TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO

Aula 3 - 01/11/22
Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento
Curso: Nutrição – UERJ
Profª Sabrina Savegnago
TEORIAS DA APRENDIZAGEM

▪ Behaviorismo/comportamentalismo

▪ Influência do ambiente – perspectiva

empirista/ambientalista.

▪ Comportamento observado – resposta previsível à

experiência.

▪ John B. Watson (1878-1958) - considerado o principal

fundador da escola behaviorista.

▪ Skinner (1904-1990) - responsável por algumas

ampliações importantes nesse enfoque.
O QUE É COMPORTAMENTO, NOS ESTUDOS
BEHAVIORISTAS?

▪ Resposta dada por um determinado organismo a algum

fator externo que o estimule, sendo que tal resposta pode
sempre ser observada, descrita e quantificada.

▪ É possível observar e quantificar com rigor os fatores

externos (estímulos ambientais) que dão origem a esse
comportamento, ou seja, os estímulos, bem como os fatos
que o sucedem ou que resultam desse
comportamento.

▪ Aprendizagem -> hábitos que resultam da formação de

associações entre estímulos e respostas – e reforços –,
gerados na interação dos organismos com o meio no qual
estão inseridos.
BEHAVIORISMO

▪ Pavlov

▪ Watson

▪ Condicionamento clássico: aprendizagem baseada na

associação de um estímulo que normalmente não
provoca uma resposta com outro estímulo que provoca
a resposta.
BEHAVIORISMO

▪ Skinner

▪ Condicionamento operante: Aprendizagem que associa

o comportamento às suas consequências.
▪ Um organismo tenderá a repetir uma resposta que foi
reforçada por consequências desejáveis e suprimirá
uma resposta que foi punida.
▪ Reforço - processo pelo qual um comportamento é
fortalecido, aumentando a probabilidade de que seja
repetido.
▪ Punição - processo pelo qual um comportamento é
enfraquecido, diminuindo a probabilidade de repetição.
TEORIAS COGNITIVAS

• Construtivistas e interacionistas - Piaget e

Vygotsky.

• A capacidade de conhecer e aprender se constrói a

partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o
meio.
 TEORIAS COGNITIVAS

• Tipo de mediação que utilizam para falar da interação

entre o sujeito e o meio:

• Piaget – ação
• Vigotski – cultura

• Desenvolvimento infantil como um processo

dinâmico e interacional;

• As crianças não são passivas, meras receptoras das

informações que estão à sua volta.
JEAN PIAGET
▪ Suíça - 1896-1980

▪ Biólogo e epistemólogo

▪ Perspectiva cognitiva

▪ Construcionismo

▪ Interesse pela forma como as crianças constroem seu

conhecimento sobre o mundo.
JEAN PIAGET
▪ Como se desenvolve a inteligência – nossa
faculdade de conhecer – como percebo o mundo,
como relaciono o mundo e como utilizo símbolos,
linguagem e lógica para organizar o mundo?

▪ Estágios sensório motor; pré-operatório,

operatório concreto e operatório formal - modos de
apreensão da realidade, associados a momentos
cronológicos.
JEAN PIAGET
• Método clínico: observação + entrevista clínica.

• Técnicas de investigação: observação do comportamento

espontâneo da criança; observação do comportamento
provocado por uma situação experimental; e diálogo
estabelecido entre pesquisador e criança.

• Observou os próprios filhos.

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET

• Epistemologia (filosofia da ciência do conhecimento)

genética (construção, gênese e evolução).

Como o ser humano constrói o conhecimento?

Interação do indivíduo com o meio.

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET
• O conhecimento não está no sujeito – organismo
(não é inato), nem no objeto – meio > decorrente das
contínuas interações entre os dois.

• A aquisição do conhecimento depende das

estruturas cognitivas que se formam ao longo do
desenvolvimento do indivíduo e de suas relações com
os objetos (as estruturas vão ficando mais amplas e
complexas).
EQUILIBRAÇÃO
• O sujeito que entra em contato com o objeto novo;

• Pode entrar em conflito com esse objeto novo (que não se deixa
conhecer facilmente);

• Desequilíbrio.

• Para conhecê-lo, precisa acomodar-se a esse objeto.

• O crescimento da inteligência não se dá tanto por acúmulo de

informações, mas sobretudo pela sua reorganização, que dá
mais possibilidades de assimilação;

• Equilibrações e desequilibrações.
 EQUILIBRAÇÃO

• Mediação entre sujeito e meio: ação (inicialmente mais

sensório-motora e mais adiante mental) da criança.

• Cada nova conduta vai restabelecer o equilíbrio com o

meio e construir um equilíbrio ainda mais estável que o
anterior.

• A “marcha para o equilíbrio” tem bases biológicas > é

próprio de todo sistema vivo procurar o equilíbrio que
lhe permite a adaptação.

• O desenvolvimento de habilidades, competências, formas

de pensar relaciona-se com o meio, que desencadeia a
necessidade de criar estas formas para se adaptar.
 EQUILIBRAÇÃO

• Para criar um equilíbrio a criança pratica muitas

ações (ver, tocar, olhar sentir...).

• As ações ampliam suas capacidades cerebrais de

percepção, que levam a perceber coisas que não eram
vistas antes > novo desequilíbrio.

• A criança pode receber uma grande quantidade de

informações, mas só assimilará as informações que
estiverem de acordo com o conjunto de estruturas
relativas ao seu nível de pensamento.
TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA – LEV VYGOTSKY
▪ Rússia - 1896-1934

▪ Psicólogo

▪ Perspectiva cognitiva

▪ Sócio-construtivismo

▪ Materialismo dialético: relação de constituição

dialética entre o indivíduo e a sociedade

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TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA – LEV VYGOTSKY
▪ Origem cultural das funções psicológicas superiores
(linguagem, memorização, capacidade de
planejamento...);

▪ Também há uma base biológica do funcionamento

psíquico.

▪ O trabalho, os instrumentos técnicos e a linguagem

mediam a constituição da vida psíquica.
 FUNÇÕES PSICOLÓGICAS
SUPERIORES

Controle consciente do comportamento

Atenção e memória voluntária

Memorização Ativa

Pensamento conceitual

Linguagem

Capacidade de planejamento
 AS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES SÃO DE
ORIGEM SOCIOCULTURAL E EMERGEM DE PROCESSOS
ELEMENTARES DE ORIGEM BIOLÓGICA.

O COMPORTAMENTO HUMANO É
HISTÓRICA E CULTURALMENTE
DETERMINADO
AS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES SÃO O QUE DISTINGUE OS
SERES HUMANOS DOS ANIMAIS - ESTES APRESENTAM APENAS FUNÇÕES
PSICOLÓGICAS ELEMENTARES

reações automáticas, ações reflexas e

associações simples (origem biológica).

Ao nascer, o ser humano possui apenas as funções

psicológicas elementares.

Na convivência com o meio social e cultural a criança

vai aprendendo e desenvolvendo as funções
psicológicas superiores.

Como as relações sociais se convertem em funções psicológicas?

Através de instrumentos e signos como mediadores destes

processos.
 MEDIAÇÃO

O ser humano não tem acesso direto aos objetos, mas acesso
mediado, através de recortes do real, operados pelos
sistemas simbólicos de que dispõe.

Construção do conhecimento como uma interação

mediada por várias relações.

O conhecimento não está sendo visto como uma ação do

sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo
e sim, pela mediação feita por outros sujeitos.
MODELO BIOECOLÓGICO DE BRONFENBRENNER

▪ EUA (1917-2005)

▪ DH - processo complexo de continuidades e

mudanças das características das pessoas e dos
grupos, que ocorre ao longo do ciclo de vida, ao
longo das gerações e ao longo do tempo histórico
(Bronfenbrenner, 2001).

▪ Diferentes contextos – família, bairro, serviços públicos

disponíveis, crenças culturais, tempo e espaço – todos
devem ser considerados.

▪ Indivíduo como inseparável do ambiente.

 Pessoa Processo

Contexto Tempo
MODELO BIOECOLÓGICO DE BRONFENBRENNER

▪ Processo: a relação entre o ambiente e as

características da pessoa em desenvolvimento.
▪ Processos proximais > força motriz para o
desenvolvimento.

▪ Contexto – cenário no qual o desenvolvimento ocorre,

as pessoas presentes e seus papéis. Analisado através
da interação de níveis ambientais –> constituem o
ambiente ecológico do indivíduo em desenvolvimento.

▪ Atributos da Pessoa - características determinadas

biopsicologicamente e aquelas construídas na interação
da pessoa com o ambiente.
NÍVEIS AMBIENTAIS

❑ Microssistema

❑ Mesossistema

❑ Exossistema

❑ Macrossistema

❑ Cronossistema
MICROSSISTEMA
Sob o efeito das influências proximais, ambientais e
organísmicas que advém do interior do indivíduo, de suas
características físicas, de objetos e de pessoas do ambiente
imediato, que caracterizam a relação face a face.
 MESOSSISTEMA

▪ Elos e processos entre dois ou mais microssistemas.

▪ Formação de novas relações e influências interdependentes

entre a família, o adolescente e os demais contextos de
interações proximais.

▪ O funcionamento interno do microssistema familiar, ou seja, o

seu desenvolvimento, bem-estar e clima emocional, recebe
influências também de outros contextos em que os familiares
vivem e crescem.
EXOSSISTEMA
Ambientes nos quais o indivíduo não participa
diretamente, mas recebe influência indireta.
MACROSSISTEMA

Sistema de valores, as ideologias, as pré-concepções e a

organização das instituições sociais comuns a uma
determinada cultura.
CRONOSSISTEMA
▪ Dimensão do tempo – mudanças das condições sociais e
pessoais ao longo da vida, que transversalizam todos os
outros sistemas.

▪ Mudanças e estabilidades sucessivas, que ocorrem não

somente nas características individuais, mas, sobretudo,
nas transformações histórico-culturais, sociais, políticas e
econômicas, atribuídas à época em que ela é vivida.
 MACROSSISTEMA
Cultura, valores, ideologias, leis

EXOSSISTEMA
Ex: Trabalho dos pais, direção da escola

MICROSSISTEMA

família
pares
Criança
MESOSSISTEMA

escola

CRONOSSISTEMA: mudanças das condições sociais e pessoais ao longo da vida