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Especializado emVida

Curso Farmácia Clínica em Oncologia


Avaliação de exames laboratoriais na prática clínica para
intervenção farmacêutica
Apresentação Pessoal

 Farmacêutica Especialista em Farmacologia Clínica pelo


Instituto de Pesquisas Hospitalares (IPH);
 Especialista em Oncologia Clínica pela Fundação
Antônio Prudente/A.C. Camargo Cancer Center;
 Especialista em Logística Hospitalar pelo Instituto
Racine;
 Graduada em Farmácia Bioquímica e Industrial pela
Universidade São Judas Tadeu.
 Farmacêutica Especialista e responsável pela Unidade
Tamandaré do A.C. Camargo Cancer Center.
Temas que serão
abordados

 Exames laboratoriais
 Hematopoese
 Hemograma
 Função renal
 Função hepática
 Parâmetros inflamatórios e infecciosos
 Controle de eletrólitos
 Análise de gases
 Marcadores tumorais
OBJETIVO DOS EXAMES LABORATORIAIS

NA PRÁTICA DA FARMÁCIA CLÍNICA ONCOLÓGICA


– Diagnóstico;
– Busca por resultados fisiológicos e metabólicos para
melhor direcionamento da terapêutica;
– Seguimento terapêutico.
HEMATOPOIESE
Maturação e diferenciação celular

https://pt.dreamstime.com/tipos-de-c%C3%A9lulas-sangu%C3%ADneas-hematopoiese-humana-ilustra%C3%A7%C3%A3o-vetorial-leuc%C3%B3citos-e-linf%C3%B3citos-gr%C3%A1fico-educacional-cartaz-para-image224747829
COMPOSIÇÃO
Série Vermelha + Série Branca + plasma

Fonte: https://pt.dreamstime.com/diagrama-vetorial-da-composi%C3%A7%C3%A3o-sangu%C3%ADnea-ilustra%C3%A7%C3%A3o-educativa-image177835430
ERITROGRAMA
Eritrócitos / Hemácias / Glóbulos vermelhos

 Células circulares, bicôncavas e anucleadas, que apresentam centros mais finos e bordas mais espessas
e possuem grande flexibilidade. Diâmetro: 7.5 μm.
 São as células mais abundantes no sangue.
 No feto são produzidos no saco vitelino e depois no fígado. A medula óssea acaba por se tornar o
principal local de produção.
 As hemácias transportam hemoglobina, e a sua forma permite o transporte eficiente de oxigénio e gás
carbônico.
 Bilhões de eritrócitos são produzidos diariamente, sua vida útil é de 120 dias.
 As hemácias senescentes ou deformadas são removidas por macrófagos no baço, fígado e medula
óssea.
ERITOGRAMA
Itens avaliados no hemograma

•Eritrócitos : avalia a quantidade de hemácias. •Volume Corpuscular Médio (VCM) avalia o


tamanho das hemácias. Normocíticas,
Macrocíticas ou Microcíticas
• Hemoglobina: avalia o peso da hemoglobina
dentro das hemácias.
•Concentração de Hemoglobina Corpuscular
Médica (CHCM) avalia a concentração de
•Hemoglobina Corpuscular Médica (HCM) hemoglobina dentro da hemácia.
:avalia variação média de peso da
hemoglobina dentro das hemácias.
•Coeficiente de Variação de Volume de
Glóbulos Vermelhos (RDW ) avalia a diferença
•Hematócrito :avalia o percentual das de tamanho entre as hemácias.
hemácias x outros elementos dentro da
amostra.
ERITROGRAMA
Exemplos de alterações
Eritrócitos / hemácias

Hemácias saudáveis

Os sintomas de leucemia, por exemplo, estão diretamente


ligados às alterações no nível de hemoglobina e plaquetas.
Nas leucemias agudas, por exemplo, normalmente os pacientes
apresentam hemoglobina abaixo de 12g/dL e plaquetas menores
que 100.000/mm³. Cada alteração causa, respectivamente, a
presença da fadiga (anemia) e sangramentos.
Fonte: FAQBIO - Apoio ao Estudo de Biologia: POR DENTRO DO CORPO HUMANO: HEMÁCIAS https://quizizz.com/admin/quiz/5f3d779fdf69d9001b9a10c3/alteracao-das-hemacias-i
LEUCOGRAMA
Leucócitos / Glóbulos Brancos

•Essas células têm como principal função fagocitar


bactérias e outros microrganismos que invadem o nosso
corpo.
•Protegendo nosso organismo contra patógenos e
organismos estranhos.
•Há 6 tipos de leucócitos diferentes e cada um
exerce uma função específica.
•São eles: Neutrófilos, Segmentados ou bastonetes,
Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos e Basófilos.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/leucocitos.htm
LEUCOGRAMA
Leucócitos / Glóbulos Brancos
• Neutrófilos: células mais abundantes em relação ao sistema de defesa, sendo
responsável pelo combate a bactérias.
• Em uma lesão tecidual causada por bactérias, traumatismo, substâncias químicas, calor
ou outros fatores, os tecidos lesados liberam substâncias que provocam as alterações
denominadas “inflamação”, os neutrófilos são atraídos e migram em grandes quantidades
para a área afetada.
• Segmentados ou bastões: são neutrófilos muito jovens, que foram lançados no sangue
para combater uma infecção aguda. Quando seus valores estão aumentados,
frequentemente recebem o nome de leucograma com desvio à esquerda.

• Linfócitos: células com núcleo grande e sem grânulos citoplasmáticos


• Os linfócitos são divididos em dois tipos principais: os linfócitos T, que auxiliam na
proteção contra as infecções virais e conseguem detectar e destruir algumas células
cancerosas, e os linfócitos B, que se transformam em células
produtoras de anticorpos (plasmócitos).
• Os linfócitos combatem vírus, tumores e produzem anticorpos. Quando aumentados,
podem indicar uma infecção viral ou a rejeição de um órgão transplantado, por exemplo.

Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2012/04/conheca-os-leucocitos.html
LEUCOGRAMA
Leucócitos / Glóbulos Brancos
• Monócitos: são células de defesa responsáveis for fagocitar (comer) micro-organismos
invasores, sendo também chamados de macrófagos. Atuam contra vírus e bactérias, sem
distinção. Ao contrário dos demais tipos de leucócitos, os monócitos circulantes são
considerados imaturos. Ao deixar a corrente sanguínea, eles alcançam os tecidos, onde
sofrem a fase final da sua maturação para originar os macrófagos.

• Eosinófilos: são células de defesa que são ativadas em caso de alergia ou caso o indivíduo
tenha algum parasita intestinal. Os eosinófilos são também produzidos nos tecidos
hemopoiéticos da medula óssea e constituem cerca de 2% de todos os leucócitos do sangue
circulante. Os eosinófilos envolvidos nas reações alérgicas do organismo pois possuem
receptores para as imunoglobulinas IgE e IgG e para algumas proteínas do sistema
do complemento.

• Basófilos: são as células de defesa que são ativadas em caso de inflamação crônica ou
alergia prolongada. Os basófilos também participam em respostas alérgicas. Possuem
quimiotaxia, como os neutrófilos; tem também alguma atividade fagocítica. Sua principal
função, porém, consiste em liberar heparina nas áreas de invasão do organismo, para evitar
a formação de coágulos e permitir a fácil migração dos neutrófilos para a defesa contra a
invasão. Também liberam histamina no local da inflamação, que produz vasodilatação e
aumenta o diâmetro dos poros dos capilares, facilitando a migração dos demais leucócitos.

Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2012/04/conheca-os-leucocitos.html
LEUCOGRAMA
Alterações Observadas em Pacientes Oncológicos
PLAQUETAS
Trombócitos
• Estruturas citoplasmáticas de 2 μm a 4 μm de diâmetro, anucleada e
apresentam formato de disco achatado;
• Função hemostática - interrupção de fluxo sanguíneo por um vaso.
• Reparação de lesões vasculares impedindo a ocorrência de hemorragias.
Associado a fatores de coagulação (ativados para levar à formação de
fibrina), fatores fibrinolíticos (enzimas que dissolvem o coágulo,
controlando seu tamanho), e células endoteliais que revestem o vaso.
• O organismo humano possui de 150 mil a 450 mil plaquetas por
microlitro de sangue. Desse total , 70% estão localizadas na circulação e
30% estão presentes no baço.
• As plaquetas circulantes permanecem nos vasos sanguíneos por
aproximadamente 10 dias, quando são levadas para o baço e o fígado.
• Trombocitose está relacionada ao risco aumentado de trombose, e
a trombocitopenia está relacionada com o risco aumentado de
sangramentos.

https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-ilustra%C3%A7%C3%A3o-d-no-fundo-branco-image95029306
HEMOGRAMA
Na prática
Plaquetas e Prevenção de Tromboembolismo Venoso (TEV)
- O tromboembolismo venoso, que inclui a TVP e o TEP, são condições frequentes nos pacientes
diagnosticados com câncer.
- O câncer isoladamente está associado a um risco aumentado em quatro vezes para desenvolvimento de
TEV e a quimioterapia aumenta esse risco em seis vezes.
- O TEP é considerado a causa mais comum de morte hospitalar prevenível no âmbito hospitalar.
- Estudos apontam que sem a profilaxia adequada, a incidência de TVP varia de 10 a 40% em pacientes
clínicos e cirúrgicos.
- Protocolo: avaliação de risco, profilaxia de acordo com o risco, contra indicações e indicações. Profilaxia:
mecânica ou medicamentosa: Enoxaparina 40mg uma vez ao dia ou HNF 5.000UI 3x/dia
- Portanto, a profilaxia baseada na estratificação por meio dos fatores de risco é a melhor estratégia para
prevenção deste evento, contribuindo para a redução da morbimortalidade e custos hospitalares.
HEMOGRAMA
Na prática

Fonte: https://www.sanarmed.com/interpretacao-do-hemograma-entenda-os-resultados-colunistas
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Análise qualitativa e quantitativa da funcionalidade orgânica
FUNÇÃO RENAL

Fonte: https://planetabiologia.com/rim/
FUNÇÃO RENAL
CREATININA

• Em consequência do uso da fosfocreatina pelos músculos, a creatinina é transportada na corrente sanguínea até os
rins, e por meio de uma filtragem realizada no próprio sangue, a substância é eliminada pela urina.
• A quantidade de creatinina no organismo do paciente permite que o médico consiga examinar a saúde dos rins e se
o órgão está funcionando de maneira adequada, filtrando o sangue corretamente.

FOSFO
PROTEÍ MÚSCU CREATI CIRCULA ELIMINA
DIETA CREATI FÍGADO ENERGIA RINS
NAS LOS NINA ÇÃO ÇÃO
NA

• O exame de doseamento de creatinina pode ser feito por dois métodos diferentes: Sangue ou Urina.
FUNÇÃO RENAL
CREATININA

 Idade

 Gênero

 Peso

 Concentração de
creatinina no sangue.
FUNÇÃO RENAL
CLEARANCE DE CREATININA
• O exame Clearance de creatinina é feito a partir da comparação da concentração de
creatinina no sangue e quantidade eliminada na urina durante 24 horas.
• Mensura a taxa de filtração dos rins, ou seja, quantos mililitros de sangue os rins filtram por
minuto.
• O cálculo de ClCr pode ser feito utilizando diferentes fórmulas, a mais comum é a de
Cockcroft & Gault, que leva em consideração a idade, gênero, peso e concentração de
creatinina no sangue.

ClCr (mL/min) = (140 - idade) x peso (kg)


Cr sérica (mg/dL) x 72

• Caso o cálculo seja feito para uma pessoa do gênero feminino, deve-se multiplicar o resultado por 0,85.
FUNÇÃO RENAL
Na prática

 Monitorar NS / toxicidade renal


 Aminoglicosídeos: Gentamicina, amicacina, vancomicina
 Ácido zoledrônico
 Quimioterápicos

 Níveis de referências CrCl:


Crianças: 70 a 130 ml/min/1,73 m²
Mulheres: 85 a 125 ml/min/1,73 m²
Homens: 75 a 115 ml/min/1,73 m²
FUNÇÃO RENAL
URÉIA

• A ureia é uma substância produzida principalmente no fígado, sendo que, após ser
metabolizada, é filtrada pelos rins e eliminada através da urina e do suor.
• Quando os níveis da ureia estão altos pode ser um sinal de que o fígado ou rins
não estão funcionando bem.

• Valores de referência normalmente considerados são:


Crianças até 1 ano: entre 9 e 40 mg/L;
Crianças acima de 1 ano: entre 11 e 38 mg/dL;
Adultos: entre 13 e 43 mg/ dL.
FUNÇÃO RENAL
Na prática

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1267545/
FUNÇÃO HEPÁTICA

Fonte: https://museuanatomia.ufms.br/figado/
FUNÇÃO HEPÁTICA

• Conjunto de exames laboratoriais realizados para avaliar o funcionamento do fígado e das vesículas
biliares;
• Exames laboratoriais são geralmente eficazes para: Detectar inflamação, lesão ou disfunção do fígado;
Avaliar a gravidade da lesão hepática; Monitorar a evolução de uma doença do fígado e a resposta da
pessoa ao tratamento; Especificar um diagnóstico.
• Os testes de função hepática são realizados em amostras de sangue e medem os níveis de enzimas e
de outras substâncias produzidas pelo fígado. São elas:
Alanina aminotransferase (ALT/TGO) Albumina
Fosfatase alcalina (FAL) Proteínas
Aspartato aminotransferase (AST/TGP) Bilirrubina
Gama-glutamil transpeptidase (GGT) Protombina
FUNÇÃO HEPÁTICA
TGO e TGP

• TGO (ASP) e TGP (ALP), também conhecidas como transaminases, são enzimas normalmente dosadas com o objetivo
de avaliar a saúde do fígado.

• TGO, conhecido como transaminase oxalacética ou AST (aspartato aminotransferase) é produzido em vários tecidos,
como coração, músculos e fígado, estando localizado no interior das células hepáticas.
• Quando há aumento nos níveis apenas de TGO, é comum que esteja relacionado com outra situação não relacionada
com o fígado, e sim com doenças que podem prejudicar o fluxo sanguíneo para o fígado e interferir na sua função,
como infarto ou lesões musculares.

• TGP, conhecido como transaminase pirúvica ou ALT (alanina aminotransferase), é produzido exclusivamente no
fígado e, por isso, quando há qualquer alteração nesse órgão, é verificado aumento na quantidade circulante no
sangue.
• Sintomas como dor ou inchaço abdominal, pele e/ou olhos amarelados, náusea, vômito, cansaço excessivo, mal-
estar geral, febre, perda do apetite, emagrecimento sem causa aparente, coceira, fezes claras ou urina escura.
FUNÇÃO HEPÁTICA
GGT / FAL
GGT / Gama Glutamil Transferase

- A gama glutamil transferase é uma enzima produzida no pâncreas, coração e fígado. Se eleva quando há
comprometimento de algum desses órgãos, como pancreatite, infarto e cirrose.

Fosfatase Alcalina

• Enzima que está presente em diversos tecidos do corpo, estando em maior quantidade nas células dos ductos
biliares, que são os canais que conduzem a bile do interior do fígado para o intestino, e nos ossos.
• Níveis elevados: hepatite, cirrose, cálculos biliares, câncer hepático, cicatrização de fraturas, gravidez, AIDS,
infecções intestinais, hipertireoidismo, linfoma de Hodgkin, insuficiência renal ou mesmo após uma refeição rica
em gorduras.
• Níveis diminuídos: Hipofosfatasia (doença genética que provoca deformações e fraturas nos ossos),Desnutrição,
Deficiência de magnésio, Hipotireoidismo, Diarreia grave e anemia severa.
FUNÇÃO HEPÁTICA
BILIRRUBINA E FRAÇÕES
A bilirrubina é produto da destruição das hemácias e para ser eliminada pelo organismo necessita ser conjugada a um
açúcar no fígado e sofrer a ação da bile.

Bilirrubina indireta ou não conjugada: é a substância que se forma no momento da destruição dos glóbulos vermelhos
no sangue e que depois é transportada para o fígado. Sua concentração é maior no sangue e pode estar alterada quando
existe alguma condição envolvendo as hemácias, como a anemia hemolítica, Anemia perniciosa;
Hemoglobinopatias;Transfusões de sangue.

Bilirrubina direta ou conjugada: corresponde à conjugação entre a bilirrubina e o ácido glicurônico, um açúcar, no fígado.
A bilirrubina direta sofre ação da bile no intestino, sendo eliminada na forma de urobilinogênio ou estercobilinogênio.
Assim, a concentração de bilirrubina direta está alterada quando há alguma lesão hepática ou obstrução biliar. Hepatite
medicamentosa (paracetamol) ,Hepatite viral, Doença alcoólica do fígado, Pedra nas vias biliares, Tumores no fígado ou
nas vias biliares.

Alguns recém-nascidos podem apresentar valores muito elevados de bilirrubina, o que pode ser devido à imaturidade
dos órgãos relacionados ao metabolismo da bilirrubina ou ao estresse do parto.
FUNÇÃO HEPÁTICA
PROTEÍNAS TOTAIS E FRAÇÕES

ALBUMINA
- Funções:
- Manter pressão oncótica, equilíbrio ácido-base e neutralizar
radicais livres;
- transportar substâncias incluindo bilirrubina, ácidos graxos, íons,
hormônios e drogas exógenas.
- Alterar função das plaquetas, anticoagulante e integridade
microvascular.

Fonte: https://pt.slideshare.net/naiaraalves142/exames-laboratoriais-47482222
FUNÇÃO HEPÁTICA
PROTEÍNAS TOTAIS E FRAÇÕES

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/5957613/ Fonte: https://pt.slideshare.net/naiaraalves142/exames-laboratoriais-47482222


FUNÇÃO HEPÁTICA
TEMPO DE PROTOMBINA

O teste é útil na avaliação da via extrínseca da coagulação.


Está prolongado nas deficiências de fatores Vll, V, X, fl (protrombina), I e na presença de alguns
tipos de Anticoagulantes circulantes.
Ocorre prolongamento do TP nas doenças parenquimatosas hepáticas e nas desordens do
metabolismo de vitamina K (deficiência de síntese ou absorção de vitamina K ou tratamento
anticoagulante com dicumanicos).
FUNÇÃO HEPÁTICA
Valores de referência

Fonte: https://www.academia.edu/39217715/Exames_De_Funaao_Hepato_2018_2_Para_Alunos
FUNÇÃO HEPÁTICA
Na prática

Alguns medicamentos podem alterar os níveis de TGO e TGP no sangue, por causarem
inflamação ou inchaço no fígado, alterando o seu funcionamento:

Antibióticos: eritromicina, ciprofloxacino, sulfametoxazol + trimetoprima, amoxicilina +


clavulanato, ou isoniazida;

Quimioterápicos: metotrexato, asparaginase, imatinibe ou pazopanibe;

Antiepilépticos: ácido valpróico ou fenitoína;


Parâmetros Inflamatórios e Infecciosos

- Pro Calcitonina

- PCR
Fonte: cardiosite.com.br

- LACTATO

Fonte:hilab.com.br
Parâmetros Inflamatórios e Infecciosos
PROCALCITONINA
- A procalcitonina (PCT) é um biomarcador inflamatório.
- Produzida pelas células C tireoidianas e em células endócrinas pulmonares, a PCT é precursora do
hormônio calcitonina e possui um papel metabólico na homeostase do cálcio.
- É liberada na circulação sanguínea em resposta aos estímulos pró-inflamatórios, especialmente em
infecções bacterianas, alcançando níveis elevados 6 horas após a invasão bacteriana.
- A PCT atua como um biomarcador indireto de infecções e sua meia-vida é de aproximadamente 24
horas.
- O exame é recomendado principalmente para descartar septicemia/sepse, em conjunto com outros
exames, devido ao elevado valor preditivo negativo (99%).
- O exame também pode auxiliar na decisão médica para iniciar ou diminuir o período de tratamento
com antibióticos e a orientar no período de hospitalização do paciente.
- Valor de Referência: * Inferior a 0,500 ng/mL

Fonte: https://hilab.com.br/exames/procalcitonina/
Parâmetros Inflamatórios e Infecciosos
PCR
- A proteína C-reativa (PCR) é uma proteína produzida pelo fígado;
- Aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos
primeiros indicadores a estar alterado no exame de sangue nessas situações.
- Essa proteína é muito utilizada para avaliar a possibilidade de existir alguma infecção ou processo inflamatório não
visível, como apendicite, aterosclerose ou suspeita de infecções virais e bacterianas, por exemplo.
- No entanto, a PCR também pode ser usada para avaliar o risco que uma pessoa tem de desenvolver doenças
cardiovasculares, já que, quanto mais alta, maior o risco deste tipo de doenças.
- Em relação ao risco cardiovascular, os valores que indicam a chance de desenvolver uma doença cardíacas são:
Muito alto risco: acima de 10 mg/L ou 1 mg/dL;
Alto risco: 2,0 mg/L ou 0,2 mg/dL;
Médio risco: entre 1,0 e 2,0 mg/L ou 0,1 e 0,2 mg/dL;
Baixo risco: menor que 1,0 mg/L ou 0,1 mg/dL.
- Em relação a inflamações de fase aguda, é considerado inflamação quando os níveis de PCR estão iguais ou superiores a
10 mg/L ou 1 mg/dL.
Parâmetros Inflamatórios e Infecciosos
ÁCIDO LACTICO OU LACTATO

• O lactato é um produto do metabolismo da glicose, ou seja, é resultado do processo da transformação da glicose


em energia para as células quando não há quantidade suficiente de oxigênio.
• A dosagem do lactato é na maioria das vezes realizada no hospital para avaliar o estado geral do paciente e a
resposta ao tratamento, principalmente quando há suspeita de infecção no sangue. Porém, pode ser também
indicado para avaliar o desempenho do atleta e a intensidade do exercício, por exemplo.
• O lactato é uma substância importante, pois é considerado sinalizador para o Sistema Nervoso Central,
biomarcador de alterações nervosas e de hipoperfusão tecidual, em que há pouca quantidade de oxigênio
chegando aos tecidos, e de intensidade da atividade física e fadiga muscular, já que quanto mais intensa a
atividade, maior é a necessidade de oxigênio e energia, o que leva à maior produção de lactato.
• Normalmente a dosagem é feita nos pacientes internados que estão com suspeita ou foram diagnosticados
com sepse ou choque séptico.
• lactato acima de 2 mmol/ L além de diminuição da pressão arterial, respiração rápida, diminuição da produção
de urina e confusão mental.
CONTROLE DE ELETRÓLITOS

Fonte: organnact.com.br
CONTROLE DE ELETRÓLITOS
ELETRÓLITOS
Importante na manutenção da homeostase do organismo. Ajudam a regular a função miocárdica e
neurológica, equilíbrio hídrico, liberação de oxigênio nos tecidos, equilíbrio ácido-básico e muito mais.
Sintomas observados em vários tipos de desequilíbrios eletrolíticos: redução do nível de
consciência, fraqueza muscular e alterações no ritmo cardíaco.

Fonte: https://www.portalenf.com/2015/08/interpretacao-de-exames-entendendo-os-eletrolitos/#Fisiologia_dos_eletrolitos_principais_funcoes
ANÁLISE DE GASES

Fonte: dreamstime.com
ANÁLISE DE GASES
GASOMETRIA
- Verificar se as trocas gasosas estão ocorrendo da maneira correta e, assim, avaliar a necessidade de oxigênio extra.
- Auxiliar no diagnóstico de doenças respiratórias, renais ou infecções graves.
- Onde o distúrbio metabólico compensa com um mecanismo respiratório, ou vice-versa.
- A Saturação de Oxigênio (SaO2), por sua vez, é o percentual de hemoglobina do sangue arterial que está ligada ao
oxigênio.

Valores de referência na gasometria :

pH 7,35 a 7,45

pO2 (pressão parcial de oxigênio) 80 a 100 mmHg

pCO2 (pressão parcial de gás carbônico) 35 a 45 mmHg

HCO3 (necessário para o equilíbrio ácido-básico sanguineo) 22 a 26 mEq/L

SaO2 Saturação de oxigênio (arterial) 92 A 98 %

Fonte: https://www.sanarmed.com/interpretacao-de-gasometria-arterial-e-identificacao-de-disturbios-acido-base-yellowbook
MARCADORES TUMORAIS
MARCADORES TUMORAIS

Os marcadores tumorais circulantes são proteínas ou


outras substâncias produzidas tanto por células normais
do nosso corpo quanto por células cancerígenas, mas
em quantidades maiores por algumas células
cancerígenas.
Os marcadores auxiliam:
- Definição de tratamento no caso de marcadores no
tumor;
- Estimar prognóstico da neoplasia recém diagnosticada
(por exemplo: No caso do PSA para tumores de
próstata);
- Avaliar resposta ao tratamento oncológico no caso dos
tumores que expressam o marcador.
- Determinar se existe doença residual ou recidiva após
o tratamento;
Fonte: https://bronstein.com.br/saude/marcadores-tumorais
MARCADORES TUMORAIS
TIPOS MAIS COMUNS DE MARCADORES TUMORAIS

Marcadores circulantes:
CEA: Marcador para ca de cólon;
CA-125: Marcador de tumor de ovário;
Alfa-fetoproteína: Tumores de fígado e germinativos;
CA 15-3: Tumor de mama;
PSA: Tumor de próstata;
B-HCG: Tumores germinativos ou doença trofoblástica gestacional;
Cromogranina: Tumores neuroendócrino;
CA 19-9: Pâncreas e vias biliares.

No caso dos marcadores que são realizados no tumor, os mais importantes são: Fonte: clinilab.com.br

Rearranjo do ALK e mutação de EGFR: Importante para definição do tratamento dos tumores de pulmão não pequenas células;
Instabilidade de microssatélite (MSI): Determinar adjuvância e uso de imunoterapia em tumor colorretal;
PD-L1: Determinar uso de imunoterapia para diversos tipos de tumores;
Amplificação do gene HER2: Determinar tratamento do câncer de mama;
Mutação gene BRCA 1 ou BRCA2: Determina escolha do tratamento nos tumores de ovário e mama.
REFERÊNCIAS
Referências:
Koogan, 2016. Renato Failace; Flavo Fernandes. Hemograma: manual de interpretação. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2015.
NAOUM, P. C.; NAOUM, F. L. Interpretação laboratorial do hemograma. AC&T Científica. p.01-11, 2013.
LORENZI, F. T. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
FAILACE R., Hemograma, Manual de Interpretação; Artmed; quarta edição, ISBN 85-363-0158-9
VALLADA, E.P. Manual de técnicas hematológicas. São Paulo: Atheneu, 1999.
Frances T Fischbach A Manual of Laboratory and Diagnostic Tests. Lippincott Williams & Wilkins, 2003.
VERRASTRO, Therezinha. Hematologia e hemoterapia. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
Obrigada !

Priscila Lara Stevanatto Perestrelo


Farmacêutica Especialista – Farmácia Clínica
Priscila.perestrelo@accamargo.org.br
Especializado emVida
Agora, é assim que o mundo
enfrenta o câncer

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