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HEMATOLOGIA

PROFª: JOYCE BRITO


SÉRIE BRANCA
COLORAÇÕES HEMATÓLOGICAS
COLORAÇÕES HEMATOLÓGICAS

 Em 1879, o médico alemão Paul Ehrlich foi quem, pela primeira vez, utilizou
os corantes derivados da anilina para corar células sanguíneas.
 Classificou-os como ácidos, básicos e neutros, e as combinações desses
corantes se tornaram a base para as colorações de Romanowsky, Giemsa,
Wright e May-Grünwald.
COLORAÇÕES HEMATOLÓGICAS

 Dimitri Leonidovich Romanowsky modificou a técnica de Ehrlich usando uma


mistura aquosa de eosina Y e azul de metileno oxidado e, a partir de então, todas as
outras colorações desenvolvidas receberam a denominação de "derivadas de
Romanowsky".
 Por essa solução aquosa inicialmente desenvolvida não ser estável, James Homer
Wright introduziu o uso do metanol como solvente e fixador prévio da coloração.
Gustav Giemsa padronizou as soluções corantes e adicionou glicerol para aumentar
sua solubilidade e estabilidade. Richard May e Ludwig Grünwald usaram soluções
saturadas para aumentar a intensidade de coloração das células.
 Atualmente, as extensões de sangue periférico coradas com Wright ou May-Grünwald
Giemsa são as mais utilizadas no Brasil, sobretudo, por exibirem inigualável beleza e
poder de discriminação das formas e cores das células sanguíneas.
COLORAÇÕES HEMATOLÓGICAS

 Os corantes de Romanowsky são misturas de sais ácidos (eosina) e sais básicos (azul de
metileno e produtos derivados da oxidação do azul de metileno, como os azures de
metileno).
 Os corantes hematológicos podem ser divididos em corantes tradicionais e corantes
rápidos
COLORAÇÕES HEMATOLÓGICAS

 Mistura de corantes de características neutras, dependentes do pH da solução corante, que em


condições apropriadas coram os componentes nucleares e citoplasmáticos dos leucócitos, com
predominância de tons vermelhos (quando ácidos) e azulados diversos (quando básicos).
 O AZUL DE METILENO é um corante básico que reage com componentes ácidos das células e
tecidos. Estruturas celulares que se coram com corantes básicos são denominadas basófilas. São
exemplos: heterocromatina, nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem. Cor: azul.
 A EOSINA é um corante ácido que reage com componentes básicos das células e tecidos. Quando
usada juntamente com corantes básicos como o azul de metileno, coram o citoplasma, filamentos
citoplasmáticos e fibras extracelulares. A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa.
► Corante básico → cora estruturas ácidas, chamadas basófilas
► Corante ácido → cora estruturas básicas, chamadas acidófilas/eosinófilas
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
MAY-GRUNWALD GIEMSA

 MAY-GRUNWALD - É uma mistura de eosina e azul de metileno (não oxidados), que


quimicamente se transforma em eosinato de azul de metileno.
 Dissolve-se 0,3 gramas do sal em 100 mL de metanol.
 Deixa-se o corante "envelhecer" em local fresco e escuro, em frasco âmbar durante 7
dias, homogeneizando-o diariamente.
 Após esse tempo, o corante esta pronto para uso.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
MAY-GRUNWALD GIEMSA

 GIEMSA - É uma mistura de azur II (mistura equimolar de azul I e azul de metileno) e


eosinato de azur II (corante formado pela combinação equimolar de azur I, azul de metileno e
eosina amarelada).
 Dissolve-se 1 grama do sal em 66 mL de glicerol, deixa-se em banho-maria a 56 °C,
durante 2 horas, homogeneizando-o periodicamente com auxílio de um bastão de vidro.
 Após esse tempo, deixa-se a solução adquirir a temperatura ambiente e adiciona-se 66 mL
de metanol.
 Coloca-se a solução corante em frasco âmbar, deixa-se em local fresco e escuro durante 7
dias e, neste período, homogeniza-se o corante diariamente. Filtra-se antes do uso.
 Para o uso: o corante deve ser diluído do seguinte modo: 1 gota do corante estoque concentrado
para cada mL de água ou solução tampão.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
MAY-GRUNWALD GIEMSA
 TÉCNICA DE COLORAÇÃO
1. Sobre a lâmina, colocar 2 mL do corante de May-Grünwald. Deixar entre 3 e 4 minutos.
2. Sem retirar o May-Grünwald, adicionar 2 mL de solução tampão ou água sem derramar o
corante. Deixar 1 minuto.
3. Desprezar a solução corante-tampão ou água.
4. Adicionar 2 mL do corante de Giemsa (diluído para uso). Deixar entre 15 a 20 minutos.
5. Lavar a lâmina em água corrente, limpar a parte de trás para retirar restos de corante.
Deixar secar ao ar e então a lâmina estará pronta para a leitura.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
WRIGHT

 WRIGHT - É uma mistura dos derivados do azul de metileno com sais de eosina-azul de
metileno.
 Dissolve-se 3 gramas do corante em 100 mL de glicerol.
 Após a dissolução, completa-se o volume da solução para 1.000 mL com metanol.
 Deixa-se o corante "envelhecer" em frasco âmbar, em local escuro e fresco durante 7
dias, homogeneizando-o diariamente.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
WRIGHT

 TÉCNICA DE COLORAÇÃO
 1. Sobre a lâmina, colocar o corante de Wright, cobrindo-a totalmente. Em geral, são
necessários 2 mL do corante. Deixar entre 3 e 4 minutos.
 2. Sem retirar o Wright, adicionar igual quantidade de solução tampão ou água sem
derramar o corante. Deixar de 10 a 15 minutos.
 3. Lavar a lâmina em água corrente, limpando a parte de trás, para retirar restos de
corante. Deixar secar ao ar e então a lâmina estará pronta para a leitura.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
LEISHMAN

 LEISHMAN - É uma mistura dos derivados do azul de metileno com sais de


eosina-azul de metileno.
 Dissolve-se 0,2 gramas do corante de Leishman em 100 mL de metanol.
 Deixa-se o corante "envelhecer" em frasco âmbar, em local escuro e fresco durante
7 dias, homogeneizando-o diariamente.
COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE
LEISHMAN

 TÉCNICA DE COLORAÇÃO
 1. Sobre a lâmina, colocar o corante de Leishman, cobrindo-a totalmente. Em geral, são
necessários 2 mL do corante. Deixar entre 3 e 4 minutos.
 2. Sem retirar o Leishman, adicionar igual quantidade de solução tampão ou água sem
derramar o corante. Deixar de 10 a 15 minutos.
 3. Lavar a lâmina em água corrente, limpando a parte de trás, para retirar restos de
corante. Deixar secar ao ar e então a lâmina estará pronta para a leitura.
SOLUÇÃO TAMPÃO OU ÁGUA

 Quando se utiliza solução tampão, esta deve ser composta de uma mistura de fosfatos.
 Caso não haja possibilidade de preparo de uma solução tampão, pode-se utilizar água de
torneira, água recém deionizada ou fazer uma mistura de 3/4 de água de torneira com
1/4 de água recém-deionizada (o pH deve ser medido e corrigido).
 Em laboratórios que tenham água obtida por osmose reversa, a mesma pode ser utilizada
e, em geral, a coloração fica com boa qualidade.
 Pode-se utilizar ainda água mineral comercial que tenha no rótulo o valor do pH.
CORANTES RÁPIDOS

 Os corantes rápidos são baseados no método de fields que tinha


como objetivo fazer uma coloração rápida nas preparações de gota
espessa para a pesquisa do plasmodium spp.
 Esses corantes foram adaptados para a coloração de extensões
sanguíneas, sendo compostos de três corantes:
 O corante 1 é à base de metanol e tem a finalidade de fixar as
extensões;
 O corante 2 é à base de eosina e tem a finalidade de fazer a
coloração citoplasmática;
 E o corante 3, à base de azul de metileno, tem a finalidade de fazer
a coloração de estruturas nucleares.
CORANTES RÁPIDOS

VANTEGENS DESVANTAGENS
 Água adequada para a coloração com os  Limitados quanto à capacidade de fornecer
corantes tradicionais; informações mais detalhadas sobre as células;
 Menor tempo, não ultrapassa 1 minuto;
 Pode ser bastante adequada, desde que seja
realizada com rigor técnico.
CORANTES RÁPIDOS

 Técnica de coloração
 1. Colocar o berço com as lâminas no corante 1 e deixar por 10 segundos. Durante esse tempo,
nenhum movimento deve ser executado.
 2. Retirar o berço do corante 1 e deixar escorrer por 5 segundos.
 3. Colocar o berço no corante 2 e deixar por 10 segundos. Durante esse tempo, nenhum
movimento deve ser executado.
 4. Retirar o berço do corante 2 e deixar escorrer por 5 segundos.
 5 Colocar o berço no corante 3 e deixar por 20 segundos. Durante esse tempo, nenhum
movimento deve ser executado.
 6. Retirar o berço do corante 3, deixar escorrer por 5 segundos e lavar em água corrente.
CONTAGEM DIFERENCIAL

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