Piaget e

Vygotsky
Prof.ª Ma. Rafaele Aquime
JEAN PIAGET
Jean Piaget (1896-1980), biólogo e psicólogo suíço; um dos
mais influentes do século XX no campo da psicologia do
desenvolvimento;

Epistemologia Genética e Teoria do Desenvolvimento;

Epistemologia Genética: aquisição de conhecimento por

meio da interação da criança com o meio ao qual está
inserida;

Predisposição genética do indivíduo a aquisição de

conhecimento, mas com a importância dos estímulos do
meio para a formação da intelectualidade;
Jean piaget
Quatro elementos que associam o biológico ao campo social:

1) Maturação do sistema nervoso;

2) Experiências físicas e lógicas;
3) Transmissão Social;
4) Equilíbrio das estruturas cognitivas;

O interesse de Piaget se direciona a como o organismo se

adapta ao ambiente e assim constrói a habilidade: inteligência;
Piaget aborda de forma prioritária os mecanismos
internos para funcionamento da inteligência e
pensamento humano;

O desenvolvimento e a aprendizagem se constroem

a partir das estruturas cognitivas que ocorrem em
etapas (estágios);

Psicologia Genética: origens do conhecimento;

Adaptação: equilíbrio entre os esquemas do indivíduo e o ambiente ao qual
esta inserido;

Dois processos que estão presente na adaptação:

1) Assimilação; organização das estruturas internas na relação com o

ambiente;
Sujeito transforma o objeto, age sobre ele para poder conhecê-lo;
2) Acomodação; mudança das estruturas internas pelas situações externas
que o indivíduo é partícipe;
Sujeito transforma a si mesmo frente a resistência do objeto;
Toda transformação é produzida pela ação do sujeito, na interação com o
meio físico e social;

Crianças como sujeitos ativos no processo de construção do

conhecimento;
Como o ser humano conhece o mundo, tanto material quanto simbólico, e que
mecanismos cognitivos são utilizados;

Gênese e evolução do conhecimento humano e como a criança vê e conhece o

mundo; desenvolvimento humano infantil;

Lógica infantil é considerada mais simples que a lógica do adulta; com o tempo
os processos cognitivos tendem a se complexar;

Todo o organismo precisa viver em equilíbrio com o meio social que vive, pois se
não for assim, não se adapta;
Equilibração como eixo fundamental da teoria piagetiana;

Diante do novo: nova tarefa ou novo objeto a ser conhecido gera o

desequilíbrio, e se reequilibra com a instrumentalização de alguns
mecanismos: assimilação e acomodação;

Assimilação: organismo não se modifica, busca em seus esquemas para

compreender essa nova situação;

Acomodação: transformação do organismo para estar em equilíbrio

novamente com o meio social;
Os dois processos ocorrem simultaneamente;

Recursos inatos orgânicos que o ser humano possui para conhecer, mas
não se restringe a eles, porque seu conhecimento é também construído
na relação: aspecto psicossocial;

Tempo adequado para que as crianças desenvolvam determinadas

aprendizagens;
 Estágios do desenvolvimento cognitivo

1º: Inteligência sensório-motora: nascimento até dois anos de vida

aproximadamente; inteligência inata e relação espontânea com o
ambiente;
Experiência por meio da inteligência inata é importante para a
construção do pensamento, e assim consiga simbolizar e representar
algo;
Indiferenciação entre o “eu” e o “Outro”;
Impedimento da tomada de consciência;
A inteligência precede a linguagem; comportamento motor, órgão
dos sentidos; comportamento reflexo (Ex: sorriso);
Início da articulação entre experiência e dedução;
 2º: Representação pré-operatória: quatro a sete anos de idade,
aproximadamente; possibilidade de abstração e representação
simbólica; linguagem;

Surgimento da linguagem, função simbólica dos objetos;

reconhecendo a si mesma; egocentrismo (identidade se
constituindo);
Animismo: o sol é bonito; mundo explicado através de uma realismo
mágico;
Fase dos “por quês”;
O que apresentado no estágio anterior será reelaborado nesse
estágio com a presença da linguagem. Ex: nomeia os objetos;
3º- Operações Concretas: aproximadamente sete, oito anos de
idade e se efetiva aos onze, doze anos; revolução lógica na
criança; operação lógica mental; relacionar, comparar,
diferenciar e classificar; lógica dedutiva;
Desenvolvimento mais expressivo da linguagem;
Relação de volume e massa;
Traçar uma retrospectiva do tempo;

4º- Operações Formais: entre doze e treze anos e se efetiva até

os quinze, dezesseis anos; raciocinar, deduzir, hipotetizar;
reflexão a partir do ponto de vista do outro;
Recair em hipóteses e não somente em objetos de uma
realidade concreta;
 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR

Para Piaget, bebês não concebem algo que não seja

imediatamente perceptível- senso de permanência
do objeto;

Bebê de 4 meses não procuraria um objeto que

tivesse sido escondido, já o bebê de 9 meses
tentaria encontra-lo;
ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO

Centração: crianças entre 4 e 5 anos; Piaget mostrava que

os trem partiam em diferentes horários e diferentes
velocidades, mas as crianças não se descentravam da única
dimensão: que o trem se deslocava em uma distância maior
que o outro;
ESTÁGIO OPERATÓRIO CONCRETO

Podem realizar operações mentais com ideias e memórias dos

objetos- maior representatividade;
Porém apenas com relação a objetos concretos;
Conservação da quantidade: conserva mentalmente uma dada
quantidade, apesar de modificações na aparência;
Experimento da conservação da quantidade de líquido;
A menina se encontra no pré-operatório, pois acredita
que o copo maior contem mais líquido do que o pequeno.
Todavia, é a mesma quantidade, pois no experimento o
volume de água do menor foi apenas despejado no
maior;
OPERATÓRIO FORMAL

Operações concretas sobre abstrações e

símbolos com formas que podem não ser
concretas;

Perspectiva do outro mais desenvolvida;

Estende-se por toda vida adulta;

Sujeito que avança com a sua inteligência inata na relação com
o ambiente;

Contribuições valiosas a aprendizagem escolar: condições

singulares do aprendiz; respeito aos níveis de desenvolvimento
infantil;

Escola enquanto dispositivo que potencializa a inteligência

humana, sem restringi-la;

Professor como mediador, que promove desafios de

aprendizagem ao educando;
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
Escola deve criar condições para a construção do conhecimento;

Aprender a aprender: aprender a se desenvolver e a continuar a se

desenvolver depois da escola (PIAGET, 1996);

Se a criança somente reproduz, não aprende, e sim memoriza a

aprender;
 LEV Vygotsky
Vygotsky (1896- 1934): cientista, filósofo e psicólogo bielorusso;

Teoria Sociocultural do Desenvolvimento Cognitivo;

Contribuição das teorias marxistas e materialismo dialético; mundo material

interfere diretamente na natureza do indivíduo;

O pensamento se constitui a partir das relações sociais;

LEV VYGOTSKY
VYGOTSKY
Vygotsky (1896- 1934): cientista, filósofo e psicólogo
bielorusso;

Teoria Sociocultural do Desenvolvimento Cognitivo;

Contribuição das teorias marxistas e materialismo dialético;

mundo material interfere diretamente na natureza do
indivíduo;

O pensamento se constitui a partir das relações sociais;

 Não é por meio do desenvolvimento cognitivo que o sujeito vai
desenvolvendo suas socializações, como pensava Piaget, mas ao
contrário: é por meio da socialização que o sujeito pode desenvolver
seus processos mentais;

Ligação entre estrutura social e estrutura interna;

Não é uma ligação direta, mas sim mediada por um sistema de signos-
simbologias;

Signos: linguagem, sistemas de contagem, desenhos, etc; a função

dos signos é regular o psiquismo;
Signos são internalizados e promovem maior capacidade cognitiva;

Cultura impacta no desenvolvimento intelectual;

Psicologia Histórico- Cultural: conceito de atividade. Atividade humana

promovida por meio dos níveis de comunicação na interação social;

Atividade do sujeito depende do seu lugar social, classe,

individualidade;

Atividade humana é socialmente motivada (LEONTIEV, 1978);

Os elementos biológicos são satisfeitos pelas ações de outras pessoas;

Origem histórico-social do psiquismo;

Importância do tempo histórica para maturação cognitiva; tempo

entendido não somente como duração, mas como tempo vivido por
cada sujeito em sua existência;

Análise do desenvolvimento do sujeito e da sociedade;

FIM DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: MORTE;

Interação com o outro por meio da linguagem para ir alcançando o
desenvolvimento;

Não é evolução, e sim revolução;

Crises no desenvolvimento; tensão contínua;

Meio social não influencia, é fonte, pois não há sujeito sem meio. O
social já está em mim; sujeito e meio são uma unidade dialética;
Sempre o outro significa o mundo para mim;

Processo de configuração (e não internalização) do social para o

individual; é configurado por mim a partir da minha história e
experiência;

As funções psicológicas como atenção e memória ganham qualidades

pela mediação- significação da cultura;

O que está no sujeito foi antes produzido nas interações sociais;

Teoria do desenvolvimento proximal

Dimensão social do psiquismo humano; o sujeito se desenvolve por meio

das relações sociais, e também contribui para a apropriação dos aspectos
culturais;

Processo educativo humanizador: relações sociais significativas no processo

de ensino-aprendizagem;

Critica a visão do desenvolvimento natural do sujeito;

Análise da relação de aprendizagem com o nível de desenvolvimento
real;

Zona de Desenvolvimento Proximal: permite conhecer as

possibilidades do sujeito e potencializá-las na relação do sujeito com o
seu meio histórico e também social;

O nível de desenvolvimento atendido e que está sendo construído;

Nível de desenvolvimento real e potencial;

Uma boa aprendizagem então é aquela que contribui para o avanço

do desenvolvimento;
Desenvolvimento real: o que está consolidado no sujeito.

Desenvolvimento potencial: o horizonte que se anuncia como conquista;

ZDP: onde a escola precisa atuar; o que o sujeito consegue fazer com ajuda
indica seu potencial e fará sozinho no futuro;

Muitas vezes a escola incide apenas no desenvolvimento real;

Linguagem humana enquanto intercâmbio social;

Mundo real em categorias conceituais;

Deficiência ou dificuldade em si não impede o sujeito de aprender;

Possibilidades oferecidas diante das mediações estabelecidas;

 Mediação: elo entre eu e outro, ou entre eu e os signos (mediação
semiótica-linguagem); são interdependentes;

Remete a intervenção: trocas entre o indivíduo e o objeto do

conhecimento;

Mediação pedagógica: relação entre aprendizado e conhecimento,

permeada pela ZDP; implicar necessidades e desejos do (a) educando
(a);
Todas as funções psicológicas têm origem social;

Constituição social da mente; qualidade da interação social interfere

no processo de aprendizagem; pode ser ainda mais potente com
crianças que possuem deficiências;

O aspecto biológico não determina o desenvolvimento; a sociedade

que cria limites;

Dificuldade de aprendizagem: implicação de todos e todas;

Críticas a segregação social da educação especial;

Compensação social: reação do sujeito diante da deficiência, superar

as dificuldades por meio da mediação semiótica, por exemplo;

Processo de apropriação cultural e foco na interação social para

promover aprendizagem; o isolamento não produz conhecimento e as
funções psicológicas superiores se desenvolvem por meio da
mediação com o social;

Estudos sobre deficiência intelectual, surdez e deficiência visual;

Deficiência intelectual: tão importante quanto a deficiência, é a
personalidade do sujeito como reage subjetivamente aos limites;
substituição das funções lesadas por outras que facilitem o
desenvolvimento das funções psicológicas;

Emoção e cognição; investigação afetiva;

Piaget:
maturação biológica;
desenvolvimento interno para externo; construção do conhecimento;
pensamento já se faz presente antes da linguagem, e esta somente vai
se desenvolver posteriormente;
autonomia moral;
assimilação e acomodação;
Relação do indivíduo com o mundo por meio da adaptação;
Vygotsky:
interação social;
discorda de que o desenvolvimento ocorre no plano individual e
posterior social;
aprendizagem e desenvolvimento são processos interdependentes;
desenvolvimento real, potencial e zona de desenvolvimento
proximal;
Relação do indivíduo com o mundo: socialização por meio da
mediação semiótica;

Ambos são considerados construtivistas: conhecimento é

produzido na relação do sujeito com o meio;
REFERÊNCIAS
LA TAILLE, Ives de; OLIVEIRA, Maria Kohl; DANTAS, Heloísa.
Piaget, Vygotsky e Wallon. Teorias psicológicas em
discussão. São Paulo: Summus Editorial, 1992.
MOREIRA, M. O Ensino e Aprendizagem. São Paulo:
Moraes, 1991.
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento &
aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a relevância do social.
5. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2001.
PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2012.
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórica-cultural da
educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo:
Martins Fontes, 2015.