Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRINCADEIRAS E
JOGOS CULTURAIS
POPULARES NA
PRIMEIRA INFÂNCIA
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana
VICE-GOVERNADORA
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
PRIMEIRA-DAMA DO ESTADO
Onélia Maria Leite de Santana
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Eliana Nunes Estrela
SECRETÁRIO EXECUTIVO DE COOPERAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS
Márcio Pereira de Brito
COORDENADORA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO SOCIAL
Maria Oderlânia Torquato Leite
ARTICULADORA DA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO
SOCIAL
Antônia Araújo de Sousa
ASSESSORA TÉCNICA DA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO E
PROMOÇÃO SOCIAL
Sandra Maria Silva Leite
ORIENTADORA DA CÉLULA DE INTEGRAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA,
COMUNIDADE E REDE DE PROTEÇÃO
Maria Benildes Uchoa de Araújo
GT/ PADIN REVISÃO
Régis Brito Ribeiro - Gerente Maria Dagmar de Andrade Soares
Maria Ana de Amarante Azevedo Maria Benildes Uchôa de Araújo
Ana Paula Pinto de Oliveira Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Maria Auxiliadora Vasconcelos de Souza
AUTORES
Francisca Clara Palácio Gonçalves
Ivone Estevam Fã Silva
Josefa Moreira Mendonça Neta
Michele Costa de Araújo Oliveira
COLABORADORES
Maria José da Silva Gomes
Maria Aída Vaz Dos Santos
Leonília Maria Moraes Sabino
Antonia Vanderlucy de Oliveira da Silva
Adriana Oliveira de Souza
Denise Pedroso de Moraes
Rosângela Matos Santos Feitoza
DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Lázaro Almeida Galvão
ILUSTRADORA
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Criança Não Trabalha
(Palavra Cantada)
Sejam bem-vindas e bem-vindos a mais um momento de estudo e reflexão sobre temas de grande
Infantil (PADIN)!
brincadeira, além de ser um direito presente nas orientações legais, como o Estatuto da Criança e
Machado (2003, p. 37): “Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único
canal para verdadeiros processos cognitivos. Para aprender, precisamos adquirir certo
distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde as primeiras brincadeiras”.
4
Para facilitar a leitura, dividimos o tema em três subseções: a primeira intitulada “O Brincar e a
Primeira Infância”, trata da importância do brincar nessa etapa da vida da criança, relembrando
pontos que já foram abordados em outros materiais, pois é temática central em se tratando de
brincadeiras e dos jogos para o desenvolvimento infantil. Na terceira parte, vamos abordar
como muitas delas fazem parte do repertório cultural da sociedade e podem ser um importante
canal para fortalecer vínculos entre o adulto e a criança através do reconhecimento e valorização
Compondo este material, temos CARDs que abordam a temática por meio de brincadeiras e jogos
culturais populares, selecionados pelo Grupo Brinc’Art para serem desenvolvidos com as famílias.
Finalizamos com um relato de cada município que cooperou com a elaboração deste material:
Cariús (CREDE 16), Farias Brito (CREDE 19), Pereiro (CREDE 11) e Tururu (CREDE 2).
(BRASIL, 2020)
5
A Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, fomentada pela Convenção Universal
dos Direitos da Criança de 1989 apresenta o brincar como um direito universal e inalienável da
criança, sendo obrigação da Família, do Estado e da Sociedade a garantia dele. O Brasil, como país
signatário da Declaração Universal dos Direitos da Criança, expressa em sua Carta Magna (1988),
Infância (2016), o direito de brincar como fundamental no rol de direitos básicos da criança.
Mas porque será que foram criadas todas essas leis? Qual a
justificativa? Todas as leis que asseguraram os direitos das crianças
têm base cientifíca. Você sabia?
desenvolva de forma plena e saudável. O brincar como direito da criança e dever da família,
sociedade e Estado, nem sempre foi e é efetivo na vida e na história de meninos e meninas que
vivem nos diversos rincões deste país, historicamente marcado pelas desigualdades sociais e pelos
riscos sociais a respeito do trabalho infantil e de outras violências, como a negligência, que retiram
dos meninos e meninas o direito à liberdade e ao desenvolvimento saudável e integral. Ainda hoje,
é comum que muitos pais, cuidadores, agentes públicos e atores sociais tenham uma visão
Quando o brincar é apresentado pela ciência como uma atividade séria, um direito inalienável e
que precisa ser garantido com efetividade, essa defesa é construída pela importância que a
encontra na primeira infância (fase compreendida entre 0 e 6 anos), uma vez que este implica
atenção, da memória, sensopercepção, entre outros. Corroborando com tal afirmativa Kishimoto
Para aprofundarmos o papel do brincar na primeira infância, precisamos entender que essa fase do
6
desenvolvimento humano, é apontado como uma janela especial, na qual a criança encontra-se em
rápido desenvolvimento neuronal, ou seja, “90% das conexões cerebrais ocorrem até os 6 anos de
idade. Intervenções na primeira infância podem ter efeitos sobre a capacidade intelectual, a
neurônios e isso é super importante para que ele se desenvolva e dê variadas respostas ao mundo à
sua volta. Especialmente nos três primeiros anos de vida, “as conexões neurais se formam a um
ritmo de mais de um milhão por segundo. É uma oportunidade única” para o desenvolvimento
integral dessa criança. Quando o sujeito é estimulado na primeira infância, através de atividades
lúdicas, ou seja, através do brincar, essas conexões serão ainda mais fortalecidas e haverá ganhos
cognitivos significativos que contribuirão com a melhora nos níveis de aprendizado impactando
O brincar também exerce papel crucial na construção e fortalecimento dos vínculos afetivos e do
saudável das crianças, uma vez que estando fortalecidos os vínculos afetivos entre a criança e seu
cuidador, ela se sentirá segura e confortável para experimentar e explorar o mundo. A criança que
possui uma vinculação com o seu cuidador fortalecida, apresenta habilidades como
lidar com as suas emoções, autocontrole, maior capacidade de resolver problemas sem violências,
tomada de decisão, pensamento crítico e pensamento criativo bem superiores às crianças que estão
com os vínculos afetivos fragilizados ou rompidos com os seus cuidadores. (FAVA, 2018) .
(Terra, 2019)
que age dentro do grupo social que está inserido e constrói sua história por meio das relações que
participa com o mundo. E o brincar é a principal maneira de se relacionar que esse sujeito utiliza
para se relacionar com as pessoas e com o espaço à sua volta. As brincadeiras possibilitam a
motricidade, como também é um retrato do patrimônio histórico e cultural do contexto em que ela
está inserida. É por meio das brincadeiras que conhecemos as tradições de nossos pais, avós e toda
uma geração vinda antes de nossa chegada. Brincar favorece também o desenvolvimento do
“Toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além de tornar-se
um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente,
conseguirá superar com mais civilidade problemas que possam
surgir no seu dia a dia […]”. (MALUF, 2009, p. 20-21).
QUE BRINCADEIRAS COLORIRAM SUA INFÂNCIA?
QUEM PARTICIPAVA DESSAS BRINCADEIRAS?
VOCÊ AINDA BRINCA?
A brincadeira está intrinsecamente ligada à felicidade da criança, também é esperado que a criança
mais feliz se torne um adulto mais centrado e emocionalmente mais equilibrado. Oferecer jogos,
brincadeiras para as crianças desde a sua primeira infância é, portanto, fornecer um leque de
oportunidades para uma vida saudável. Desde a primeira infância, o momento da diversão é
também a inserção ao mundo dos adultos, bem como a acomodação do seu papel e função nele.
Assim, as brincadeiras são a principal forma de estimular a criança para a vida em sociedade.
É MAIS FELIZ!
etária foco do PADIN, a criança necessita das atividades que propiciem estímulos ao campo
visual e motor: cantigas, brincadeiras que usam palmas, chocalhos e brincadeiras rítmicas, são as
mais indicadas a essa faixa. As brincadeiras e os jogos representam recursos para ajudar o
objetos, empilhar pecinhas, entre outras atividades, propiciam à criança experiências que servirão
organizar atividades lúdicas para o desenvolvimento saudável emocional, afetivo e cognitivo desse
grupo. Oferecer instrumentos de fácil acesso é uma ótima saída para iniciar uma brincadeira com
as crianças dentro de sua própria casa, e com isso sua moradia pode virar um grande parque de
É importante estabelecer dentro da própria rotina de casa, um tempo para brincar. O tempo da
brincadeira pode e deve ser incluído na vida de todos que participam do crescimento dessa criança.
A família, sendo a primeira comunidade social, tem a responsabilidade de incluí-lo com zelo, amor
e emocionalmente estruturada, consciente de que brincar faz parte dessa forma de inclusão no seio
familiar.
P
10
11
infância, é por meio das brincadeiras que as crianças têm contato com a cultura popular que as
antecedeu. Por meio do brincar é que acionamos o desenvolvimento cognitivo, motor e sensorial
das crianças interagindo com o mundo ao seu redor e adicionando novos conhecimentos. A cultura
menos na rua. Os jogos tradicionais populares podem ser adaptados de acordo com a realidade de
cada região, pois eles são intercambiáveis; esse componente da cultura popular, vem sendo
repassado de geração para geração, sendo refeito e renovado de acordo com as transformações
estabelecidas de cada tempo, sem perder a sua originalidade. Acerca do jogo, Adriana Friedman
[...] Quando se afirma que este tem a ver com as tradições popular não
1996. p. 40)
Enfim, o brincar, os jogos e a cultura, auxiliam no desenvolvimento afetivo, físico, cognitivo e
social das crianças, pois por meio das atividades lúdicas, elas apreendem novos conceitos, ideias,
desenvolvem a expressão oral e corporal, aumentam seu ciclo de relações sociais, e assim de uma
maneira simples, a criança constrói e amplia seus conhecimentos de maneira integral, garantindo
CONVIVER
PARTICIPAR
CONHECER-SE
BRINCAR
EXPRESSAR
EXPLORAR
12
(BRASIL/ BNCC, 2017)
Durante a leitura da cartilha, você deve ter percebido que inserimos ilustrações de brinquedos,
brincadeiras e jogos culturais populares. Foram eles: esconde-esconde, peteca, pião, "tá pronto,
Seu Lobo?", ciranda ou brincadeira de roda. Confira essas brincadeiras nos nossos cards.
implementam o PADIN nos municípios, principalmente por impedir a realização das visitas
CARIÚS
Considerando sempre cada realidade e faixa etária das crianças atendidas pelo
FARIAS BRITO
Ao longo dos três anos em que o PADIN é desenvolvido no
Tem-se percebido que nos dias em que a família se reúne com a orientação dos ADIS, a criança
foco e as demais, ficam mais à vontade, realizam atividades pela primeira vez, experimentam
novas sensações, enfim, aprendem com mais facilidade e com mais rapidez, sem falar que
desenvolvem um ponto de vista crítico, além de uma melhor socialização com as demais famílias.
Cabe ressaltar que nos adequamos de acordo com as nossas condições, levamos cartazes com
pontos chaves para abertura de discussão, e, acreditem, as famílias participam e interagem. Temos
a certeza de que elas não saem de lá como antes, saem renovadas, saem amigas e as crianças... ah,
uma dessas famílias, na comunidade do sítio Baião, foi-nos relatado que seu
filho nunca tinha experimentado a fruta laranja, e que a mesma gostaria que
fosse possível, mas que não tinha condições de comprar. Então, como ADI
da área, resolvi comprar, colocar em um recipiente, e enviar à família pela Criança João Lucas
provando laranja.
agente de saúde, visto que devido a pandemia não podemos fazer a visita
Com o auxílio da família, por meio do Whatsapp, conseguimos fazer com que a criança provasse o
alimento e vimos sua reação diante daquele novo sabor. O resultado foi excelente: além de
promovermos as orientações para a família, pudemos proporcionar o contato com uma fruta que
para muitos se faz presente diariamente na mesa, mas, para aquela família, era um alimento
escasso. Esse é o nosso papel: orientar, escutar, dialogar e ajudar no que é possível.
TURURU 14
Mesmo diante desse cenário de incertezas, o PADIN não parou no
Sabemos que as famílias vivem em situação de vulnerabilidade, com recursos limitados. Ainda
assim, elas realizaram a atividade de forma exitosa no prazo determinado pela ADI. Vivemos um
Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade.
BRASIL. Senado Federal. Brincar é um direito garantido pela ONU e pela Constituição brasileira.
brincam-sao-mais-saudaveis-garantem-especialistas/brincar-e-um-direito-garantido-pela-onu-e-
FAVA. Debora C. et al. Orientação para pais: é preciso saber para cuidar dos filhos. Belo
2013.
TERRA, O. G. Investir na primeira infância é agir pelo futuro do país. Disponível em:
http://mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2019/outubro/investir-em-primeira-infancia-e-agir-
Coordenador Coordenadora
Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN
Coordenador Coordenadora
Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN Gerente Regional do Mais Paic/ PADIN