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Guia de colheita de amostras

biológicas em Tamanduá bandeira


(Myrmecophaga tridactyla)

Elaborado por: Flávia Miranda/ Projeto Tamanduá


Adaptação “ Guia de saúde para jaguar” – WCS
Dr. Sharon L. Deem & Dr William B.Karesh
Colheita da amostras:
Exames Físicos – Para iniciarmos a colheita é de suma
importância que o tamanduá seja clinicamente avaliado.
Exames de rotina como auscultação cardíaca, respiratória,
avaliação de temperatura e palpação devem ser realizadas.

Amostras de Sangue:
As amostras de sangue devem ser coletadas com o animal
sedado e após a monitoração inicial. A equipe deve estar
segura e previamente treinada para o procedimento.
Colheita: As veias para a colheita de sangue em tamanduá
Bandeira incluem as veias safenas medial e lateral, veia
cefálica , jugular (a colheita deve ser realizada com cuidado
para não causar injuria na glândula salivar) e veia caudal. A
seringa e calibre da agulha dependerão da veia que for
acessada para se fazer à colheita. Geralmente, o tamanho da
agulha deve variar entre a 20X5,5 até a 30X8 e as seringas
devem ser de 5 ou 10 ml.
Hemograma:
O sangue deve ser imediatamente transferido para os tubos
de tampa vermelha que não contém anticoagulante e os
tubos de tampa roxa que contém EDTA. Uma vez que o
sangue seja colocado nos tubos de tampa roxa, estes devem
ser levemente invertidos algumas vezes para misturar o
sangue com o anticoagulante. Isto ajudará a evitar que o
sangue coagule. Os tubos de tampa vermelha devem ser
mantidos em temperatura ambiente e os tubos de tampa roxa
são mais bem conservados sob refrigeração. (caixa térmica
com gelo).

Soroteca:
O sangue de ambos os tubos deve ser centrifugado até 4
horas após a coleta para separar as frações do sangue. O
material deve centrifugado a 3.500 rpm por 10 minutos e o
soro separado deve ser colocado em criotubos para
estocagem prolongada. Criotubos devem ser estocados
congelados, de preferência em nitrogênio líquido, mas podem
ser alternativamente conservados no gelo.

Laminoteca: Esfregaços de sangue. As lâminas de esfregaço


devem secar ao ar livre e serem fixadas com o fixador
apropriado. (Além disso, a qualidade dos esfregaços será
melhor se eles forem corados no campo). As lâminas devem
ser colocadas em um recipiente protetor e armazenado a
temperatura ambiente.

Transporte – O soro e o plasma devem ser transportados em


nitrogênio líquido ou em gelo seco para se ter certeza de que
permaneçam congelados. As lâminas podem ser
transportadas em temperatura ambiente.

*** Genética: Importante armazenar 2 gotas de sangue


eppendorf com solução de álcool absoluto 1:1

Amostras de Fezes: devem ser coletadas de todos os animais


sempre - durante a imobilização, diretamente de fezes frescas
encontradas no campo e de carcaças frescas.
Coleta: Em tamanduás vivos imobilizados, as fezes devem ser
coletadas diretamente do reto do animal usando-se uma luva,
e depois colocadas em meio apropriado em uma embalagem
herméticas
Estocagem: As fezes podem ser estocadas em uma variedade
de meios, dependendo de que tipo de teste diagnóstico será
feito. As fezes devem ser colocadas em: formalina 5% para
pesquisa de ovos de parasitas e identificação de larvas. Fezes
adicionais podem ser colocadas em álcool 70 - 95%.
Container criogênico vazio: Esta amostra deve ser mantida
congelada em nitrogênio líquido ou gelo seco. Isto pode ser
usado para testar os níveis hormonais da reprodução e do
stress, e isolamento de vírus.
Transporte: Amostras de fezes devem ser transportadas nos
containers citados acima, como se segue: as. fezes em
formalina e álcool devem ser transportadas em temperatura
ambiente. Fezes em containers criogênicos devem ser
transportadas congeladas tanto em nitrogênio líquido como
em gelo seco.
Ectoparasitas: As amostras devem ser coletadas de
tamanduás vivos imobilizados, como também de carcaças
frescas.
Coleta: Carrapatos e outros ectoparasitas devem ser retirados
manualmente, usando-se luvas. Deve-se ter o máximo de
cuidado para coletar o carrapato sempre girando em sentido
anti- horário. Os carrapatos geralmente se fixam ao redor das
orelhas, na região da virilha e axilas.
Estocagem – Colocar todos os ectoparasitas em embalagens
herméticas com álcool etílico 70 - 95 % e manter em
temperatura ambiente. Fêmeas ingurgitadas devem ser
armazenadas em potes plásticos com furos e com substrato
de gramas levemente umidecidos.

Transporte: Todos os ectoparasitas podem ser transportados


nos containers citados acima em temperatura ambiente.
(animais vivos)
Hemoparasita:
Uma amostra de sangue deve ser coletada de uma veia
periférica da orelha do animal para se preparar esfregaços de
sangue para a identificação de hemoparasitas. Esta amostra
deve ser coletada usando-se uma agulha esterilizada.

Amostras de Pêlos:
Devem ser coletadas de tamanduás vivos imobilizados, bem
como de carcaças.
Coleta:Amostras de pêlos podem ser arrancadas com o auxílio
de pinças,com os dedos . É necessário arrancar o pelo pois
dessa maneira ele será mais útil nos estudos genéticos.
Estocagem: Amostras de pelos devem ser colocadas em
envelopes de papel secos e vazios e armazenadas em
temperatura ambiente.
Transporte:As amostras de pelos devem ser transportadas em
temperatura ambiente nos recipientes citados acima. Os
envelopes devem estar devidamente identificado.

Citologia vaginal:
Devem ser coletados de animais vivos e imobilizados.
Coleta: Swabs estéreis devem ser introduzidos e em
movimentos leves de rotação no teto da vagina a colheita é
realizada, importante realizar uma limpeza local de vulva
antes da colheita.
Estocagem: Lâminas devem ser preparadas , com o imprint
do swab e fixadas na mistura de álcool 70% e éter ( 1:1)
Transporte: Após fixadas com a substância química as
lâminas devem ser transportadas em caixas próprias de
lâminas de vidro.
Swab retal para microbiologia:
Realizar o procedimento com animais vivos e imobilizados.
Coleta: Realizar a higienização ao redor do ânus, através da
fricção de algodão embebido em solução antisséptica e
introduzir “swab” no orifício anal de forma a contatar a
mucosa retal, fazendo movimentos circulares durante 10
segundos,
Estocagem: Colocar o “swab” em meio de Stuart .
Transporte: Enviar o swab em 48-72 horas, acompanhado da
ficha em anexo. O ideal é que este material seja mantido e
enviado ao laboratório sob refrigeração.

“swabs” óticos para a pesquisa de Malassezia em condutos


auditivos:
O animal deve estar vivo e devidamente imobilizado.
Coleta: Realizar limpeza prévia do meato acústico externo
com algodão embebido em solução de álcool-éter (1:1).
Colher separadamente “swabs” do cerúmen dos ouvidos
direito e esquerdo, através da passagem destes contra as
paredes dos condutos auditivos externos.
Estocagem:Após a colheita, recolocar os materiais nas
embalagens,
Transporte: Fechar com fita adesiva e enviar ao laboratório de
diagnóstico em até 48-72 horas. Ideal manter em
refrigeração.

Pesquisa de dermatófitos, através da colheita de material de


pelame.
Coleta: Friccionar em faixas paralelas no dorso do animal
quadrados de carpete estéreis, de 5 centímetros de lado
(Técnica de colheita – Mariat & Adam-Campos).
Se o animal apresentar qualquer lesão sugestiva de
dermatofitose as áreas escolhidas para colheita deverão ser
as áreas lesionadas e sua periferia e essas informações
deverão ser anotadas e enviadas junto com o material
colhido.
Estocagem: Após a colheita, reembrulhar o carpete
imediatamente em seu respectivo envoltório.
Transporte: Enviar ao laboratório de diagnóstico em até 7
dias (o ideal é o envio em até 72 horas). Este material pode
ser mantido em nenhum meio de transporte ou refrigeração.
Dados biométricos
Coleta: As medidas devem ser coletada conforme a ficha do
em anexo.
BIOMETRIA
Circunferência total de cabeça (cm)
Circunferência total de focinho (cm)
Comprimento total de orelha (cm)
Circunferência de torax (cm)
Comprimento Total da Cabeça (cm)
Comprimento Total do Corpo (cm)
Comprimento Total da Cauda (mm)
Comprimento total do Pé (mm)
Largura da almofada palmar (mm)
Comprimento Total da Garra (mm)
Fotos / Biometria

(1) comprimento total do corpo

(2) Circunferência total de focinho


(3) Largura da almofada palmar

(4) Comprimento de orelha


(5) Circunferência total de tórax- (1 cm abaixo dos membros anteriores/axila)
As amostras devem ser devidamente identificadas com:

Nome científico:
Número/ Marcação do animal:
Data: hora:
Amostra:
Sexo:

Enviadas para:

Flávia Miranda
Av: Água Fria 269, apt 133B
Ed Tatiana- Santana
São Paulo/SP
CEP 08313-000
flaviamiranda@yahoo.com
55+(11) 6950-6102
55+(11)8175-8009

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