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FACULDADE CIDADE DE COROMANDEL

GRADUAÇÃOEM MEDICINA VETERINÁRIA

Thamirys Alves da Silveira

Principais técnicas de diagnóstico laboratorial em parasitologia

COROMANDEL – MG
JUNHO/2023
Thamirys Alves da Silveira

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Principais técnicas de diagnóstico laboratorial em parasitologia

Trabalho apresentado ao Cursode


Graduação em Medicina Veterinária da
Faculdade Cidade de Coromandel, como
requisito parcial para aprovação na
disciplina Doenças Parasitárias dos
Animais domésticos.

Orientador: Prof. Joel Lima Silva

COROMANDEL- MG
JUNHO/2023

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1. INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é conhecer sobre as principais técnicas de
diagnostico em laboratorial, sabendo para qual função e como é feito para da
um resultado em específico.

2. DESENVOLVIMENTO

1. Coleta, conservação, e identificação amostras (grandes e pequenos


animais)

Requisição: completamente preenchida com letra legível e com data, hora,


nome do paciente, idade, espécie, raça, sexo, exames solicitados,
medicamentos em uso e anamnese completa.

Frasco com identificação contendo o nome do animal e descrição da amostra.


Para a realização de testes sorológicos deverão ser remetidas amostras de
soro (congelado) límpido, sem hemólise, em tubos acondicionados em caixa de
isopor mantidos sob refrigeração até a chegada no laboratório.

Principais observações para obtenção da amostra

1. O sangue não pode possuir coágulos, para a Hematologia;


2. Observar a proporção entre sangue e anticoagulante; o excesso de
anticoagulante pode produzir falso hematócrito, destruição de hemácias,
degeneração de neutrófilos, vacuolização de monócitos e hemólise
(falso resultado para hemoglobina).
3. Lembre-se: os resultados obtidos no laboratório dependem da maneira
como o material foi coletado e enviado ao laboratório.
Colheita de Sangue:
4. Evite o estresse do paciente
5. Jejum: a falta de jejum aumenta a lipemia (taxa de gordura) do sangue,
com isso observam-se alterações nos resultados, principalmente
aqueles que dependem do metabolismo, como: glicose, proteínas,
colesterol, etc.
6. Jejum de 6 horas, é indicado para filhotes e fêmeas prenhas.
7. Jejum de 8 -12 horas é indicado nos demais casos.
8. Ingestão de medicamentos: Os medicamentos são constituídos por
componentes orgânicos e inorgânicos que podem interferir no resultado
da análise. Caso o paciente esteja sendo medicado, é aconselhável
anotar na requisição os nomes destes medicamentos, pois assim pode-
se saber porque há resultado alterado sem que haja um quadro clínico
compatível.

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9. Uso do garrote: quando usado por mais de 2 minutos, acarreta
congestão local e hemoconcentração, alterando os resultados de
plaquetas, testes de coagulação e cálcio (para este, se possível, efetuar
a coleta sem garrote).

Hemograma

O hemograma é realizado na amostra de sangue com anticoagulante (EDTA).

O volume de sangue de 3 a 5 mL é suficiente para a avaliação hematológica.

Deve-se retirar a agulha antes de colocar o sangue no tubo e deixar escorrer


pela parede do tubo, para evitar hemólise.

O sangue deve ser homogeneizado (durante 30 segundos) com o


anticoagulante, suavemente, para evitar a coagulação. A presença de coágulos
na amostra prejudica as contagens de células e plaquetas

LEMBRE-SE

A ingestão de alimentos antes da coleta gera lipemia que produz aumento de


glicose, fosfato, fosfatase alcalina e lipídios (colesterol, triglicerídios)

Exercícios físicos aumentam a glicose, ácido lático, proteínas, AST, ALT e


CPK.

Situações de estresse produzem leucocitose, linfopenia, eosinopenia e


diminuição do ferro sérico. E ainda sofrem interferências: cortisol, hormônio do
crescimento, prolactina e glicose Drogas interferem nos exames, sempre avise
se o paciente está sendo medicado.

Não utilizar o mesmo acesso do soro para colheita do sangue.

Tipos de frascos usados:

1. Tubo simples (soro): tubo sem anticoagulante, com capacidade


entre 5 e 10 mL. Após colher o sangue aguarde retração do
coágulo em temperatura ambiente ou a 37C°.
Para:bioquímicas, sorologia e hormônios.

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2. Tubo com heparina (plasma): o Frasco ou a seringa de coleta
deverá conter heparina sódica na proporção de 1 gota para 5mL
de sangue. O sangue deverá ser imediatamente processado, para
evitar os efeitos decorrentes da heparina em aglomerar plaquetas
e leucócitos.
Para: aves e selvagens.

3. Tubo com EDTA (plasma): EDTA é o anticoagulante de eleição


para realização do hemograma, pois preserva as células e suas
características. A morfologia sangüínea permanece íntegra por
até 3 horas, mas é preferível a realização de esfregaço em
lâmina.
Para: hemograma completo,pesquisa de hematozoários.

4. Tubo com citrato (plasma): tubo com marca de nível de


quantidade a ser coletada, indicado para testes de coagulação
(Fibrinogênio, KPTT (tempo parcial da protrombina), TAP (tempo
de atividade da protrombina) e estudo das plaquetas (Fator de
Von Willebrand).
Para: coagulo grama,tempo de pro trombina,fibrinogênio.

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5. Tubo com fluoreto (plasma): indicado para determinação da
glicose e lactato (permanece estável por até 6 horas.
Para: glicemia de jejum,curva de tolerância a glicose

Locais para punção sanguínea em animais

Animais: Bovinos, Eqüinos, Caprinos e Ovinos

Locais para punção sanguínea: Veia jugular, veia do rabo

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Animal: Cães

Locais para punção sanguínea: Veia jugular externa, veia safena menor do
membro traseiro, veia cefálica do membro dianteiro.

Animal: Gato

Locais para punção sanguínea: Veia marginal da orelha (coleta capilar)

Animal: Suíno

Locais para punção sanguínea: Veia cava anterior, veia jugular, veia externa

Animal: Galinhas, frangos de corte, gansos, aves selvagens

Locais para punção sanguínea: Veia da asa, na articulação do cotovelo

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Animal: Ratos, hamsters

Locais para punção sanguínea: Punção ou incisão da veia do rabo, punção


cardíaca, seio orbital (coleta capilar), veias jugular ou femoral.

Parcial de urina

A urinálise é constituída por exames laboratoriais que avaliam as propriedades


físicas e químicas da urina e o exame do sedimento urinário.

 Os frascos para colheita de urina devem ser estéreis (caso necessite


cultura bacteriológica), com boca larga e tampa de rosca.
 A amostra deve ser mantida sob refrigeração (2-8 o C) e protegida da
luz até a análise. A quantidade mínima de urina para exame é de 5 mL.
 A primeira amostra de urina da manhã é a mais indicada, devido à
menor influência da alimentação e maior quantidade de elementos de
significado diagnóstico.

Pequenos animais:

1. Micção espontânea (desprezar os primeiros jatos, ideal = jato médio);


2. Sonda (diminui a contaminação externa);
3. Cistocentese (ideal para cultura bacteriana).

Grandes Animais:

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1. Micção espontânea;
2. Massagem com água morna na região do períneo, próxima á vulva ou
prepúcio;
3. Sonda.

A amostra de urina deve ser encaminhada o mais rápido possível para o


laboratório, devido a possibilidade de alterações químicas, físicas e de
sedimento. A demora na realização do exame facilita a multiplicação bacteriana
com produção de amônia, alcalinização do pH e dissolução de cilindros
eventualmente presentes. E em casos de glicosúria, poderá ocorrer diminuição
da glicose devido sua utilização pelas bactérias presentes. A amostra deve ser
mantida longe da luz solar direta, pois os pigmentos biliares são instáveis a sua
ação.

OBS: Para análise de cálculos urinários, estes devem ser colocados em frasco
limpo e seco, mantidos em temperatura ambiente, não sendo necessário uso
de conservantes.

2. Parasitológico de sangue

É um exame que permite a diferenciação dos parasitos encontrados no sangue


periférico a partir da análise morfológica. É possível, também, por essas
técnicas diretas, avaliar a parasitemia do paciente, através da relação do
número de leucócitos pelo número de parasitas.

O exame parasitológico de sangue serve para identificar a presença de


parasitos dentro das células do sangue, bem como no exterior.

O exame parasitológico do sangue possui suas limitações, pois, por ele, só é


possível identificar microfilárias, Plasmodium, Leishmania e Trypanosoma.
Outro ponto desta limitação consiste no fato que a parasitemia deve estar
bastante latente, pois caso contrário, o resultado pode ser um falso negativo.

2.1 Esfregaços sanguíneos (periférico e capilar)

É um teste realizado em hematologia para a contagem e a identificação de


anormalidades nas células do sangue. O teste consiste na extensão de uma
fina camada de sangue sobre uma lâmina de microscopia que, após corada, é
analisada em microscópio. O esfregaço sanguíneo geralmente é feito quando
solicitado o hemograma ao paciente. Seu objetivo principal é analisar a
morfologia das células, fornecer informações sobre a estimativa do número de
leucócitos e plaquetas, investigar problemas hematológicos, distúrbios

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encontrados no sangue e eventualmente parasitas, como o Plasmodium,
causador da malária.

Técnica de esfregaço de sangue

O método de preparação para demonstrar melhor os tipos celulares do sangue


periférico é o esfregaço de sangue. Uma gota de sangue é colocada
diretamente sobre uma lâmina de vidro e espalhada em uma camada fina pela
sua superfície. Isso é obtido espalhando-se a gota de sangue com a borda de
uma lâmina histológica ao longo de outra lâmina, com o objetivo de produzir
uma monocamada de células.

Passo a passo:

1. Apoiar a lâmina de microscopia, já com a identificação do paciente, sobre uma


superfície limpa. Certificar-se de que a lâmina tem boa qualidade e não está
suja ou possui vestígios de gordura, o que pode prejudicar o teste.
2. Colocar uma pequena gota de sangue próxima a uma das extremidades da
lâmina.
3.  Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua
borda. Para isso a lâmina extensora deve fazer um movimento para trás
tocando a gota com o dorso em um ângulo 45°.
4. O sangue da gota irá se espalhar pela borda da lâmina extensora por
capilaridade.
5. A lâmina deve então deslizar suave e uniformemente sobre a outra, em direção
oposta a extremidade em que está a gota de sangue. O sangue será “puxado”
pela lâmina.
6. Depois de completamente estendido, o sangue forma uma película sobre a
lâmina de vidro.
7. Deve-se deixar que o esfregaço seque sem nenhuma interferência.
8. Seguir para o passo de coloração.

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 É necessário esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que
o sangue seque ou coagule. Uma pressão excessiva ou qualquer
movimento de parada durante esse processo pode comprometer o
esfregaço.
 É importante lembrar também que a espessura da película é
determinada, em grande parte, pelo ângulo formado entre as lâminas no
momento da extensão da gota de sangue. Ângulos maiores que 45°, por
exemplo, produzem extensões espessas e curtas, dificultando
posteriormente a visualização das células.

OBSERVAÇÃO DA LÂMINA

1. Cabeça da lâmina: região imediatamente após o local em que estava a gota


sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número de
leucócitos (principalmente de linfócitos).
2. Corpo da lâmina: região intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região
que os leucócitos, hemácias e plaquetas estão distribuídas de forma mais
homogênea. É a área de escolha para a análise qualitativa e quantitativa da
distensão sanguínea.
3. Cauda da lâmina: região final da distensão sanguínea. Nessa região, há
encontro de alguns esferócitos e elevação de monócitos e granulócitos, que
podem apresentar maior distorção morfológica.

COLORAÇÃO DE ESFREGAÇO DE SANGUE

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é utilizada uma mistura especial de corantes para tingir todas as células
sanguíneas. Existem muitas variações como a coloração de Leishman,
Giemsa, Wright ou May-Grünwald. Tratam-se de modificações da coloração a
base de corantes Romanovsky. A mistura de corantes inclui um corante básico
e um corante ácido, consistindo basicamente em azul de metileno e eosina Y
(ou similar).

A afinidade das estruturas celulares por corantes específicos ou por


combinações de corantes dessa mistura proporciona uma visualização
diferenciada das células sanguíneas.

APLICAÇÃO DO ESFREGAÇO DE SANGUE

O teste de esfregaço pode indicar uma série de deficiências, apontando


alterações e anormalidades nessas células sanguíneas. Várias doenças podem
ser identificadas como os diversos tipos de anemia, trombositose, malária,
leucemia, linfomas ou insuficiência da medula óssea e outras.

2.2 Técnica da Gota espessa

Usado para detecção de protozoários causadores da malária


(gênero Plasmodium) no sangue.

Materiais:

 Gaze
 Álcool 70%
 Agulha (estilete ou lanceta)
 Lâminas
 Lamínulas
 Cuba de coloração
 Solução hipotônica de azul de metileno

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 Solução de Giemsa
 Água destilada pH 7,0 a 7,2
 Microscópio óptico

Solução de Giemsa diluída:

 Para cada 2 mL de água destilada, adicionar 3 gotas de solução de


Giemsa concentrada
 Adicionar o corante gota a gota sobre a água, misturando lentamente.

Técnica:

1.  Proceder à assepsia da pele no local onde será realizada a punção – parte


lateral do segundo ou do terceiro dedos de uma das mãos ou do lóbulo da
orelha – com gaze úmida com álcool a 70% e secar com gaze seca;
2. Imobilizar o local a ser puncionado entre o polegar e o indicador e puncionar o
local com a agulha;
3. Retirar a primeira gota de sangue com gaze seca;
4. Apertar suavemente o local puncionado, a fim de obter outra gota de sangue
esférica sobre a pele seca;
5. Segurar a lâmina de modo firme, pelas bordas da extremidade, e aproximá-la
até tocar o alto da gota de sangue, no centro da lâmina, evitando o contato com
a pele;
6. Colocar a lâmina com face para cima e com o canto de uma segunda lâmina
espalhar o sangue, formando um retângulo de aproximadamente 1,2 cm² a 1,5
cm²;
7. Secar a lâmina em temperatura ambiente, ar morno ou caixa com lâmpada ou
estufa, tomando cuidado para o sangue não se fixar por calor excessivo;
8. Desemoglobinizar a gota espessa, usando solução hipotônica de azul de
metileno. Esta é aplicada sobre a gota espessa por dois segundos. Após esse
procedimento, enxágua-se a lâmina com água destilada;
9. Mergulhar a lâmina contendo a gota espessa na cuba de coloração contendo
solução de Giemsa diluída e aguardar 10 min;
10.  Enxaguar com água da torneira, sem jato forte e secar sob ventilação ou ar
ambiente.
11. Examinar ao microscópio, utilizando objetiva de imersão.

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2.3 Teste de Knott

Indicações:Identificação de hemoparasitoses ,microfilarias. A técnica de Knott


é o teste recomendado para determinar a ausência ou presença microfilarias
circulantes no sangue. O teste é altamente específico, porém com sensibilidade
limitada, pois em algumas situações o exame pode resultar falso-negativo.
Mesmo assim apresenta sensibilidade significativamente maior que o
hemograma de rotina, pois esta técnica concentra as microfilárias utilizando
volume de sangue maior. Em felinos, o teste é limitado pois é mais raro a
presença de microfilárias circulantes.
Amostra: sangue total.
Recipiente: tubo com EDTA (tampa roxa). Teste de Knott
Conservação: refrigerado (2 a 8 °C) até 24 horas.
Lamina microscópica
Álcool(para limpeza das laminas)
Papel toalha(para evitar contaminação)
Pipeta(50ul de sangue)
Ponteira
Kit panótico rápido(pode ser usado ou não)
Microscópio(para a realização da analise)
Formalina a 2% ou água destilada
Centrifuga

Metodologia:
1. Adicionar 1 ml de sangue mais 9 ml de formalina a 2% ou água destilada em
um tubo de falcon(15 ml)
2. Homogeneizar delicadamente a amostra
3. Centrifugar a 3000r.p.m por 10 minutos
4. Desprezar o sobrenadante,conservando o sedimento de sangue no fundo do
tubo
5. Completar novamente com formalina a 2 % ou água destilada ate a marca
do tubo
6. Repetir o processo da etapa 2 a 5 mais duas vezes
7. Colocar o sedimento em uma lamina de vidro e deixar secar por 24 h em
temperatura ambiente. Neste momento,deve-se cobrir as laminas para evitar a
contaminação com sujidades do ambiente durante a secagem de 24 horas
8. Corar a amostra co o uso do panótico rápido,
9. Cobrir a lamina com uma lamínula e examinar ao microscópio(objetivas de
10x e 40x).

OBS: secagem e coloração podem ser desprezadas e a amostra pode ser


analisada ao microscópio depois da finalização da etapa 6,bastando colocar o
sedimento na lamina,cobri-lo com a lamínula e leva-lo direto ao microscópio
para realização da analise. Desta forma,caso o animal esteja parasitado,serão
observadas microfilarias ainda vivas.

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2.4 Técnica do Micro-hematócrito

O hematócrito (Ht) é um parâmetro laboratorial, que se refere ao percentual em


que as células vermelhas, também conhecidas como hemácias ou eritrócitos,
ocupam no volume de sangue total.O Ht representa um dos mais importantes
exames da série vermelha e mensurar o seu valor é essencial para identificar
algumas situações que comprometem à saúde, pois ele é proporcional à
quantidade de hemoglobina (Hb) presente no sangue.No entanto, apenas o
hematócrito não permite realizar um diagnóstico preciso para a maioria dos
casos, por conta disso ele deve ser utilizado em conjunto com os demais
índices hematimétricos do sangue para avaliação da causa da anemia, da
perda sanguínea ou da desidratação.

IMPORTÂNCIA DO HEMATÓCRITO (HT)

É um exame rápido, de boa reprodutibilidade e preciso, que exige pequena


quantidade de sangue para seu processamento. Atualmente, a técnica do
micro-hematócrito, desenvolvida em tubos capilares, é a mais difundida.
hematócrito, desenvolvida em tubos capilares, é a mais difundida.

TÉCNICA DO MICRO-HEMATÓCRITO

1. Preencher um tubo capilar com sangue até ¾ da sua altura


2. Fechar uma das extremidades com massa apropriada ou na chama de
uma lamparina.
3. E, por fim, colocar o capilar na centrífuga e programar o tempo e
velocidade indicada para a análise.

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INTERPRETAÇÃO DO EXAME E VALORES DE REFERÊNCIA

É feita em uma escala de leitura onde se limitam as marcas de 0 a 100,


observando na escala o limite de separação da massa dos eritrócitos com o
plasma. O resultado é expresso em porcentagem de eritrócitos em relação ao
sangue total.

O QUE PODE SER HEMATÓCRITO BAIXO :

1. Anemia carencial de Ferro, vitamina B12 ou ácido fólico


2. Sangramento (monitoração de sangramento, para avaliar sua gravidade)
3. Desnutrição
4. Leucemia
5. Excesso de hidratação

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O QUE PODE SER HEMATÓCRITO ALTO:

1. Desidratação
2. Baixos níveis de oxigênio no sangue
3. Doença pulmonar
4. Doença cardíaca congênita
5. Eritrocitose, que é o aumento anormal de células vermelhas do sangue

3. Exame parasitológico de pele (EPP)

Devido ao fato das dermatopatias possuírem, muitas vezes, um aspecto clínico


muito semelhante entre sí, este exame é muito importante para ajudar o
dermatólogo a chegar ao diagnóstico, confirmando ou descartando que o
problema seja causado por um parasita, como um simples ácaro, por exemplo.

Está indicado em casos onde há a suspeita de parasitas dos gêneros:

 Demodex (presente na famosa Sarna Demodécica);


 Notoedres (presente na sarna de orelha);
 Sarcoptes (causador da Escabiose – uma importante zoonose);
 Cheyletiella

O famoso “raspado cutâneo” faz parte dos exames parasitológicos de pele,


sendo de fácil colheita e rápida interpretação, e raramente gera desconforto
para o animal quando realizado de forma adequada, podendo a amostra,
inclusive, ser colhida a domicílio.

A técnica consiste na colheita de material cutâneo através da raspagem da


pele (superficial ou profundamente) com o auxílio de uma lâmina de bisturi ou
de vidro, que é então depositado em outra lâmina de vidro e analisada em
microscópio.

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Foto 1: Sarcoptes scabiei – presente na Escabiose (Sarna sarcóptica) –
Acervo: Felipe Cunha

Foto 2: Demodex canis – presente na Demodicidose (Sarna Demodécica ou


Sarna Negra) – Acervo: Felipe Cunha

Foto 3: Notoedris cati – causador da “Sarna de orelha” – Acervo: Felipe Cunha

Embora ainda preferido (e necessário) em determinadas ocasiões, atualmente


existem algumas alternativas ao método de raspado profundo ou superficial.
Entre estas, estão:

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 “Tricografia” ou “Exame parasitológico do pelame avulsionado” (já
comentado aqui) onde o pelo e suas características são avaliadas
individualmente, incluindo a pesquisa de parasitas;
 “Teste com fita de acetato” (preferido pelo autor deste artigo por ser mais
prático e causar menos desconforto no paciente), onde uma “fita durex” é
utilizada para a colheita de material a ser analisada.

4. Coleta manual de ectoparasitos (carrapatos, pulgas/piolhos,


mocas/mosquitos)

Os artrópodes podem ser conservados em caixas entomológicas a seco.


Espetar o mesotórax do inseto com alfinete entomológico de inox (não usar
alfinete comum de costura, pois enferruja). Manter sempre naftalina na caixa, a
fim de evitar que outros artrópodes colonizem o ambiente e destruam os
exemplares catalogados.Insetos muito pequenos, como mosquitos, devem ser
colados pelo mesotórax (parte das patas) em pequenos triângulos de cartolina
com esmalte de unhas ou cola branca comercial. Atravessar a parte mais larga
do triângulo em alfinete entomológico e conservar em caixa forrada com isopor,
acrescentando naftalina para evitar a entrada de outros artrópodes.

Utilizar tubos de vidro, colocando a ponta do alfinete na tampa de borracha e


parafinando a tampa. Álcool a 70% também é amplamente utilizado para
conservação de ectoparasitos em vidros. Coletar o parasito e manter em vidro
com tampa contendo álcool a 70%.A etiqueta com as informações do parasito
devem ser escritas a lápis em papel de seda. Esse papel fica imerso dentro do
vidro.

Macho de carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus montado em lâmina


com resina alquídica estirenada. A. Aparelho bucal. B. Face ventral.

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5. Parasitológico de fezes

Função:tem por objetivo a identificação de ovos e larvas de helmintos;


oocistos, cistos e trofozoítos de protozoários.O EPF é um exame barato
e prático, entretanto a escolha do método e a habilidade do profissional
responsável interferem diretamente na qualidade do resultado.

Amostra: fezes frescas.


Recipiente: coletor universal.
Conservação: refrigerado (2 a 8 °C).
Indicações: verificar a presença de parasitas (cestódeos, nematódeos,
trematódeos) ou protozoários.

Observações:
1. Nos casos de suspeita de Giardia, solicite ao laboratório frasco com solução
conservante, com a finalidade de manter por mais tempo os cistos viáveis para
análise.

2. As fezes devem ser coletadas imediatamente após a defecação, de


preferência sobre uma superfície menos contaminada (azulejo, jornal…) e não
exposta ao sol. Deve-se evitar a coleta de fezes sobre a grama. No caso de
espécies de grande porte, recomenda-se coletar diretamente do reto, com uma
luva de palpação, que pode ser invertida após a coleta e utilizada como
recipiente para armazenamento.

3. Ao coletar as fezes deve-se retirar apenas a parte superior da amostra, que


não esteja em contato com o solo. O recipiente deve estar limpo para evitar
contaminação.

4. No caso de cães e gatos coletar de 5 a 10g de fezes, e no caso de animais


de médio e grande porte de 20 a 50g.

5. Para aumentar a sensibilidade dos exames, podem ser coletadas mais de


uma amostra, de preferência em estágios diferentes dos sinais clínicos, como

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por exemplo: uma coleta antes do episódio de diarreia (se possível), uma
coleta durante e uma coleta após o episódio.

6. Enviar imediatamente ao laboratório, caso contrário deve ser armazenado


refrigerado e encaminhado em isopor com gelo.

7. As amostras devem ser identificadas na parte externa do recipiente, de


forma individual, com os dados do animal e proprietário, data da coleta e
suspeita clínica. O histórico clínico do animal ou da propriedade também é
muito útil para a decisão da metodologia a ser realizada.

8. Evitar o contato da identificação do animal com o gelo do recipiente, para


não danificá-la.

9. A ausência de parasitas em uma amostra de fezes não exclui o diagnóstico,


já que os ovos, cistos e oocistos não são eliminados em todas as defecações.
Por isso, recomendam-se três coletas de fezes em dias diferentes.
No geral, os exames parasitológicos são solicitado para pacientes que
apresentam sinais como:

 Anemia.
 Diarreia escura ou pegajosa, com sangue ou muco.
 Fraqueza. 
 Perda de peso.
 Morte súbita de filhotes.
 Prurido perianal.

O exame pode ser avaliado de três formas diferentes  inspeção direta, análise
por sedimentação e análise por flutuação, pois cada técnica evidencia um tipo
de parasito. Recomendada a realização de três exames coproparasitológicos
em dias consecutivos ou alternados em um intervalo de uma semana, para
maior confiabilidade dos resultados.

 As fezes, diarreicas ou não, devem ser recolhidas em recipiente limpo e


seco, de boca larga e vedação hermética.
 Não ingerir medicamentos antibióticos, antidiarreicos, hidróxido de
magnésio, bário e óleo mineral. Se ocorrer, aguardar de 7 a 14 dias.
 Amostras com conservante ou fixador podem reunir fezes colhidas em
dias alternados no mesmo frasco ou em frascos diferentes. A última
coleta deve, preferencialmente, ser colhida em frasco sem conservante.
 As amostras encaminhadas ao laboratório devem vir acompanhadas da
requisição médica e devem trazer informações no frasco como: nome do
paciente, número de identificação, idade, data e horário da colheita,
nome do médico (opcional).

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6. Técnicas de Exame Direto

6.1 Exame direto de fezes

O exame direto é utilizado para demonstrar a presença de ovos e larvas de


helmintos e cistos de protozoários.

Material:

 Lâminas de microscopia
 Lamínulas
 Água ou solução salina (0,85%)
 Bastão de vidro ou palito
 Lugol (solução de iodo/iodeto de potássio) – usado como corante para
permitir uma melhor visualização da estrutura interna dos ovos e
oocistos.
 Microscópio

Técnica:

1. Coloque uma pequena quantidade de fezes em uma lâmina de


microscopia.

2. Coloque uma gota de líquido nas fezes e misture bem com uma
espátula ou bastão. Se você estiver examinando trofozoítos
(formas vivas e ativas) de protozoários, e necessitar diluir o
material, utilize solução salina. Se estiver buscando ovos de
helmintos ou então cistos de protozoários, então dilua o material
em água ou lugol.

3. Cubra com uma lamínula. A suspensão deve ter espessura fina o


suficiente para permitir a passagem da luz. Procure não deixar
uma porção não misturada de fezes no centro. A suspensão
deverá ser homogênea.

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4. Examine a lâmina com uma objetiva de 10x e, posteriormente,
mude para a objetiva de 40X.

5. A inspeção da lâmina deverá ser feita escolhendo-se um canto e


então movendo a lâmina para ao canto oposto, em um movimento
de ida e volta, procurando sobrepor parcialmente os campos
microscópicos.

Observações: Devido à pequena quantidade fezes examinada por esta


técnica, ela somente é recomendada para os seguintes casos:
A. Fezes líquidas que podem conter trofozoítos de protozoários.
B. Amostras fecais cuja quantidade é pequena demais para permitir a
realização de outras técnicas. Isso é particularmente.

Vantagens da técnica
 Rápida de preparar
 Se utilizada com solução salina, não causa distorções nos parasitas
 Única maneira de visualizar trofozoítos (obrigatório o uso de solução
salina) Útil para examinar fezes de pequenas aves e répteis (onde
trematóides são comuns)

Desvantagens da técnica

 Como somente se utiliza uma amostra muito pequena das fezes, os


parasitas podem não ser detectados se a sua concentração for muito
baixa ou se houver excesso de debris ou gordura
 Areia, sementes e outros debris fecais podem dificultar a deposição
adequada da lamínula
 Pode requerer muito tempo para um exame adequado

Cuidados de segurança

 Fezes podem conter patógenos perigosos (bactérias, vírus etc.).


 Procedimentos adequados de higiene e segurança devem ser
empregados.
 Use avental e luvas durante a execução da técnica.

6.2 Técnicas de Graham (fita adesiva)


Utilizado na pesquisa de ovos e larvas de Enterobius Vermicularis e Taenia Sp

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Material

• Tubo de ensaio (15x150mm);

• Lâmina;

• Lamínula;

• Microscópio óptico;

• Fita gomada transparente (tipo durex).

Passo a passo :

1º Orientar o paciente no momento do agendamento do exame a não realizar


higiene nem utilizar pomadas ou cremes na região anal no dia da coleta e
comparecer ao laboratório para coleta pela manhã, antes de defecar;

2º Fixar, em uma lâmina, uma tira de 5 a 6 cm de fita durex transparente,


colocando, nas duas extremidades, tiras de papel ou etiqueta branca de
aproximadamente 4cm, as quais servirão de suporte para segurar;

3º Destacar a fita da lâmina e colocar sobre o fundo de um tubo de ensaio com


o lado aderente voltado para fora;

4º Instruir o paciente deitar sobre as costas, com as pernas dobradas sobre o


abdômen e aplicar pressão com um tubo de ensaio envolto na fita adesiva
varias vezes sob o local de coleta (região perianal);

5º Retirar a fita tubo e cuidadosamente dispô-la esticada com o lado adesivo


para baixo sobre uma lâmina previamente identificada com nome e código do
paciente;

6º OBS: Pressionar firmemente para que não fiquem bolhas de ar e


rugosidades;

7º Encaminhar a lâmina com a ordem de serviço do paciente para verificação


pelo analista clínico presente no setor de parasitologia;

8º Realizar a leitura da lâmina com as objetivas de 10x e 40x e anotar o


resultado na ordem de serviço do paciente;

9º Inserir no sistema ou encaminhar o resultado ao setor de digitação para que


insiram no sistema;

10º Conferir o resultado inserido e liberá-lo;

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11º OBS: O resultado será Positivo caso sejam encontrados ovos de Taenia
solium, T. saginata e de Enterobius vermicularis (predominante). Se não
encontrados, o resultado será Negativo, sendo recomendado nesse caso
repetir o exame em dois dias sucessivos.

12º Caso a lâmina não possa ser examinada no mesmo dia, deve ser
conservada embalada em papel alumínio e mantida a 4°C; As preparações
podem ser examinadas até dois meses após, devido a sua capacidade de
conservação.

7.Técnicas de Sedimentação

São utilizadas para pesquisa de ovos pesados como os de alguns gêneros de


trematoda e cestoda.

7.1 Sedimentações simples

Esta técnica é qualitativa e tem como princípio a sedimentação de ovos. É


utilizada para pesquisa de ovos pesados de trematódeos e cestódeos.

Materiais

 2 a 5g de fezes.
 Solução salina ou água da torneira.

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 Lâmina e lamínula.
 Bastão de vidro.
 Béquer com capacidade de 250 a 500mL.
 Cálcice de sedimentação (300 a 500mL).
 Pipeta.

Metodologia

1. Diluir as fezes em 200mL de soro fisiológico ou água no béquer. Se


necessário, para haver o amolecimento, deixar repouso por 10 a 20 minutos.

2. Coe a suspensão no cálcice de sedimentação.

3. Deixe descansar por 15 minutos.

4. Decantar o sobrenadante e adicionar ao sedimento 200mL de solução


fisiológica ou água .

5. Deixe em repouso por mais 15 minutos.

6. Decantar o líquido sobrenadante.

7. Colher co uma pipeta algumas gotas do sedimento

8. Examinar ao microscópio entre lamina e lamínula em 100x.

9. Se o primeiro resultado for negativo montar mais três laminas com o


sedimento.

7.3 Sedimentações por centrifugação

Essa técnica é mais rápida,mais limpa e mais sensível para a detecção das
formas parasitarias que a anterior.

Metodologia

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1. Misture uma porção de fezes (aproximadamete 2g) em 10mL de água (pode
colocar uma ou duas gotas de detergente para remover detritos, mas sem fazer
espuma), misture, coe e despeje essa solução em um tubo de centrífuga de
15mL.

2. Adicione 3mL de acetato de etila (algumas técnicas usam éter, mas é


perigoso por ser inflamável) e tampe o tubo com uma rolha de borracha. Agite
vigorosamente o tubo cerca de 20 vezes, e então centrifugue a 1.500rpm por 3
min.

3.No final da centrifugação haverá quatro camadas distintas. A primeira,


superior, com o acetato de etila, a segunda, de gordura e detritos grossos, a
terceira com água e detritos finos e a quarta e última com o sedimento. Usando
uma vareta, "retire" o anel de gordura e despreze todas as camadas menos o
sedimento que deve permanecer intacto.

4. Transfira algum sedimento do fundo do tubo para uma lâmina, acrescente


uma lamínula e examine em 100 e 400x.

Observação: A formalina utilizada para fixar ovos e cistos pode impedi-los de


flutuarem (eles podem estar com uma gravidade específica maior que
1,20g/mL), então, utilizar esta técnica quando as amostras de fezes estão
fixadas em formalinas.

8. Técnicas de Flutuação

São utilizadas soluções saturadas com uma densidade elevada que faz com
que os ovos, cisto ou oocistos de parasitas flutuem e fiquem na superfície do
líquido. É importante ter um densímetro para verificar a densidade correta das
soluções, já que se a gravidade for baixa, muitos ovos, cistos e oocistos, não
flutuarão e se for muito eleva- da ocorrerá a distorção ou rompimento dos
mesmos. A maioria desses estágios parasitários flutua a uma gravidade
específica de 1,20 e 1,30g/mL.

Essas técnicas são as preferidas para a análise das fezes, pois concentram os
ovos, cistos ou oocistos e não possuem sujidades que atrapalhem o

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reconhecimento das formas dos parasitas. Para saber se o foco no microscópio
está correto, procure as bolhas de ar (vários círculos pretos de tamanhos
diversos com um núcleo branco). Após achar as bolhas de ar, faça a leitura da
lâmina sempre com leves movimentos no foco micrométrico.

8.1 Técnica de Willis-Mollay

Método qualitativo de flutuação espontânea para identificação de ovos leves de


helmintos e oocistos de protozoários

Consiste na simples aplicação do princípio de que os ovos de parasitas


flutuarão em salina de gravidade específica suficiente e a uma superfície de
vidro com a qual entram em contato. É simples e não exige nenhuma
habilidade especial ou experiência além da capacidade de reconhecer os
óvulos sob o microscópio. A possibilidade de erro decorre do fato de que os
ovos pode ter eclodido e as larvas podem não aparecer.

Procedimento Técnico:

1- Colocar 10g de fezes em um Becker;


2- Diluir as mesmas em solução saturada de açúcar ou sal (NaCl);
3- Completar o volume com água até a borda do recipiente;
4- Esperar alguns minutos para permitir que os ovos flutuem (;
5- Colocar na abertura do recipiente uma lâmina, que deverá estar em
contato com o líquido;
6- Deixar em repouso por 5 minutos;
7- Retirar rapidamente a lâmina, voltando a parte molhada para cima;
8- Levar ao microscópio e examinar com objetiva de 10x e/ou 40x.
9- Se for negativo, uma segunda lâmina é colocada na borda do recipiente
e examinado da mesma forma.
OBS: Alguns autores tem proposto adaptações a Técnica de Willis,
sendo o material fecal após acréscimo da solução saturada de cloreto de
sódio disposto em tubos de centrífuga e coberto por lamínulas

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8.2 Técnica de Faust et al modificada (centrífugo flutuação em sulfato de
zinco)

É uma técnica de eleição no diagnóstico de estruturas parasitárias leves,


podendo também ser usada para detecção de estruturas pesadas. Consiste
também na centrífugo-flutuação em sulfato de zinco. As fezes são
homogeneizadas em água filtrada,e centrifugadas até a solução tornar-se clara.
Após isto, ressuspende-se a solução com sulfato de zinco a 33%, densidade de
1,18 g/ml. Centrifuga-se novamente.

Materiais e equipamentos necessários

1. Amostra fecal do paciente


2. Becker de vidro de 250 ml (2)
3. Bastão de vidro
4.Água destilada
 5.Rolo de gaze
 6.Coador
 7.Solução saturada de sulfato de zinco
8.Alça de platina (bacteriológica) de 5 a 7 mm de diâmetro
9.Tubo de centrífuga
10.Lâmina de microscopia
11.Lugol (Solução de iodo/iodeto de potássio)
12.Lamínula
13.Centrífuga
14.Microscópio

Como realizar:

1. Com o auxílio do bastão de vidro, você pegará uma porção (cerca de 5g) da
amostra de fezes, colocando-a no becker.

2. Você colocará em seguida a água destilada (10ml) e homogeneizará a


amostra, com movimentos circulares não muito rápidos.

3. Utilizando a gaze dobrada, o coador e um novo becker, você filtrará a


amostra, retendo as porções sólidas.

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4. Você colocará a amostra filtrada no tubo apropriado e colocará na centrífuga
por 1 minuto em 2500 rpm.

5. Após este tempo, você irá retirar o tubo da centrífuga, descartar o


sobrenadante turvo, homogeneizar o sedimento e repetir o processo (água
destilada + centrifugação 45 a 60 segundos a 650 g) até que o sobrenadante
fique límpido.

6. Quando límpido, você irá descartar o sobrenadante, homogeneizar o


sedimento e adicionar a solução de sulfato de zinco (33%, densidade de 1,18
g/ml), colocando novamente o conjunto na centrífuga (45 a 60 segundos a 650
g).

7. Passado o tempo, ao retirar da centrífuga você identificará 3 fases no tubo,


uma película superficial, uma solução intermediária e um sedimento ao fundo.

8. Com a alça de platina, você irá coletar apenas a película superficial,


colocando-a na lâmina.

9. Feito isto, você colocará uma gota de lugol e a lamínula por cima, para
analisar na microscopia com objetivas de 10x e/ou 40x.

Figura 1 – Transferência de uma amostra da película superficial do tubo para a


lâmina.
Fonte: FERREIRA, Marcelo Urbano. Parasitologia Contemporânea. (2ª edição)

Resumo do método

1
m resumo, você vai iniciar diluindo o material com água destilada,
centrifugando e descartando o sobrenadante várias vezes, até que a solução
se torne clara. Depois você irá ressuspender o sedimento lavado em solução
saturada de sulfato de zinco, onde por conta da densidade haverá a separação
do que queremos visualizar (ovos e cistos leves) dos resíduos fecais. Estes
formarão uma película superficial, que pode ser colhida com alça de platina e
depositada na lâmina, com uma gota de lugol, cobre-se com a lamínula para
observação em microscópio.

Formas analisadas Densidade

Ovos e cistos 1,05 a 1,15 g/ml

Solução utilizada Densidade

Saturada de sulfato de zinco 1,18 g/ml

Após todo o método, a análise deve ser feita imediatamente, pois o contato
com a solução saturada de sulfato de zinco pode deformar estruturas
parasitárias.

8.3 Métodos de McMaster ou OPG

Uma técnica de diagnóstico de enteroparasitos de animais. Também


denominada de McMaster. Seu princípio fundamentado na flutuação de covos
de helmintos e oocistos de coccídios em amostras de fezes.
É qualiquantitativa e padronizada para pequenos ruminantes.

Materiais necessários para realização do método:

- Ficha de anamnese do animal


- Béqueres ou recipientes similares, provetas graduadas e bastão de vidro ou
palito.
- Luvas descartável, gaze ou peneira de chá, espátula e balança
- Pipetas de Pasteurs
- Microscópio
- Solução para hipersaturada para flutuação
- Câmara de contagem de McMaster

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Figura 2– Realização do procedimento (A|) Homogeneização; (B) Filtração;

(C) Preenchimento dos compartimentos da câmara de McMaster.

Uso do microscópio

O Médico Veterinário vai observar a lâmina no microscópio para


verificar presença de ovos.

Para o cálculo de OPG, multiplica-se a soma dos ovos encontrados nos dois
compartimentos por 50 ou 100, dependendo da quantidade de fezes utilizada.

Fatores que influenciam nos resultados:

 Solução (gravidade específica) e a flutuação dos ovos (peso).


 O resultado do OPG pode indicar o grau de infecção desde que o
resultado seja comparado com dados da literatura ou associados à
patogenicidade do parasito ao hospedeiro.

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9. Coprocultura

É utilizada para identificar especificamente microorganismos patogênicos, que


causam diarréia do tipo aguda ou crônica, bem como dores intestinais.

 É um exame de fezes que serve para identificar bactérias ou outros


microrganismos patogênicos presentes no intestino. As infecções intestinais, ou
até mesmo a intoxicação alimentar, podem favorecer o surgimento desses
microrganismos. 

Os principais agentes infecciosos encontrados são a Salmonella spp.,


Escherichia coli, Campylobacter spp. ou Shigella spp.

A coprocultura realiza um método de multiplicação dos microrganismos


encontrados nas fezes. O método pré-determinado consiste no
acompanhamento da reprodução de bactérias invasoras e toxigênicas em um
meio de cultura, que acontece de maneira total condicionada ao controle
laboral. Essa classe de bactérias é a que não compõe a microbiota normal do
intestino (ou que fazem parte, mas produzem toxinas que desencadeiam
sintomas gastrointestinais).

Como é realizada a coprocultura de fezes:

O tutor do animal assim que ele defecar pega um potinho esterilizado e colhe
uma quantidade boa mais que não pega encostando no solo. E ao pega pegue
sempre com luva para uma proteção melhor.

E ao coletar coloque em um ambiente com sobra o coloque em uma caixa de


isopor e leve ao laboratório de analise . E não demore a levar porque pode
perder a qualidade e o exame da alterado.

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Sinais para fazer o exame

Os motivos para se solicitar a coprocultura de fezes podem variar bastante.


Entre as principais razões, no entanto, pode-se destacar a gastroenterite —
uma inflamação ou irritação que acontece no tubo intestinal. 

Dessa forma, quando o paciente apresenta um quadro clínico que indique


mudanças na flora intestinal, o médico poderá solicitar o exame para encontrar
o possível diagnóstico. 

Em muitos casos alguns pacientes poderão identificar sintomas como:

 Dor de barriga;
 Náusea e/ou vômito;
 Febre;
 Falta de apetite;
 Diarreia;
 Fezes com sangue ou muco. 

Além disso, há pacientes que podem ter tenesmo, que é o desejo constante de
evacuar, mesmo que não tenha fezes no canal retal. A identificação de
leucócitos fecais presentes e histórico de exposição do indivíduo a agentes
bacterianos também são fatores que indicam a necessidade de realizar a
cultura de fezes.

Resultado da coprocultura

 Normal: quando não são identificadas bactérias causadoras de infecção,


apenas as bactérias naturalmente presentes no intestino em quantidade
normal;
 Alterado: quando são identificadas bactérias causadoras de infecção ou
aumento da quantidade de bactérias normais do intestino, o que pode causar
infecção.

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3. CONCLUSÃO

Nos exames laboratoriais em parasitologia aprendemos a diferença de cada


um e para qual ele espeficamente é. São exames que o medico veterinário

4. REFERÊNCIAS

Manual do Diagnóstico Laboratorial da Malária do Ministério da Saúde – 2005;


Estudo Científico TF-Test -Dez2009;

ROSS, Michael H., PAWLINA, Wojciech. Ross | Histologia – Texto e Atlas –


Correlações com Biologia Celular e Molecular, 7ª edição . Guanabara Koogan,
2016.  

PIRES, Carlos Eduardo de Moreira, ALMEIDA, Lara de, COELHO, Alexander


Brilhante. Microscopia: Contexto Histórico, Técnicas e Procedimentos para
Observação de Amostras Biológicas. Érica, 2014

ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia. Guanabara Koogan, 2016.

Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina


Laboratorial(SBPC/ML) :coleta e preparo da amostra biológica. – Barueri, SP :
Manole : Minha Editora, 2014.

Sociedade Internacional de Hematologia de Laboratório (ISLH).

Neves, D. P. Parasitologia Humana. 11ª edição. São Paulo: Atheneu, 2004.

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Siqueira-Batista, R. Parasitologia: fundamentos e prática clínica. 1ª edição. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.

NEVES, David Pereira. et al. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo – SP:
Atheneu, 2005.

TAKEDA, Gentilda K. F. et al. Manual de técnicas de diagnóstico


parasitológico. Roteiro de aula prática de parasitologia. Disponível em:
http://www.profbio.com.br/aulas/parasito2_tecnicas.pdf. Acesso em: 10 de
agosto de 2021.

REY, Luis. Parasitologia. (4ª edição) Editora Guanabara, 2008.

FERREIRA, Marcelo Urbano. Parasitologia Contemporânea. (2ª edição) Editora


Guanabara Koogan, 2021.

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo et. al. Parasitologia – Fundamentos e Prática


Clínica. Editora Guanabara Koogan, 2020.

ZEIBIG, Elizabeth. Parasitologia Clínica – Uma abordagem clínico-


laboratorial. (2ª edição) Editora Guanabara Koogan, 2014.

NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. (13ª edição) Editora Atheneu,


2016.

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