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PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM

Brigite Henriques - PA - ISMAT


Aprender é incorporar um novo comportamento.

Aprendizagem como um processo pelo qual se altera o comportamento (alteração essa que
é permanente e duradoura e que ocorre através da experiência/treino/exercício.

Além da aprendizagem (fatores cognitivos), o desempenho do comportamento aprendido


deriva da maturidade (fatores biológicos, sociais e emocionais).

Aprendizagem como uma ação intencional, dirigida para um objetivo. O indivíduo não
aprende ocasionalmente, há um desejo de aprender e dar significado ao comportamento.

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IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM

- É a aprendizagem que nos permite adquirir os diversos modos de agir e de reagir e de


alterar os nossos comportamentos para nos adaptarmos a novas circunstâncias que,
inevitavelmente, enfrentamos num mundo em constante mutuação;

- É processo cognitivo de nos permite adquirir o estatuto de verdadeiros seres humanos;

- Pela aprendizagem adquirimos saberes, saber fazer, saber estar, saber ser.

- É a aprendizagem que determina o nosso pensamento, a nossa linguagem, as motivações e


as atitudes, a personalidade.
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Teorias da Aprendizagem

- Procuram reconhecer a dinâmica envolvida nos actos ensino-aprendizagem


- Procuram explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e a aquisição de um
novo conhecimento

OBJETIVOS

- Fundamentar a prática pedagógica na elaboração de propostas


- Auxiliar na compreensão das causas de dificuldades dos estudantes
- Propiciar a formação mais adequada aos que participam na proposta educacional

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TEORIAS COGNITIVISTAS

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Jean Piaget

- Epistemologia Genética
(Teoria Genética: mecanismos cognitivos da espécie)

- Teoria do Desenvolvimento Cognitivo


(teoria de etapas: o indivíduo passa por mudanças ordenadas e previsíveis)

- Construção do conhecimento através da interação da experiência sensorial e


da razão

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- A interação com o meio (pessoas e objetos) são fundamentais para o
desenvolvimento do indivíduo – eixo central é a interação entre o meio e o
organismo

- Enfatiza o processo de cognição à medida que o indivíduo se situa no mundo


e atribui significados à realidade que se encontra

- O indivíduo como agente do processo

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3 formas de conhecimento

Conhecimento físico: conhecimento dos objetos da realidade externa


(a cor e o peso de um objeto)

Conhecimento lógico-matemático: estabelecer novas relações com os


objetos (quando comparamos a cor de duas tábuas e percebemos a
diferença

Conhecimento social : convenções construídas pelas pessoas


(explicar à criança que o natal é dia 25 de dezembro)

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Fatores do Desenvolvimento

Hereditariedade e Maturação Física: mudanças biologicamente determinadas no


desenvolvimento físico e neurológico que ocorrem de forma (relativamente) independente
em relação às experiências

Experiência Ativa: atividade (física e mental) do sujeito sobre os objetos que permite
distingui-los e organizá-los. Através dessa atividade formam-se as estruturas ou esquemas
que possibilitam a ação e a compreensão da realidade

Interação Social: processo pelo qual somos influenciados, não pela nossa atividade própria
mas pelo contexto social, pela observação dos outros e pela educação

Equilibração: cada novo estágio define-se pelo surgimento de novos esquemas e estruturas
mais complexos. A equilibração (verdadeiro motor do desenvolvimento) assegura formas de
equilíbrio instável, cada vez mais estáveis, na adaptação ao meio.
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O crescimento cognitivo da criança desenvolve-se: Assimilação e Acomodação

Assimilação - processo cognitivo pelo qual se integram/classificam os dados


das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes.

Ex quando a criança vive novas experiências, tenta adaptar esses novos


estímulos às estruturas cognitivas que já possui

Esquemas: estruturas mentais ou cognitivas (padrão de comportamento ou


pensamento) pelos quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e
organizam o meio.

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O crescimento cognitivo da criança desenvolve-se: Assimilação e Acomodação

Acomodação - processo mental pelo qual os sistemas existentes vão modificar-


se em função das experiências do meio (criar ou modificar um novo esquema).

Acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja,


não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação das
particularidades desse novo estímulo

Esquemas: estruturas mentais ou cognitivas (padrão de comportamento ou


pensamento) pelos quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e
organizam o meio.

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SENSÓRIO-MOTOR (0 – 2 anos)

Divide-se em seis níveis da inteligência sensório-motora

A inteligência está nos sentidos e nas ações

Estágio da inteligência pré-verbal (estágio definido por algo que as crianças


nesta idade estão a desenvolver)

Repertório de:
- Sentimentos
- Sensações sobre o mundo do qual vivem
- Ações

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Inicia-se com esquemas de ação reflexa e progressivamente a criança vai
desenvolvendo esquemas mais complexos

Fase de comportamentos intencionais (8 aos 12 meses): “abrir a boca para obter


comida” , “puxa a toalha para alcançar uma bolacha”

Fase de comportamentos experimentais (12 aos 18 meses): “ouvir um som


quando agita um objeto e quando o deixa cair e quando bate com um outro
objeto”

Aquisição da noção de permanência do objeto

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⎯ inteligência prática
baseada nas sensações e nos movimentos (o mundo que existe para o bebé é
apenas aquele que ele vê, ouve ou sente e sobre o qual age);

⎯ antes dos 8 meses:


é como se o mundo não fosse constituído por objetos, mas sim por uma
sucessão de imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de existir
quando deixam de ser percecionadas;

⎯ a partir dos 8 meses:


adquire a noção de permanência do objeto (existem objetos
independentemente de os estar a percecionar);

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⎯ progressivamente, vai sendo capaz de agir intencionalmente, de modo cada
vez mais coordenado, para obter o fim pretendido (ex.: obter um objeto),
utilizando não só a ação do próprio corpo, como fazia anteriormente, mas
também outros objetos;

⎯ no final deste estádio:


surge a capacidade de representação mental e de simbolização (representação
mentalmente não só a permanência do objeto, mas também as relações que se
estabelecem entre os objetos);

- a inteligência centrada na ação dá lugar ao pensamento (representação


mental) - o pensamento é ação interiorizada.

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PRÉ-OPERATÓRIO (2 – 7 anos)

Estágio da inteligência simbólica (ou inteligência representativa do


pensamento)

Crescente uso do pensamento simbólico e da linguagem, ainda de forma pré-


lógica)

A criança não se limita a agir sobre os objetos (como no estágio anterior) mas a
representá-los, ou seja, substitui-os por símbolos que valem por esses objetos e
assim pode pensar sobre eles, desenhá-los, …

Da inteligência prática (estágio sensório-motor) passa para a inteligência


representativa: função simbólica (representação mental e simbolismo) e
pensamento intuitivo Brigite Henriques - PA - ISMAT
⎯ função simbólica:
capacidade de representação mental e simbolização;

⎯ egocentrismo intelectual:
a criança acha que o mundo foi criado para si e não é capaz de perceber o
ponto de vista do outro (acha que os outros pensam e sentem da mesma
forma que ela);

⎯ animismo:
o egocentrismo estende-se aos objetos e outros seres vivos, aos quais a
criança atribui intenções, pensamentos, emoções e comportamentos próprios
do ser humano;

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⎯ interessa-se essencialmente por resultados práticos;

⎯ a sua perceção imediata é encarada como ver dade absoluta, sem perceber
que podem existir outros pontos de vista:
Privilegia as suas perceções subjetivas, desprezando as relações objetivas.
Não percebe as diferenças entre as mudanças entre as mudanças reais e
aparentes e, portanto, responde com base na aparência, acreditando que é o
real.

Ex.: são apresentados à criança dois corpos iguais com a mesma quantidade de água. À sua
frente, verte-se a água de um copo deles para um copo, alto e fino. A criança afirma que
agora este copo alto e fino tem mais água do que o outro. Não compreende que a
quantidade de água permanece a mesma, independentemente do recipiente em que é
colocada. Ou seja, responde com base na aparência (como o segundo copo parece maior,
porque é mais alto, a criança pensa que tem mais água);
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⎯ o pensamento é pré-operatório:
a criança não consegue efetuar operações mentais

No exemplo anterior…

A criança não percebeu que, durante a passagem da água do


primeiro copo de água para o segundo (alto e fino), houve algo que não
mudou: a quantidade de água permaneceu sempre a mesma

Também não tem consciência de que as transformações na aparência da água


(passagem de um copo baixo para um copo alto) são reversíveis (pode logo a
seguir deitar a água do copo alto e fino para o copo mais baixo)

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Estágio Pré-Operatório divide-se em dois períodos:

1) Pensamento pré-conceptual (vive de imagens e não de conceitos) ou


mágico (transforma o imaginário em realidade) ou simbólico (com o jogo
simbólico, a realidade perde a densidade objetiva)
Pensamento centrado e dominado pela imaginação
(2 – 4 anos)

2) Pensamento intuitivo (redução do egocentrismo; o pensamento deixa de


ser dominado pela imaginação e passa a ser dominado pela perceção)
Pensamento centrado na perceção dos dados sensoriais e a ela submetido
(4 – 7 anos)

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OPERAÇÕES CONCRETAS (7 – 11/12 anos)

⎯ pensamento lógico:
tem capacidades para realizar operações mentais, pois compreende que
existem ações reversíveis (percebe que é possível transformar o estado de um
objeto, sem que todo o objeto mude, e depois reverter esta transformação,
voltando ao estado inicial);

⎯ compreende a existência de conceitos


características que não variam em função das mudanças dos objetos, mas que
existem para além deles e podem ser aplicados a muitas outras situações para
além daquela associação que foi primeiramente apresentada (contrariamente
ao que sucedia no estádio anterior)

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Se a situação referida no exemplo acima fosse apresenta da a uma criança
neste estádio, ela já seria capaz de perceber que a quantidade de água é uma
característica que não varia conforme o copo em que é colocada;

⎯ já não se baseia na perceção imediata e começa a compreender a existência


de características que se conservam, independentemente da sua aparência:
adquire assim a noção de conservação da matéria sólida (ou substância), mais
tarde da líquida (exemplo acima referido da conservação da qualidade de
água), depois do peso e, por fim, do volume;

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⎯ a existência de conceitos vai permitindo compreender a relação parte-todo,

fazer:
classificações (agrupar objetos segundo determinada característica comum,
abstraindo-se das suas diferenças),
seriações (ordenar objetos segundo uma característica que tem diferentes
graus; abstrai-se das semelhanças)

perceber:
a conservação do número (implica coordenar a classificação e a seriação)

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OPERAÇÕES FORMAIS (a partir 11/12 anos)

⎯ consegue realizar não só operações concretas mas também operações


formais
Ex.: Problema. três pessoas A, B e C estão sentadas num banco de jardim.
Quantas hipóteses existem relativamente à ordem em que estão sentadas?

Neste estádio já é possível resolver este problema usando o pensamento


abstrato (operação formal): consegue-se colocar mentalmente todas as
hipóteses.
No estádio operatório-concreto, a criança não conseguia abstrair: só seria capaz
de resolver este problema se tivesse três pessoas sentadas num banco e se
pudesse posicioná-las em todas as sequências possíveis.
Resposta ao problema: seis hipóteses - ABC, ACB, BAC, CAB e CBA;
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⎯ pensamento abstrato:
é capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar em factos, ou seja,
não precisa de operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a
conclusões;

⎯ raciocínio hipotético-dedutivo:
coloca hipóteses, formulando mental mente todo o conjunto de explicações
possíveis;

⎯ percebe que existem múltiplas formas de perspetivar a realidade e que a sua


perceção é apenas uma dentro de um conjunto de possibilidades;

⎯ é capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre os pensamentos das


outras pessoas e, portanto, percebe que, face a uma mesma situação, diferentes
pessoas têm diferentes pontos deBrigite
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Lev Vygotsky
• Mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da natureza de cada
pessoa: as funções psicológicas como um produto de atividade cerebral

• Enfatizava o processo histórico-social e o papel da linguagem no


desenvolvimento cognitivo do ser humano

• Aquisição de conhecimentos através da interação do sujeito com o


meio – sujeito ativo e interativo

pois adquire conhecimentos e constitui-se a partir de relações intra e


interpessoais e de troca com o meio

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• A transformação dos processos psicológicos elementares em processos
complexos

• Desenvolvimento cognitivo: produzido pelo processo de interiorização da


interação social com materiais fornecidos pela cultura

• As potencialidades do sujeito devem ser levadas em conta no processo de


ensino-aprendizagem

• O sujeito como agente do processo

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• Destaca o valor da cultura e o contexto social, que acompanha o
crescimento da criança, servindo de guia e ajudando no processo de
aprendizagem

a criança tem necessidade de atuar de maneira eficaz e com independência e


tem a capacidade para desenvolver um estado mental de funcionamento
superior quando interage com a cultura

a criança tem um papel ativo no processo de aprendizagem, mas não atua


sozinha: aprende a pensar criando (sozinha ou com a ajuda de alguém) e
interioriza progressivamente versões mais adequadas das ferramentas
intelectuais (que lhe apresentam e lhe ensinam ativamente os adultos)

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a criança tem um papel interativo no processo de aprendizagem:

As interações que favorecem o desenvolvimento incluem a ajuda ativa, a


participação guiada ou a construção de pontes com um adulto com mais
experiência.

A pessoa mais experiente pode dar conselhos ou pistas, servir de modelo,


fazer perguntas, fornecer estratégias, para que a criança possa fazer aquilo
que inicialmente não saberia fazer sozinha

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• Para que a promoção do desenvolvimento das ações autorreguladas e
independentes da criança sejam efetivas, é necessário que a ajuda que se
ofereça à criança esteja dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)

representa a diferença entre as coisas que a criança pode realizar sozinha e as


coisas para as quais a criança necessita ajuda.

A aprendizagem é uma experiência social, mediada pela interação entre a


linguagem e a ação: processo de mediação e de internalização

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• Para ocorrer a aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro da
zona de desenvolvimento proximal (ZDP)

distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe (o seu conhecimento


real) e aquilo que o sujeito possui como potencialidade para aprender (o seu
conhecimento potencial).

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• a linguagem como fator fundamental para o desenvolvimento cognitivo:

- As crianças dispõem de palavras e símbolos, são capazes de construir


conceitos muito mais rapidamente.

- Acreditava que o pensamento e a linguagem convergiam em conceitos úteis


que ajudavam o pensamento.

- Observou que a linguagem era a principal via de transmissão da cultura, o


veículo principal do pensamento e a autorregulação voluntaria

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 Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)
- Envolve o nível real (conhecimento real) e o nível potencial (conhecimento
potencial), devidamente mediado (mediação cognitiva)

 Mediação Cognitiva
- Por meio de instrumentos e signos (linguagem)
- Responsável pelo desenvolvimento das funções psicológicas superiores
(processos mentais aprendidos e não inatos, como o planear, comparar, imaginar,
lembrar)
- O outro (sujeito mais experiente) como mais capaz

 Processo de Internalização
- Ocorre do nível social para um nível individual
- Adquire-se conhecimento através das trocas mediadas pela linguagem,
facilitadas pela interação social Brigite Henriques - PA - ISMAT
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Jerome Bruner
• psicólogo do desenvolvimento americano que, como Piaget, desenvolveu
uma teoria do desenvolvimento cognitivo - posição cognitivista-gestaltista

• realça a importância que tem na aprendizagem a formação de conceitos


globais, a construção de generalizações coerentes, a criação de gestalts
cognitivas

• chama à sua posição uma teoria da instrução e não uma teoria da


aprendizagem - uma teoria da aprendizagem é descritiva (faz uma descrição
dos factos à posteriori), a teoria da instrução é prescritiva, isto é, prescreve
antecipadamente como um assunto pode ser melhor ensinado

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• a aprendizagem como a « compreensão geral da estrutura de uma
determinada matéria»

- criança deduz o significado na relação com o todo e, consequentemente,


qualquer coisa que tenha significado é relacionada com toda a estrutura
- aprendizagem: modificação do comportamento resultante da experiência

• A sua teoria apresenta 4 princípios: motivação, estrutura, sequência e reforço

a criança passa por três estádios de desenvolvimento cognitivo, nomeadamente,


por modos de pensamento ativo, icónico e simbólico

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1º Principio - motivação

especifica as condições que predispõem um indivíduo para a aprendizagem . As crianças


têm uma vontade intrínseca para aprender

só através da motivação intrínseca se sustém a vontade de aprender, contudo não põe de


parte a noção de reforço ou recompensa externa - importante para iniciar determinadas
ações ou assegurar que estas sejam repetidas

a motivação intrínseca como um efeito transitório da motivação externa

Ex. da motivação intrínseca: curiosidade


todos nós nascemos equipados com o impulso da curiosidade; outra motivação inata é o
impulso para adquirir competência e finalmente, a reciprocidade como uma motivação
inerente às espécies

as motivações intrínsecas são em si próprias recompensadoras e por isso auto-suficientes


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1º Principio - motivação

A aprendizagem e a resolução de problemas exigem a exploração de alternativas: constitui o


fulcro do problema e é crítico na criação de uma predisposição, de uma motivação para a
aprendizagem a longo prazo

A exploração de alternativas envolve três fases: ativação, manutenção e direção

 Ativação –as crianças precisam de experimentar um certo grau de incerteza para atuarem
a exploração, para poderem iniciar;

 Manutenção – uma vez ativada, a exploração terá de ser mantida, que envolve assegurar
à criança que a exploração não constituirá uma experiência perigosa ou dolorosa;

 Direção – assenta em função de dois fatores: conhecer o objetivo e saber que a


exploração de alternativas é relevante para alcançar o objetivo

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2º Principio - estrutura

Qualquer corpo de conhecimentos, pode ser organizado de uma forma ótima para ser
transmitido e compreendido por qualquer aluno

a estrutura de qualquer corpo de conhecimentos pode ser caracterizada de três formas:

 Modo de apresentação – refere-se à técnica, ao método pelo qual a informação é


comunicada;

 Economia da apresentação – a economia na comunicação de um corpo de conhecimentos


depende da quantidade de informação que o aluno tem de reter para poder continuar a
aprender. Quanto menos informação, menos os factos e maior a economia;

 Poder de apresentação – a natureza é simples, por isso para ser poderosa, uma
apresentação de algum aspeto da natureza terá de refletir a sua simplicidade.

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3º Principio - sequência

O grau de dificuldade sentido pelo aluno ao tentar dominar uma matéria depende da
sequência em que o material é apresentado

O desenvolvimento intelectual ocorre de acordo com uma sequência inata, movendo-se da


representação motora para a icónica até à simbólica, então é altamente provável que esta
também seja a melhor sequencia para qualquer matéria

 Representação motora - necessária às crianças muito pequenas, que conseguem


compreender melhor as coisas em termos de ações
 Representação icónica - pode ser utilizada com crianças um pouco mais velhas. Aprendem
a pensar a nível icónico quando os objetos são concebidos na ausência da ação
 Representação simbólica - pode ser utilizada no estádio em que as crianças conseguem
traduzir a experiência em termos de linguagem, permitindo que estas comecem a fazer
derivações lógicas e a pensar de forma mais compacta
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Modo ativo/motor do pensamento

Constitui o primeiro estádio observado na maioria das crianças

É caracterizado como sendo baseado na ação ou motor, que reflete no tocar, no saborear, no
mexer e no agarrar objeto

Como resultado da experiência adquirida através da interação física com os objetos, a criança
está em posição de reproduzir cada experiência de forma psicomotora

Está associado a crianças mais novas, mas é provável que seja usado pelos adolescentes e
adultos quando estes se envolvem numa nova atividade motora como nadar, tocar piano, …
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Modo icónico de pensamento

Nesta fase, os sistemas de representação da informação da criança estendem-se

As crianças formam imagens e desenhos das experiências que têm tido e, como resultado,
elas podem interagir com os objetos que estão fisicamente ausentes, mas presentes na sua
mente

O professor deve encorajar os alunos a usarem a sua imaginação e criarem imagens sobre
tópicos que não podem ser demonstrados fisicamente (ex. personalidades históricas,
informações sobre países distantes, personagens retratadas na literatura,...)

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Modo simbólico de pensamento

É o terceiro estádio e a forma mais elevada de pensamento. A criança representa a


informação com base em símbolos, ideias, pensamentos e conceitos

Este estádio é referido como simbólico na medida em que a pessoa tem um bom comando
da linguagem, que serve como veículo para a expressão dos seus pensamentos

A realização deste modo liberta a mente dos pensamentos restritivos dos modos ativos e
icónico, que são menos flexíveis e limitados na sua capacidade

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4º Principio - reforço

Para atingir a mestria de um problema, temos de receber informação retroativa (feedback)


sobre o que estamos a fazer

A altura em que o reforço é dado é crucial para o sucesso da aprendizagem, assim como o
reforço deve ser dado de uma forma compreensível para o adulto

Aprendizagem por descoberta


- podemos aprender por receção, assimilando saberes que nos são dados ou descobrindo
esses saberes - qualidade da aprendizagem por descoberta
- o indivíduo implicado descobrirá através de um pensamento analítico e intuitivo, através
de atividade de exploração e de pesquisa : o sujeito tem um papel ativo no ato de
aprender
- contribui para uma melhoria das capacidades intelectuais, pois privilegia o processo de
observar, analisar e pensar - “O saber é um processo não é um produto”.
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