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LICENCIANTURA EM FÍSICA
4º ANO EAD 1º SEMESTRE
2º GRUPO:
Clarência Bartolomeu Muxlhanga
Daniel André Timane
Flávio Sousa Zulo
Victor Paulo Henriques
EAD
Chongoene
2023
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UNIVERSIDADE SAVE
LICENCIANTURA EM FÍSICA
EAD
Chongoene
2023
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Indice...................................................................................................................................................Pág.
1.0 Introdução……………………………………………………………………………………...04
2.0 Objectivos………………………………………………………………………………………05
2.1 Objectivo geral..............................................................................................................................05
2.2 Objectivos específicos...................................................................................................................05
3.0 Metodologias de Trabalho..............................................................................................................05
4.0 Revisão de Literaturas....................................................................................................................06
4.1 Contextualização...............................................................................................................................06
4.2 Currículo e conhecimento escolar: algumas compreensões………………………………………..08
4.4.5 A escola é o lugar da participação criativa e crítica no mundo pela leitura e pela escrita…..…..12
5.0 Conclusão.........................................................................................................................................10
6.0 Referências bibliográficas...............................................................................................................11
1.0 Introdução
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Este trabalho volta-se ao debate sobre o conhecimento no campo do currículo, para defender que o
conflito em torno desse nome marca o dinamismo de um pensamento curricular que busca controlar
aquilo que é lido como faltoso a si. Para conduzir tal discussão, apropriamos contribuições pós-
fundacionais e pós-estruturalistas de Ernesto Laclau e Jacques Derrida, para interpretarmos a política
curricular como constituída de processos contingentes de subjectivação na relação com a alteridade.
Com esse propósito, abordamos o nome “conhecimento” tencionando a recorrência de sua afirmação
como propriedade ou resposta curricular à alteridade. No âmbito de uma lógica de controlo,
dinamizada por distintas e conflituantes visões de currículo, chamamos a atenção para a expectativa de
um conhecimento hábil em construir um sujeito adequado e capaz de operar plenamente em contextos
projectados como sociedade, mundo, experiência. Defendemos ser essa uma preocupação curricular
que marca, como identificação, a contemporaneidade de um pensamento político-curricular mais
amplo.
Queremos reconhecer que não existe uma obra completamente perfeita, esperamos que os leitores e em
particular o docente após a apreciação e constatações iremos ter oportunidade de melhorar.
2.1 Objectivos
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2.2 Objectivo geral
Uma obra científica nada seria visionária se não houver as revisões das fontes como forma de dar
alicerce ao que se pretende nas mesmas, evitando descarrilamentos.
Para concretização dos objectivos preconizados, foi o recurso a consultas bibliográficas físicas e
virtuais, até as individualidades com longa experiência no PEA em Moçambique.
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4.1 Contextualização
No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma relação de conteúdos, mas envolve também:
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Vários autores apontam para a possibilidade de o currículo não ser organizado baseando-se em
conteúdos isolados, pois vivemos em um mundo complexo, que não pode ser completamente
explicado por um único ângulo, mas a partir de uma visão multifacetada, construída pelas visões das
diversas áreas do conhecimento. A organização do currículo deve procurar viabilizar uma maior
interdisciplinaridade, contextualização e transdisciplinaridade; assegurando a livre comunicação entre
todas as áreas.
Visto que o currículo é uma questão tão importante no aspecto escolar, este passou então a ser visto
“como um campo profissional de estudos e pesquisas” (HORNBURG e SILVA, 2007, p.1). Por isso,
surgiram muitas teorias curriculares.
Correia e Dias (1998, p. 115) mostram que apesar de essas teorias não serem perspectivas acabadas,
“elas convertem-se em marcos orientadores das concepções sobre a realidade que abarcam, e passam a
ser formas, ainda que indiretas, de abordar os problemas práticos da educação.”
Citando diversos autores com teorias curriculares distintas, Correia e Dias nos fornecem uma visão
mais ampla dos papéis que o currículo ou curriculum pode abarcar:
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4.2 Currículo e conhecimento escolar: algumas compreensões
De acordo com Lopes e Macedo (2011, p. 25-26), existem elementos comuns no que tange as
definições de currículo entre as teorias de Bobbit, Dewey e Tyler. Em todas elas, “é enfatizado o
carácter prescritivo do currículo, visto como um planeamento das actividades da escola realizado
segundo critérios objectivos e científicos”. Vale lembrar que essas acções ainda repercutem nos
métodos de elaboração do currículo.
Ou seja, segundo as autoras “o currículo não forma apenas os alunos, mas o próprio conhecimento, a
partir do momento em que selecciona de forma interessada aquilo que é objecto da escolarização”.
Prosseguindo a reflexão sobre as relações entre o currículo e o conhecimento, verificasse que tais
concepções são dinâmicas, uma vez que elas se modificam de acordo com o objectivo que se pretende
atingir e com o contexto em que são desenvolvidas.
Considerando que o currículo influencia a formação das pessoas, pode-se afirmar que o mesmo é
determinante no desenvolvimento do processo de aprendizagem e produção do conhecimento nas
dimensões individual, cultural e social. Sob esse aspecto Lopes e Macedo (2011, p. 26) afirmam que
“aprendesse na escola não apenas o que é preciso saber para entrar no mundo produtivo, mas códigos a
partir dos quais deve agir em sociedade”, ou seja, o desenvolvimento social do ser humano é gestado
também no ambiente escolar.
Sob este olhar, compreende-se que a função mais importante da escola é transmitir o conhecimento
escolar, porém se o currículo for construído em torno da experiência dos estudantes, o mesmo não será
útil. O reflexo dessa prática seria mantê-los no mesmo caminho. Isso não significa construir um
currículo distante da realidade local dos estudantes, mas esse conhecimento cotidiano trazido pelos
estudantes à escola “nunca poderá ser uma base para o currículo” (YOUNG, 2007, p. 1299).
A educação escolar vem sendo adjectivada de várias maneiras como se o adjectivo modificasse sua
essência. É como se, por força etimológica, as práticas pedagógicas fossem produzindo novos
resultados porque tem novo nome: construtivista, educação activa ou integral.
Segundo o senso comum, assume-se que educação integral deve ser um conjunto de disciplinas e
actividades não necessariamente ligadas entre si, mas que aparecem juntam no dia do jovem.
Misturam-se conceitos díspares em uma cesta de bondades pedagógicas, como xadrez, alguns esportes
exóticos, umas doses de artes descomprometidas, compondo tudo com algumas criatividades isoladas,
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com pouco sentido entre si. Em resumo, alguns movimentos educativos que querem nomear e
adjectivar a educação como mais do que ela é (e deve ser), ajuntam-lhe o apelido de “integral”.
A palavra integral tem a ver com a integralidade a partir de sua essência: coerência conceitual e prática
com seus propósitos fundamentais.
Todas suas peças e seus princípios alinhados coerentemente para gerar aprendizagem e compreensão
do mundo para dele participarmos. Mais tempo na escola não transformará o ensinamento disperso em
educação íntegra. Daí a importância de que o currículo seja planejado a partir de princípios
estratégicos da boa formação humana, social e políticas íntegras: partindo-se da realidade vivida pelo
país, pela região, pelo grupo social, pelas comunidades, pelas pessoas; articulando tudo isso a um
concerto internacional das relações que se estabelecem a partir do local. “Alunos cidadãos e não
clientes”. A educação íntegra deve partir do que os estudantes querem, mas também evoluir para levar-
lhes à reflexão e ao conhecimento do que eles necessitam.
Nesse sentido, não se trata de dar aulas de cidadania, mas de mostrar como evolui, como se refinam,
como se constroem em lutas históricas os princípios e as vivências de cidadania. Isso a escola pode e
deve fazer, o que não significa que haja uma espécie de formação para a cidadania, mas de percepção
do conceito, de criação de valores cidadãos, de construção da evolução das práticas e das
consequências históricas, económicas e culturais da cidadania.
O domínio do saber escolar é o seu espaço de apresentar, analisar, criticar, dominar linguagens dos
instrumentos epistemológicos do mundo material, social e cultural. O conhecimento escolar parte de
uma constatação: não há conhecimento sem o conhecimento do mundo. Não se trata de um
conhecimento abstracto do mundo, mas do mundo real tal qual ele se apresenta na história
Moçambicana e mundial. Tal conhecimento do mundo se constrói a partir das práticas curriculares.
Nesse sentido, não há currículo sem mundo. O currículo escolar desenvolve um pensamento peculiar.
Partindo do conhecimento trazido pelos seus estudantes e professores, o currículo mergulha no saber
dos territórios em que vive e coabita.
A aprendizagem havida na escola não gera um conhecimento abstracto, apenas lógicoformal, nem gera
um conhecimento genérico de tudo. Ela produz um conhecimento que afecta, que toca, que desloca
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pontos de vista individualistas para a dimensão social do saber e da participação cidadã. Trata-se de
um conhecimento afectivo. Entretanto, não há um conhecimento afectivo abstracto! O afecto é sempre
o afecto por alguma coisa? Affectare é ser tocado por algo.
Deve tocar a relação com o outro, com os diferentes de mim, com as realidades diferentes da minha.
Produz uma inquietação cognitiva. Tal afecto toca as pessoas, as instituições, os valores, a beleza, a
ciência, a política, a tecnologia. A realidade do mundo contemporâneo, povoado de tecnologias digitais
ou não, é o que faz o mundo conectado, tocado pelo outro.
O Currículo é o espaço programado onde se exerce o afecto escolar. O afecto de quem é tocado pelas
questões da humanidade e não apenas pelo consumo de espectáculos e redes tecnológicas, ditas
sociais. O afecto curricular é o afectar-se pelo mundo. Não é uma decisão da psique! É uma decisão do
“homo politicus”.
Vemo-lo com facilidade no olhar curioso e espantado da criança de 4 ou 5 anos que inicia seu mundo
das perguntas. Impressiona-se pelo porquê da vida e das coisas? E das falas e dos números e das
histórias e das cores e das mortes.
Ao currículo escolar cabe sempre, e desde seu início, desenvolver a capacidade de perguntar e
construir respostas plausíveis e esperançosas mesmo que provisórias. Abertas ao caminho errático do
conhecimento. Começa-se, portanto, pelo entendimento e alargamento da visão de mundo. Além de
sua casa, de sua família, de seu bairro, inicia-se o conhecimento escolar pela visão de país e de suas
regiões. Mostram-se, no conhecimento escolar, as diferentes culturas, as economias, as geopolíticas, as
fomes, as riquezas disponíveis, de destruições ambientais eminentes, as conquistas da medicina, a nano
tecnologia, as novas formas de qualidade de vida, a redução de formas de trabalho, o crescimento de
tempo da vida e as tecnologias. O pensamento próprio da escola começa pelo despertar da preocupação
dos jovens e dos adultos para com os problemas e as esperanças que o mundo lhes coloca.
O currículo só é significativo como projecto civilizatório e não apenas como habilitador do aprendiz
para a ocupação de postos no mercado de trabalho ou para o atendimento de projectos individualistas.
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Só há currículo digno se, a partir da compreensão do mundo em que se vive, for apresentado ao debate
nacional um sistema escolar que permita construir-se, pelo conhecimento, um modo de viver
socialmente de forma mais justa, digna, democrática e de paz, não apenas aparente, mas de verdadeira
coesão social.
À escola cabe sempre ser jovem nessa capacidade de indignação, da curiosidade e de querer saber as
causas últimas das coisas e do significado da vida, assim como o sentido da perda e das desgraças, das
tragédias e dos dramas.
Na escola, espera-se que ela adentre no campo da compreensão das leis, causais ou não, na
experimentação básica, na formulação de hipóteses, na constatação dos princípios universais e
mutantes, na imaginação criadora, na constatação da necessidade de linguagem própria assim como de
medidas e metodologias cheias de rigor.
A Cultura traz a chave de interpretação para tal compreensão. Ela, a Cultura, é a riqueza das múltiplas
vivências pessoais e da sociedade pois traz a beleza, a textura da história, as riquezas das artes, as
vivências da alimentação, as subtilezas da música, a densidade da expressão da escrita científica ou
poética, os sentidos das transcendências, as pinturas dos corpos, os sonhos em diferentes línguas e
linguagens, a diversidade dos convívios e as tecnologias como forma de ampliar as experiências da
vida Todos os valores que marcam a constituição de um país ampliam a responsabilidade da cultura
como representação de um sistema linguístico, etnias, religiões, modos de pensar e viver que, de
alguma forma, presidem a esferas do poder social, do trabalho e das relações com a natureza. Por isso,
cabe à escola e ao seu currículo articular as aprendizagens cognitivas com os elementos da cultura da
região, do país e, também, das demais culturas existentes e vividas pelos estudantes e seu ambiente.
As acções pedagógicas e educacionais ligando cultura e aprendizagem escolar carregam, neste texto, o
sentido da educação íntegra, pois, por essas integrações, as línguas, os territórios, as religiões, as
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interacções sociais, o tempo livre, as experiências e as fruições artísticas, as vivências lúdicas,
enriquecidas pela visão educacional, exigirão sempre existência de canais de comunicação para difusão
do conhecimento. Este é o objectivo do conhecimento escolar: sentido do currículo íntegro.
4.4.5 A escola é o lugar da participação criativa e crítica no mundo pela leitura e pela escrita
Na visão de Paulo Freire (2001), ler o mundo não é apenas caminhar sobre as letras dos textos, mas
interpretar o mundo e poder participar dele. Tal habilidade, de cunho profundamente humano e
político, supõe forte dose de uso da memória significativa, marcada por repertório verbal e de
experiências culturais e sociais, assim como de linhas argumentativas.
5.0 Conclusão
LOPES, A. C.; MACEDO, E. Teorias de Currículo. 1 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
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SACRISTÁN, G., J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em 3 artigos que se completam. 42. ed. São
Paulo: Cortez, 2001.
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