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Tania Rosa Alberto Munguambe Pene


Lidia Bernadete Guiamba
Cristência Filipe Macangelo

Curso de Tecnico de Farmacia

Medicinas alternativas e complementares

Antropolia

2º Ano

Instituto Politécnico Agrario


Maputo
2023
1

Tania Rosa Alberto Munguambe Pene


Lidia Bernadete Guiamba
Cristência Filipe Macangelo

Curso de Tecnico de Farmacia

Antropologia

2º Ano

Trabalho apresentado ao Ciencias de Saude,


Instituto Politecnico Agrario, no Curso de Tecnico
de farmácia na Cadeira de Antropologia para
efeitos de avaliação. Sob orientação do(a)
Docente:
Dinis Chiziane

Instituto Politécnico Agrario


Maputo
2023
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Índice
Capítulo 1 – Introdução, Objectivos e Metodologia ............................................................4
1.1 Introdução ......................................................................................................................4
1.2 Objectivos ......................................................................................................................5
Objectivos gerais ..................................................................................................................5
Objectivos especificos .........................................................................................................5
1.3 Metodologia ...................................................................................................................5
Capítulo 2 – Medicina Alternativa Complementar : designações e divisões.......................6
2.1 Medicina complementar ou alternativa ..........................................................................6
2.2 Quais são os riscos da medicina alternativa? .................................................................7
2.3 Cinco categorias da medicina complementar ou alternativa são geralmente
reconhecidas: .......................................................................................................................7
2.3.1. Sistemas médicos integrais ........................................................................................8
2.3.1.1. Ayurveda ................................................................................................................8
2.3.1.2.Homeopatia ..............................................................................................................8
2.3.1.3. Naturopatia .............................................................................................................9
2.3.1.4. Medicina tradicional chinesa ...............................................................................10
2.3.2. Medicina corpo-mente .............................................................................................11
2.3.2.1. O biofeedback .......................................................................................................12
2.3.2.2. Imagística direcionada .........................................................................................12
2.3.2.3. Hipnoterapia .........................................................................................................12
2.3.2.4. Meditação .............................................................................................................13
2.3.2.5. Relaxamento .........................................................................................................14
2.3.3. Práticas baseadas na fisiologia que não costumam ser usadas pela medicina
convencional ......................................................................................................................15
2.3.3.1. Fitoterápica e produtos naturais ...........................................................................15
2.3.3.2. Terapia de quelação ..............................................................................................15
2.3.3.3. Tratamentos com dieta .........................................................................................16
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2.3.4. Métodos de manipulação e com base corporal ........................................................18


2.3.4.1. Quiropraxia ...........................................................................................................18
2.3.4.2. Massagem .............................................................................................................18
2.3.4.3. Reflexologia .........................................................................................................19
2.3.4.4. Ventosa terapia .....................................................................................................19
2.3.4.5. Moxabustão ..........................................................................................................20
2.3.5. Medicina energética .................................................................................................20
2.3.5.1. Acupuntura ...........................................................................................................20
2.3.5.2. Magnetos ..............................................................................................................22
2.3.5.3. Toque terapêutico .................................................................................................24
2.3.5.4. Reiki ......................................................................................................................24
2.3.5.5. Qi gong e Tai chi 25
Capítulo 3 - Conclusões .....................................................................................................26
Conclusão...........................................................................................................................26
Referências bibliográficas ..................................................................................................27
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Capítulo 1 – Introdução, Objectivos e Metodologia

1.1 Introdução
No presente trabalho serão abordados assuntos inerentes a Medicina Alternativa e
Complementar, designada como também Medicina não convencional.
Medicina não convencional pode ser definida de forma funcional como sendo as
intervenções que não são amplamente discutidas em escolas médicas e que geralmente não
estão disponíveis nos hospitais ou que não estão em conformidade com os padrões da
comunidade médica. A definição e o uso correto dos termos “complementar”, alternativa”
e “não convencional” são controversos, mas fogem ao escopo deste estudo e aqui eles serão
usados como sinônimos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) faz uma distinção entre os termos “medicina
tradicional” e “Medicinas Alternativas e Complementares”: “a medicina tradicional é
baseada na cultura, história e crenças de um país ou de uma comunidade e surgiu muito
antes do desenvolvimento e disseminação da medicina ocidental que se originou na Europa,
após o desenvolvimento da ciência moderna e da tecnologia. O conhecimento da medicina
tradicional é freqüentemente passado verbalmente de geração a geração e, em alguns casos,
estão envolvidos teorias e sistemas sofisticados. Já a Medicina Alternativa e Complementar
refere-se ao tipo de medicina que não representa o principal papel no sistema nacional de
saúde. Na maioria dos países em que a medicina ocidental assume total responsabilidade
no sistema nacional de saúde, a maioria das formas de medicina tradicional e outras terapias
são consideradas como sistemas de medicina complementar e alternativa.
A questão da integração de diversas modalidades terapêuticas não convencionais em
sistemas baseados na biomedicina tem sido reconhecida internacionalmente, como
indicado por conferências médicas ao longo do mundo.A crescente popularidade da MCA
reflete mudanças nas necessidades e valores da sociedade moderna em geral. Isso inclui
uma elevação na prevalência de doenças crônicas, maior acesso à informação, desejo de
mais controle e liberdade em relação ao próprio cuidado à saúde, um senso aumentado na
designação de uma melhor qualidade de vida, declínio da crença de que medicina científica
terá maior relevância no tratamento de uma doença pessoal e um interesse aumentado em
espiritualismo, auto-realização e crescimento pessoal. Tudo isso parece influenciar
5

fortemente os pacientes e o interesse social em MCA. Preferências filosóficas também


desempenham um importante papel na escolha do cuidado à saúde.

1.2 Objectivos
Objectivos gerais

 Identificar e Definir as Medicinas Alternativas e Complementares

Objectivos especificos

 Enumerar os diferentes tipos de Medicinas alternativas e Complementares;


 Explicar os seus diferentes métodos de aplicabilidade, as suas vantagens e seus
possíveis riscos no uso das mesmas.

1.3 Metodologia
Para a realização do presente trabalho, sera feito um cruzamento literário, apoiando-se na
revisão da literatura dos autores que abordam temas relacionados. A metodologia de
investigação combinará métodos qualitativos, e o uso de diferentes técnicas para a recolha
de informações, tais como consulta de algumas revistas, consulta em alguns sites na
internet e estudo de documento
O objecto de análise serão as Medinas complementares e alternativas. O estudo não se
dirigirá a uma abordagem histórica, mas conceitual.
Segundo (Gil 1999), Revisão Bibliográfica, refere-se a um conjunto de conhecimentos
reunidos em obras de toda a natureza com a função de conduzir o investigador ou leitor da
pesquisa num determinado assunto, proporcionando-o qualquer tipo de saber.
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Capítulo 2 – Medicina Alternativa Complementar: designações e divisões

2.1 Medicina complementar ou alternativa


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a Medicina Alternativa (MA), também
chamada pseudomedicina, como “um conjunto amplo de práticas de atenção à saúde que
fazem parte da própria tradição do país e estão integradas no sistema sanitário principal”.
A medicina alternativa engloba várias abordagens e tratamentos não incluídos no âmbito
da medicina convencional dominante.
Paralelamente à medicina oficialmente reconhecida, coexistem em nosso meio outras
práticas de diagnóstico e de cuidados relacionados à saúde. A tendência na literatura é
abrigá-las sob o termo medicina complementar e alternativa (MCA). Para o Centro
Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos (NCCAM), MCA
“é o conjunto de diversos sistemas, práticas e produtos médicos e de atenção à saúde que
não se consideram atualmente parte da medicina convencional”
Terapias médicas alternativas têm atraído cada vez mais atenção da comunidade médica,
dos órgãos governamentais e do público em gera. Nos Estados Unidos, tem sido
demonstrado sistematicamente o uso de medicina alternativa no cuidado à saúde.
Tratamentos não convencionais são usados por muitos médicos e por outros terapeutas por
toda a Europa, Austrália, China e Israel9. Os tipos de terapias alternativas utilizadas variam
de um país para outro. As formas mais comuns incluem: fitoterapia, massagem,
homeopatia, oração a Deus, grupos de autoajuda, remédios populares, programas de dietas,
acupuntura, quiropraxia, exercícios físicos, entre outros.
O que é convencional num lugar, não o é necessariamente em outro. Ademais, em alguns
países como China, ambas as Coréias e Vietnã, as medicinas complementar e alternativa
não só coexistem como a medicina convencional como também estão integradas no
Sistema de Saúde Pública. O aumento da popularidade da MCA reflete mudanças nas
necessidades e valores na sociedade
7

2.2 Quais são os riscos da medicina alternativa?


De um modo geral, a maioria das técnicas têm um bom índice de segurança. Vários
tratamentos, como, por exemplo, plantas não tóxicas, técnicas de corpo e mente, como
meditação e ioga e práticas corporais como massagens, têm sido utilizados há milhares de
anos, sem efeitos lesivos. Entretanto, há algumas considerações de segurança que devem
ser tidas em conta.
O maior perigo talvez esteja no uso de uma abordagem alternativa para tratar doenças com
risco de vida, que podem ser tratadas com eficácia de forma convencional, como, por
exemplo uma meningite, cetoacidose diabética ou leucemia aguda. Também deve-se
tomar em conta a hepato e a nefrotoxicidade de algumas ervas. Deve-se observar se há a
possibilidade de contaminação dos produtos utilizados por metais pesados, assim como as
interações entre tratamentos da MA e outros suplementos alimentares ou drogas resultando
em diminuição e atividade de outros medicamentos, particularmente quando têm um índice
terapêutico estreito.
Cuidados devem ser tomados com qualquer manipulação física do corpo que possam
causar contusão ou lesão de nervos ou de medula. No entanto, as taxas de complicações da
manipulação do corpo são muito baixas quando a quiropraxia ou a acupuntura são
realizadas por indivíduos credenciados.
São consideradas como práticas de medicina alternativa e, portanto, “não científicas”, entre
outras: acupuntura, aromaterapia, arte terapia, Ayurveda, biodança, cromoterapia,
fitoterapia, florais de Bach, homeopatia, medicina natural, medicina
ortomolecular, musicoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexologia, tratamento espiritual e
outras, estruturadas em cinco categorias reconhecidas:
2.3 Cinco categorias da medicina complementar ou alternativa são geralmente
reconhecidas:

 Sistemas médicos integrais


 Técnicas de corpo e mente
 Práticas baseadas na fisiologia que não costumam ser usadas pela medicina
convencional
 Métodos manipulativos e corporais
 Medicina energética
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2.3.1. Sistemas médicos integrais


Assim, a medicina integrativa propõe um resgate das práticas tradicionais sem negar os
avanços da medicina convencional, valorizando as evidências, critérios de segurança e
eficácia das técnicas utilizadas. Ela é o conjunto de todos os tipos de terapia que já tenham
algum tipa de evidência acadêmica. A medicina integrativa quer promover a saúde de
maneira ampla.
Nesse sentido, outro aspecto fundamental é o espaço para um enfoque na saúde do
indivíduo de maneira geral, ao invés de se preocupar apenas em combater uma determinada
doença. Eles incluem:

2.3.1.1. Ayurveda
Ayurveda é um sistema de cura mais antigo do mundo, proveniente da Índia datado de mais
de cinco mil anos atrás. É um sistema de cura no sentido de que existe a parte médica que
vai realmente curar as doenças já instaladas no corpo físico, para isso existe os Vaidyas são
os médicos Ayurvedicos especializados nessa ciência (DE LUCA, 2016).
É uma ciência preventiva que se preocupa em prevenir o aparecimento de doenças,
procurando manter um estilo de vida saudável cuidando do corpo da mente e do espirito,
mantendo-se o devido equilíbrio entre esses pilares que compõe o indivíduo. Essa ciência
tem por objetivo ensinar as pessoas conseguirem a auto cura e atingir uma qualidade de
vida que lhes permita terem uma vida longa com saúde. É uma ciência que trata o indivíduo
na sua totalidade diferente do que observamos na medicina alopata onde existe uma
especialidade para cada parte do corpo, um médico que cuida da mente, o psicólogo que
cuida das emoções e assim, uma verdadeira maratona para chegar a um diagnóstico quando
aparece alguma doença.

2.3.1.2.Homeopatia
A homeopatia, sistema médico complexo de caráter holístico, é baseada no princípio
vitalista e no uso da lei dos semelhantes, enunciada por Hipócrates no século IV a.C. Foi
desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII.
Recoloca o paciente no centro do paradigma da atenção, compreendendo-o nas dimensões
físicas, psicológicas, social e cultural. Na homeopatia, o adoecimento é a expressão da
9

ruptura da harmonia dessas diferentes dimensões. Dessa forma, essa concepção contribui
para o fortalecimento da integralidade da atenção à saúde;

 Fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da


terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o auto-cuidado
e a autonomia do indivíduo;
 Atua em diversas situações clínicas do adoecimento, por exemplo, nas doenças
crônicas não transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas, nos transtornos
psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e
emergenciais e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários;
 Contribui para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a farma-
codependência.

2.3.1.3. Naturopatia
O Naturopata, em todas as situações, recorre aos agentes físicos e métodos naturopáticos,
homeopáticos e energéticos; Com base nas filosofias ocidental e oriental, através dos
quais diagnostica, trata e cuida dos pacientes, utilizando sistemas de práticas que se
baseiam em tratamentos e cuidados de acção bio-psico-fisiológica e higiénicos, que
tenham como objectivo reequilibrar as funções orgânicas e outras situações anormais
existentes no organismo, proporcionando ao mesmo as condições indispensáveis à
manutenção e recuperação do seu equilíbrio, no total respeito pelas Leis Naturais, que
regulam as funções do corpo humano: Para isso o naturopata utiliza todos os meios
naturais e ecológicos de preferência e sempre que possível, Dietas individualizadas,
segundo as bases da dietética, nutrição e bioquímica alimentar, naturopáticas, usando
produtos alimentares e plantas medicinais e seus derivados (fitoterapia, gemoterapia e
aromaterapia), de agricultura biológica; sempre que possível; psicologia, jejum, ar,
oxigeno terapia (banhos de ar e ginástica respiratória), ginástica dos órgãos, água
(hidroterapia) aplicada segundo os temperamentos, em uso externo e interno, luz solar
(helioterapia), psicoterapia, electroterapia, mecanoterapia, correcções e manipulações
naturopáticas e ainda todos os restantes meios naturais; Isentos de efeitos colaterais.
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2.3.1.4. Medicina tradicional chinesa


A medicina tradicional chinesa teve a sua origem na China há muitos milênios e se baseia
na teoria de que a doença é a consequência de um desequilíbrio da força vital (qi,
pronunciada tchi) pelo corpo. O qi é restabelecido por meio do equilíbrio das forças
opostas do yin (as forças escuras, femininas, negativas) e do yang (as forças iluminadas,
masculinas, positivas) que se manifestam no corpo como calor e frio, interno e externo e
deficiência e excesso. Várias práticas são usadas para preservar e restaurar o qi e,
portanto, a saúde.

As práticas mais frequentemente usadas são:

 Acupuntura
 Ervas medicinais
 Qi gong
 Outras práticas incluem dieta e massagem.
A medicina tradicional chinesa usa fórmulas que contêm misturas de ervas para tratar
várias doenças. É difícil determinar se essas misturas são seguras e eficazes. Um
problema é que a padronização e o controle de qualidade são praticamente inexistentes.
Assim, pode ocorrer o seguinte:

 A proporção das ervas na mesma mistura pode variar.

 A quantidade de princípio ativo pode variar entre uma fonte de ervas para outra.

 As misturas podem conter diversas outras substâncias (como medicamentos


produzidos por empresas farmacêuticas) ou podem estar contaminadas com
metais pesados tóxicos.

Uma vez que pode haver tamanha variação entre as misturas e uma vez que há tantas
misturas que poderiam ser estudadas, a maioria das pesquisas convencionais geralmente
estuda uma erva, e não a mistura. Contudo, uma erva, quando utilizada isoladamente em
vez de integrar uma mistura, pode não ser considerada eficaz pelos profissionais
praticantes tradicionais
11

Usos medicinais
As misturas de ervas chinesas têm sido utilizadas para tratar síndrome do intestino
irritável, síndrome de Tourette e muitos outros distúrbios. Na maioria das vezes,
evidências de que essas misturas são eficazes são fracas ou inconclusivas, embora seja
difícil obter evidências conclusivas devido à variabilidade dos tipos e composições das
ervas usadas. Por exemplo, há alguma evidência sugerindo que a erva Astragalus pode
melhorar a qualidade de vida de pessoas que estão sendo tratadas com quimioterapia para
câncer do pulmão. Contudo, ela não prolonga o tempo de vida nem desacelera a
progressão do câncer. Nesses casos, é necessário realizar mais pesquisas para determinar
se as ervas são eficazes.

Possíveis efeitos colaterais


Cada erva e mistura pode ter seus próprios efeitos colaterais. Por exemplo, uma erva
chamada “ma huang” (éfedra), um ingrediente de muitos remédios, é um estimulante que
pode elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial e, com isso, aumentar o risco de
acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.
No caso de misturas de ervas, os efeitos adversos também podem ser causados pelas
interações entre os princípios ativos.

2.3.2. Medicina corpo-mente


A medicina de corpo e mente baseia-se na teoria de que fatores mentais e emocionais
regulam a saúde física por meio de um sistema de conexões neuronais, hormonais e
imunológicas interdependentes através do corpo. Técnicas comportamentais,
psicológicas, sociais e espirituais são utilizadas para aumentar a capacidade mental de
afetar o corpo e, assim, preservar a saúde e prevenir ou curar doenças. Em razão da
abundância de evidências científicas que corroboram os benefícios das técnicas de corpo
e mente várias dessas abordagens atualmente são consideradas centrais. Por exemplo, as
técnicas a seguir são utilizadas no tratamento de dor crônica, doença coronariana,
cefaleia, insônia, sintomas de menopausa e como ferramentas durante o parto:
12

2.3.2.1. O biofeedback
Um tipo de medicina de interação mente-corpo, é um método usado para fazer com que
os processos biológicos inconscientes sejam controlados de maneira consciente. No
biofeedback, são utilizados aparelhos eletrônicos para medir e relatar informações sobre
processos inconscientes (como a frequência cardíaca, a pressão arterial e a tensão
muscular) à mente consciente. Com a ajuda de um terapeuta ou com treinamento, a pessoa
consegue entender por que essas funções mudam e consegue aprender a controlá-las, o
que reduz os efeitos de quadros clínicos, como dor, estresse, insônia e dores de cabeça).

Usos medicinais
Normalmente, o biofeedback é usado para tratar a dor, incluindo dor de cabeça e dor
abdominal crônica, estresse, ansiedade, insônia, incontinência fecal ou urinária, distúrbio
da hiperatividade de atenção, traumatismo craniano, zumbido e síndrome de Raynaud.

2.3.2.2. Imagística direcionada

A técnica de imaginação guiada é um tipo de medicina de interação mente-corpo que


consiste em usar imagens mentais para promover o relaxamento e o bem-estar, reduzir a
dor ou facilitar a cura de uma doença específica, como o câncer ou um trauma
psicológico. As imagens podem envolver qualquer um dos sentidos e ser dirigidas pela
própria pessoa ou por um profissional praticante, às vezes, em grupo. Por exemplo, uma
pessoa com câncer pode ser induzida a imaginar um exército de glóbulos brancos lutando
contra as células cancerígenas

2.3.2.3. Hipnoterapia
Hipnoterapia: O uso da hipnose no tratamento de um distúrbio ou preocupação médica
ou psicológica. A hipnose (Spiegel 1991), é vista como um estado de atenção
concentrada, envolvendo concentração focal e absorção interna com uma suspensão
relativa de periféricos da consciência, que apresenta três componentes:

 Absorção: Tendência a se envolver plenamente em uma experiência perceptiva,


imaginativa ou ideacional;
13

 Dissociação: Separação mental de componentes da experiência que normalmente


seriam processados juntos;
 Sugestionabilidade: Capacidade de resposta a pistas sociais, levando a uma maior
tendência a cumprir as instruções hipnóticas, representando uma suspensão do
julgamento crítico.

A hipnose incorpora vários componentes, como relaxamento, atenção concentrada,


imagens, processamento interpessoal e sugestões (JENSEN E PATTERSON, 2015).
Alguns pesquisadores acreditam que a hipnose está relacionada a um estado alterado de
consciência, enquanto outros assumem que esses fenômenos podem ser explicados por
conceitos psicológicos, como expectativas clínico-paciente (VANHAUDENHUYSE,
2013).

2.3.2.4. Meditação
Na meditação, um tipo de medicina de interação mente-corpo, a pessoa controla sua
atenção ou se concentra sistematicamente em aspectos específicos da experiência interna
ou externa. A meditação é possivelmente realizada enquanto a pessoa está tranquilamente
sentada ou em repouso, geralmente com os olhos fechados ou o olhar voltado para baixo.
Por vezes, inclui a repetição de uma frase (mantra) que ajuda a pessoa a se concentrar. A
meditação transcendental e a meditação com atenção plena foram cientificamente
estudadas.
A maior parte das práticas de meditação foi desenvolvida em um contexto espiritual e
teve como principal objetivo algum tipo de crescimento espiritual, transformação pessoal
ou experiência transcendental. No entanto, a meditação como intervenção de saúde pode
ser eficaz, independentemente da origem cultural, espiritual ou religiosa da pessoa.

Usos medicinais
A meditação demonstrou oferecer vários benefícios para a saúde, incluindo para aliviar:
Estresse, ansiedade, depressão Insônia, Dor; Sintomas de doenças crônicas (como o
câncer), Possivelmente zumbido ou zunido no ouvido (acufeno) e Disfunção sexual.
A meditação tem efeitos favoráveis sobre a atividade cerebral. Por exemplo, ela pode
aumentar a atividade em partes do cérebro associadas com a clareza mental. A meditação
14

geralmente inclui o relaxamento físico, a calma mental e os estados emocionais favoráveis,


como a bondade amável e o humor estável.
Foi proposto que a meditação exerce muitos efeitos benéficos sobre a saúde do coração e
dos vasos sanguíneos (cardiovascular). A Associação Americana do Coração (American
Heart Association) endossou a meditação como sendo uma intervenção de baixo risco e de
baixo custo na prevenção de doença cardiovascular, mas ao mesmo tempo, declarou que a
qualidade da evidência que dá respaldo à meditação é baixa e que mais estudos são
necessários.
A meditação ajuda na redução do estresse e melhora o bem-estar geral. O papel que ela
exerce sobre doenças crônicas, incluindo na dor e em distúrbios neurológicos (por
exemplo, a doença de Parkinson) está sendo estudado.

2.3.2.5. Relaxamento
O relaxamento, um tipo de medicina de interação mente-corpo, inclui práticas
especificamente concebidas para aliviar a tensão e o estresse. A técnica específica pode
ter como objetivo:
 Controlar a resposta ao estresse (por meio do sistema nervoso simpático)
 Reduzir a pressão arterial e a frequência cardíaca
 Diminuir a tensão muscular
 Alterar a atividade das ondas cerebrais

É possível que as técnicas de relaxamento incluam ou sejam combinadas com


a meditação, a imaginação guiada ou a hipnoterapia. A terapia de relaxamento pode
ajudar a aliviar a depressão e pode ser aplicada para ajudar a aliviar a ansiedade e alguns
tipos de dor.
Essas técnicas também são usadas para ajudar os pacientes a enfrentarem sintomas
relacionados com doenças e tratamentos do câncer e preparar os pacientes para cirurgia.
15

2.3.3. Práticas baseadas na fisiologia que não costumam ser usadas pela medicina
convencional
Práticas com bases biológicas usam substâncias naturais que afetam a saúde. Essas
práticas incluem:

2.3.3.1. Fitoterápica e produtos naturais


O termo fitoterapia é relativo a utilização de plantas para o tratamento de doenças. Todo
produto farmacêutico, seja extrato, tintura, pomada, ou cápsula, que utiliza como matéria-
prima qualquer parte de uma planta com conhecido efeito farmacológico, pode ser
considerado um medicamento fitoterápico.
São plantas utilizadas na cura e tratamento de doenças, na visão popular. Nem tudo aquilo
que se usa para tratar determinada doença é bom e realmente serve. Precisamos tomar
conhecimento de que, mesmo sendo um medicamento natural, as plantas podem causar
problemas de saúde se forem usadas de maneira errada.
É uma alternativa barata e de fácil obtenção, porque as plantas podem ser encontradas até
mesmo nas vizinhanças de casas. Além disso, muitas plantas já tiveram sua eficácia
comprovada cientificamente.

2.3.3.2. Terapia de quelação


A quelação, um tipo de prática biológica, representa uma reação química na qual
determinadas moléculas se ligam a átomos de metal (por exemplo, cálcio, cobre, ferro ou
chumbo). Os medicamentos quelantes, como o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA),
se ligam aos metais de modo que eles possam ser excretados do corpo. Esses
medicamentos costumam ser utilizados na medicina convencional para
tratar envenenamento por chumbo, superdosagem de ferro e o envenenamento por outros
metais pesados (consulte também Considerações gerais sobre medicina integrativa,
complementar e alternativa).
Os profissionais que praticam a terapia de quelação acreditam que muitos distúrbios são
causados pelo excesso de algum metal no corpo, mesmo quando a pessoa não é exposta
ao metal e exames de sangue não mostram níveis elevados do metal. Assim, eles tratam
vários tipos de distúrbios com os medicamentos quelantes.
16

Usos medicinais
A terapia de quelação com EDTA também foi sugerida como uma maneira de remover o
cálcio e, com isso, tratar a aterosclerose e ajudar a prevenir ataques cardíacos e acidentes
vasculares
Cerebrais. Contudo, estudos sugerem que esses benefícios da terapia de quelação são
negligenciáveis ou inexistentes.

Possíveis efeitos colaterais


Os efeitos colaterais da terapia de quelação para remover cálcio incluem uma baixa
concentração de cálcio, um problema que pode ser grave e raramente é fatal. Outros
possíveis efeitos colaterais do EDTA incluem pressão arterial baixa, vômitos, fadiga, dor
de cabeça, convulsões e dores musculares e das articulações. O uso da terapia de quelação
também pode ser prejudicial ao alterar outros processos químicos do organismo,
inclusive causando baixos níveis de glicose sanguínea.

2.3.3.3. Tratamentos com dieta


A terapia dietética, uma prática biológica, utiliza regimes alimentares especializados (por
exemplo, a dieta macrobiótica, a paleolítica, a mediterrânea e a de baixo teor de
carboidratos) para:
 Tratar ou prevenir uma doença específica (como câncer ou doenças
cardiovasculares)

 Promover o bem-estar de maneira geral

 Desintoxicar o corpo (ao neutralizar ou eliminar toxinas do corpo)

Algumas dietas (como a dieta mediterrânica) são amplamente aceitas e estimuladas na


medicina ocidental tradicional.
Antes de começar uma dieta terapêutica que inclui uma maneira drasticamente diferente
de comer, a pessoa deve buscar o aconselhamento de um especialista para poder evitar
deficiências nutricionais. A ciência nutricional e sua compreensão estão constantemente
evoluindo e devem ser revisadas frequentemente juntamente com um profissional de saúde
ou nutricionista
17

Dieta macrobiótica
A dieta macrobiótica consiste principalmente em verduras, grãos integrais, frutas e
cereais. Algumas pessoas que seguem uma dieta macrobiótica informaram que houve
melhora no câncer e nos sintomas; porém, estudos com desenho adequado não
demonstraram isso.Os riscos de uma dieta macrobiótica incluem perda de peso não
intencional e, às vezes, a ingestão inadequada de determinados nutrientes.

Dieta paleolítica
A dieta paleolítica consiste em consumir os tipos de alimentos que alegadamente teriam
sido consumidos há muito tempo durante a era Paleolítica (Idade da Pedra), quando os
alimentos eram caçados ou coletados. Ou seja, ela consiste em alimentos de fonte animal
e plantas selvagens. Assim, a dieta faz com que a pessoa:

 Coma mais proteína;

 Coma menos carboidratos e, quando os come, a pessoa consome sobretudo frutas


e verduras frescas sem amido;

 Consuma mais fibra com frequência;

 Consuma mais gordura, geralmente gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas.

Os alimentos considerados como não estando disponíveis durante a era Paleolítica (como
laticínios, grãos, legumes, óleos processados, açúcar refinado, sal e café) são evitados. Os
proponentes alegam que as pessoas não conseguem processar (metabolizar) muitos desses
alimentos. Contudo, o conhecimento sobre o que de fato era comido durante a era
paleolítica é limitado e há alguma evidência sugerindo que a dieta na era paleolítica não
era tão limitada quando a dieta paleolítica moderna.
Os proponentes da dieta paleolítica alegam que ela reduz o risco de doença arterial
coronariana, diabetes tipo 2 e muitas doenças crônicas. Eles também alegam que ela
promove a perda de peso, melhora o desempenho atlético, melhora o sono e melhora a
função mental. Contudo, a evidência de que essa dieta tem de fato algum desses efeitos
continua inconsistente.
18

Os riscos da dieta paleolítica incluem uma ingestão inadequada de determinados nutrientes


(devido ao baixo consumo de grãos integrais e laticínios) e, possivelmente, um aumento
do risco de ter doença arterial coronariana (devido ao aumento do consumo de gordura e
proteína).
2.3.4. Métodos de manipulação e com base corporal
Práticas de manipulação e baseadas no corpo enfatizam primariamente estruturas e
sistemas corporais (p. ex., ossos, articulações e tecidos moles). Essas práticas baseiam-
se na crença de que o corpo pode se regular e se curar e que suas partes são
interdependentes.

2.3.4.1. Quiropraxia
A quiropraxia é uma área da saúde responsável pelo diagnóstico, tratamento e prevenção
de problemas nos nervos, músculos e ossos através de um conjunto de técnicas realizadas
com as mãos, que têm como objetivo melhorar a flexibilidade, reduzir a dor e recuperar as
funções normais das vértebras, dos músculos e ligamentos.
A quiropraxia é um tratamento que pode ser feito de forma isolada ou para complementar
outros tipos de tratamentos médicos. Geralmente é indicada para condições como: Dor no
pescoço; Dor nas costas; Dor nos ombros; Hérnia de disco; Dor na lombar; Osteoartrite;
Enxaqueca.
O quiropraxista, faz algumas técnicas de manipulação manual que podem recuperar o
movimento adequado da coluna e de outras partes do corpo, fazendo com que a dor seja
aliviada.

2.3.4.2. Massagem
A massagem pode aliviar a dor, reduzir o edema e ajudar a estimular os tecidos tensos
(contraídos). Apenas um terapeuta licenciado deve realizar a massagem para o tratamento
de uma lesão. A massagem não deve ser utilizada para tratar infecções ou inflamações
devido a coágulos sanguíneos (tromboflebite).
19

2.3.4.3. Reflexologia
O termo reflexologia é o estudo dos reflexos, ou seja, o estudo das reações involuntárias,
sensoriais ou motoras a um estímulo exterior (FERREIRA, s/d), então se pode entender
que a Reflexologia é o estudo das reações de pontos, partes ou áreas a serem tocados,
pressionados ou massageados. Diante disso, define-se a Reflexologia como “a ciência e a
arte que lida com o princípio de que nos pés e nas mãos existem áreas de reflexos que
correspondem a todos os órgãos, glândulas e partes do corpo” (TASHIRO, 2001), como se
sob os pés estivesse desenhado todo o corpo humano. Segundo KUNZ e KUNZ (1982) a
reflexologia “consiste no estudo e prática da produção de reflexos correspondentes a outras
partes do corpo, no pé. (...) O relaxamento é o primeiro passo para a normalização, o retorno
do organismo a um estado de equilíbrio ou homeostasia, em cujo estado, a circulação pode
fluir desimpedida, os órgãos corporais, de fato agregações celulares, podem então voltar a
um estado ou função normal.”
Ou seja, a reflexologia podal é uma técnica de aplicação de pressão em pontos específicos,
que possibilita que o paciente relaxe e também consiga fazer com que seu corpo reaja às
necessidades ou disfunções, pelo reequilíbrio energético. Desta forma, a Reflexologia
Podal é aplicada como uma técnica de massagem em pontos existentes sobre a planta e o
dorso dos pés que representam todos os órgãos e os membros do corpo humano,
possibilitando um relaxamento e um equilíbrio corporal, porque, ao estimulá-los a energia
corpórea produzida é liberada e utilizada pelo organismo do paciente.

2.3.4.4. Ventosa terapia


A ventosa terapia (prática de manipulação corporal) na medicina tradicional chinesa.
Acredita-se que ventosa terapia aumente o fluxo sanguíneo no local de aplicação,
melhorando assim o processo de cura nessa região.
O ar é aquecido no interior de um copo, geralmente utilizando uma bomba de borracha na
prática moderna. O copo aquecido é imediatamente invertido e colocado na pele. O vácuo
resultante succiona parte da pele e pode ser deixado na posição por vários minutos.
A ventosa terapia tem sido usada para tratar herpes zóster, paralisia facial, acne,
espondilose cervical, sintomas respiratórios e dor, mas há poucas evidências.
A ventosa terapia pode deixar a pele eritematosa e até queimá-la.
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2.3.4.5. Moxabustão
A moxabustão (um tipo de prática manipulativa corporal) é utilizada na medicina
tradicional chinesa. Ela consiste em queimar uma erva seca denominada moxa (artemísia)
geralmente logo acima ou, às vezes, diretamente sobre a pele sobre os pontos de
acupuntura. A erva pode estar na forma de bastão ou lã de moxa.
A moxabustão é utilizada para tratar quadros clínicos semelhantes aos tratados
pela acupuntura.
A moxabustão pode causar queimaduras circulares (que se parecem com a queimadura
causada por pontas de cigarros) e bolhas.

2.3.5. Medicina energética


As terapias energéticas pretendem manipular os campos de energia sutis (também
denominados biocampos) que acredita existir dentro e ao redor do corpo e, assim, afetar
a saúde. Todos os tratamentos energéticos se embasam na crença de que existe uma força
universal de vida (qi) ou energia sutil no interior e ao redor do corpo. Historicamente, a
energia vital foi postulada para explicar processos fisiológicos que ainda não eram
compreendidos. À medida que a fisiologia progrediu, essa força foi relegada. Alguns
pesquisadores continuam a explorar a existência do biocampo e das energias sutis.
A medicina energética é um componente de vários tratamentos, como:

2.3.5.1. Acupuntura
A acupuntura, uma terapia que faz parte da medicina tradicional chinesa, é uma das
terapias da MCA mais amplamente aceitas nos países ocidentais. Os acupunturistas
autorizados não têm, necessariamente, o diploma de medicina, embora alguns médicos,
na maioria das vezes especializados no tratamento da dor, tenham a formação e a
autorização necessárias para realizar acupuntura. Milhões de pessoas são tratadas com
acupuntura todos os dias.
A acupuntura implica a estimulação de pontos específicos do corpo, em geral
introduzindo-se agulhas muito finas na pele e nos tecidos subjacentes. Acredita-se que
estimular esses pontos específicos afeta o fluxo do qi (pronunciado tchi). O qi é a força
vital que permeia o corpo. A medicina tradicional chinesa acredita que a doença resulta
21

de um fluxo inadequado do qi ao longo dos canais ou meridianos de energia (há mais de


2.000 desses pontos ao longo dos meridianos). Estimular esses pontos ajuda a restaurar
o equilíbrio entre o yin (as forças escuras, femininas, negativas) e o yang (as forças
iluminadas, masculinas, positivas). Algumas vezes, o estímulo é aumentado girando-se
ou aquecendo-se a agulha. Os pontos de acupuntura também podem ser estimulados com:

 Pressão (denominada acupressão)

 Laser

 Ultrassom Uma corrente elétrica com tensão muito baixa (denominada


eletroacupuntura) aplicada na agulha.

Usos medicinais
 Suas utilizações propostas incluem:
 Alívio da dor, incluindo após procedimentos cirúrgicos ou odontológicos;
 Alívio da náusea e vômitos que costuma ocorrer durante a gravidez ou após a
cirurgia ou quimioterapia;
 Tratamento da toxicodependência, síndrome do túnel do carpo, fibromialgia, dor
de cabeça, dor lombar, fadiga e dor articular.

Uma pesquisa em acupuntura é inerentemente difícil de ser realizada. A realização de um


estudo com caráter cego (que evita que os participantes da pesquisa e os profissionais
praticantes saibam qual pessoa recebeu qual tratamento) é algo desafiador nos estudos
em acupuntura. A chamada "acupuntura" simulada (a inserção de agulhas em pontos
diferentes dos usados na acupuntura) frequentemente pressiona os pontos de acupressão,
o que faz com que seja difícil medir os efeitos da acupuntura. Estudos publicados sobre
a acupuntura em algumas regiões, sobretudo na China, tendem a indicar um efeito mais
positivo. É possível que eles estejam refletindo uma falta de imparcialidade, mas pode
ser também que esses profissionais estejam praticando um esquema completo de
medicina tradicional chinesa do qual a acupuntura é apenas um dos componentes.
22

A acupuntura é eficaz no tratamento de vários distúrbios e sintomas, embora sejam


necessários mais estudos. Comparar a acupuntura com a acupuntura simulada como
prática de controle é algo complicado, porque a terapia de comparação também é uma
prática de relaxamento com um profissional. O placebo para a acupuntura pode consistir
na utilização de bainhas opacas contendo uma agulha romba ou palito que é pressionado
na pele, mas não é inserido nela, embora isso mesmo assim pressionaria os pontos de
acupuntura. Muitos centros médicos acadêmicos e organizações de saúde, incluindo a
Organização Mundial de Saúde, continuam a investigar e a explorar a eficácia da
acupuntura.

Possíveis efeitos colaterais


Os efeitos colaterais da acupuntura são raros e frequentemente leves, se a técnica for
aplicada corretamente, mas é preciso observar o seguinte:

 Pode ocorrer piora temporária dos sintomas.

 Ocasionalmente, o clínico inadvertidamente esquece de retirar as agulhas após o


término da sessão de acupuntura; o processo de contagem de equipamento,
parecido com aquele realizado após procedimentos cirúrgicos, diminui a
probabilidade de isso acontecer.

 Como com qualquer tratamento médico que envolva agulhas, algumas pessoas
podem se sentir mal e precisar se deitar.

 A acupuntura pode causar hematomas ou hemorragias em pessoas com distúrbios


de hemorragia graves ou que tomam medicamentos para afinar o sangue.

 Raramente, o posicionamento profundo da agulha pode causar um pulmão


colapsado e lesão interna.

2.3.5.2. Magnetos
A magnetoterapia é uma alternativa de tratamento natural que utiliza ímanes e seus campos
magnéticos para aumentar o movimento de algumas células e substâncias corporais, como
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a água, de forma a obter efeitos como diminuição da dor, aumento da regeneração


celular ou redução da inflamação, por exemplo.
Para fazer esta técnica, os ímanes podem ser inseridos em faixas de tecido, pulseiras,
sapatos e outros objetos, de forma a serem mantidos perto do local a tratar, ou o campo
magnético pode ser produzido por um pequeno aparelho que é colocado junto da pele, no
local a tratar.
A intensidade do campo magnético, assim como o tamanho dos ímanes devem ser
adaptados ao tipo de problema a tratar e, por isso, a magnetoterapia deve ser sempre feita
por um terapeuta qualificado de forma a adaptá-la corretamente às necessidades de cada
pessoa.

Principais benefícios
 Devido aos efeitos dos campos magnéticos sobre o corpo humano, alguns estudos
indicam benefícios como:
 Aumento da circulação sanguínea, uma vez que o campo magnético consegue
diminuir a contração dos vasos sanguíneos;
 Alívio rápido da dor, pois estimula a produção de endorfinas, que são substâncias
analgésicas naturais;
 Diminuição da inflamação, devido ao aumento da circulação e redução do pH do
sangue;
 Aumento da regeneração de células, tecidos e ossos, porque melhora o
funcionamento das células
 Prevenção do envelhecimento precoce e do surgimento de doenças, pois elimina
toxinas que lesam as células e prejudicam a saúde.

Quem não deve usar


Embora possua vários benefícios, a magnetoterapia não pode ser utilizada em todos os
casos, especialmente devido a todos as alterações que provoca no organismo. Dessa forma,
está contraindicada nos casos de:
 Câncer em qualquer parte do corpo;
 Hipertireoidismo ou funcionamento exagerado das glândulas suprarrenais;
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 Miastenia grave;
 Hemorragias ativas;
 Infecções fúngicas ou virais.

Além disso, esta técnica deve ser usada com cuidado em pacientes com convulsões
frequentes, arteriosclerose grave, pressão baixa, a fazer tratamento com anticoagulantes ou
com transtornos psiquiátricos graves.
Já pacientes com marcapasso, só devem utilizar a magnetoterapia após aprovação do
cardiologista, uma vez que o campo magnético pode alterar o ajuste do ritmo elétrico de
alguns aparelhos de marcapasso.

2.3.5.3. Toque terapêutico


Essa terapia complementar, desenvolvida por Krieger-Kunz consiste no uso consciente das
mãos com o objetivo de harmonizar o campo energético humano (CEH). Sua técnica é
dividida em quatro fases: a centralização da consciência, a avaliação do campo de energia
do cliente, o reequilíbrio ou repadronização da energia e a reavaliação do campo de energia
do paciente (KRIEGER, 1997). O Toque Terapêutico é eficaz na estabilização dos
parâmetros de sinais vitais e diminuição de sintomas de várias doenças como os distúrbios
do humor e padrão de sono, agitação, fadiga, ansiedade e, especialmente, dor, aplicado por
enfermeiros em diferentes países (VASQUEZ, 2011). Como as demais terapias
complementares, o Toque Terapêutico não dispensa o tratamento convencional e deve ser
realizado paralelamente ao plano terapêutico proposto pela equipe de saúde.

2.3.5.4. Reiki
Reiki é uma técnica considerada como terapia integrativa, em que o terapeuta (ou mestre
reikiano) estende suas mãos sob partes do corpo do paciente para canalizar energia vital
universal. O objetivo é restaurar o equilíbrio físico, regularizar suas funções vitais e
equilibrar o campo mental e emocional. O método é reconhecido pela Organização
Mundial de Saúde (OMS).
O Reiki funciona como uma prática integrativa para equilibrar partes do corpo físico e
emocional. De acordo com a mestre Eliana Zacariotti, a sabedoria oriental explica que a
25

energia é a base de tudo. No corpo, ela flui pelos canais energéticos, alimenta órgãos e
células e regula as funções vitais.
Segundo Eliana, as doenças ou disfunções físicas, mentais e emocionais são energia fluindo
de maneira errada, parada ou bloqueada. Vários fatores como estresse, sedentarismo, má
alimentação, insônia, respiração inadequada, ansiedade, mágoa, apego, raiva e baixa
autoestima são capazes de interferir no fluxo energético e, com isso, podem causar
distúrbios físicos ou psíquicos.
Portanto, o Reiki serve para desbloquear essa energia, regulando o fluxo e,
consequentemente, resgatando o equilíbrio que é preciso para ter saúde e bem-estar. Com
a aplicação da energia universal no corpo, o organismo volta a funcionar de forma
harmoniosa, com glândulas ativadas, sistema nervoso revitalizado e sistema imunológico
fortalecido.

2.3.5.5. Qi gong e Tai chi


Componentes da medicina tradicional chinesa que usa posturas suaves, movimentos
conscientes e a respiração para equilibrar a energia do paciente
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Capítulo 3 - Conclusões
Conclusão
A crescente demanda e a utilização de terapias da MCA, apesar da falta de evidência,
aumentam a necessidade de discussão sobre como a MCA pode ser integrada no sistema
médico convencional. A não integração dos sistemas compromete a segurança e a
qualidade da saúde, visto que os pacientes não recebem a devida orientação de seus
médicos na escolha do tratamento e estão sujeitos a sofrer danos pela ausência de
regulamentação de práticas, produtos e profissionais da MCA.
No mais, pôde-se concluir que a terapia complementar é fundamental para a contribuição
da evolução do estado de saúde de alguns pacientes, contudo, não dispensa a necessidade
da medicina convencional, já que não possui 100% de resolutividade.
Conhecer as medicinas alternativas pode ser uma ferramenta muito poderosa na
manutenção da saúde Porém, existem vários aspectos que deve-se ter em mente para ter
um estilo de vida e uma alimentação mais saudável, que são os pilares da boa saúde.
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Referências bibliográficas

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https://www.scielo.br/j/ramb/a/QZdpLWVRXBqHPWK6tHVHhMH/?format=pdf.
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https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/medicina-integrativa-
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17/05/2023
FERREIRA,M.; GNERRE, M.L.A. & POSSEBON,F. apud. GULMINI, 2002.
ANTOLOGIAVÉDICA: Edição bilíngue: sânscrito e português. João Pessoa: Libellus,
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Marcelle Pinheiro.Quiropraxia: o que é, para que serve e como é feita. Disponivel em:
https://www.tuasaude.com/quiropatia/ Acesso em 18/05/2023
Fernanda C. Leite, Renato A. Zângaro.reflexologia: uma técnica terapêutica alternativa.
Disponivel em: https://biblioteca.univap.br/dados/INIC/cd/epg/epg3/epg3-27.pdf

REFLEXOLOGIA: UMA TÉCNICA TERAPÊUTICA ALTERNATIVA Fernanda C.


Leite1 , Renato A. Zângaro2
KUNZ, B. E KUNZ, K. Reflexologia: como restabelecer o equilíbrio energético. Editora
Pensamento. 10ª Edição. São Paulo. 1997.
TASHIRO, M. T. O. et al. Novas Tendências Terapêuticas de Enfermagem – Terapias
Naturais – Programa de Atendimento. R. Brás. Enferm., Brasília, v.54, p. 658-667,
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VASQUEZ, C. I.; et al. Tendências da pesquisa envolvendo o uso do toque terapêutico
como uma estratégia de enfermagem. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 24, n. 5, p. 712-
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KRIEGER, D. Toque Terapêutico – Novos caminhos da cura transpessoal. São Paulo;
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FARMACOPÉIA Brasileira. 4a ed.Parte II. 6o Fascículo. São Paulo: Atheneu, 1988.
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