizada 24 horas após a fixação inicial.
Pode-se utilizar formol a 20% para o SNC.

 Tanto quanto possível, o exame macroscópico sistemático do encéfalo deve ser


feito no órgão já fixado no formol. Isso facilita a seleção de áreas apropriadas
para o diagnóstico de doenças específicas e permite que se determine a
distribuição das lesões (i.e. bilatérias, simétricas, focais, multifocais, na
substância branca, na substância cinzenta).

 O material para exames virológicos e bacteriológico deve ser colhido antes da


fixação do encéfalo no formol. Por outro lado, o congelamento torna o encéfalo
inadequado para o exame histológico. Como muitos casos necessitam dos três
tipos de exame, um meio termo deve ser alcançado.

 Para bacteriologia e/ou virologia resfriar ou congelar: fatia de 0,5 cm de


espessura do cerebelo, 2,5 cm da medula cervical, 1 cm do tálamo, metade
caudal de um dos hemisférios telencefálicos, para raiva adicionar o gânglio
trigeminal.

 Para diagnóstico de raiva (imunofluorescência prova biológica-inoculação em


camundongos ou células) o material a ser enviado deverá ser refrigerado
acondicionado em frasco com tampa ou dupla embalagem plástica,
hermeticamente fechado e colocado em caixa isotérmica contendo gelo
reciclável para manter a temperatura de 2 a 4 C0. A embalagem externa deverá
ter um símbolo de risco biológico e uma etiqueta com os dizeres: URGENTE,
MATERIAL BIOLÓGICO PERECÍVEL. Sobre a tampa deverá ser afixado o
formulário único de requisição dos exames para síndromes neurológicas
preenchido. A amostra deve ser enviada ao laboratório preferencialmente até 24
horas após a colheita. O laboratório deverás ser previamente informado do envio
e horário de chegada da amostra. O material só deverá ser congelado se o tempo
destinado ao envio for muito longo (acima de 48 horas). Reter amostras do SNC
para exame histopatológico. A retirada do SNC para exames laboratoriais está
detalhado nos manuais do Ministério da Agricultura. Na dúvida refrigerar e
encaminhar a metade do SNC para exame de raiva e fixar a outra metade em
formol para exame histopatológico.
Citologia

O exame citológico apresenta como característica principal a rapidez do diagnóstico,


quando comparado ao exame histopatológico e por necessitar de pequena quantidade de
material. Sua desvantagem é não permitir a visualização da arquitetura do órgão e,
portanto, deve ser considerada uma tentativa de antecipar o diagnóstico. É indicada
particularmente para diferenciar processos inflamatórios agudos ou crônicos e
neoplásicos benignos e malignos.

Utilizar sempre lâminas limpas e desengorduradas em álcool comum. Após a colheita


do material as lâminas devem ser fixadas ao ar, conservadas em temperatura ambiente,
identificadas em adesivo ou esparadrapo e enviadas ao laboratório em no máximo 48
horas juntamente com as informações relacionadas. Se houver demora maior para o
envio, fixar o material em álcool metílico ou metanol por 3 a 5 minutos.

Métodos: punção aspirativa, impressões (claps ou imprints) e esmagamento (squash).


Para imprints colher um fragmento de 1-2 cm do órgão ou nódulo a ser examinado,
fazer várias impressões preliminares sobre um papel toalha para retirar o excesso de
sangue e em seguida fazer a impressão sobre a lâmina. A técnica do esmagamento
consiste em colocar uma lâmina sobre a outra perpendicularmente e comprimir e
espalhar entre elas uma amostra de 0,2 cm do material a ser examinado, como em um
esfregaço.

Imunohistoquímica
Fragmentos de 5 mm fixados 8 a 12 horas em formol tamponado e depois armazenados
em álcool 700 GL.

Microscopia eletrônica
Fixação de fragmentos diminutos em glutaraldeído 3%

Microbiológico: Material pode ser coletado de animais vivos ou recentemente mortos e


e remetidas ao laboratório resfriados (caixas de isopor com gelo). É aconselhável obter
amostras das bordas das lesões onde a multiplicação bacteriana é mais ativa. Os
espécimes devem ser coletados em assepsia estrita, para evitar contaminação. Amostras
de animais com tratamento recente com antibióticos têm pouco valor no isolamento de
bactérias. Sempre que possível deve ser enviado ao laboratório quantidade satisfatória
de material como vários milímetros de pus, exsudato, fezes ou sangue. De abscessos
coletar pus da periferia, o centro é muitas vezes estéril. Sugerimos para tal utilizar
seringas descartáveis estéreis e eventualmente acondicionar depois o material em
frascos estéreis. O envio de material em zaragatoa (swab) estéril contactadas com
secreções suspeitas e imediatamente acondicionadas em recipiente estéril (tubo) pode
ser utilizado mas o material desseca tornando inviáveis vários patógenos. Fragmentos
de tecidos podem ser colhidos em com auxílio de instrumentos estéreis e cuidados
descritos anteriormente.
Para cultura de anaeróbios: muito cuidado pois não sobrevivem mais de 20 minutos à
exposição ao oxigênio. A coleta não deve ser feita após quatro horas da morte do animal
por causa da rápida invasão de microorganismos anaeróbios do trato intestinal.
Zaragatoas não prestam para o isolamento de microorganismos anaeróbios. Enviar
blocos de 4 cm3 em frascos estéreis ou líquidos na própria seringa inicialmente estéril e
sem ar. Em doenças sistêmicas pode ser coletado osso do animal (úmero ou fêmur) de
preferência sem os tecidos moles. Em casos de enterotoxemia pode ser coletado um
segmento de 30 a 40 cm do íleo fechado nas extremidades com barbante.

Virologia: Coletado apenas em animais recentemente mortos e em material resfriado


(em cama de gelo) alternativamente imerso em solução aquosa (água destilada) de
glicerina a 50%. Espécimes fixados por acetona, éter, formalina e outros não são
utilizáveis para o isolamento viral.

Sangue para obtenção de soro, hematologia ou hemocultura: sangue deve ser


puncionado diretamente do coração, antes da abertura do mesmo, com agulha e seringa
esterilizadas (sem anticoagulante para bacteriologia e provas sorológicas, heparinizado
para virologia). Possível apenas em animal recém-morto.

Urina para exame do sedimento e cultura: colhida por cateterismo ou punção da bexiga
com agulha e seringa esterilizadas. Se a suspeita for leptospirose, alcalinizar a urina
com bicarbonato de sódio para facilitar a preservação das leptospiras.

Líquido cefalorraquidiano (líquor): para isolamento de microorganismos colhido


assepticamente no espaço lombossacral com agulha de 6 a 8 cms. O local de coleta deve
ser previamente lavado com água e sabão e feita a assepsia com álcool 70%. Um
volume de 5 ml deve ser coletado. Pela ausência de nutrientes os microorganimos
permanecem viáveis por pouco tempo no líquor. Por este motivo a amostra deve ser
enviada ao laboratório com urgência. Citologia pode também ser realizada com liquor.

Fezes: colhidos diretamente do reto ou imediatamente após defecação da porção central


do bolo com uma espátula. Para exame bacteriológico coletar no mínimo dois gramas.

Leite mamítico ou não: assepsia prévia das tetas e mão do ordenhador (lavar com água
e sabão e depois desinfectar com álcool 70%) e uso de frasco esterilizado para cada teta.
Desprezar os jatos iniciais.

Feto abortado: remete-lo resfriado junto com a placenta

Ossos: metacarpianos ou metatarsianos desarticulados e descarnados de animal recém-


morto, acondicionado em saco plástico e gelo ou em pacotes com cal, sal ou cinza. O
osso não deve ser quebrado ou serrado, pois a exposição da medula leva a
contaminações secundárias.

Raspado de pele:

1. Para pesquisa de ectoparasitos e fungos deve-se fazer uma boa assepsia no pêlo
do animal utilizando álcool 700 (não esfregar) devido á presença de
microorganismos saprófitas que podem interferir no resultado do exame;
2. Para colheita de material de pele em animais de pêlos longos, realizar tricotomia
parcial, deixando os pêlos com no máximo 0,5 a 1,0 cm de comprimento. Incluir
na amostra pêlos partidos associados á lesões, pêlos íntegros retirados do centro
dos folículos com pinça hemostática, unhas e descamação;
3. O raspado deve ser profundo e realizado na periferia da área lesionada quando
esta for descamativa. Quando a suspeita é de sarna demodécica, deve-se
comprimir fortemente a pele com os dedos para remover com a amostra os
ácaros que se localizam profundamente na pele. No caso de micose, arrancar
pêlos da periferia da lesão junto com o raspado.
4. Obter raspados de diversas lesões utilizando lâmina de bisturi
5. As amostras podem ser armazenadas em frascos ou placas de Petri bem vedados
ou em uma lâmina limpa, cobrir com outra lâmina fixando as duas com
esparadrapo.

Exame toxicológico:

Enviar no mínimo 100gr das seguintes amostras de acordo com a suspeita resfriados
(em gelo) ou congelados no interior de sacos plásticos ou frascos bem limpos:
 Estômago, fechado com ligaduras á altura do cárdia e piloro;
 Intestino delgado e grosso devidamente ligados (inteiros ou segmentos);
 Fígado, baço, coração e vasos da base; pulmões; rins, cérebro e medula,
músculos e sangue (5 ml) com anticoagulante-heparina (1mg/5 ml), uma
véretebra;
 Bexiga, devidamente ligada na uretra proximal e ureteres ou 50 ml de urina

As amostras não devem ser lavadas para evitar perda de substâncias ou contaminação.
Suspeita(s) da(s) substância(s) química(s) responsáveis pela intoxicação/envenenamento
devem ser relatadas. Havendo envolvimento judicial, as embalagens devem ser lacradas
sob visão de testemunha para o envio.

100 gr de ração milho ou feno com suspeita de contaminação devem ser enviados
refrigerados ou congelados.

Exame botânico:

No caso de suspeita de intoxicações botânicas. Pesquisar no conteúdo gastro-intestinal


partes não digeridas e sementes das plantas. Procurar no pasto ou ambientes em geral
plantas suspeitas. No caso de plantas de pequeno porte retirar toda a planta (raiz, caule,
folhas, flores e frutos). Das plantas de porte maior colher ramos de 20 a 30 cm com
folhas, frutos, flores e sementes. Desidratar e prensar o material em folhas de jornal sob
peso (pilhas de livros) por dois dias e trocando o 5 a 6 vezes. Enviar as amostras secas
em jornal recoberto com papelão grosso.

Molecular (PCR): -70 0C, em nitrogênio líquido, resfriado, álcool 70% ou álcool
isopropílico
Doenças específicas

Leishmaniose visceral canina: diagnósticos por sorologia, exame parasitológico por


observação direta do parasita e reação em cadeia da polimerase (PCR).
1. Sorologia: limitados a estudos epidemiológicos pela presença de falsos positivos
e não distinção de animais vacinados de doentes;
2. Exame parasitológico: exame citológico com pesquisa de Leishmania em
aspirado de medula óssea, de linfonodos ou baço. Na prática linfonodos são
mais usados;
3. Amostras: punção de linfonodo (material de eleição), medula óssea (volume
total do aspirado), 5 ml de sangue total em EDTA (não colher em heparina pois
inibe o PCR), punção esplênica e hepática, material de biópsia. Enviar material
em tubo ou frasco estéreis. Material de biópsia deve ser imerso em solução
fisiológica estéril, congelado e enviado em gelo seco em até 48 horas após a
coleta. Sangue periférico pode ser mantido refrigerado e exsudatos em lâminas á
temperatura ambiente.

Clostridioses (Lobato et al., 2006): deve-se proceder á necropsia pouco tempo após a
morte do animal, ou, de preferência, quando o animal ainda está em estado agônico,
pois a maioria dos clostrídeos invadem a carcaça rapidamente após a morte, mascarando
o quadro. Materiais de eleição e técnicas utilizadas no diagnóstico estão discriminados
na tabela a seguir.

Tabela. Materiais de eleição e critério diagnóstico das clostridioses animais

Clostridiose Material de eleição critério para diagnóstico


Botulismo 250g de conteúdo intestinal, conteúdo Letalidade dos espécimes
rumenal e fragmentos de fígado, bem clínicos para camundongos,
como 20 ml de soro sangüíneo e de com posterior neutralização
água parada, em frascos estéreis. com antissoros específicos.
Tétano ---- Sinais clínicos da doença
Carbúnculo Fragmentos de músculo lesado e Isolamento, detecção do
sintomático e refrigerado e em formol 10% agente por
gangrena imunofluorescência direta,
gasosa PCR e imunohistoquímica.
Enterotoxemia 50 ml de conteúdo intestinal em Isolamento do agente
frascos estéril e cérebro inteiro em associado á detecção de
formol 10% toxina épsilon e
histopatologia do cérebro

Bibliografia

Anilton César Vasconcelos. Necropsia e conservação de espécimes para laboratório.


Cadernos técnicos da Escola de Veterinária da UFMG, n.16. p1-86, julho, 1996.

Barros, C. S.L.; Marques, G.H.F.M., 2004. Procedimentos para o diagnóstico das


doenças do sistema nervoso Central de bovinos. MAPA/DAS/DDA pp.48.

Controle da raiva dos herbívoros. Manual técnico-2005. Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento. Pp.103.

Instituto Hermes Pardini, Divisão Veterinária – folhetos explicativos


Lobato, F.C.F.; Assis, R.A.; Salvarani, F.M., 2006. Principais clostridioses na
bovinocultura leiteira. Revista técnica de bovinocultura de leite. Ano 1- número 3,
junho de 2006, p. 38-44.

Sartin, E.A.; Spano, J. S.; Hathcock, T.L., 1999. A practitioner`s guide to necropsy.
Compendium (small animal/exotics). October, 21 (10): 954-960.

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