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Resumo Global
2º Semestre
2015/2016
Mestre Sofia Menéres e Mestre Teresa Almeida Rocha
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
COMO MUDA?
Piaget assume como INVARIANTES FUNCIONAIS do desenvolvimento, os
processos de assimilação, isto é, a compreensão do problema em função do nível de
desenvolvimento cognitivo em que se encontra e a acomodação que consiste na
modificação de esquemas em confronto com a realidade. Assim, há uma
DESCONTINUIDADE ESTRUTURAL onde, o desenvolvimento cognitivo traduz-se pela
emergência e evolução de estruturas ou formas globais de pensar qualitativamente
diferentes e uma CONTINUIDADE FUNCIONAL em que seja qual for o tipo de inteligência
e estrutura que um dado sujeito revela na resolução de determinado problema, resolve-o
sempre por assimilação e acomodação.
OBJECTIVOS DE PIAGET
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Inteligência operatória concreta
Inteligência operatória formal
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A teoria de Piaget é ESTRUTURALISTA porque o conhecimento é sempre
organizado, DESENVOLVIMENTISTA porque nenhum conhecimento começa em abrupto
e, ainda, CONSTRUTIVISTA pois conhecer é agir sobre a realidade. Em qualquer acto de
conhecimento, esta teoria acentua um aspecto estrutural e organizado e numa dimensão
genética e evolutiva.
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ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
Antes dos 8 meses é como se o mundo não fosse constituído por objectos, mas
sim por uma sucessão de imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de
existir quando deixam de ser percepcionadas. Por volta dessa idade adquire a NOÇÃO DE
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ESQUEMAS INATOS –
ACTIVIDADE REFLEXA
ACTOS PRÉ-INTELIGENTES
6 sub-estádios
ACTOS INTELIGENTES
DESCENTRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA
GRUPO PRÁTICO DOS DESLOCAMENTOS
SUB-ESTÁDIOS
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SUB-ESTÁDIO I – EXERCÍCIO DOS REFLEXOS (0- 1 mês), isto é um sub-estádio
de hábitos.
Adualismo inicial: a criança não tem a noção da diferença entre o “eu” e o “não
eu”.
Reflexos: vão dar origem a estruturas lógicas. Os actos reflexos não são
intencionais, no entanto, são ferramentas que o bebé usa mais tarde para resolver
problemas.
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SUB-ESTÁDIO III – AS ADAPTAÇÕES SENSÓRIO-MOTORAS INTENCIONAIS, isto
é, REACÇÕES CIRCULARES SECUNDÁRIAS (4– 8meses)
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Sub-Estádio V - DESCOBERTA DE NOVOS MEIOS POR EXPERIMENTAÇÃO
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MANUAL DE APLICAÇÃO DA ESCALA DE CASATI-LÉZINI: Esta escala é constituída por
quatro séries: a) exploração do objecto, b) procura do objecto desaparecido, c) utilização
de intermediários e d) combinação de objectos.
Na primeira série, há duas técnicas, uma inicial – o espelho – em que se
apresenta um espelho com a sua face reflectida a 30 cm durante cerca de 10 segundos,
atraindo-se a sua atenção produzindo pequenas oscilações no espelho, em seguida,
estende-se o mesmo à criança, voltado ao contrário: uma criança no primeiro sub-
estádio, agarra no espelho para manipulação habitual, sem qualquer orientação (4-5
meses), aos 9 meses começa a existir uma orientação para um objecto simples com
exploração activa do mesmo, encontrando-se já no terceiro sub-estádio. Só aos 11
meses, se encontra no quarto sub-estádio, em que, há uma orientação nítida e
intencional de um objecto. Na segunda técnica, a caixa de fósforos, coloca-se diante da
criança dois alfinetes dentro da caixa e fecha-se rapidamente e deixa-se a caixa na mesa
à disposição da criança. Só aos 13-14 meses a criança, a criança inicia a orientação,
ainda sem tentativa de abertura no sentido de descoberta (IV estádio), esta só acontece
activamente de forma simples aos 16 meses (V estádio), mas a tentativa erro de voltar a
fechar a caixa, após a descoberta, só aparece aos 17 meses (VI estádio), ainda, num item
mais desenvolvido, aos 20 meses, a criança já não usa o mecanismo de fechar.
Na segunda série, a as técnicas variam consoante os itens apresentados. Num
item inicial, apresenta-se uma boneca que lhe desperte interesse e, quando a criança faz
um gesto de pegar na boneca o experimentador esconde-a por de trás de um cartão, por
volta dos 8-9 meses, é quando a criança procura agarrar a parte visível da boneca, antes
disso há uma paragem definitiva do gesto de apreensão. No segundo item, a criança
mostra uma procura activa do objecto desaparecido quando levanta o ecran para agarra
o carro, ocorre por volta dos 9-12 meses (estádio IV). No final deste, num item
posterior, a criança deliberadamente levanta o ecran rapidamente, percebendo os
obstáculos, no caso de não existir procura, apenas olha encontra-se menos desenvolvida.
No item 4, fazem-se dois ensaios, para além do anterior, a frente da criança muda-se o
carro de esconderijo. Quando a criança localiza o objecto no segundo esconderijo, por
volta dos 14-15 meses, está V estádio, e encontra-se mais desenvolvida do que quando
apenas procura no primeiro. Ainda, o item 5 consiste numa procura activa de um
objecto desaparecido num só deslocamento invisível, em que a criança já percebe, em
estádio V, que ao despejar a caixa os objectos da mesma estão noutro lado, na mesma
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tarefa, mas com uma sequência de deslocamentos, em estádio VI, a criança encontra
primeiro no I e depois no II (16-17 meses). No último item desta série, que apela à
dedução, só aos 18-24 meses, a criança consegue achar a boneca por dedução, usando a
sua representação da trajectória do objecto (fim do estádio VI).
Na série III, há três objectivos: a) utilização de um prolongamento de objecto –
fios, b)utilização da relação entre o objecto e o seu suporte, c) utilização de um
instrumento. Aos 6-9 meses (estádio III) a criança estabelece uma relação entre o fio e a
argola, embora seja uma diferenciação simples, aos 9-12 meses (estádio IV), escolhe o
gesto adequado para o seu objectivo com alguma hesitação, só aos 12-14 meses há uma
acção de puxar que é encadeada logo pelo agarrar, embora com tentativas porque há
uma certa fragilidade da acção espacial (estádio V). Quanto à relação entre o objecto e o
suporte, aos 6-9 meses está não está conseguida, aos 8-10 meses, estádio IV, há já uma
escolha de meio – o puxar - para um fim, aos 9-14 meses utiliza-se suportes por
combinação de esquemas – há puxar do pano e agarrar o objecto sem hesitação. Quando
o brinquedo está fora do alcance da criança, a criança deve pedir ajuda ou ir lá sem usar
o intermediário do item anterior que agora não ajudará (12-16 meses). Aos 16-18 meses,
compreende a superposição, mas não a rotação, só aos 18-19 meses (estádio VI) a
começa a perceber com hesitação e aos 20 meses já não hesita porque já há uma
construção mental súbita. No terceiro objectivo, aos 9-12 meses a criança consegue
coordenar esquemas, manipulando o ancinho, mas não o utiliza para alcançar o objecto,
aos 12-14 meses (estádio V) já faz uma experimentação activa do mesmo, e com vários
ensaios de deslocamento consegue, por acaso esforçado, o objectivo. Só aos 14-17
meses, o faz correctamente após demonstração, e aos 20 meses com ensaios
espontâneos (inicio estádio VI) que posteriormente passa a um uso sem ensaio prévio de
instrumento e em situações complexas.
Na série VI, aos 12-15 meses, não há ainda uma combinação dos objectos, mas
uma acção directa, no início do estádio V. Aos 16 meses, há uma utilização pouco
durável do ancinho, aos 19 meses há ensaios orientados, mas sem resultado, só aos 20
meses, acabam por resultar, no estádio VI, que posteriormente acaba por ser uma acção
imediata e correcta. Ainda, o processo de transformação começa por ser parcial aos 18
meses, passa a ser adaptada aos 20 meses, onde se inventa um processo a partir de um
resultado observado (estádio VI) que, mais tarde, é imediata (fim do estádio VI)
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REPRESENTAÇÃO OU PENSAMENTO: TRANSIÇÃO PARA O ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO.
Este estádio tem dificuldade em destacar-se dos restantes pois, comporta características
dos estádios sensório-motor e operações concretas. É considerado um estádio preparatório para
o concreto/representativo, ainda não há operações propriamente ditas. Nesta altura inicia-se o da
linguagem desenvolvimento e, com ela a capacidade de representar, de pensar e de criar
símbolos. Inicia-se uma preparação para transformar o conhecimento em representações.
Por volta dos dois anos aparece a função simbólica, ou seja, a capacidade de representar
um objecto. Este estádio vai buscar a sua designação – pré-operatório – ao facto da criança já
pensar, mas ainda não ser capaz de fazer operações mentais (acção interiorizada reversível).
Os 2 anos é o início das explicações causais, caracterizado pela fase dos “porquês”. A
“idade dos porquês”, associada a esta preocupação de explicar as coisas. A experiência privada
passa a ser partilhada com os outros e para isso é essencial o desenvolvimento da linguagem.
Utiliza um diferente campo de aplicação e partilha a experiência. A criança quer perceber o que
está a acontecer e por isso começa a partilhar as suas experiências com os outros. Além disso,
nesta altura os pares adquirem grande importância e dão algo diferente aos bebés que os pais
não conseguem dar. Começam a falar muito uns com os outros. Ainda, estamos numa fase de
existência de pré-conceitos porque há dificuldade em generalizar os conceitos.
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1ª FASE - PENSAMENTO SIMBÓLICO/PRÉ-CONCEPTUAL
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Raciocínio pré-conceptual (transdução – raciocínio do particular ao particular).
E.g. Caracol e vizinho. Associa indevidamente situações que nada têm a ver e,
chega a conclusões erradas. Considera 2 coisas em simultâneo, mas
indevidamente. (Relacionado com o egocentrismo intelectual)
Pensamento comparativo (Pseudo-metáforas) - Ex: Vê uma cascata - o “muro”
está a chorar. Apesar de ser uma limitação e estar no seguimento da transdução,
mostra que há uma complexificação do pensamento.
Ausência de reversibilidade do pensamento
Exemplo: Conservações de líquidos: na passagem de um recipiente largo para
um recipiente estreito, numa primeira fase, a criança diz que há mais água no
recipiente estreito. Assim, ainda não há conservação. Há vários tipos de
conservação: superfícies (áreas), matéria, etc.
Uma crítica que se pode fazer a Piaget é o facto de ele considerar que,
gradualmente a criança caminha para a lógica, negando que também o
pensamento intuitivo tem um papel importante. Nem tudo se reduz ao
racional. Pode estar relacionado com a desfazagem horizontal: esta mesma
tarefa em idades diferentes, neste sub-estádio, pode produzir resultados
diferentes.
Pré-Conceito
Inicialmente, Que depois
Pensamento origina,
por Imagens
Esquema
Conceito
verbal
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AUSÊNCIA DA REVERSIBILIDADE PERCEPTIVA:
EXEMPLO DAS “TRÊS MONTANHAS”: No Modelo tridimensional, o experimentador e
criança observam, em perspectivas diferentes, o mesmo modelo. A questão que se
coloca é se a criança será capaz de se descentrar e avaliar correctamente a perspectiva
do outro?
Numa primeira fase, a criança não consegue apontar directamente nenhuma das
duas perspectivas, está dividida e confusa; numa segunda fase, já refere a sua
perspectiva e, por fim, numa terceira fase, já consegue referir a perspectiva do outro.
A imitação é global porque não há muitas alterações a ela, ainda está “colada”
aos diversos papéis que a criança vê as pessoas à sua volta representar e quer imitar,
global porque não há especialização, a criança ainda se centra nos outros. Não há
diferenciação dos pontos de vista - JOGO INDIVIDUAL.
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A CONSERVAÇÃO DAS QUANTIDADES NUMÉRICAS deixa de ser de Intuição
Simples: só têm em conta o comprimento da fila e passa a ser uma Intuição
articulada, a criança apoia-se na correspondência termo a termo.
A CONSERVAÇÃO DOS COMPRIMENTOS: Qual dos carros tem mais estrada para
percorrer? Um linha recta ou uma linha em zingue-zagues, ambas com a mesma
distância, mas com configuração perceptiva diferente.
Na CONSERVAÇÃO DOS LÍQUIDOS, a criança deve dizer algo como “Se calhar
tem a mesma coisa, porque este copo é muito fininho”. Quando passamos o
líquido para um copo em que a diferença de diâmetro não é tão evidente, voltam
as respostas de não conservação. O procedimento consiste em apresentar à
criança dois copos iguais com a mesma quantidade de água. À sua frente, verte-
se a água de um copo para um outro copo mais alto e fino. A criança afirma,
agora, que este copo alto e fino possui mais água do que o outro. Não
compreende que a quantidade de água permanece a mesma, independentemente
do recipiente em que é colocada. Ou seja, responde com base na aparência
(como o segundo copo parece maior, porque é mais alto, a criança pensa que
tem mais água).
Na QUANTIFICAÇÃO DA INCLUSÃO, isto é, nas classificações, pergunta-se à
criança se “Há aqui mais animais ou cavalos?” “Há mais animais, porque são 4
leões e só três cavalos.” “Os cavalos são animais?” “São.” Permite à criança
solucionar alguns problemas e, possibilita-lhe muitas aprendizagens. No
entanto, este pensamento é irreversível, isto é, a criança está sujeita a
configurações perceptivas sem compreender a diferença entre as transformações
reais e aparentes. A criança não tem noção da conservação de substância.
Não se baseia exclusivamente em acções práticas e ainda não se organiza em
verdadeiras operações mentais. Embora se afastem dos esquemas sensório-
motores e concretos, os esquemas cognitivos não atingem o carácter
respectivamente geral e abstracto que é típico dos conceitos ou categorias
operatórias. Ex: CONSERVAÇÕES
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3º Estádio: OPERAÇÕES CONCRETAS (dos 6/7 até aos 11/12 anos)
A criança pré-operatória não possui ainda a flexibilidade para operar mentalmente as
transformações. A inteligência operatória concreta implica a capacidade de abstrair a
informação relativa à acção sobre os objectos.
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outra forma- conhecimento verdadeiro. Ainda, não chega saber que a criança contar os
elementos, isto não nos permite tirar uma conclusão de que estado se encontra, é preciso
saber se ela considera que são iguais independentemente da configuração preceptiva, e,
ainda, quando confrontada com o facto de outra criança da mesma idade ter uma
diferente opinião, saber que essa criança está errada porque os elementos são iguais,
mesmo com diferente configuração preceptiva.
Nesta altura, é pertinente definir o conceito de operações concretas. Assim,
podemos dizer que operações são acções interiorizadas, reversíveis que comportam a lei
de totalidade e que concretas pressupõem que, embora executadas a um nível interno ou
mental, aplicam-se a conteúdos concretos (e.g., flores, para classificar a sua família,
seriar pelo seu tamanho, ou quantificar pelo seu número).
DESCENTRAÇÃO
O Desenvolvimento cognitivo vai desde a centração até a descentração. Nesta
altura, não vem tudo em função de uma só dimensão ou ponto de vista. Aqui, a
capacidade de resolver problemas atendendo a vários pontos de vista e dimensões.
Exemplo: Na Prova de Conservações do Comprimento, prova em que duas
varinhas de igual tamanho são colocadas inicialmente lado a lado, sendo depois uma
delas puxada levemente para a direita, uma criança neste estádio percebe que essa
varinha é maior que a outra, mas não compreende que uma dada varinha © é maior que
uma B e, ao mesmo tempo menor que uma E.
PERSPECTIVISMO
Com esta dimensão, a criança não se centra em apenas uma dimensão, mas já é
capaz de atender a várias perspectivas, dimensões ou pontos de vista. Aqui, o
perspectivismo está, como o egocentrismo está no estádio pré-operatório. Este princípio
é outra forma de designar a característica de descentração acabada de referir.
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Exemplo: Na prova das três montanhas, a criança já percebe por exemplo que,
tais montanhas podem ser vistas de modo diferente por observações colocadas em
posições diferentes. Deste modo, nesta fase, os desenhos já não são feitos com base no
que se sabe de como a realidade é.
REVERSIBILIDADE
Este ponto é muito importante do pensamento concreto, aqui o pensamento é
caracterizado como móvel, flexível e coerente e permite a execução de acções nos dois
sentidos: a) Directo, imagina a passagem do líquido do copo A para o B e b) Inverso ou
Reciproco, imagina o contrário. Ainda, na primeira imaginação ganha-se uma dimensão
que é perdida no inverso – reversibilidade por reciprocidade. Para este critério de
classificação há três argumentos lógicos: a) Identidade (“é igual porque é o mesmo”), b)
Reversibilidade (“é igual porque se fizer a operação inversa volta ao inicial”) e c)
Compensação (“é mais comprido, mas há mais espaços entre as fichas por isso é o
mesmo”).
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DISTINÇÃO ENTRE TRANSFORMAÇÕES RELEVANTES E IRRELEVANTES
Agora, compreende-se que, há transformações que são superficiais e que não
afectam, por exemplo, a quantidade de substância envolvida e outras que são
profundamente relevantes.
Exemplo: Prova da determinação do valor cardinal (Piaget & Szeminska, 1941):
Numa primeira fase, há uma correspondência termo a termo, sem equivalência durável,
a avaliação da quantidade é preceptiva e ordinal, há confusão entre as transformações
irrelevantes e a relevantes. Na seguinte, a partir dos 7 anos, já há uma distinção entre as
transformações, denomina-se de, fase de correspondência termo a termo, com
equivalência durável.
PESSOAL
SENSIBILIDADE À CONTRADIÇÃO
Subtrair um conjunto de elementos que antes lhes tinham sido adicionados, não
podem, sob pena de incorrerem em contradição, levar senão a dados resultados (e.g.,
Repor cardinalidade inicial do conjunto) A base deste domínio é o aspecto lógico em
contraste com o preceptivo. Aqui, é se sensível à contradição, e não é impossível dizer
que um copo se encontra meio cheio e meio vazio ao mesmo tempo.
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desequilíbrio, repondo um equilíbrio novo, melhor e mais móvel – Reequilíbrio
majorante (Piaget, 1975).
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a) Reversibilidade – resultado de tal composição pode ser anulado (i.e., B-A=A’); b)
Identidade – classe B não aumenta em extensão se não juntarmos mais flores ao ramo
(i.e., B + 0 = B); c) Associatividade – se classe B fosse formada por três subclasses (A,
A’ e A’’), tanto obteríamos B deste modo (i.e., B = A + A’ + A’’) como de outro modo
(ie., por exemplo, B = A + (A’ + A’’).
Contudo, na estrutura do argumento os argumentos são a) Identidades especiais
(não são propriedades de grupo) em que, ocorre ou Tautologia – a quantidade de flores
B não aumenta se as contarmos duas vezes - B + B = B (b reunido com b) ou por
Reabsorção – a quantidade de flores não aumenta se contarmos, de uma vez, as flores e,
de outra vez as flores e os cravos - B + A’ = B (grupo imperfeito). Além de um grupo
imperfeito, o agrupamento é também um reticulado imperfeito, comporta lsm, mas não
comporta lim.
Limite superior mínimo – representa o menor elemento que, ao mesmo tempo,
contém ambos os elementos do par em causa (e.g., 3 e 4, 4 é o limite superior
mínimo);
Limite inferior máximo – representa o maior elemento que, ao mesmo tempo,
está contido em ambos os elementos do par (e.g., 3 e 4, 3 é o limite inferior
máximo).
ESTRUTURAS LÓGICO-MATEMÁTICAS
Designam uma realidade psicológica causalmente activa na mente da criança que
executa operações concretas, ou são, apenas, construções teóricas utilizadas pelo
observador ou psicólogo para descrever essas actividades cognitivas? Isto é, Qual o seu
estatuto psicológico?
Problema do seu estatuto ou natureza, bem como das suas correlativas
implicações na maior ou menor heterogeneidade ou assincronia do funcionamento da
inteligência operatória que mais controvérsia tem gerado (ver Demetriou et al., Fisher,
1983; Flavell, 1982a; 1982b).
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IMPORTÂNCIA TEÓRICA
As estruturas lógico-matemáticas podem ser analisadas por uma interpretação
funcionalista em que, há causas internas e funcionais dentro do sujeito - críticas à teoria
(e.g., Demetriou et al., 1993) ou por uma interpretação formalista, isto é, por metáforas
ou construções teóricas de carácter lógico utilizadas para descrever de um ponto de vista
formal o nível de organização estrutural envolvido nos comportamentos mais associados
às idades (e.g., Chapman & Lindenberger, 1992). Assim, d izer que as operações concretas
de classificação, de seriação ou de enumeração são todas operações concretas não significa
dizer que são causadas funcionalmente pela mesma estrutura de conjunto ou pelo mesmo tipo de
agrupamento, mas sim que, de um ponto de vista formal envolvem todas o mesmo nível de
organização estrutural (i.e., de agrupamento)
IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS
As Competências globais dentro do sujeito que se aplicam a qualquer conteúdo e
em qualquer circunstância, então em termos escolares, seria apenas necessário ensinar a
criança a “pensar bem” em torno de um conteúdo. Logo, pensar bem noutros conteúdos
seria um dado adquirido. Compreender é inventar ou reconstruir por reinvenção.
(Piaget, 1972, p.24). Há, assim, uma promoção cognitiva em contraste às condições de
interacção e de vida.
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Exemplo: Seriação verbal (a mais esperta, a intermédia e a menos esperta) sobre
classificações (as espertas, as menos espertas e as intermédias). Ainda, em relação às
formas anteriores de inteligência, o sujeito é capaz de pensar sobre conteúdos abstractos
ou formais - propriedade ausente na operações concretas, ser operatório, i.e., capaz de
pensar sobre através de um conjunto de actos representativos e interligados de forma
reversível – propriedade ausente no pensamento pré-operatório, ainda é capaz de pensar
internamente, i.e., capaz de acções internas – propriedade ausente na inteligência
sensório-motora, e ter uma inteligência formal interna, operatória e abstracta em
contraste à do sensório-motora que é externa, operativa, envolvendo acções ou
transformações não contidas numa estrutura de relações reversíveis e prática.
COMBINATÓRIO
A criança é capaz de imaginar antecipadamente todas as possibilidades de
combinação entre um determinado número de elementos, classes ou proposições.
(Método Sistemático): Exemplo: Prova da combinação dos líquidos incolores, em que
há quatro líquidos de base e deve-se descobrir todos os modos de produzir a cor
amarela, em que uma criança pré-operatória acha que a cor resulta de combinações
simples, tenta poucas combinações e faz-o de modo aleatório, uma em operatório
concreto, tenta mais combinações, usa um método menos aleatório, contudo opta por
combinações simples não concebendo mais possibilidades possíveis depois de descobrir
uma. Já uma em operatório formal, antecipa à priori todas as combinações possíveis,
utiliza um método exaustivo e sistemático, verifica quais as combinações possíveis que
são reais e tira ilasões sobre as relações entre os líquidos.
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PROPOSICIONAL
Nesta fase, opera-se sobre proposições que, toma como verdadeiras ou como
falsas, esta operação é feita de forma independentemente da sua verdade ou falsidade
material.
Exemplo: Eu sou médico ou psicólogo
•p – sou médico
•q – sou psicólogo
•Pensamento concreto - lógica de classes, relações ou número;
•Pensamento formal – lógica das proposições.
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Agora, admite determinados enunciados ou proposições a título de meras
hipóteses formais e deduz conclusões logicamente necessárias. Por exemplo, se o João
está na escola, então a Maria também, isto é, se p então q.
Argumentos lógicos
Modus Ponens p => q
Modus Tollens ~ q => ~ p
Afirmação do Consequente Nada se pode concluir
Negação do Antecedente Nada se pode inferir
CERTO FENÓMENO
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CONCEITOS CHAVE EM PIAGET
Construtivismo – criança activa enquanto construtor do seu próprio
conhecimento.
Interaccionismo – o sujeito desenvolve-se através da sua interacção com o
meio, do conflito com os objectos, das suas acções e interpretações sobre o
meio.
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Contudo, posteriormente o equilíbrio dará lugar a um novo desequilíbrio. É
precisamente este movimento de equilíbrio-desequilíbrio que permite o
desenvolvimento individual, a adaptação.
EXERCÍCIO NUM
PLANO
INDIVIDUAL INTERPRETAÇÃO
(ESQUEMAS ACTIVA E
EXTERNOS) INETRIORIZAÇÃO
DOS ESQUEMAS
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CONFLITO
Enquanto a TEORIA PIAGETIANA considera um conflito Psicológico, Intra-
individual e resulta das confrontações e contradições entre as acções ou antecipações do
sujeito e o que ele observa nos resultados da sua acção.
Na TEORIA DO CONFLITO SÓCIO-COGNITIVO este conflito é
interindividual, mas um conflito de natureza exclusivamente intraindividual não deixa de ser
necessário, mas não pode ser tomado como suficiente e único em certos momentos chave do
desenvolvimento, como causa dos progressos individuais. Este C ONFLITO
INTERINDIVIDUAL para que seja eficaz deve haver uma coexistência, numa mesma
situação, de centrações divergentes e a resolução deste conflito deve ser feita de modo
activo e não puramente relacional. A dimensão social desempenha um importante papel
nas duas faces do “conflito sócio-cognitivo”.
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Assim, Vygostky, autor desta teoria, era co-construtivista, isto é, acreditava num
papel activo do sujeito, que era mediado por aspectos culturais. Ou seja, á uma
interacção entre o genético e o ambiente, mediado pela cultura. A criança deve interagir
com um par que de alguma forma sabe mais.
O Desenvolvimento é visto como as interacção de factores biológicos/ambientais
mediada pela cultura, ou seja, é construído em interacção com o outro, sendo a acção
mediada pela cultura. O sujeito só se desenvolve na medida em que participa em formas
diversas de interacção social, utilizando instrumentos (e.g., ábaco, lápis, martelo) e
símbolos (e.g., linguagem, jogos, fórmulas matemáticas). Aqui, é possível distinguir
dois níveis de contexto social: a) Distal, contexto de sistemas alfabético e numérico,
sistema de valores, etc, com história e conjuntura social, que transmitem à criança
valores, crenças e possibilidades, e b) Imediato, sendo o contexto de interacções
quotidianas (pais, irmãos, pares, professores), com adultos que são “incentivadores
cognitivos” porque estimulam e orientam a criança;
LINHA
CULTURAL
O que emerge
naturalmente no O que é construido pelo
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Aqui há predomínio das relações assimétricas, em que a criança é o aprendiz e
vai exercitar as competências, observando e ouvindo as instruções e explicações de
outro mais sabedor, aprendendo com este feedback a usar estratégias e ferramentas para
resolver problemas. O que contrasta com Piaget que, assume as relações simétricas
principais. Contudo, em ambas as perspectivas, há uma criança crítica e activa, que
interpretar e desenvolve os seus esquemas cognitivos.
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LEI GERAL DE DESENVOLVIMENTO:
IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM:
Esta é outra diferença entre os autores. Para Vygostky, começa-se com uma
linguagem social, exercitada no plano externo que regula o indivíduo. Esta tem um
papel comunicativo, mediatiza as interacções com outros. Só mais tarde é interiorizada,
passando a ser uma linguem interna, que serve a criança internamente e regula as suas
próprias acções. Já para Piaget, começa-se uma linguagem egocêntrica e só depois se
vira para o outro.
Estudos mostram que perante criança surda-mudas, as crianças decrescem a
linguagem verbal, o que prova o papel comunicativo da mesma (descrito por Wertsch,
1985). Ainda, a linguagem interna, aumenta com aumento do grau de dificuldade da
tarefa, provando a sua função auto – reguladora. (Vygotsky, 1934/1987; replicado por
Kohlberg, et al, 1968)
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Todo o desenvolvimento só pode ser entendido quando enquadrado no meio
cultural – Motivos internos e externos porque direntes motivos levam a diferentes
desenvolvimentos cognitivos.
JAMES WERTSCH
Segue uma linha directa de Vygostky, testando os seus pressupostos,
operacionalizando, assim, com o desenvolvimento de grelhas, analisou as interacções
assimétricas entre adultos e crianças em situações de resolução conjunta de problemas,
verificando os efeitos da idade da criança. Assumiu que, a linguagem egocêntrica antes
de ser usada pela criança para regular a sua acção é usada pelo adulto para regular a
acção da criança (interiorização).
PONTOS COMUNS
PERSPECTIVA GENÉTICA: abordagem desenvolvimentista essencial para a
compreensão dos fenómenos.
ABORDAGEM DIALÉCTICA: interacção continua de processos distintos, mas
interdependentes, por exemplo assimilação/acomodação e
interiorização/exteriorização.
VISÃO NÃO REDUCIONISTA: a inteligência é uma forma de organização e
adaptação ao meio, não redutível a conjuntos reflexos, nem às primeiras
manifestações externas em que essas formas de organização muitas vezes se
expressam.
VISÃO NÃO DUALISTA: o sujeito individual e o seu contexto físico e social não
são dicotomias ou polaridades independentes e isoladas; são antes realidades
interdependentes e relacionais.
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IMPORTÂNCIA DA ACÇÃO: na génese das diversas formas de inteligência e de
todas as funções da consciência. “conhecer não consiste em copiar o real, mas
em agir sobre ele e transformá-lo.” (Piaget, 1967) e “no princípio está a acção. A
palavra não foi o princípio, a acção existia antes dela; a palavra está no fim do
desenvolvimento, é o coroar da acção.” (Vygotsky, 1962, p. 153)
PRIMAZIA DOS PROCESSOS: preferem os processos aos produtos de
desenvolvimento, simpatizando pouco com os testes psicométricos.
FOCO NAS MUDANÇAS QUALITATIVAS, isto é, nas operações formais/operações
concretas, na Memória natural/memória mediada.
PONTOS DE RUPTURA
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Enquanto num, o Desenvolvimento é uma condição prévia da aprendizagem
(Piaget), noutro, a Aprendizagem é condição prévia do desenvolvimento (Vygotsky).
DESENVOLVIMENTO SÓCIO-COGNITIVO
Como é que esta compreensão se desenvolve ao longo do ciclo de vida? Pela génese e
desenvolvimento.
DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO
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referindo-se a estados mentais (e.g., crenças, desejos, intenções) não observáveis.
(Flavel, Miller & Miller, 1999, p. 87). As Provas Aplicadas consistem na Resolução de
uma tarefa – por volta dos 4 anos, há uma atribuição de estados mentais aos outros e
baseiam-se neles para prever o comportamento.
DESENVOLVIMENTO MORAL
DOMÍNIO MORAL
Estamos num domínio de natureza prescritiva e normativa, isto é “no que deve
ser feito” e não “no que é necessariamente feito”. O objectivo é estudar a forma
como os sujeitos desenvolvem o seu raciocínio moral. Sabe-se, que o que se
desenvolve é a forma de pensar as questões morais.
DEVERES
Os deveres são o que deve ser feito. Assim, temos DEVERES NEGATIVOS (e.g.,
não bater, não roubar, etc), isto é, o que não deve ser feito e os DEVERES POSITIVOS
(e.g., confortar, partilhar), ou seja, o que deve ser feito, sendo estes últimos do domínio
do pró-social. Contudo, é visto, como mais grave, não cumprir os deveres negativos
porque há um domínio da moralidade no negativo.
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forma de pensar e de nos relacionarmos com os outros. Para estes benefícios existirem é
necessário pensar a longo prazo, para não existir um conflito. Para cumprir este código
de conduta é necessário, ainda, perceber os princípios morais que estão subjacentes a
estas normas morais.
PRINCÍPIOS MORAIS VS NORMAS MORAIS: As normas não devem ser vistas
como um fim em si mesmas, isto mostra uma moralidade muito infantil. Deve-se
perceber que as normas são heurísticas que indicam como actuar que seguem
princípios morais. Contudo, quando os princípios não são cumpridos, as normas
devem ser quebradas. Assim, se a pessoa não sabe porque as normas existem,
não a consegue quebrar em prole de princípios morais. Ainda, estas devem ser
apenas quebradas em nome de princípios morais, e não por princípios
individuais.
CRITÉRIOS DE DESENVOLVIMENTO
Existem dois critérios de desenvolvimento moral, a) Cognição moral, ou de
cognição do juízo moral, assenta na base de perceber como a pessoa pensa e b) acção
moral, isto é, no cumprimento ou não de regras pelo agir em conformidade ou não com
a moralidade. A crítica aos autores consiste em que estes, não fazem a distinção entre os
dois critérios, e as técnicas assentam mais na cognição.
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O QUE É O DESENVOLVIMENTO MORAL? Piaget (1932)
Com esta definição, percebe-se que, apesar de não rejeitar o conceito, não fala
em princípios, mas em regras. O autor usa os métodos de i) Entrevista, usando várias
histórias e ii) Observação.
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O António estava a brincar com o carrinho do irmão e partiu-o. O pai pensou em
duas maneiras de o castigar: dar-lhe um castigo grande ou um castigo pequeno.
A. O castigo pequeno era fazer com que o António ajudasse a arranjar o carro ou
a comprar um novo.
B. O castigo grande era proibir o António de brincar durante muito tempo, com
os brinquedos do irmão e com os seus próprios brinquedos.
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Situação 4: Centra-se na obediência à autoridade da criança de
desenvolvimento heterónoma, que ainda, não tem um sentido de
relações simétricas.
Havia um pai que tinha dois filhos, a quem estava sempre a pedir para fazer
recados. Um deles não gostava nada e queixava-se sempre que tinha algum
recado para fazer. O outro também não gostava, mas não se queixava. Então, o
pai mandava este segundo menino fazer mais recados do que o outro que se
queixava.
Achas que é justa a atitude do pai? Porquê?
A moralidade heterónoma ocorre até aos 8 / 9 anos, sendo esta uma moral de
obediência, de constrangimento e de respeito unilateral. Baseia-se no medo do castigo e
na obediência à autoridade. O sujeito respeita um código exterior que adere por pressão,
sem percebe-lo. Assim, as características desta fase são: a) Submissão às regras que são
sagradas e inalteráveis, caso se alteram as regras do jogo, mesmo com o acordo de todos
está-se a fazer batota, não é correcto fazê-lo, b) a moralidade do acto é determinada
pelas consequências materiais, as sanções que considera mais justas são as expiatórias,
assim, ficar de castigo um mês sem ver televisão e brincar é mais justo que repor a
situação inicial e d) há um respeito unilateral porque a autoridade é que manda por isso
é justo faze-lo.
A moral autónoma aparece por volta dos 10 / 11 anos, sendo uma moral de
cooperação e respeito mútuo. Aqui, a criança já interiorizou as normas e as convenções
sociais, seguindo as seguintes características: a) baseia-se na cooperação e respeito
mútuo, usando o princípio de justiça e de igualdade de tratamento na situação, b) admite
que as regras são modificáveis em função das necessidades e do contexto, podem ser
alteradas se todas as partes envolvidas concordarem, c) as intenções são mais
importantes do que os resultados materiais e d) as sanções mais justas são as sanções
por reciprocidade e adequadas.
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Uma criança que consegue intuir a regra da moralidade autónoma, mas não
consegue justificar convenientemente a sua escolha, está numa fase de transição, e diz-
se que tem, uma moralidade intermédia. Esta falha deve-se a criança primeiro aprender
no exterior, exercitando, essa regra, e só depois a conseguir explicitar verbalmente.
Trabalhou, como Piaget, sobretudo o Raciocínio Moral, para isso Piaget usava
histórias simples, mas Kohlberg apresentava dilemas éticos e perguntava qual a razão
para escolher A ou B, sendo a pergunta do domínio moral “o que deve ser feito, numa
situação de dilema hipotético”. Assim, pedindo para justificar o porque – parte
importante é a razão - encontrou seis estádios de desenvolvimento moral.
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Apesar de só se debruçar sobre Raciocínio moral, o autor sabe que a forma como
as pessoas pensam as questões morais é uma forma motivadora da acção moral. Assim,
o autor não estudou o comportamento propriamente dito, mas sim a variável forte na
relação com as acções morais.
DILEMA DE HEINZ:
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☺ Valor da Vida vs Valor da Propriedade. Quais os valores? Como os
hierarquizam? Define-se, assim, várias FASES, NÍVEIS E ESTÁDIOS DE
DESENVOLVIMENTO MORAL
MORALIDADE PRÉ-CONVENCIONAL
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ESTÁDIO II: A MORAL DO INTERESSE: as acções baseiam-se na satisfação das
necessidades pessoais do indivíduo. A ideia é fazer negócio ou trocar favores, mas
obtendo pequenas vantagens. Existe uma orientação materialista, isto é, uma moralidade
instrumental e em função dos interesses pessoais, não há grande diferenciação dos
valores e sua hierarquização. O que acontece aqui é uma existência de perspectiva, mas
não em função dos valores e sua importância.
“ O Heinz deve roubar porque não quer que a sua mulher morra e estava atrapalhado”
MORALIDADE CONVENCIONAL
ESTÁDIO IV: A MORAL DA LEI: o indivíduo recorre ás regras, leis ou códigos para se
orientar nas situações dilemáticas. Apesar de estudo e de existir uma moralidade com
código, está mais desprendida desta dimensão afectiva e relacional, e desta aprovação
social. Aqui, há uma perspectiva mais racional, sendo a lei e as convenções um fim em
si mesmo.
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“Não deve roubar. Se todos começam a roubar, então isso é tomar as leis nas nossas
mãos, começar a dar lugar à lei do mais forte e criar inúmeras injustiças. Não roubar é
uma obrigação de todos”
Ou
“Deve roubar porque na lei diz que se deve proteger os mais fracos”
“O Heinz deve roubar o medicamento. Embora roubar seja ilegal, aqui não é imoral. A
lei não foi feita para estes casos. Mais, o Heinz não poderá ser condenado: agiu em
nome da sua consciência”
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“O Heinz deve roubar. O direito à vida transcende o direito à propriedade. O mesmo se
poderia dizer se fosse um desconhecido; considerações afectivas não têm aqui qualquer
cabimento.”
Este é um estádio mais ideal e utópico. As pessoas acedem a este estádio só com
formação a este nível, sendo retirado da teoria.
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Juízos de responsabilidade são o dever para pôr em pratica o que acham que
são as suas considerações morais, (juízos deônticos). Os juízos de
responsabilidade são mais fortes em níveis de moralidade pós-convencional, isto
é, “deve ser feito isto, logo vai ser feito isto”. Para o autor, isto explica a relação
entre acção e raciocínio moral, sendo os juízos de responsabilidade mediadores
entre a cognição e a acção.
☺ Sensibilidade
☺ Emoção
☺ Motivação moral
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