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RESGATANDO:

BRINCADEIRAS E
JOGOS CULTURAIS
POPULARES NA
PRIMEIRA INFÂNCIA
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana
VICE-GOVERNADORA
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
PRIMEIRA-DAMA DO ESTADO
Onélia Maria Leite de Santana
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Eliana Nunes Estrela
SECRETÁRIO EXECUTIVO DE COOPERAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS
Márcio Pereira de Brito
COORDENADORA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO SOCIAL
Maria Oderlânia Torquato Leite
ARTICULADORA DA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO
SOCIAL
Antônia Araújo de Sousa
ASSESSORA TÉCNICA DA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO E
PROMOÇÃO SOCIAL
Sandra Maria Silva Leite
ORIENTADORA DA CÉLULA DE INTEGRAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA,
COMUNIDADE E REDE DE PROTEÇÃO
Maria Benildes Uchoa de Araújo
GT/ PADIN REVISÃO
Régis Brito Ribeiro - Gerente Maria Dagmar de Andrade Soares
Maria Ana de Amarante Azevedo Maria Benildes Uchôa de Araújo
Ana Paula Pinto de Oliveira Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Maria Auxiliadora Vasconcelos de Souza
AUTORES
Francisca Clara Palácio Gonçalves
Ivone Estevam Fã Silva
Josefa Moreira Mendonça Neta
Michele Costa de Araújo Oliveira
COLABORADORES
Maria José da Silva Gomes
Maria Aída Vaz Dos Santos
Leonília Maria Moraes Sabino
Antonia Vanderlucy de Oliveira da Silva
Adriana Oliveira de Souza
Denise Pedroso de Moraes
Rosângela Matos Santos Feitoza
DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Lázaro Almeida Galvão
ILUSTRADORA
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Criança Não Trabalha
(Palavra Cantada)

Lápis, caderno, chiclete, pião


Sol, bicicleta, skate, calção
Esconderijo, avião,
correria, tambor, gritaria, jardim, confusão
Bola, pelúcia, merenda, crayon
Banho de rio, banho de mar,
pula cela, bombom
Tanque de areia, gnomo,
sereia, pirata, baleia, manteiga no pão
Giz, merthiolate, band-aid, sabão
Tênis, cadarço, almofada, colchão
Quebra-cabeça, boneca,
peteca, botão, pega-pega, papel, papelão
Criança não trabalha,
criança dá trabalho
Criança não trabalha...
APRESENTAÇÃO

CAROS SUPERVISORES E ADIS,

Sejam bem-vindas e bem-vindos a mais um momento de estudo e reflexão sobre temas de grande

relevância para o trabalho que realizamos através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento

Infantil (PADIN)!

O tema que abordamos neste material, que compõe o Projeto #construindojuntos, é

BRINCADEIRAS E JOGOS CULTURAIS POPULARES NA PRIMEIRA INFÂNCIA. A

brincadeira, além de ser um direito presente nas orientações legais, como o Estatuto da Criança e

do Adolescente (ECA), é fundamental para o desenvolvimento das crianças, conforme ressalta

Machado (2003, p. 37): “Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único

canal para verdadeiros processos cognitivos. Para aprender, precisamos adquirir certo

distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde as primeiras brincadeiras”.

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Para facilitar a leitura, dividimos o tema em três subseções: a primeira intitulada “O Brincar e a

Primeira Infância”, trata da importância do brincar nessa etapa da vida da criança, relembrando

pontos que já foram abordados em outros materiais, pois é temática central em se tratando de

infâncias. A segunda subseção aborda “Brincadeiras e Jogos”, ressaltando a relevância das

brincadeiras e dos jogos para o desenvolvimento infantil. Na terceira parte, vamos abordar

“Cultura popular, brincadeiras e jogos”, tratando as brincadeiras como componente da cultura e

como muitas delas fazem parte do repertório cultural da sociedade e podem ser um importante

canal para fortalecer vínculos entre o adulto e a criança através do reconhecimento e valorização

de jogos e brincadeiras que fizeram parte da infância dos pais/ responsáveis.

Compondo este material, temos CARDs que abordam a temática por meio de brincadeiras e jogos

culturais populares, selecionados pelo Grupo Brinc’Art para serem desenvolvidos com as famílias.

Finalizamos com um relato de cada município que cooperou com a elaboração deste material:

Cariús (CREDE 16), Farias Brito (CREDE 19), Pereiro (CREDE 11) e Tururu (CREDE 2).

Elencamos as melhores experiências e você pode conferir ao final do material.

Boa leitura, bom estudo e


bom trabalho! Lembre-se: a
pandemia não acabou,
portanto, só saia de casa se
for realmente necessário!
A PRIMEIRA INFÂNCIA, O
BRINCAR E A CULTURA
POPULAR

O Brincar e a Primeira Infância

“Toda criança terá direito a brincar

e a divertir-se, cabendo à sociedade e

às autoridades públicas garantirem

a ela o exercício pleno desse direito.”

(BRASIL, 2020)

BRINCAR é um dos direitos básicos das crianças previsto por LEI!

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A Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, fomentada pela Convenção Universal

dos Direitos da Criança de 1989 apresenta o brincar como um direito universal e inalienável da

criança, sendo obrigação da Família, do Estado e da Sociedade a garantia dele. O Brasil, como país

signatário da Declaração Universal dos Direitos da Criança, expressa em sua Carta Magna (1988),

no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e, recentemente no Marco Legal da Primeira

Infância (2016), o direito de brincar como fundamental no rol de direitos básicos da criança.

Mas porque será que foram criadas todas essas leis? Qual a
justificativa? Todas as leis que asseguraram os direitos das crianças
têm base cientifíca. Você sabia?

A ciência do desenvolvimento humano declara a importância e a necessidade dos brinquedos e das

brincadeiras no desenvolvimento da criança, sendo estes fundamentais para que a criança se

desenvolva de forma plena e saudável. O brincar como direito da criança e dever da família,

sociedade e Estado, nem sempre foi e é efetivo na vida e na história de meninos e meninas que

vivem nos diversos rincões deste país, historicamente marcado pelas desigualdades sociais e pelos

riscos sociais a respeito do trabalho infantil e de outras violências, como a negligência, que retiram

dos meninos e meninas o direito à liberdade e ao desenvolvimento saudável e integral. Ainda hoje,

é comum que muitos pais, cuidadores, agentes públicos e atores sociais tenham uma visão

equivocada do papel dos brinquedos e das brincadeiras no desenvolvimento socioemocional da

criança especialmente na primeira infância.


BRINCAR é SÉRIO!

Quando o brincar é apresentado pela ciência como uma atividade séria, um direito inalienável e

que precisa ser garantido com efetividade, essa defesa é construída pela importância que a

atividade desempenha no desenvolvimento integral da criança, em especial da criança que se

encontra na primeira infância (fase compreendida entre 0 e 6 anos), uma vez que este implica

diretamente no desenvolvimento de diversas habilidades psíquicas a respeito da inteligência, da

atenção, da memória, sensopercepção, entre outros. Corroborando com tal afirmativa Kishimoto

apud STDS (2016, p.49), afirma que:

Brincar dá poder à criança para tomar decisões, expressar

sentimentos e valores, conhecer a si, os outros e o mundo, repetir

ações prazerosas, partilhar brincadeiras com o outro expressar sua

individualidade e identidade, explorar o mundo dos objetos, das

pessoas, da natureza e da cultura para compreendê-lo, usar o corpo,

os sentidos, os movimentos, as várias linguagens para experimentar

situações que lhe chamam a atenção, solucionar problemas e criar.

Para aprofundarmos o papel do brincar na primeira infância, precisamos entender que essa fase do
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desenvolvimento humano, é apontado como uma janela especial, na qual a criança encontra-se em

rápido desenvolvimento neuronal, ou seja, “90% das conexões cerebrais ocorrem até os 6 anos de

idade. Intervenções na primeira infância podem ter efeitos sobre a capacidade intelectual, a

personalidade e o comportamento social futuros” (UNICEF, 2006).2).

VOCÊ sabe o que são conexões cerebrais ou neurais?


Para um bebê, tudo é novidade! Então, cada estímulo do ambiente, produz novas conexões entre os

neurônios e isso é super importante para que ele se desenvolva e dê variadas respostas ao mundo à

sua volta. Especialmente nos três primeiros anos de vida, “as conexões neurais se formam a um

ritmo de mais de um milhão por segundo. É uma oportunidade única” para o desenvolvimento

integral dessa criança. Quando o sujeito é estimulado na primeira infância, através de atividades

lúdicas, ou seja, através do brincar, essas conexões serão ainda mais fortalecidas e haverá ganhos

cognitivos significativos que contribuirão com a melhora nos níveis de aprendizado impactando

positivamente na escolaridade, empregabilidade, qualidade de vida e renda.


BRINCAR fortalece os vínculos!!

O brincar também exerce papel crucial na construção e fortalecimento dos vínculos afetivos e do

apego, apontados pela ciência do desenvolvimento como fundamentais ao crescimento integral e

saudável das crianças, uma vez que estando fortalecidos os vínculos afetivos entre a criança e seu

cuidador, ela se sentirá segura e confortável para experimentar e explorar o mundo. A criança que

possui uma vinculação com o seu cuidador fortalecida, apresenta habilidades como

autoconhecimento, relacionamento interpessoais, empatia, comunicação efetiva, capacidade de

lidar com as suas emoções, autocontrole, maior capacidade de resolver problemas sem violências,

tomada de decisão, pensamento crítico e pensamento criativo bem superiores às crianças que estão

com os vínculos afetivos fragilizados ou rompidos com os seus cuidadores. (FAVA, 2018) .

Faz-se necessário e urgente motivar pais, cuidadores,

sociedade e agentes políticos para que o direito do brincar

seja central nas ações públicas e privadas, institucionais,

familiares, coletivas, culturais e nas suas agendas de

governo, para que se desconstrua entre as famílias a ideia

do brincar pelo brincar ou “perda de tempo”, pelo qual se

nega ou desconhece o papel fundamental dos brinquedos

e das brincadeiras no desenvolvimento das crianças e que

interfere diretamente, a longo prazo, no desenvolvimento

sociopolítico, econômico e cultural da nossa sociedade.


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Construir o futuro, garantindo uma sociedade

mais justa, humana, igualitária, acessível e rica

depende de quanto e como investimos na infância,

de como garantimos às crianças o acesso e

usufruto aos seus direitos básicos. "Investir em

primeira infância é agir pelo futuro do País"

(Terra, 2019)

“Acredito que através do brincar a criança prepara-


se para aprender. Brincando ela aprende novos
conceitos, adquire informações e tem um
crescimento saudável”. (MALUF, 2009, pp. 20-1)
BRINCADEIRAS E
JOGOS
CRIANÇA: SUJEITO DE DIREITOS!
Compreender a criança como esse “sujeito de direitos” é fundamental para percebê-la como um ser

que age dentro do grupo social que está inserido e constrói sua história por meio das relações que

participa com o mundo. E o brincar é a principal maneira de se relacionar que esse sujeito utiliza

para se relacionar com as pessoas e com o espaço à sua volta. As brincadeiras possibilitam a

construção de valores necessários ao desenvolvimento saudável da criança e é fundamental que

todas as suas etapas sejam respeitadas. Brincando, a criança desenvolve a linguagem e a

motricidade, como também é um retrato do patrimônio histórico e cultural do contexto em que ela

está inserida. É por meio das brincadeiras que conhecemos as tradições de nossos pais, avós e toda

uma geração vinda antes de nossa chegada. Brincar favorece também o desenvolvimento do

espírito de cooperação, o afeto e o bem-estar.

A criança é sujeito histórico e de direitos, que, nas

interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,

constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, 8


fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra,

questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,

produzindo cultura (BRASIL/DCNEI, 2009).


P

“Toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além de tornar-se
um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente,
conseguirá superar com mais civilidade problemas que possam
surgir no seu dia a dia […]”. (MALUF, 2009, p. 20-21).
QUE BRINCADEIRAS COLORIRAM SUA INFÂNCIA?
QUEM PARTICIPAVA DESSAS BRINCADEIRAS?
VOCÊ AINDA BRINCA?

A brincadeira está intrinsecamente ligada à felicidade da criança, também é esperado que a criança

mais feliz se torne um adulto mais centrado e emocionalmente mais equilibrado. Oferecer jogos,

brincadeiras para as crianças desde a sua primeira infância é, portanto, fornecer um leque de

oportunidades para uma vida saudável. Desde a primeira infância, o momento da diversão é

também a inserção ao mundo dos adultos, bem como a acomodação do seu papel e função nele.

Assim, as brincadeiras são a principal forma de estimular a criança para a vida em sociedade.

CRIANÇA QUE BRINCA

É MAIS FELIZ!

Compreendemos que brincar é saudável,


mas que brincadeiras possibilitam uma boa 9
interação para crianças na sua primeira infância?
Há brincadeiras e jogos que são mais adequados a cada faixa etária, dependendo do

desenvolvimento sensório-motor da criança. Observamos que entre 0 a 3 anos e 11 meses, faixa

etária foco do PADIN, a criança necessita das atividades que propiciem estímulos ao campo

visual e motor: cantigas, brincadeiras que usam palmas, chocalhos e brincadeiras rítmicas, são as

mais indicadas a essa faixa. As brincadeiras e os jogos representam recursos para ajudar o

desenvolvimento no campo físico e social do indivíduo. Brincar de pular, correr, esconder

objetos, empilhar pecinhas, entre outras atividades, propiciam à criança experiências que servirão

para toda sua vida.


Como os pais/ responsáveis podem auxiliar o
desenvolvimento dos seus pequenos?
Compreendendo que as crianças entre zero e três anos, que ainda não se encontra em idade escolar,

também é dotado do direito ao desenvolvimento integral, é necessário orientar, acompanhar e

organizar atividades lúdicas para o desenvolvimento saudável emocional, afetivo e cognitivo desse

grupo. Oferecer instrumentos de fácil acesso é uma ótima saída para iniciar uma brincadeira com

as crianças dentro de sua própria casa, e com isso sua moradia pode virar um grande parque de

diversão para os pequenos moradores desse lar.

É importante estabelecer dentro da própria rotina de casa, um tempo para brincar. O tempo da

brincadeira pode e deve ser incluído na vida de todos que participam do crescimento dessa criança.

A família, sendo a primeira comunidade social, tem a responsabilidade de incluí-lo com zelo, amor

e emocionalmente estruturada, consciente de que brincar faz parte dessa forma de inclusão no seio

familiar.

P
10

A arte, como os jogos, é a ruptura com o habitual, com o sabido.

A percepção estética modifica a pessoa que percebe. O fato de

que a arte seja um lugar de experiência, significa que as crianças

e os adultos aprendem algo sobre si mesmos e sobre o mundo,

além de estremecer-se ou divertir-se, e que do encontro com a

arte ninguém volta sem algum lucro emocional, estético,

subjetivo e também cognoscitivo. (Lopes, 2013, p. 29).


CULTURA POPULAR,
BRINCADEIRAS E JOGOS

Quantos de nós não lembramos de


algumas cantigas, jogos, ou
brincadeiras ensinadas por um
adulto?

"As crianças pequenas exercem seu domínio sobre o

mundo explorando e construindo significados"

(Lopes, 2013, p. 24)

Como já percebemos, o brincar é de fundamental importância para o desenvolvimento na primeira

11
infância, é por meio das brincadeiras que as crianças têm contato com a cultura popular que as

antecedeu. Por meio do brincar é que acionamos o desenvolvimento cognitivo, motor e sensorial

das crianças interagindo com o mundo ao seu redor e adicionando novos conhecimentos. A cultura

popular é composta pelo conjunto de costumes, crenças e valores de um povo. E é de fundamental

importância para a construção da história.

Se o mundo MUDA, as brincadeiras também MUDAM!


As brincadeiras tradicionais não precisam ser esquecidas só porque as crianças brincam cada vez

menos na rua. Os jogos tradicionais populares podem ser adaptados de acordo com a realidade de

cada região, pois eles são intercambiáveis; esse componente da cultura popular, vem sendo

repassado de geração para geração, sendo refeito e renovado de acordo com as transformações

estabelecidas de cada tempo, sem perder a sua originalidade. Acerca do jogo, Adriana Friedman

(1996) afirma que:

[...] Quando se afirma que este tem a ver com as tradições popular não

se pode cair na ideia de que este seja sobrevivência intocada, que

somente foi criativo e dinâmico no lugar e no grupo onde originou: em

qualquer cultura, tudo é movimento. O ser humano faz, refaz, inova,

recupera, retomo o antigo e a tradição inova novamente, incorporando

o velho no novo e transforma um como poder do outro”. (Friedman

1996. p. 40)
Enfim, o brincar, os jogos e a cultura, auxiliam no desenvolvimento afetivo, físico, cognitivo e

social das crianças, pois por meio das atividades lúdicas, elas apreendem novos conceitos, ideias,

desenvolvem a expressão oral e corporal, aumentam seu ciclo de relações sociais, e assim de uma

maneira simples, a criança constrói e amplia seus conhecimentos de maneira integral, garantindo

os direitos de aprendizagem de toda criança:

CONVIVER
PARTICIPAR

CONHECER-SE
BRINCAR

EXPRESSAR
EXPLORAR
12
(BRASIL/ BNCC, 2017)

QUE TAL RESGATAR BRINCADEIRAS E JOGOS QUE FIZERAM


PARTE DA SUA INFÂNCIA?

Durante a leitura da cartilha, você deve ter percebido que inserimos ilustrações de brinquedos,

brincadeiras e jogos culturais populares. Foram eles: esconde-esconde, peteca, pião, "tá pronto,

Seu Lobo?", ciranda ou brincadeira de roda. Confira essas brincadeiras nos nossos cards.

Quais outras brincadeiras você conhece?

Permita-se recordar e brincar!


RELATOS DE
EXPERIÊNCIAS
O contexto atual da pandemia por Covid-19 lançou uma série de desafios às equipes que

implementam o PADIN nos municípios, principalmente por impedir a realização das visitas

domiciliares. Confira alguns relatos de experiências de supervisores e ADIs que coletamos.

CARIÚS
Considerando sempre cada realidade e faixa etária das crianças atendidas pelo

Programa, realizamos um trabalho de “formiga”, onde um ajuda o outro, para o

fortalecimento das competências familiares no sentido de contribuir para o

desenvolvimento integral das crianças. A fim de garantir que as atividades que

são enviadas para as famílias serão desenvolvidas com as crianças, fazemos

uso do meio virtual de comunicação, especialmente o Whatsapp, por meio de

grupos que criamos para atendimento aos pais/ responsáveis.

Criança pegando objetos da


E assim, recebemos devolutiva das famílias com a postagem de fotos das
vasilha d’água com os pés.
crianças realizando as brincadeiras que recomendamos. Outra estratégia é a

parceria com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), os quais fazem o


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entrega das atividades, quando não é possível contato por outros meios.

FARIAS BRITO
Ao longo dos três anos em que o PADIN é desenvolvido no

município, inúmeras são as experiências vividas para serem

contadas e recontadas. A importância das brincadeiras é um dos

temas que trabalhamos tanto nos encontros de orientação (EO),

quanto nas visitas domiciliares, temas esses que instigam as

famílias a se adaptarem a um novo tempo, tempo este que requer o


Encontro de Famílias

(foto tirada antes da pandemia) mais sublime dos sentimentos: o amor!

Tem-se percebido que nos dias em que a família se reúne com a orientação dos ADIS, a criança

foco e as demais, ficam mais à vontade, realizam atividades pela primeira vez, experimentam

novas sensações, enfim, aprendem com mais facilidade e com mais rapidez, sem falar que

desenvolvem um ponto de vista crítico, além de uma melhor socialização com as demais famílias.

Cabe ressaltar que nos adequamos de acordo com as nossas condições, levamos cartazes com

pontos chaves para abertura de discussão, e, acreditem, as famílias participam e interagem. Temos

a certeza de que elas não saem de lá como antes, saem renovadas, saem amigas e as crianças... ah,

as crianças! Ganham novos horizontes. Criança feliz é criança que brinca.


PEREIRO
Relato da ADI: Katyane Cavalcante Moreira Felipe

Um dos temas abordados neste período da pandemia é a importância das

refeições diárias. Procuramos incentivar as famílias a promover a

experimentação de frutas que as crianças ainda não tinham provado. Em

uma dessas famílias, na comunidade do sítio Baião, foi-nos relatado que seu

filho nunca tinha experimentado a fruta laranja, e que a mesma gostaria que

fosse possível, mas que não tinha condições de comprar. Então, como ADI

da área, resolvi comprar, colocar em um recipiente, e enviar à família pela Criança João Lucas

provando laranja.
agente de saúde, visto que devido a pandemia não podemos fazer a visita

domiciliar, para que a criança pudesse ter a oportunidade de experimentar e

sentir o sabor da fruta.

Com o auxílio da família, por meio do Whatsapp, conseguimos fazer com que a criança provasse o

alimento e vimos sua reação diante daquele novo sabor. O resultado foi excelente: além de

promovermos as orientações para a família, pudemos proporcionar o contato com uma fruta que

para muitos se faz presente diariamente na mesa, mas, para aquela família, era um alimento

escasso. Esse é o nosso papel: orientar, escutar, dialogar e ajudar no que é possível.

TURURU 14
Mesmo diante desse cenário de incertezas, o PADIN não parou no

nosso município: os acompanhamentos estão acontecendo por

meio de webconferências, whatsapp, ligações e mensagens. Vale

ressaltar a grande parceria das secretarias, em especial os agentes

comunitários de saúde (ACS) de cada localidade, que vêm

auxiliando de forma significativa, na realização das ações do

programa. No mês de agosto, foi realizada uma webconferência

com as famílias da localidade Pé da Serra, na qual foi proposta

uma atividade de confecção de brinquedos, com intuito de


Webconferênica com as

famílias fortalecer os vínculos entre as crianças e as famílias.

Sabemos que as famílias vivem em situação de vulnerabilidade, com recursos limitados. Ainda

assim, elas realizaram a atividade de forma exitosa no prazo determinado pela ADI. Vivemos um

momento de muitas incertezas, mas certamente estamos desempenhando o nosso protagonismo

para o fortalecimento do PADIN.


Queridos supervisores e ADIs,

Esta cartilha foi construída com a colaboração de muitos sujeitos.


Esperamos que a leitura tenha sido prazerosa e possa contribuir para mais
aprendizagens a respeito do tema aqui trabalhado. Desejamos que façam
um ótimo trabalho com as famílias que vocês acompanham, que
construam vínculos significativos e por meio deles, vocês ajudem a mais
crianças terem seus direitos respeitados, em especial, o direito do
BRINCAR. Aproveitem as dicas de brincadeiras que apresentamos nos
CARDs e resgatem junto às famílias outras brincadeiras e jogos culturais
populares que fizeram parte da infância deles. Esse exercício pode ser
muito interessante para despertar o desejo das famílias em brincar mais
com seus pequenos.

Um grande e afetuoso abraço em cada criança que existe


dentro de vocês! 15
Equipe Brinc’Art
REFERÊNCIAS
BORBA, Ângela M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL, MEC/SEB.

Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade.

Organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia Ribeiro do Nascimento.

Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da Educação* e do Desporto,

Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum

Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017.

BRASIL. Senado Federal. Brincar é um direito garantido pela ONU e pela Constituição brasileira.

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/criancas-que-

brincam-sao-mais-saudaveis-garantem-especialistas/brincar-e-um-direito-garantido-pela-onu-e-

pela-constituicao-brasileira. Acesso em: 14 set. 2020.

FAVA. Debora C. et al. Orientação para pais: é preciso saber para cuidar dos filhos. Belo

Horizonte: Ed. Artesã, 2018. 16


FORTALEZA. Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social. Orientação para ações com

crianças até 6 anos com foco no desenvolvimento infantil. 2016.

FRIEDMANN, Adriana. O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

LOPES, Rosana. A identidade do pedagogo como organizador do trabalho pedagógico escolar.

2013.

MACHADO, M. M. O brinquedo-sucata e a criança. Edições Loyola, 2003.

MALUF, A. C. M. Brincar: prazer e aprendizado. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

TERRA, O. G. Investir na primeira infância é agir pelo futuro do país. Disponível em:

http://mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2019/outubro/investir-em-primeira-infancia-e-agir-

pelo-futuro-do-pais-afirma-ministro-da-cidadania Acesso em 30/09/2020


CONTRIBUIÇÕES E PARCERIAS

CREDE 02 – ITAPIPOCA CREDE 16 – IGUATU


FRANCISCO LUCAS ALVINO DA SILVA MARIA ERENICE DOS SANTOS BARROS

Coordenador Coordenadora

EFREM TEIXEIRA GOMES ANTONIA VANDERLUCY DE OLIVEIRA DA SILVA

Orientadora CECOM Orientadora CECOM

LUIZ FELIPE ARAÚJO AZEVEDO ADRIANA OLIVEIRA DE SOUZA

Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN

ISABEL MARIA OLIVEIRA MONTENEGRO MARIA JOSÉ DA SILVA GOMES

Técnica de acompanhamento PADIN Técnica de acompanhamento PADIN

CREDE 11 – JAGUARIBE CREDE 19 – JUAZEIRO DO NORTE


NEYRISMAR FELIPE DOS SANTOS MARFRA REJANNE MARTINS PIERRE

Coordenador Coordenadora

MARIA AÍDA VAZ DOS SANTOS LAVINA MARIA SOARES

Orientadora CECOM Orientadora CECOM

LEONÍLIA MARIA MORAES SABINO DENISE PEDROSO DE MORAES

Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN

ROSÂNGELA MATOS SANTOS FEITOZA

Técnica de acompanhamento PADIN


JOSÉ FERNANDES FERREIRA RAIMUNDO ESTEVAM NETO
Prefeito Prefeito

ANTÔNIO ROBÉRIO OTONI LUCAS ALCIDES LEITE DA SILVA NETO


Vice-prefeito Secretário de Educação

MARIA AUXILIADORA DE SOUSA FERREIRA REGINA CÉLIA DE AQUINO COSTA


Primeira-dama Primeira-dama

MARIA DO CARMO OTONI LUCAS IVONE ESTEVAM FÃ SILVA


Secretária Municipal de Educação Supervisora do PADIN / Técnica pedagógica
da SME
FRANCISCA CLARA PALÁCIO GONÇALVES
Supervisora do PADIN / Técnica
pedagógica / Madrinha da Escola
Domingos Nonato da Silva

JOSÉ MARIA GOMES PEREIRA MARIA DE FATIMA GALDINO ALBUQUERQUE


Prefeito Prefeita
ANTÔNIO CLEBER MENDES DA COSTA FRANCISCO LUCIANO MOREIRA
Vice-prefeito Vice-prefeito
HELOISA AURÉLIO DE MENESES PEREIRA JOSÉ GALDINO ALBUQUERQUE
Primeira-dama Secretário de Educação
CÍCERO DUARTE DE MENEZES MARIA ZILFA CARNEIRO H. ALVES
Secretário Municipal de Educação Primeira-dama
MICHELE COSTA DE ARAÚJO OLIVEIRA JOSEFA MOREIRA MENDONÇA NETA
Orientadora do Eixo de Educação Infantil (Pré- Supervisora do PADIN
escola) e Supervisora do PADIN

SOCORRO SILVA TEIXEIRA


Orientadora do Eixo de Educação Infantil
(Creche)

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