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Abordagem piagetiana:

Piaget buscou entender como o homem elabora seu conhecimento, usando a psicologia genética. A
genética está relacionada a busca das origens e dos processos de formação do pensamento e
conhecimento.

Para ele, conhecer é organizar, estruturar e explicar a realidade, através de daquilo que se vivencia
na experiência com o objeto do conhecimento.

O processo de inserção do objeto do conhecimento no campo das relações se dá pela ação do


indivíduo sobre o objeto do conhecimento, a partir disso o sujeito tem acesso às informações
contidas no objeto, a partir do qual ocorre uma assimilação pelo sujeito dessas informações que
passam a fazer parte do campo das relações e adquirem significado para os sujeitos.

Ao passar por essa assimilação, as ideias e conceitos que o sujeito já possui são modificados por
essas novas informações, essa modificação é chamada de acomodação.

A inteligência é um caso particular da adaptação biológica.

Um organismo adaptado ao meio é aquele que consegue equilibrar suas trocas com o meio, ou seja,
que mantem um equilíbrio entre suas necessidades de sobrevivência e as dificuldades e restrições
impostas pelo meio.

Ao decorrer da adaptação, a criança vai elaborando o conhecimento sobre si e seu funcionamento


cognitivo vai se estruturando.

A criança quando nasce tem certos reflexos, reações automáticas a certos estímulos. Isso permite
que a criança assimile informações do meio, a assimilação permite a modificação dos reflexos que se
tornam esquemas de ação.

Uma ação vai coordenado outra e a criança passa a acomodar a realidade e atribuir a ela
significados. Assim, o bebê vai conhecendo os objetos. A construção do real por meio da ação e o
desenvolvimento cognitivo.

Os esquemas de ação se ampliam, coordenam, diferenciam e acabam por se interiorizar,


transformando-se em esquemas mentais e originando o pensamento. A adaptação se torna cada vez
mais complexa e diferenciada à realidade.

Para Piaget, o desenvolvimento depende da maturação, da experiência da criança com o meio e de


um processo de auto regulação, conhecido como equilibração.

Quando surgem conflitos, contradições ou outras dificuldades, a criança precisa da auto regulação
para superá-los. Sugere a acomodação ou a coordenação entre ações.

O desenvolvimento é promovido pelo processo de equilibrações sucessivas. Processo que apresenta


períodos e estágios definidos que está relacionado a novas organizações mentais.

Os estágios se sucedem de maneira fixa no desenvolvimento e um estágio é sempre integrado ao


outro. Os estágios são caracterizados por uma forma típica de pensar e agir e uma forma particular
de equilíbrio em relação ao meio. A mudança de um estágio para o outro é realizada, pois os modos
de pensar e agir de um estágio são insuficientes os inadequados para resolver certos problemas.

Tipos de estágio: Sensório-motor:


A crianças partem de reflexos inatos a uma organização perceptiva e motora dos fenômenos do
meio. Em um primeiro momento, a criança age sobre seu próprio corpo e depois transfere a ação
para o objeto.

A criança repete a ação pelo efeito interessante que ela gera, mas os meios e fins vão se
diferenciando e as ações ganham intencionalidade. O eu e o mundo se diferenciam e o sujeito e o
objeto se diferenciam e se organizam no plano das ações exteriores e a existência do objeto vai
sendo construída. Formam-se as primeiras imagens mentais, o que dá origem à função simbólica,
comum a diferentes sistemas de representação. Com isso, a partir do segundo ano de vida, o eu e o
mundo reorganizam-se em um novo plano, o plano representativo.

Pré-operatório: Representando mentalmente o mundo externo e suas ações, a criança os interioriza.


Se torna capaz de tratar objetos como símbolos de outras coisas. O desenvolvimento da
representação cria a condição para a aquisição da linguagem, pois a capacidade de construir
símbolos possibilita a aquisição de significados sociais existentes no contexto em que se vive. A
criança irá reconstruir no plano representativo tudo aquilo que já havia construído no plano das
ações. A diferenciação entre o eu e o mundo que havia sido elaborada no plano de ações, é
elaborada no plano representativo. Seu ponto de visto prevalece sobre questões lógicas. As ações
humanas causam fenômenos da natureza e fenômenos da natureza praticam ações humanas, são
dotados de intencionalidades e qualidades humanas. O raciocínio lógico e os conceitos demoram a
se desenvolver, mas é a partir desses primeiros raciocínios (pré-lógicos) que a criança se torna capaz
da representação.

Operatório concreto: O pensamento da criança assume a forma de operações intelectuais, que são
ações mentais voltadas para a constatação e explicação. São ações reversíveis. A criança se torna
capaz de entender outros pontos de vista e conceitualizar relações. É nesse período que são
estabelecidas as bases do pensamento lógico. A reversibilidade é a capacidade de considerar uma
série de operações que revertidas conduzem ao estado inicial. É por meio das operações que a
criança transforma os conhecimentos em conceitos.

Operatório formal: O adolescente torna-se capaz de pensar abstratamente, refletindo sobre


situações hipotéticas (possibilidades, acontecimentos futuros e conceitos abstratos) de maneira
lógica, através de formulações organizadas e da conexão lógica entre elas, sem precisar do contato
com os objetos concretos e sem precisar operar sobre eles para relacioná-los.

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