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Um dos maiores avanços da neurociência nos últimos anos foi a descoberta de que os

bebês se desenvolvem não apenas com sua carga genética, mas a partir da
combinação entre a genética e as relações com aqueles que os rodeiam. Com base
nessa constatação, Estela entrevistou especialistas no desenvolvimento infantil e
visitou famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, como a de Gisele
Bündchen e de Phula, uma menina indiana que cuida sozinha dos irmãos em uma
comunidade em meio a obras em construção.
A estrutura narrativa do filme apresenta o bebê não como uma tábula rasa, mas como
um indivíduo competente, capaz de elaborar hipóteses para melhor entender o
mundo. E revela seu desenvolvimento por meio de seus relacionamentos primordiais
com a mãe, o pai, os irmãos, os avós, os cuidadores, e ainda com a natureza, com as
brincadeiras e experimentações, e com as histórias que são contadas a ele.
Temas como licença maternidade, o papel do pai, criação conjunta, pobreza, direitos
humanos, violência, drogas e abandono são pontuados no decorrer do longa, que se
conclui provocando algumas reflexões, dentre elas: o mundo precisa dar condições
para que pais possam ser pais.
“Meus filhos não ligam se eu sou importante, ou se ganho dinheiro. Eles só se
importam se estou presente. E isso é um ótimo lembrete para a vida”, conta um pai
canadense. Ao mesmo tempo, em depoimento para o projeto, o vencedor do prêmio
Nobel de Economia em 2000, James Heckman, cita que uma recente pesquisa feita nos
Estados Unidos detectou que a cada dólar investido em uma criança, sete dólares são
ganhos no futuro através do adulto produtivo, e conclui: “cuidar bem dos nossos bebês
é o maior investimento que se pode fazer na humanidade”.
A primeira infância é uma janela de oportunidade que, se bem cuidada, contribui para
o pleno desenvolvimento do indivíduo e gera impactos positivos para toda a vida.
Portanto, defende o filme, proporcionar um ambiente com amor e segurança para as
crianças nessa fase é o maior investimento que se pode fazer na humanidade.

Dessa forma, o filme convida toda a sociedade a refletir sobre se os primeiros anos de
vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade, estão sendo bem
cuidados. É preciso pensar sobre a importância da família no desenvolvimento das
crianças, o valor do vínculo, o papel dos cuidadores, e o que é possível fazer para o
desenvolvimento saudável da sociedade.
O Marco Legal da Primeira Infância (Lei federal nº 13.257, de março de 2016) se
constitui em um conjunto de políticas públicas voltadas à promoção do
desenvolvimento infantil em todas as esferas da federação. A aprovação do novo texto
legal é o resultado do reconhecimento, por organismos internacionais, do qual o Brasil
é signatário, de que a primeira infância é uma fase crucial para o desenvolvimento
infantil, e determinante na aquisição e desenvolvimento de habilidades que
propiciarão uma integração saudável entre o indivíduo e a sociedade.

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