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Caso Clínico: Giardíase

Disciplina: Parasitologia Clínica

Alunos:

Larissa Lima;

Roberta Maria Costa;

Gleicekelly da Silva Santana;

Marcus Vinicius Cerqueira;

Curso/Período: Biomedicina/ 6° período

Professor (a): Mayara Fumiere

Serra/ ES

2021
Criança 5 anos, sexo masculino, mora em uma vila de interior chega ao posto de
saúde de seu município, acompanhado por sua mãe, que ao entrar no consultório
pediátrico relata suas queixas, no primeiro dia apenas dor abdominal com fezes
pastosa e gordurosa, já no segundo dia, as fezes se apresentavam aquosas e de
odor fétido e com presença de muco. O paciente estava com falta de apetite, fadiga,
vomito, inchaço abdominal, e perda de peso a 7 dias. Por morar em interior sua
família reside em local sem esgoto ou água encanada, fazendo uso de fossa, tomam
água de poço artesanal e se alimentam de frutas e verduras de sua propriedade. O
médico solicita alguns exames: hemograma, exame parasitológico de fezes (EPF),
pesquisa de gordura fecal e uma coleta múltipla de fezes mif.

Suspeita inicial: Paciente com suspeita de infecção parasitária.

Amostra biológica:

As amostras biológicas são o sangue e as fezes.

Forma de coleta ideal para amostra de sangue:

- As amostras de sangue não necessitam de jejum para estes exames, o paciente


pode se direcionar ao laboratório e realizar a coleta.

- A amostra deve ser coletada no tubo de tampa roxa com EDTA


Forma de coleta ideal para amostra de fezes:

Exames realizados em amostra de fezes seca;

• Não necessita dieta alimentar, a não ser que seja uma recomendação médica;

• Colete as fezes no frasco fornecido pelo laboratório;

• Coletar a amostra em superfície seca, sem contato com água, urina;

• Amostra diarreica ou pastosa: colher, preferencialmente porção líquida,


purulenta ou sanguinolenta da amostra;

• Amostra bem formada: colher volume referente a uma colher de café;

• Levar ao laboratório no mesmo dia da coleta, mantendo a amostra refrigerada


até seu envio.

Exemplo de forma de coleta e coletor

Instruções para coleta de fezes com MIF


O frasco é fornecido pelo Laboratório e destina-se ao transporte da amostra, ele
contém um liquido conservante, que requer alguns cuidados: não desprezar, não
ingerir, evitar contato com a pele e mucosas, não acrescentar nenhum outro liquido
que não seja fezes, manter fora do alcance de crianças, e em caso de ingestão
acidental procurar por um médico.

• Para obtenção da amostra, colete as fezes inicialmente num recipiente limpo e seco.
Evite contato da amostra com urina ou água do vaso sanitário;
• Em seguida, com auxílio de uma espátula, transfira pequena porção para o frasco
com líquido conservante. Para amostras diarreicas, coletar 6 porções de fezes.
Fechar o frasco e agitá-lo até homogeneizar as fezes com o líquido conservante.
Evite contaminar o frasco externo com fezes;
• Se observar a presença de sangue, muco ou pus, estes deverão ser incluídos na
amostra para análise;
• Vermes visíveis, eventualmente presentes, devem ser separados em outro frasco;
• A amostra não precisa ser armazenada em geladeira;
• Laxantes devem ser evitados para a realização do exame
Coletar durante 3 dias, de preferência alternados, ou conforme orientação médica,
seguindo os mesmos cuidados citados acima e levar a amostra ao Laboratório após
a 3ª coleta. Sempre informar ao laboratório o número de amostras coletadas.

Exemplos de recipientes coletores:


Resultados:

Hemograma

Alterações hematológicas: Hipocromia e microcitose (Anemia)

Leucograma: Leucocitose com eosinofilia

EPF

Fonte: OPAS

Pesquisa de Gordura Fecal (Esteatorreia): Positivo


Microorganismo envolvido:

- Giardia lamblia

É uma Infecção no intestino delgado, por isso, também pode receber o nome de G.
duodenalis ou G. intestinalis.

Método escolhido para o diagnóstico:

Os métodos utilizados foram: A análise parasitológica de fezes pelo método de


sedimentação espontânea – técnica de Hoffman, em que foram analisadas duas
lâminas por amostra (coradas em lugol) e leitura em microscópio (10 e 40x). Esta
técnica detecta a presença de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários;
O hemograma, o qual auxilia na identificação inicial da infecção, devido à eosinofilia
e leucocitose apresentadas. E com o exame parasitológico de fezes é feita a
confirmação do agente infeccioso, por meio da pesquisa de cistos ou trofozoítos do
parasito. A identificação do parasito é feita, de acordo com as características visíveis
dos cistos e trofozoítos que, nesse caso, são específicas de Giardia lamblia. Esse
parasita pode se apresentar tanto na forma de cisto, que pode ser oval ou elipsoide,
de dois a quatro núcleos e corpos escuros em formato de meia lua, quanto na forma
de trofozoíto esses por sua vez apresentam formato piriforme, simetria bilateral, fase
lisa e ventral côncava, além de dois núcleos, flagelos. E com a pesquisa de gordura
fecal, podemos detectar se houve eliminação de gordura nas fezes proveniente da
má absorção dessas substâncias pelo intestino.

Ao analisar o exame de fezes solicitados pelo médico, foi possível identificar


presença de trofozoítos e cistos de Giardia lamblia, sendo assim, temos o resultado
positivo para Giardíase.
Bibliografia:

UNIMED. Orientações para coleta de cultura de fezes.


https://www.unimed.coop.br/web/regionalsulgoias/servicos/laboratorio-
unimed/orientacoes-para-coleta/orientacoes-para-coleta-de-cultura-de-fezes

MINISTÉRIO DA DEFESA. Instruções para Coleta de Fezes com MIF. (2016).


Atualizado em 29/04/2021. https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/hfa/servicos-
e-informacoes/consultas-e-exames/laboratorio-de-analises-clinicas/instrucoes-
para-coleta-de-fezes-mif

Edilbert Pellegrini Nahn Junior, et al. Protocolo Brasileiro para Infecções


Sexualmente Transmissíveis 2020: infecções entéricas sexualmente
transmissíveis. (2021). https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100012.esp1

OPAS. Pranchas para o diagnóstico de parasitos intestinais.

https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52299/9789275722060_por.pdf

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