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1 Introdução

O caso das inundações em Moçambique, mostra que este fenômeno tem sempre um
impacto negativo sobre a vida das populações e do meio ambiente, como o exemplo de
destruição de infraestruturas, disseminação de doenças, perdas de bens e movimentos
migratórios das espécies, no qual esse impacto negativo mencionado deve-se às fragilidades
das políticas governamentais implementadas nas zonas de risco do país, e inflige diretamente
sobre a vida das populações e do meio ambiente.
Assim sendo, o presente trabalho, de cunho teórico, têm com tema análise de risco de
inundações do Distrito do Dondo. Na prática de gestão de desastres é comum a referência a
termos como Ameaça, Vulnerabilidade e Risco. A compreensão destes termos é fundamental,
para que se possa identificar adequadamente as medidas de mitigação e redução do risco
associadas à ocorrência de um certo perigo.
Deste modo este trabalho tem como os seguintes objectivos.

1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
 Analisar o risco de inundações do Distrito do Dondo

1.1.2 Específicos
 Caracterizar e localizar o distrito do Dondo;
 Descrever as Características Biofísicas do distrito do Dondo;
 Conceituar a gestão de risco de desastre
 Descrever os riscos de inundações do Distrito do Dondo.

1.3 Metodologia
Na perspectiva de LAKATOS e MARCONI (2003, p.10), método ʻʻé o caminho pelo
qual se chega ao objectivo”. No entanto este trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica que na
visão dos mesmos autores consiste em buscar informações encontradas nos livros, jornais,
revistas, ou fontes virtuais como a internet, etc.
Portanto, o trabalho está estruturado em três partes, incluindo a introdução onde são
apresentados: o tema, os objectivos, metodologia a ser usada e, a estrutura do trabalho, de
seguida a fundamentação teórica onde é apresentado os seguintes pontos: Caracterização e
localização do distrito do Dondo; Conceito de gestão de riscos e desastres; riscos de
inundações do Distrito do Dondo e, por último a conclusão.
2 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO DISTRITO DE DONDO
2.1 Localização, área e limites do distrito

O distrito situa-se na margem esquerda do rio Púngue, que vai desaguar junto a cidade
da Beira, estendendo-se ao longo deste rio até aos limites do Município da Beira.
Com uma superfície de 2306 km² localiza-se no centro-este da província de Sofala,
limitando-se a Norte com o distrito de Muanza (rio Sanguzi) ao Sul com a cidade da Beira e
distrito do Búzi (rio Púngue), a Este com o Oceano Índico (área de Chinamacondo) e a Oeste
com o distrito de Nhamatanda através do rio Púngue, (INE, 2010).

2.2 Divisão Administrativa

Dondo possui três Postos Administrativos e quatro localidades nomeadamente:


• Dondo Sede (coincide com a área do Município).
• Mafambisse, com as localidades Sede e Mutua).
• Savane (em perspectiva de ser elevado a posto administrativo), com duas localidades
(Savane-Sede e Chinamacondo)

Figura 1: Localização Geográfica e Divisão Administrativa do Distrito do Dondo.


2 SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA
2.1 Clima
Temperatura, precipitação e vento
A precipitação média mensal apresenta uma variação sazonal relevante destacando-se:
 Um período húmido, entre Novembro e Abril, onde ocorre um valor de precipitação
equivalente a cerca de 84 % do valor total anual da precipitação, sendo o mês de
Janeiro o mês mais chuvoso com precipitação média mensal de cerca de 265 mm;
 Um período seco entre Junho a Outubro com médias mensais de precipitação inferiores
a 35 mm. Sendo que entre Abril e Novembro a evapotranspiração é sempre superior à
precipitação.
A precipitação média anual do Dondo é de 1428 mm havendo, contudo, uma variação
interanula significativa. A temperatura média anual é de 24,7ºC, ocorrendo uma amplitude
térmica anual relativamente baixa, de cerca de 3,6ºC. Fevereiro é o mês mais quente (27,8ºC)
e Julho o mais frio (20,6ºC). No sistema de ventos predominam os ventos de Sul e Sudeste
durante a maior parte do ano, intercalados por dois períodos com ventos do Sudoeste e outro
com ventos de Este, distinguem-se assim quatro períodos com os seguintes ventos dominantes
e velocidades médias (km/h):
 nos meses de Dezembro a Abril com ventos de Sul e Sudeste (13,4 km/h);
 nos meses de Maio e Junho com ventos de Sul e Sudeste (11,7 km/h);
 entre Julho e Setembro com ventos de Sudeste e Sul (13,3 km/h);
 Em Outubro e Novembro com ventos de Sudeste e Este (16,2 km/h).

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (dados de 1976 a 2008)


Figura 2: Temperatura e pluviosidade média mensal na estação meteorológica da Beira
2.2 Geologia

3.2 Solos
No distrito podem ser encontrados solos aluvionares profundos, cinzentos-escuros,
textura mediana, relativamente pobres em matéria orgânica o que cria limitações na sua
utilização agrícola. 119 Contrastando com estes solos, ocorrem solos aluvionares
moderadamente profundos (70 a 100 cm), côr cinzenta escura a preta, textura pesada, argilosa
e estrutura bem desenvolvida, podendo ocorrer uma camada bastante argilosa e compacta o
que limita o desenvolvimento de algumas culturas devido a deficiente drenagem.
Alternando com estes dois tipos de solos, ocorrem solos aluvionares estratificados,
com camadas distintas correspondendo aos ciclos de sedimentação de depósito de ciclo de
cheias do rio. No grupo de solos aluvionares há a destacar aqueles fortemente argilosos,
hidromórficos e salinos, com manchas de sais a superfície, completamente inaptos para a
agricultura. No interior e nos terrenos ondulados, destaca-se a planície arenosa de material
sedimentar da chamada faixa arenosa costeira, de solos profundos, e de textura arenosa.

Figura 3: Distribuição das formações geológicas no Distrito do Dondo


3.3 Topografia e Relevo

O Distrito do Dondo situa-se na zona das grandes planícies costeiras do país, com a
altitude a aumentar suavemente da costa e da margem do Rio Pungué para o interior Norte do
distrito. Todo o distrito tem altitudes máximas inferiores a 500 m, mas a área do distrito com
áreas com altitudes superiores a 100 m é menos de 5 %.
Toda a costa e áreas ribeirinhas ao Rio Pungué têm áreas contíguas com menos de 5 m
de altitude (o que corresponde a cerca de 8,6 % da área total do distrito). A principal classe
altimétrica é a da classe dos 50 aos 100 m (cerca de 32 % do distrito).
A maior parte do distrito (95 %) tem menos de 100 m de altitude (ver Figura 4).O
distrito é caracterizado pela ocorrência de duas zonas geo-morfológicas distintas:
(1) Uma que compreende as formações aluvionares recentes, representada por uma topografia
plana e praticamente sem declives;
(2) Outra com relevo mais acentuado e caracterizada pelas superfícies suavemente
onduladas. Estas zonas são separadas por pequenas baixas pouco acentuadas, em geral largas
e sem declive ou com declive muito suave, onde correm linhas de água que se dirigem ao rio
Púngue, formando alguns charcos ou pequenas lagoas no seu percurso.
Antigos meandros do rio também formam depressões descontínuas do terreno, conservando a
água das chuvas durante todo o ano.
O relevo predominante no distrito é de planícies com zonas baixas inundáveis durante
a época chuvosa, onde se podem encontrar lagoas, riachos e rios. Ao longo dos rios, riachos e
lagoas, as terras são ricas para a prática da actividade agrícola e pastagem de gado. A erosão
ocorre principalmente nas margens do rio Púnguè e praia do Sengo o que facilita a invasão
das águas às machambas e zonas habitacionais da comunidade.
3.4 Hidrologia
O distrito é atravessado pelo Rio Púnguè e é banhado pela costa marítima do Oceano
Índico (Praia do Sengo) e possui ainda vários rios de regime permanente e riachos com
destaque para os rios (Sanguzi, Savane, Chone, Lucotuco e Pungué) e riachos
(Nhamissenguere, Nhancoromola, Muadzidzi, Magandafuta e Zero-8 Mussatué). Basicamente
o distrito compreende a bacia do rio Púnguè e vale de Mandrudzi.
Figura 5: Rede Hidrográfica do Distrito do Dondo
Bibliografia

Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação – Sofala, (2007). Informe sobre mapas de
localização e vias de acesso.

Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental, (2006). Perfil Ambiental da


Zona Costeira de Sofala.

Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental, (2006). Plano de Acção para a
Zona Costeira de Sofala.

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