Você está na página 1de 69

GENE Sequência de bases nitrogenadas

responsáveis pela produção de proteína com


função específica.

GENES ESTIMULADORES GENES SUPRESSORES

CICLO
CELULAR
 Crescimento controlado  Crescimento
 Morfologia específica descontrolado
 Pequena N/C  Anaplasia
 Diferenciação  Alta N/C
 Adesão  Indiferenciação
 Não migração  Não adesão
 Euploidia  Migração
 Aneuploidia
FECUNDAÇÃO ATÉ 8 DIAS VIDA

AÇÃO AÇÃO
PROTO GENE
ONCOGENE SUPRESSÃO
Proto oncogenes:
oncogenes codificam proteínas
necessárias para que as células passem para
fase G1

Designados por 3 letras minúsculas


Letra inicial ou final relacionada a origem
 Fatores de crescimento
 Receptores dos fatores de crescimento
 Proteínas sinalizadoras
 Fatores transcripcionais nucleares
 Ciclinas e cininases ciclinadependente
Genes supressores:
supressores controlam o ciclo celular.
Para repercussão clínica é necessário alteração
em ambos alelos gênicos. A heterozigose não
promove alteração.
 p53
 Rb
• O que é câncer? Mutação cél
Alteração genética, química,
germinativa/somática
Carcinogênese iniciação fatores
seguida dede
crescimento,
mutação
promoção Alterações gênicas via sinal
hormônios
somática
de transduçãopromovem
que protege
que célula
induz
progressão tumorigênese
processo normalao inibir
decélula
auto-sobrevivência da
processo de morte celular
apoptose
tumoral em seu
microambiente: angiogênese,
diferenciação, migração,
regulação ciclo celular
Câncer é produto da proliferação desordenada e
desregulada de um grupo de células, com diferentes
graus de diferenciação, que pode alterar arquitetura e
funcionamento do tecido normal subjacente, e tem
capacidade de produzir metástases.
3 ESTÁGIOS de evolução da célula até chegar ao tumor

1 Célula cancerosa 2 Tecido alterado 3


Tumor

Invadem tecido vizinho

Multiplicação acelerada

Desprendem-se
Metástase
Estágios 1 e 2

Iniciação
1 A célula sofre alteração no seu DNA, 2 Promoção
espontâneamente ou por ação de A célula alterada continua a sofrer
agentes cancerígenos iniciadores (vírus, ação de agentes que estimulam a
agentes químicos,irradiação ou hereditário) sua multiplicação (agentes
promotores) e transforma-se em
células malignas ou cancerosas

Agentes
Agentes iniciadores promotores

ATIVAÇÃO DE PRO-ONCOGENES OU
PERDA DE FUNÇÃO MUTAÇÕES DE GENES DE SUPRESSÃO TUMORAL
Leucemia Linfóide Aguda
• Neoplasia mais comum da infância
– ¼ ca em crianças
– 75% leucemias
• Pico de incidência 2 a 5 anos de idade
• Mais comum em brancos q negros
• Meninos > meninas
• Distribuição geográfica
Leucemia Linfóide Aguda
• Associações
– Idade materna
– História materna de perda fetal anterior
– Exposição química paterna – abuso alcool, tabagismo
no período pré concepcional
• Genética
– Alterações cromossômicas constitucionais
• Trissomia 21 – risco 15 a 20 vezes maior LLA
• Klinefelter, Beckwith-Wiedemann, Bloom, Fanconi, AT
– Irmãos de pacientes com LLA tem risco 2x maior
Grupos de Alto Risco para Desenvolvimento
de Leucemia

Gêmeo idêntico 1/5 SEMANAS OU MESES


de criança leucêmica

Portadores de policitemia vera 1/6 10-15a


tratados com RDT

Síndrome de Bloom < DE 30a


1/8

Sobreviventes de Hiroshima 1/60 12ª

Síndrome de Down
1/95 < 10a
Portadores de esp. anq. 15ª
tratados com RDT 1/270

Irmãos de crianças leucêmicas


1/720 10a

Crianças brancas americanas


com < 15a 1/2880
Leucemia Linfóide Aguda

Fatores de risco

• Ambientais
– Radiação ionizante
– Campos eletromagnéticos???
– Agentes alquilantes, pesticidas e herbicidas
– Exposição paterna ao agente Laranja
– Uso materno de alcool, contraceptivos e
dietilestilbestrol
Leucemia Linfóide Aguda

• Patogênese clonal

– LLA é consequência da transformação maligna (mutação) de


um único precursor, que adquire capacidade de expansão por
renovação contínua

– Durante evolução normal do tecido linfóide há risco de


mutações malignas, uma vez que para desenvolvimento normal
do linfócito, o mesmo passa por rearranjos dos genes
imunoglobulina e TCR para sua maturação e comprometimento
funcional
Origem cellular dos linfócitos B

• BCR: duas cadeias pesadas identicas e duas cadeias leves identicas de


polipeptídeos de imunoglobulina unidas por ligação covalente por pontes
dissufidicas. Outro componente são moléculas CD 79a e CD 79b que
contém um imunorreceptor citoplasmático com ativação tipo tirosina.
Estes receptores emitem sinais através do BCR ativando tirosino kinases.

• Dependendo do estágio maturativo do linfócito B que reconhece


determinado antígeno e da ativação de outros receptores da superfície do
linfócito B que modulam o sinal via BCR, a célula B ativada pode ser
induzida a proliferar ou passar para outros estágios de diferenciação.
• Na medula óssea o desenvolvimento celular B termina quando o
precursor linfóide B obtém rearrajos dos genes de cadeia pesada e leve de
imunoglobulina com sucesso, expressando um receptor antigenico
functional.

• Os linfócitos B maduros naïve podem ser ativados por antígenos que se


liguem ao BCR e participar da resposta imune.

• Na resposta imune mediada por células T, as célula B ativadas por


antígenos sofrem uma expansão clonal no centro germinativo, onde os
genes da imunoglobulina sofrem hipermutação somática e recombinação
com mudança de classe de Ig.

• A classificação dos linfomas/leucemias baseia-se na observação de que as


células malignas ficam “congeladas” em determinado estágio maturativo
que reflete sua origem.
Evento Transformador
• Translocações recíprocas envolvendo o loci da Ig e proto-oncogenes são a
marca dos linfomas/leucemias B. Como consequência oncogenes ficam
sob domínio do locus ativo da Ig, levando a expressão desregulado do
oncogene.

• Três tipos de breakpoints no loci Ig são observados nas translocações:


– Adjacente a região JH ou adjacente a região DHJH – translocações que
ocorrem durante o reajanjo BCR no desenvolvimento de células pré B
na MO.
– Outras translocações ocorrem nas regiões V (variáveis) indicando
ocorrer durante a hipermutação somática.
– Outras translocações caracterizam-se por quebras nas regiões
constantes da IgH no processo de troca de classe de Ig.
DNA Topoisomerase I creates Topotecan prevents
single-strand break in DNA topoisomerase I from
during replication repairing broken DNA
DNA continues Topotecan binding to Damage to
to replicate topoisomerase I prevents DNA causes
completion of DNA replication cell death
Apresentação Clínica
Sangramentos, palidez, infecções graves

• Hemograma com leucocitose ou leucopenia, plaquetopenia,


anemia;

• Leucocitose > 50000/mm3 pode ocorrer em infecções


bacterianas por Staphylococcus, Haemophilus, Salmonella,
Meningococcus; e virais como caxumba, coqueluche,
adenovírus, CMV= REAÇÃO LEUCEMÓIDE;

• Leucocitose de até 100000/mm3 com eosinofilia pode ocorrer


em infecções parasitárias;

• Leucocitos> 100000/mm3 geralmente são secundários LLA,


LMA, LMC.
• Presença de blastos no sangue periférico;

• Sangramentos podem ocorrer por distúrbios de coagulação –


degranulação na LMA M3;

Dor óssea

• Principalmente em ossos longos – metafisária;

• Dor com sinais de alerta;

• Presença de linhas transluscentes transversais ao Rx de ossos


longos;

• Alteração do HMG + dor óssea >= 85% sensibilidade e


especificidade para diagnóstico de leucemias.
Linfadenomegalia

• Indolores, sem sinais flogísticos;

• Maior 1,0 cm cervicais, > 0,5 cm epitrocleares, > 1,5 cm


inguinais;

• Supraclaviculares: à E metástases de tu abdominal (Virchow); à


D referentes a tu torácicos;

• Linfadenomegalia em duas áreas não contíguas;

• Biopsiar quando: aumentados por mais de 2-3 semanas,


persistentes por mais de 6 semanas, associados a sintomas
constitucionais, Rx de tórax alterado, supraclaviculares.
Artrite/Artralgia

• Dor articular associada a alteração do HMG tem alta sensibilidade e


especificidade para diagnóstico de leucemias;

• Recomenda-se avaliação da MO antes da introdução de CE para


pacientes com diagnóstico de artrite.

Distúrbio eletrolítico

Infiltração renal

Infiltração testicular

Massa mediastinal (5 a 10% LLA T)


FC = 120 bpm FR = 20 ipm T = 38,4°C

Bom estado geral, acianótico, anictérico, eupneico, descorado (++/++++) e hidratado

Orofaringe: com hiperemia, hipertrofia de tonsilas palatinas e sem foco purulento


Otoscopia: sem alterações
Tórax: simétrico, sem abaulamentos ou retrações
Coração: bulhas rítmicas e normofonéticas sem sopros
Pulmões: murmúrio vesicular fisiologicamente distribuído, sem ruídos adventícios

Abdome: globoso, flácido, ruídos hidroaéreos normais, fígado palpável a 4 cm do rebordo costal
direito e baço a 6 cm do rebordo costal esquerdo..

Presença de linfonodos palpáveis em cadeias cervicais anteriores e posteriores, axilares e inguinais,


de 0,5 – 1,0 cm de diâmetro, móveis, fibroelásticos, indolores e sem sinais inflamatórios locais.

Genitália: sem alterações.

Pele: Hematomas em região pré-tibial bilateral, dois hematomas em região torácica posterior.
Petéquias em braços, face e pescoço.
Laboratório
LLA (*) LMA (**)
51%: Hb < 7,5 82%: Plaquetas < 100000
73%: Plaquetas < 150000 21%: Leucócitos > 100000
45%: Leucócitos >10000 39%: Leucócitos < 5000
10%: Leucócitos > 100000
30%: Leucócitos < 5000
Exames
ácido úrico (normal)
desidrogenase láctica – DHL (3884 U/L – ref: 100 a190 U/l)

uréia (normal), creatinina (normal)


urina I (normal)

sódio, potássio, cálcio, magnésio (normais)

raio-x de tórax nas posições póstero anterior (PA) e perfil


com imagens sem alterações.

TGO (normal)
TGP (normal)
fosfatase alcalina (normal)
Mielograma: Infiltração medular (98%) por células blásticas de tamanho
médio, citoplasma basofílico com vacúolos, alguns com nucléolos
evidentes, agranulares sugestivos de linfoblastos. Morfologia sugestiva
de LLA B L3- FAB.
Obs.: Não foram observadas formas amastigotas de leishmania.
Leucemia Linfóide Aguda
Classificação morfológica

L1 L2 L3
Tamanho homogeneo Tamanho Tamanho
pequeno, cromatina heterogeneo homogeneo grande,
homogenea, grande, cromatina cromatina
citoplasma escasso heterogenea, homogenea,
citoplasma citoplasma
moderado abundante com
vacuolos
Leucemia Linfóide Aguda
Classificação morfológica

L1 – 85% das crianças com LLA

L2 – 14%

L3 – 1% conferindo pior prognóstico


Leucemia Linfóide Aguda

Citoquímica – associação linhagem

MPO
PAS
Imunofenotipagem: Estudo imunofenotípico compatível com
Leucemia Linfóide Aguda de Células B. Marcadores positivos
para CD10, CD 20, CD19, CD22, imunoglobulina de superfície e
negativos para CD7, CD3, CD2, MPO (Mieloperoxidase).
Leucemia Linfóide Aguda
Caracterização imunofenotípica

• Através de anticorpos antiantígeno associados a


leucemia, estabelecer associação de linhagem e
maturação da célula leucêmica.
Leucemia Linfóide Aguda
Leucemia Linfóide Aguda
Leucemia Linfóide Aguda
• 80 a 85% LLA tem origem B
 20 a 30% LLA B apresentam Ig de citoplasma

• LLA B CD10 + (CALLA) – melhor prognóstico

• LLA B madura (Ig superfície) – pior prognóstico


Leucemia Linfóide Aguda
• Existe uma seguência hierárquica de rearranjos gênicos
de Ig e TCR que espelham os diferentes estágios
maturativos das cel B e T

– Ig cadeia pesada Ig cadeia leve  Ig cadeia


leve

– TCR 
Citogenética de medula óssea: Translocação – t(8;14)(q24,q32)
em seis das vinte células analisadas.
Leucemia Linfóide Aguda
Classificação citogenética

• Virtualmente 100% das leucemias tem alterações citogenéticas;

• Alterações envolvem nº de cromossomos e rearranjos estruturais


– Hiperploidia 56 a 67 cromossomos ou DI > 1,16 – melhor
prognóstico;

– Trissomia combinada do 4, 10 e 17 – melhor prognóstico;

– Próximo a tetraploidia associação com LLA T – pior prognóstico


Leucemia Linfóide Aguda
Classificação citogenética

 Rearranjo estrutural t(8;14), t(9;22), t(4;11), t(1;19)

– t(12,21) mais comum (22 a 25%) e de bom prognóstico –


considerado evento pré-leucêmico;

– Translocações envolvendo 11q23 ocorre em 5% LLA crianças e


adultos, 60% LLA lactente e 85% leucemias secundárias –
péssimo prognóstico;

– t(9;22) está presente 5% LLA – pior prognóstico.


Estadiamento/Classificação de risco

Infiltração fígado, baço e rim

Massa mediastinal

Infiltração Testicular

Infiltração SNC
Disseminação

• SNC
– 1970 leucemia SNC em 85%
– <5% SNC positivo ao diagnóstico
Disseminação hematogênica
Extensão direta MO crânio

• Testículo
– Envolvimento assintomático em 25%
– Terapêutica moderna incidência <5%
Leucemia Linfóide Aguda

Fatores Prognósticos
• Número de leucócitos
• Idade
Leucemia Linfóide Aguda

Fatores Prognósticos

• Citogenética
• Resposta ao tratamento
• Sexo (menina>menino)
• Imunofenótipo (CD10)
• Raça
• Bulky
• Estado nutricional
• SNC + e/ou testículo +
Tratamento
• Quimioterapia
– Protocolo GBTLI

• TMO???
– Células do cordão do próprio paciente??
• Perguntas e Respostas sobre Sangue de Cordão Umbilical [Volta] O que são células-tronco?
As células-tronco são células muito especiais. Elas surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm
dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico. Essas células têm duas características distintas:
• conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características;
• conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.
• Um exemplo é a célula-tronco hematopoética, que no adulto se localiza na medula óssea vermelha. Na medula óssea, ela é responsável pela geração de todo o sangue.
• Essa é a célula que efetivamente é substituída quando é feito um transplante de medula óssea.
• Onde podemos encontrar as células-tronco?
Além da célula-tronco hematopoética, pesquisas recentes têm demonstrado a presença de células-tronco específicas, presentes em tecidos como, fígado, tecido adiposo, sistema nervoso
central, pele etc. A utilização para fins terapêuticos dessas células também tem sido alvo de vários estudos.
• O sangue do cordão umbilical e placentário é utilizado para que tipo de tratamento?
Durante a gravidez, o oxigênio e nutrientes essenciais passam do sangue materno para o bebê por meio da placenta e do cordão umbilical. O sangue que circula no cordão umbilical é o
mesmo do recém-nascido. Quando pesquisadores identificaram no cordão umbilical um grande número de células-tronco hematopoéticas, que são células fundamentais no transplante
de medula óssea, este sangue adquiriu importância, pela doação voluntária, para pessoas que necessitem do transplante.
• O sangue do cordão umbilical é utilizado para que tipo de tratamento?
O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com
leucemia aguda; leucemia mieloide crônica; leucemia mielomonocítica crônica; linfomas ; anemias graves; anemias congênitas; hemoglobinopatias; imunodeficiências congênitas;
mieloma múltiplo; Síndrome mielodisplásica hipocelular; Imunodeficiência combinada severa; osteopetrose; mielofibrose primária em fase evolutiva; Síndrome mielodisplásica em
transformação; talassemia major, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 indicações).
• As células-tronco podem ser utilizadas em tratamento de outras doenças?
Sim, mas a fonte utilizada atualmente para indicações diferentes do transplante de medula óssea, como a medicina regenerativa de determinados órgãos, são as células-tronco da medula
óssea do próprio indivíduo.
• O tecido do próprio cordão também possui células-tronco?
Esta é mais uma especulação desta área. Há conhecimento de que existem células-tronco em vários tecidos do organismo há pelo menos 10 anos. Sua obtenção, entretanto, é difícil, cara
e ainda sem utilidade prática. No campo da ciência é prudente aguardar que os resultados deixem o campo da experimentação e sejam aplicados na prática médica. Não existem ainda
logística, recursos e indicação para que as células do próprio cordão sejam utilizadas em curto e médio prazo. Trata-se de antecipação de estudos ainda sem resultados práticos, o que em
geral causa muita ansiedade e expectativa nos que aguardam perspectivas de cura para doenças graves.
• As células-tronco do SCUP são células-tronco embrionárias?
Não, as células-tronco do SCUP têm características adultas, porém são mais imaturas e ainda pouco estimuladas.
• O que é Brasilcord?
É uma rede que reúne os Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical. Hoje, estão em funcionamento as unidades do INCA no Rio de Janeiro, do Hospital Albert Einstein, do Hospital
Sírio Libanês e dos hemocentros da Unicamp e de Ribeirão Preto, todos no estado de São Paulo. No restante do Brasil estão funcionando as unidades de Brasília, Florianópolis, Fortaleza e
Belém. A instalação de bancos em todas as regiões do país é imporante para contemplar a diversidade genética da população brasileira. O INCA é responsável pela coordenação da Rede.
A Portaria Ministerial nº 903/GM de 16/08/2000 e o RDC da Anvisa 153 de 14/06/2004 regulamentam os procedimentos da Rede. A criação da Rede Brasilcord foi regulamentada pela
Portaria Ministerial nº 2381 de 28/10/2004.
• Como é feita a doação do sangue do cordão para um Banco Público?
A doação é realizada em maternidades credenciadas do programa da Rede BrasilCord, que reúne os bancos públicos de sangue de cordão. Existem alguns controles no momento da coleta
do sangue do cordão, necessários para um bom aproveitamento das unidades. Portanto, não se trata de uma doação universal como ocorre com sangue e que pode ser feita em qualquer
hospital ou por qualquer pessoa, sendo limitada aos hospitais que fazem parte do programa.
• Como é feita a coleta de SCUP?
Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado (lacrado com uma pinça) e separado do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a placenta.
A quantidade de sangue (cerca de 70 - 100 ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta.
Em seguida, já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento.
Estas células podem permanecer armazenadas (congeladas) por vários anos no Banco de Sangue de Cordão Umbilical e disponíveis para serem transplantadas. Cabe ressaltar que a
doação voluntária é confidencial e nenhuma troca de informação será permitida entre o doador e o receptor.
• Quanto tempo o sangue do cordão pode ficar congelado?
O tempo é indefinido, existem bolsas de sangue de cordão congeladas há mais de 25 anos.
• Qualquer gestante está apta a doar?
Não, a gestante tem que atender a critérios específicos. Dentre eles, deve ter mais de 18 anos, ter feito no mínimo duas consultas de pré-natal documentadas, estar com idade gestacional
acima de 35 semanas no momento da coleta e não possuir, no histórico médico, doenças neoplásicas (câncer) e/ou hematológicdas (anemias hereditárias, por exemplo).
• Por que as doações não podem ser feitas em qualquer hospital?
O programa de doação trabalha com planejamento e eficiência. Não adianta quantidade sem qualidade porque seria desperdício coletar sem que o procedimento tenha sido realizado por
equipe treinada ou com critério. O planejamento segue as normas internacionais. Há pelo menos dois hospitais conveniados para cada Banco da Rede BrasilCord. São hospitais públicos ou
com credenciamento específico para coleta.
• Quais são as vantagens do SCUP?
A principal vantagem é que as células do cordão estão imediatamente disponíveis. Não há necessidade de localizar o doador e submetê-lo à retirada da medula óssea. Além disso, não é
necessária a compatibilidade total entre o sangue do cordão e o paciente. Com o uso do cordão umbilical é permitido algum nível de não compatibilidade, ao contrário do transplante com
doador de medula óssea, que exige compatibilidade total.
Existem desvantagens?
Existem sim, mas não para a doadora. A maior desvantagem é a dose de utilização, uma vez que a doação ocorre em uma única coleta (sem possibilidade de nova coleta), e o volume é restrito, o número de
células-tronco pode ser limitado. Assim, existe um limite de peso para o paciente, em função da quantidade de células-tronco retiradas do sangue do cordão. Os pacientes precisam ter entre 50kg e 60kg. No
entanto, hoje se utiliza uma técnica de adicionar dois cordões para um mesmo paciente, o que proporciona o uso em adultos com maior peso.
Existe algum risco para a mãe ou para o bebê?
Não, não existe nenhum risco. Lembre-se que tanto a placenta, quanto o sangue que fica armazenado nela, têm sido tratados, até então, como lixo. Obviamente, as equipes de coleta atuam somente com o
consentimento do obstetra, garantindo que nada interfira no parto.
O que acontece após a doação?
As unidades coletadas recebem um identificador numérico que passa a ser a identidade da bolsa. Toda referência à ela passa a ser realizada com esse número, e não mais com o nome da gestante. A unidade é
então levada ao laboratório, no INCA, onde passará por diversas etapas.
Inicialmente é avaliado o número de células presentes na unidade. Caso o número destas seja suficiente para um transplante, a mesma é processada, tendo seu volume reduzido a 20ml e congelada
(criopreservada). Assim, a unidade fica aguardando os resultados dos exames realizados, inclusive exames maternos, que avaliarão a presença de marcadores para doenças infecto-contagiosas do sangue.
Então, o SCUP coletado e congelado já está pronto para transplante?
Não, a legislação vigente prevê que, para uma unidade ser liberada para transplante, se deve repetir os exames sorológicos da mãe, em um período de dois a seis meses, após o parto. Isso é muito importante,
pois sem esse novo exame todo o trabalho terá sido em vão, e a unidade não poderá ser utilizada.
Quanto tempo depois da doação, então, a unidade fica disponível para transplante?
Somente de 3 a 6 meses depois do parto as unidades são liberadas para uso. Durante este tempo, são realizados testes no sangue do cordão para excluir doenças infecciosas e genéticas. Este é um
procedimento de segurança, para evitar as janelas imunológicas das doenças infecciosas. Como hoje existem testes mais precisos, principalmente para HIV e hepatite, será proposta à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração desta norma, para que as unidades com estes testes negativos sejam liberadas mais rapidamente, sem obrigatoriedade dos testes de seguimento da mãe. Como hoje
existem testes mais precisos, principalmente para HIV e hepatite, será proposta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração desta norma, para que as unidades com estes testes negativos
sejam liberadas mais rapidamente, sem obrigatoriedade dos testes de seguimento da mãe. Desta forma, haverá um crescimento mais rápido e eficiente do número de unidades disponíveis para uso, nos moldes
do que acontece na maioria dos países que possuem Bancos de Sangue de Cordão públicos. O aproveitamento final, depois de exclusão por critérios de segurança e qualidade (contagem mínima das células e
volume), é de cerca de 40% das unidades coletadas.
Caso o filho(a) da gestante que doou seu SCUP necessitar de um transplante de células-tronco, ele(a) terá prioridade?
Não. Entenda que a doação, por todos os fatores que para uso, caso não tenha sido utilizado por outro paciente, o mesmo será selecionado para o doador.
Quantas coletas são feitas em cada maternidade por dia?
São coletados, em média, de três a cinco cordões em cada maternidade, por dia.
Quanto custa este procedimento?
A doação é gratuita. Nenhuma gestante que adere ao programa de doação dos Bancos Públicos tem qualquer custo. A coleta e o armazenamento de cada unidade custam em torno de R$ 3 mil para o Sistema
Único de Saúde (SUS). Já a importação de unidades de sangue de cordão umbilical, vindas de registros internacionais, fica em torno de R$ 72 mil.
Qual a capacidade do Banco?
O Banco do INCA possui quatro tanques com capacidade para estocar cerca de 11.000 mil unidades. Neste espaço estão armazenados, até o momento, 4.292 mil bolsas.
Quantas unidades de sangue de cordão estocadas em Bancos Públicos brasileiros já foram utilizadas em transplantes?
Das 15.345 mil bolsas que estão armazenadas nas unidades em funcionamento da Rede BrasilCord, 163 já foram utilizadas para transplantes.
Como os pacientes receberão estas células?
O processo de transplante é semelhante ao utilizado com doador de medula óssea, ou seja, após um regime de preparação com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente recebe as células-tronco em um
procedimento semelhante a uma transfusão.
Os pacientes com indicações para transplante não-aparentado deverão ser cadastrados pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REREME). O médico insere no sistema características da doença,
dados cadastrais do paciente e o resultado do teste de HLA, um teste genético. Depois, é feito um cruzamento de informações entre o REREME e o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME),
que inclui os dados das unidades armazenadas em bancos da Rede BrasilCord e dos doadores voluntários, a fim de identificar um doador ou unidade de cordão compatível.
Existem bancos semelhantes no exterior?
Sim. N exterior, existem mais de 350 bancos, com mais de 600 mil unidades de cordão congeladas.
Ainda é muito difícil encontrar doador compatível para os pacientes brasileiros, mesmo com o aumento das unidades de sangue de cordão em Bancos Públicos?
Está cada vez mais fácil encontrar um doador porque os Bancos Públicos de Sangue de Cordão e os Registros de Doadores Voluntários estão se multiplicando em todo o mundo. Hoje, encontramos doadores
para cerca de 70% dos pacientes, 60% no Brasil e mais 40% no exterior.
Quais as principais diferenças entre os bancos públicos e privados?
São serviços diferentes. O banco público disponibiliza as unidades imediatamente para quaisquer pacientes brasileiros que precisem de transplante de medula óssea e não tenham um doador familiar. A coleta é
realizada com controles de qualidade e segurança e as unidades são utilizadas para indicações precisas, sem ônus para o paciente que irá se beneficiar. É a única modalidade recomendada pelos organismos
internacionais e por publicações científicas. O banco privado tem legislação específica, de cunho comercial, com ônus para as famílias que desejam armazenar o sangue. Além disso, as indicações e
aproveitamento do material são duvidosos, já que não existem publicações extensas sobre os resultados obtidos com uso de cordões armazenados em bancos privados. Armazenar o sangue do cordão em um
banco privado é uma aposta num futuro que a ciência ainda não comprovou.
Qual o posicionamento do Ministério da Saúde com relação aos bancos privados?
O Ministério da Saúde e a coordenação da Rede Brasilcord são contrários a esta atividade, principalmente pela falta de utilidade pública e pela forma enganosa como tem sido feita a propaganda dos bancos
privados. Os órgãos internacionais recomendam que não deve ser feito investimento público em bancos privados.
TMO - compatibilidade
• MHC1 – presente em todas as células nucleadas
• MHC2 – presente nas APCs

• TCR reconhece antígenos ligados no MHC: T8


peptídeos ligados ao MHC1 e T4 peptídeos ligados ao
MHC2
– No MHC há 6 genes que codificam molécula classe 1: HLA-A,
HLA-B, HLA-C, HLA-E, HLA-F, HLA-G
– E 5 loci que codificam moléculas classe 2: HLA-DP, HLA-DQ,
HLA-DR, HLA-DM, HLA-DO
Polimorfismo de genes de MHC classe I Tabela 2. Polimorfismo de genes de
Locus Número de alelos (alotipos) MHC classe II
HLA-A 218 Número de alelos
HLA-B 439 Locus (alotipos)
HLA-C 96
HLA-E, HLA-F e HLA-G Relativamente poucos HLA-DPA 12
alelos HLA-DPB 88
HLA-DQA 17
HLA-DQB 42
HLA-DRA 2
HLA-DRB1 269
HLA-DRB3 30
HLA-DRB4 7
HLA-DRB5 12
Relativamente
HLA-DM e HLA-DO
poucos alelos
Tratamento
Prevalência de sobreviventes de câncer
pediátrico entre adolescentes e adultos jovens
(15 - 45 anos):

 1990  1 / 1.000
 2000  1 / 900
 2010  1 / 250
MAIOR DESAFIO !

Cura do câncer
Cura do câncer
a qualquer preço
doença, psicológica e social
(ás vezes com seqela)
(sem sequelas)

Você também pode gostar