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QUÍMICA

Coleta, Transporte, Armazenamento e Conservação de Materiais Biológicos


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COLETA, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DE


MATERIAIS BIOLÓGICOS

AMOSTRAGEM, COLETA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS BIOLÓGICOS

O que coletar? Onde? Como? Quanto? Armazenamento? Conservação?

Qual material biológico coletar?

• A escolha da amostra deve ser orientada pelo histórico do caso.

É importante ressaltar que as amostras biológicas, geralmente, são provenientes do Ins-


tituto Médico Legal (IML).

• Naqueles casos sem histórico, opta-se por uma coleção de amostras que possibilitem
o achado de praticamente 100% dos toxicantes envolvidos em intoxicações agudas.

Onde coletar?

• Em casos com histórico, orienta-se a coleta de acordo com conhecimentos toxicociné-


ticos e toxicodinâmicos do analito.
• Em casos sem histórico → coleção de amostras.
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Sangue (In vivo)

• Coleta por punção na região antecubital do braço e pode ser feita com o uso de serin-
gas ou dispositivos para coleta a vácuo;

Assepsia do local da punção com soluções não alcoólicas, sobretudo para detecção de
etanol e outros voláteis.

• Recomenda-se a coleta de 10 a 20 ml em recipiente contendo fluoreto de sódio (0,5 a


2,0%) como conservante;
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O volume de sangue coletado deve ocupar a maior parte do recipiente. Se for histórico de
compostos voláteis, preencher todo o frasco.
O uso de NaF auxilia na inibição da formação endógena de álcool, bem como a conver-
são de cocaína em éster de metilecgonina e de 6-acetilmorfina em morfina.
10m
Evitar o uso de frascos de policarbonato e de polimetilpentano, pois a evaporação de água
pelas paredes destes é maior do que frascos de polietileno, polipropileno, teflon ou vidro;
Caso seja análise de compostos voláteis, utilizar frascos de vidro e heparina de lítio como
anticoagulante. No entanto, esta não deve ser utilizada se a amostra for analisada mais tar-
diamente pois o efeito anticoagulante da heparina é de apenas alguns dias.
É importante ressaltar que para armazenar a amostra por um período de tempo maior,
não é recomendado o uso de heparina de lítio.

Sangue (post mortem)

• Vários autores sugerem a coleta de dois tipos de amostras de sangue: uma obtida da
cavidade cardíaca e a outra de vaso periférico calibroso (veia femoral ou subclávia);
• Recomenda-se coletar 25 ml de sangue de cavidade cardíaca, com adição de NaF, por
drenagem dos ventrículos;
• Sugere-se de 10 a 20 mL, com adição de NaF, de sangue periférico de vaso calibroso
coletado por punção percutânea;

Sempre que possível, realizar a coleta em duplicata.


As substâncias tóxicas geralmente apresentam concentrações mais altas no sangue car-
díaco. Este é a amostra de escolha para triagem toxicológica (ausência de urina).
15m
As amostras de sangue não devem ser coletadas por pressão de cortes feitos nos mem-
bros do cadáver.
Análise de manchas secas de sangue (dried blood spots, DBS) o que consiste em uma
pequena quantidade de sangue aplicada a um suporte sólido, no qual o sangue seca.

• Punção digital (coleta mais fácil e menos invasiva)


• Menor risco biológico
• Estabilidade dos analitos
• Necessidade de um aparelho analítico ultrassensível
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Urina (In Vivo)

• Quantidade recomendada de 25 a 100 mL preferencialmente por coleta de jato médio.


Preencher 2/3 da capacidade do frasco;

Cuidados para garantir a qualidade e integridade da amostra:


a. coleta assistida;
b. vítima deve lavar as mãos antes;
c. retirar sabões e fontes de água;
medir pH e temperatura (32 a 38 °C) da amostra o mais breve possível;
a. outros parâmetros (densidade e creatinina).
20m

Urina ( post mortem)

• Coletar toda a urina disponível via bexiga com seringa hipodérmica e preservá-la com
fluoreto de sódio.

Humor vítreo

• Coleta-se, em separado, de cada olho com agulha intraocular;


• Geralmente 2 a 3 mL conservados com NaF.

Fluido oral

• Pode ser coletado de forma não estimulada ou por estímulos externos;


• Coleta assistida e não invasiva
• Pode ser realizada com dispositivos como Omni-Sal®, OraSure® e Salivette®

Suor

• Utilizam-se dispositivos aprovados pela Food and Drugs Administration (FDA) os pat-
ches, disponíveis comercialmente como PharmChek® patches.
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Mecônio

• Coletado das fraldas por raspagem direta;


• Permanece estável por 24h em temperatura ambiente e pelo menos um ano sob
congelamento

Cabelo

• Recomenda-se a coleta na região do vértex posterior;


• Mecha interna cortada o mais próximo possível do couro cabeludo;
• Sugere-se coletar 200 mg;
• Orientação dos fios deve ser marcada do sentido da raiz (ou da parte mais inferior do
fio) para as pontas

Conteúdo estomacal

• Coleta-se todo o conteúdo disponível


25m

Tecidos

• Indica-se a coleta de cerca de 50 g;


• Não devem ser armazenadas em recipientes de vidro;
• Não se adiciona agentes fixantes;

Vale ressaltar que após a coleta de tecidos, não deverá adicionar agentes fixantes, tais
como o formol.

• Alguns exemplos: hepático (preferencialmente o lóbulo direito); cerebral (espécies quí-


micas lipofílicas – organoclorados ou voláteis); pulmonar (intoxicação por inalação –
voláteis ou vapor de metal), etc.
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AMOSTRAGEM. COLHEITA E CONSERVAÇÃO DO MATERIAL BIOLÓGICO


PARA ANÁLISE PERICIAL.

DIRETO DO CONCURSO

1. (PERITO CRIMINAL FARMÁCIA/RJ/IBFC/2013) A escolha correta da matriz bioló-


gica e a colheita das amostras são fundamentais para o sucesso da análise toxicológica. Por
esta razão, em um laboratório de análise forense, o perito responsável seguiu determina-
das orientações para a colheita de amostras biológicas. Assinale, dentre as opções abaixo,
aquela que contém a alternativa incorreta sobre os procedimentos a serem observados por
um perito forense.
a. Em análises toxicológicas post mortem, as amostras de sangue devem ser colhidas,
preferencialmente, por punção das veias subclávia e/ou femoral.
b. A heparina, um anticoagulante de ação prolongada, é recomendado para a conserva-
ção de amostras de sangue que forem analisadas mais tardiamente.
c. Em análises toxicológicas post mortem, deve-se coletar toda a quantidade disponível
de humor vítreo.
d. O sangue deve ser colhido em recipientes contendo fluoreto de sódio a 2%.
e. As amostras devem ser mantidas sob refrigeração a 4ºC (geladeira) para o armaze-
namento a curto prazo; para análises futuras, a temperatura deve ser de -20ºC.

COMENTÁRIO
Observa-se que alguns autores sugerem a coleta de dois tipos de sangue, sendo eles: o
cardíaco e o periférico, porém o comum é coletar o sangue através de punção das veias
subclávias e/ou femoral.
30m
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2. (PERITO CRIMINAL FARMÁCIA/RJ/IBFC/2013) Os avanços tecnológicos e científi-


cos são fundamentais para melhorar a capacidade de reunir evidências utilizadas na
solução de processos criminais ou civis no âmbito das ciências forenses. Entretanto,
estes avanços, por si só, não representam garantia que estas evidências serão aceitas
como prova pericial em juízo, razão pela qual a cadeia de custódia deve ser implemen-
tada nas análises forenses. Sobre a cadeia de custódia é correto afirmar que:
a. A cadeia de custódia refere-se à documentação que o laboratório preenche com o
propósito de rastrear todas as operações realizadas com cada amostra desde a sua
coleta até a chegada ao laboratório.
b. A cadeia de custódia externa se refere a um formulário que documenta a transferência da
amostra original desde a apreensão ou coleta, durante todo o transporte, até o laboratório.
c. A cadeia de custódia interna refere-se à documentação que registra todos os dados
referentes desde a chegada das amostras no laboratório até o início das análises.
d. Os documentos da cadeia de custódia devem possibilitar que seja documentada toda
a sequência de fatos pelos quais passou determinada amostra e assinada apenas
pelo perito responsável pelas análises.
e. As anotações podem ser feitas concomitantemente a cada ato do manuseio ou de
uma só vez, ou seja, no término de todo o processo, porém é imprescindível a assi-
natura do perito responsável pelas análises.

COMENTÁRIO
Nota-se que a cadeia de custódia se refere à documentação que todos os servidores envol-
vidos, com o proposito de rastrear todas as operações realizadas com cada amostra desde
a sua coleta até a chegada ao laboratório.
Já a cadeia de custódia externa se refere a um formulário que documenta a transferência da
amostra original desde a apreensão ou coleta, durante todo o transporte, até o laboratório.

GABARITO
1. b
2. b

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor André Luiz Martini.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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