Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
escoando superficialmente, tendo aumento em sua macrodrenagens e enfim chegando ao mar (TUCCI,
vazão. 2014).
A água da chuva que escoa nas superfícies
em meios naturais tende a infiltrar-se no solo em até 2.1 Definição e caracterização de processos
80% de seu total. Já em meios urbanizados esta hidrológicos
A definição de hidrologia segundo Garcez e
infiltração chega até a 40%. Isto representa grande
Alvarez apud Meyer (1988) é tida como a “ciência
perca de água potável no planeta, já que este
natural que trata dos fenômenos relativos à água em
escoamento tende a virar água dos oceanos.
todos os seus estados, de sua distribuição e
O dimensionamento correto dos meios
ocorrência na atmosfera, na superfície terrestre e no
hídricos nos meios urbanos faz com que inundações,
solo, e da relação destes fenômenos com a vida e
erosões, entre outros problemas sejam evitados.
com as atividades do homem”.
Garcez; Alvarez (1988, p12) cita que:
É caracterizado ciclo hidrológico o
comportamento natural da água a nível global. São
A hidrologia de um lugar
é grandemente duas as fases principais deste ciclo: um atmosférico
influenciada pela e outro terrestre. Este ciclo se dá provocado pela
fisiografia regional,
posição relativa dos energia solar adjunta a gravidade e rotação da Terra,
oceanos, presença de sendo em tese o armazenamento temporário da
montanhas que possam
influenciar a água, o transporte e a mudança de seu estado físico.
precipitação, fortes Especificando estes fenômenos temos as
declives de terrenos
possibilitando rápidos precipitações atmosféricas, sendo elas as chuvas,
escoamentos granizos, neve e orvalho, o escoamento subterrâneo,
superficiais,
depressões, lagos ou caracterizado pela infiltração e águas subterrâneas,
baixadas capazes de o escoamento superficial identificado como as
retardar ou armazenar o
deflúvio (Garcez; torrentes, rios e lagos, a evaporação na superfície
Alvarez, 1988, p12). das águas e no solo e transpiração dos vegetais e
entender a hidrologia do local, pois esta influência no O primeiro citado sendo sua forma mais
microdrenagens deve-se considerar a disposição massa de gotas que com a ação da gravidade se
hidrológica do local. Entende-se como precipitam. Caindo sobre o solo, parte do volume
que coletam águas pluviais, recebendo produtos das causando a evaporação e outra parte se reprecipita
microdrenagens ou não. Enquanto as para o solo. Nisto, sendo o solo um meio poroso, esta
águas, que não foram infiltrados no solo, sendo saturação deste meio, assim, ocorre o escoamento
canalizadas por via de galerias, bocas de lobo, superficial (GARCEZ; ALVAREZ, 1988).
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
plantas e vegetais é absorvida pelos lençóis freáticos As bacias hidrográficas são definidas por
contribuindo assim com o escoamento dos rios. altimetria sendo os pontos mais altos, divisor de
Os atritos causados pelo escoamento bacias, chamado interflúvio, onde o que irá definir é
superficial moldam os relevos do solo, convertendo o escoamento da água em ambos os lados. Estas
em redes de curso de água até os rios. Pode-se bacias podem ser utilizadas como sistema físico
também ocasionar erosões no solo, sendo a onde a entrada é o volume de água precipitado e a
vegetação importante na redução da velocidade de saída o volume escoado pela sua saída denominada
escoamento, protegendo o solo contra a erosão e enxutorio. No relevo da bacia encontra-se o leito
facilitando a infiltração da água no solo. fluvial sendo este onde o rio se escoa (TUCCI, 2014).
A água que é escoada pelos rios tem como Todos os dados fisiográficos de uma bacia
seu destino os oceanos onde a circulação desta é podem ser extraídos através de mapas, imagens de
tida através da rotação terrestre, ventos na superfície satélites e imagens por meio de drones. Estes dados
e variação da energia solar absorvida. sobretudo são áreas, comprimentos, declividades e
A energia solar é de fundamental superfícies do solo.
importância no ciclo hidrológico e somente é Dentre estes, a área é fundamental para
absorvida através do efeito estufa natural causado definir o potencial hídrico de uma bacia hidrográfica.
pelo vapor da água e gás carbônico. Assim a Esta multiplicada pela lamina de chuva precipitada
atmosfera mante-se aquecida possibilitando a define o volume de água recebido pela bacia. De
evaporação e transpiração natural durante o ciclo da acordo com Tucci (2014), a declividade foi utilizada
água. para determinar a tendência de saturação do solo em
A urbanização traz influência direta neste diversos pontos da bacia sendo possível estimar o
ciclo, seja alterando a superfície natural do solo, escoamento superficial nas vertentes.
ocasionando desequilíbrio no escoamento
superficial da água trazendo sérios problemas como 2.3 Drenagens urbanas
alagamentos e enchentes que acontecem devido a Drenagem urbana é o termo utilizado para
impermeabilização dos solos e também pelo impacto riscos que populações estão exposta, diminuindo os
que esta vem trazendo sobre a camada de ozônio. prejuízos causado pela impermeabilização dos
solos. Soluções eficazes para minimizar estes riscos
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
urbanas. Segundo Tucci (2014), o pico de cheia de sistema de microdrenagem ou não. As obras
uma bacia urbanizada chega a ser seis vezes maior inerentes a redes de macrodrenagens buscam evitar
que se a mesma estivesse em suas condições ocasiões de enchentes, sendo enfatizando a
naturais. Isto implica no grande problema referentes construção de canais com maior capacidade de
a inundações. A impermeabilização dos solos que escoamento e bacias de retenção (TUCCI, 2014).
geram maiores picos de vazões, as redes de Nas redes de microdrenagens são dados
drenagem, que trazem maiores picos a jusante, o importância aos sistemas pluviais, sendo
entupimento de bueiro e galerias pela presença de expressivos os detalhamentos de quarteirões,
lixo, o mau dimensionamento de redes de esgoto, a topografia regional, sarjetas, bueiros condutos
ocupação de áreas de risco e o desmatamento que subterrâneos, poços de visitação e caixas de ligação.
implicam no assoreamento de canais e na erosão A disposição dos componentes pertencentes a estas
são problemas causados pela urbanização. redes devem ser estar projetados para os máximos
O gerenciamento pelo poder público de níveis de água a escoar até sua jusante e este
áreas a ser urbanizadas pode prevenir que se hajam trabalho deve ser realizado em conjunto com o plano
loteamentos não zoneados, não trazendo urbanístico da cidade, caso contrário geraram
implicações na capacidade de escoamento maiores custos posteriormente.
dimensionadas, diminuindo a frequência de
enchentes e a desvalorização de imóveis. Caso não 2.3.2 Águas pluviais
A expressão águas pluviais é utilizada para
se respeite as condições estabelecidas no sistema
de drenagem urbano as populações residentes a designar a água que vem das chuvas e que são
jusante sofre maiores prejuízos em razão das recolhidas pelo sistema de saneamento básico e
assim separados e enviados para tubulações
ocupações a montante.
A drenagem urbana inicia-se na construção domesticas, lagos ou o mar.
sarjetas são os primeiros receptores pluviais, estas água da chuva é uma boa escolha, serve para
recebem uma parcela do escoamento das ruas, construções civis, lavagens de jardins e calçadas,
calçadas e áreas impermeáveis presentes em descargas de vasos sanitários. Regar plantas e etc.
loteamentos e guiam este escoamento até bocas de Assim combatendo também o desperdício. Não e
lobos que estão interligados nas redes subterrâneas. recomendado o consumo desta água, pois ela pode
Estas alimentam os condutos até que se escoem em causar alergias ou doenças infecciosas.
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
água em tubulações, boca de lobo e formação de assim, estes causadores podem ser classificados em
inundações. atmosféricos, pontuais, difusas e mistas. Dentro da
3 CRESCIMENTO ECONOMICO E PRESSÃO classificação atmosférica, pode ser encontrado
SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS causadores moveis, que são as provenientes de
Com o avanço na sociedade e o industrias, e fixos que são originários dos
desenvolvimento econômico, o aumento do automóveis.
consumo sobre os recursos hídricos tem sido As poluições pontuais são as originarias de
evidenciado. Entretanto, se não utilizados de algo especifico, tais como estações de tratamento de
maneira correta, dando importância ao tratamento do esgotos e também industrias. Poluição difusa é
efluentes, a insuficiência deste recurso da natureza aquela que atinge a água por meios aleatórios,
é certa. exemplo desta, é o escoamento de águas da chuva
Esta escassez já é realidade em algumas sobre plantações e acidentes com produtos
regiões, sendo assim, a supervalorização deste químicos. A mista é aquela que possui
produto seja excessiva, tendo como resultado o não características das fontes citadas anteriormente
desenvolvimento de industrias e serviços do modo (PEREIRA, 2004).
com que a sociedade necessitará. Toda atividade gera níveis de poluição, e
Neste caso, deve-se dar importância ao estes podem ser separadas em riscos químicos,
controle e monitoramento dos recursos hídricos, físicos e biológicos, tal que estes riscos são
para que seja controlada a qualidade da água nas analisados por parâmetro para utilização da água,
regiões, prevenindo que águas poluídas sejam sejam eles, sabor, odor e coloração.
devolvidas aos seus mananciais, sendo A poluição dos meios hídricos é problema
impossibilitado o seu uso em alguns serviços e da sociedade como um todo, sendo que toda
gerando custos adicionais ao meio ambiente e a atividade gera problemas aos meios hídricos, direta
sociedade. e indiretamente. Deste modo, é necessário que cada
Dada a procura pela água, é necessário que indivíduo repense em suas ações para que se possa
as distribuições destes recursos sejam analisadas, fazer uso dos recursos hídricos por mais tempo.
trazendo importância ao destino a ser utilizado em
determinadas regiões. Isto traz importância ao 3.2 Gestão ambiental na bacia PCJ
Para melhor gerenciamento dos aquíferos
consumo destes recursos sobre as bacias
ambientais é estabelecido por lei que haja um
hidrográficas, que são responsáveis pela distribuição
sistema nacional de gerenciamento de recursos
de água em determinadas regiões (SCHMITZ;
hídricos para que seja aplicado melhores soluções
BITTENCOURT, 2016).
para o uso da água conservando o meio ambiente.
A bacia hidrográfica PCJ (Piracicaba,
3.1 Poluição hídrica: Causas e consequências
Capivari e Jundiaí) está situada no segundo maior
A disponibilidade da água própria para montante populacional do Brasil, sendo assim
consumo vem sendo diminuída, isto porque, o enfrenta grandes problemas quanto a qualidade de
homem, fazendo uso deste recurso de formas sua água. Neste sentido, foi criado um comitê de
variadas, não levou em consideração que este uso recursos hídricos com o intuito de gerenciar estes
desordenado traria prejuízo ao ecossistema. recursos por meio de planos e estratégias (SOUZA;
Para Pereira (2004), são vários as causas FURTADO, 2013).
que geram a poluição dos meios aquíferos. Sendo
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
A água é um bem com valor econômico e dos meios físicos que são deletérios ao bem-estar do
também gera custos ao estado o seu tratamento. A ser humano. A coleta de águas pluviais e o controle
Lei nº 9433/1997 regulamenta, além de outras de alagamentos fazem parte do saneamento básico,
que a Agencia Nacional da Água (2010) refere que microdrenagens são essenciais para que seja
esta cobrança estimula o racionamento da água para mantida a integridade física, psíquica e social do
Sendo considerada uma das bacias mais implantações no meio urbano que visam a captação
importantes no Brasil, com cerca de 5 milhões de do escoamento superficial de águas pluviais para
habitantes em sua região, a bacia PCJ enfrenta que sejam lançadas em sistemas de
água, principalmente pelo enfrentamento de grande pavimento das vias, sarjetas, canalhetões, bocas de
Paulo. A cobrança pelo uso da água, após a criação microdrenagem do bairro Vila Lemos na cidade de
Campinas-SP, em especial a rua Porto Feliz, que
do comitê PCJ foi um dos assuntos debatidos, dentre
eles o objetivo de arrecadar recursos financeiros está representada na Figura 1.
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Onde:
Q=Vazão de escoamento (m³/s)
A=Área molhada (m²)
Rh=Raio Hidráulico (m)
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
considerado a largura de 0,2683 metros, estes partir da Equação (4.4) estão representados na
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Onde:
Q=Vazão Máxima (m²/s)
C=Coeficiente de Runoff
I=Intensidade de chuva (mm/h)
A=Área (ha)
TABELA 3 - Valores de C para cada tipo de ocupação. FONTE: Próprio autor, 2018
Grama – solos pesados 0,18 – 0,22 através da Equação Da Chuva de Campinas (4.6).
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
0,142 ∙ 0,013
𝑄∙𝑛 3 𝐹𝐻 = 8 1
𝐷 = 1,55 ∙ ( 1 )8 0,303 ∙ 0,0532
𝐼2
𝐹𝐻 = 0,1988
(4.7)
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
𝑅ℎ
= 0,27285 (4.11)
𝐷
Onde:
Rh=Raio hidráulico (m)
D=Diâmetro (m)
𝑅ℎ = 0,27285 ∙ 0,30
𝑅ℎ = 0,082 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠
2 1
0,1987 − 0,2041 0,58 − 0,59 0,0823 ∙ 0,0532
= 𝑣=
0,1987 − 01988 0,58 − 𝑦/𝐷 0,013
(4.10) 𝑣 = 3,34 𝑚/𝑠
𝑦
= 0,58
𝐷
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Com o valor da velocidade pode-se vazão de escoamento do trecho anterior por meio de
descobrir o tempo de escoamento, como mostra a condutos, já que foi projetado bocas de lobo para
Equação (4.13). aquela situação, sendo assim, calcula-se a vazão da
área de distribuição para este trecho sem adicionais
𝐿 de vazão anterior, já que esta está escoando por
𝑡𝑒 = 𝑣 meio de condutos subterrâneos.
60
(4.13) Aplicando os valores a Equação (4.5)
obtém-se como vazão para o lado esquerdo:
Onde:
te=tempo de escoamento (min) (0,2499 + 0,05025)
𝑄 = 0,278 ∙ 0,64 ∙ 148,87 ∙
100
L=comprimento (m)
𝑄 = 0,0795𝑚3 /𝑠
v=velocidade (m/s)
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Trecho
Novamente a vazão ultrapassa a (Quarteirão) 1 2 3 4
capacidade da sarjeta, colocado bocas de lobo na
L (metros) 81 75 92 70
cota mais baixa das duas sarjetas interligadas ao Áreas 0,3
acumuladas 0,2
poço de visitação já existente. O diâmetro calculado (ha) Direita 0,24115 45 0,5249 0,1999
para este trecho é: Esquerda 0,2956 6 0,2995 0,2178
Q (L/s) no 28
conduto 142,0 6,7 505,0 505,0
D (Diâmetro) 0,3 0,4 0,5 0,5
(0,0638+0,0783+0,0795+0,0651+0,0793+0,139)∙0,013 3 0,0
𝐷 = 1,55 ∙ ( 1 ) 8
0,0572 S (m/m) 0,025 53 0,065 0,057
𝐷 = 0,4028 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠
Cotas de 70
greide (m) 9
Utiliza-se então uma tubulação com Montante 711 70 705 699
Jusante 709 5 699 695
diâmetro de 0,500 metros Profundidade
(m) 0,8 0,8 0,8 0,8
FONTE: Próprio autor, 2018
Para o quarto trecho então, calcula-se a
vazão da área de contribuição a partir da Equação
(4.5) para ser comparada a capacidade máxima da
5 ESTUDO DE CASO – CANAL ABERTO
sarjeta. Como parte da rede de drenagem urbana, o
Para o lado esquerdo: canal aberto tem seu papel como macrodrenagem,
transportando vazão de escoamento das redes de
(0,1643 + 0,03565)
𝑄 = 0,278 ∙ 0,64 ∙ 148,87 ∙ microdrenagens até seu efluente. Este pode ter seu
100
revestimento natural ou artificial, sendo o natural
mais recomendado pois gera menor vazão a sua
𝑄 = 0,053𝑚3 /𝑠
jusante (DIOGO, 2016).
Foi analisado dois pontos sobre o Córrego
Para o lado direito:
Piçarrão, na cidade de Campinas – SP. Um dos
pontos portando revestimento artificial e outro
(0,1822 + 0,03565)
𝑄 = 0,278 ∙ 0,64 ∙ 148,87 ∙ natural.
100
𝑄 = 0,0577𝑚3 /𝑠
5.1 CANAL ARTIFICIAL
O primeiro ponto analisado do córrego
Piçarrão é composto por revestimento de concreto
Como se pode observar, a vazão sobre a
com acabamento e sua forma é trapezoidal (FIGURA
área de contribuição não ultrapassa a capacidade
9). Em seu entorno é composto por pelo menos 15
máxima desta sarjeta, sendo assim, não é
metros de vegetação, sendo esta, grama e arvores,
necessário a adequação deste trecho com a
tal que neste espaço é possível encontrar pequena
colocação de bocas de lobo.
quantidade de lixo reciclável.
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Δ𝑆
𝑉=
Δ𝑡
(5.1)
Onde:
𝑉= velocidade média (m/s)
Δ𝑆= espaço de um ponto ao outro (m)
Δ𝑡= tempo médio (s)
𝑄 = 𝑉 ∙ 𝐴𝑚 (5.2)
Onde:
FONTE: Próprio autor, 2018
Q= Vazão de escoamento (m³/s)
Neste local, foi calculada a velocidade de
V= Velocidade média (m/s)
escoamento a partir do tempo que um objeto boia,
Am= Área molhada (m²)
no caso um pedaço de galho de arvora, utiliza para
passar de um ponto ao outro em cinco metros. Feito
A área molhada é calculada a partir da Equação
o experimento por três vezes obteve-se os
(5.3).
resultados expressos na Tabela 6.
𝐵+𝑏
TABELA 6 - Valores obtidos nos testes de velocidade. 𝐴𝑚 = ∙ℎ
2
Valor encontrado (5.3)
Número de testes
(segundos)
1 7,03
2 8,85 Am= Área molhada (m²)
3 9,75 B= Base maior (m)
Fonte: Próprio autor, 2018 b= Base menor (m)
h= Altura da lâmina de água (m)
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
𝑄
𝑞=𝐵 (5.4).4) Com os valores da Tabela 6 pode-se
Onde: analisar a curva de energia para este canal atuando
q= Vazão unitária (m³/s.m) em sua capacidade máxima. O Gráfico 1 representa
Q=Vazão (m³/s) esta curva.
B= Base maior (m)
GRÁFICO 1 - Representação da curva de energia
1
A partir destes valores é possível obter o Gráfico
0,5
de Energia do canal por meio da Equação (5.5)
0
0 1 2 3 4 5
𝑞2
𝐸 =𝑦+
2 ∙ 𝑔 ∙ 𝑦2 FONTE: Próprio autor, 2018
(5.5).5)
Como pode-se observar no Gráfico 1, a
Onde: altura de lamina de agua crítica é de 0,5 metros. A
E = Energia (mca) altura da lâmina de água neste trecho na ocasião da
q= Vazão unitária (m³/s.m) análise era de 0,20 metros, sendo assim, o regime
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
de escoamento deste trecho é turbulento e a energia TABELA 8 - Valores obtidos nos testes de velocidade.
Valor encontrado
sendo dissipada é de 1,1578 mca. Estando o córrego Número de testes
(segundos)
atuando em sua capacidade máxima, o regime de 1 45,29
escoamento do mesmo será laminar e a energia 2 26,05
dissipada será de 2,31 mca. 3 34,66
Fonte: Próprio autor, 2018
5,08
𝑞=
10
𝑞 = 0,508 𝑚3 /𝑠. 𝑚
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
sua capacidade máxima, que é com altura de lâmina nº42. Rio de Janeiro: IME. 2016. Disponível em:
<http://www.sinicesp.org.br/materias/2017/bt06a.htm>. Acessado
de água de 2,30 metros o regime de escoamento do
em: 20, setembro, 2019.
mesmo será laminar e a energia dissipada será de
2,30 mca. GARCEZ e ALVAREZ, 1988. HIDROLOGIA. 2. ed. rev. e atual. -
São Paulo: Blucher, 1988. ISBN: 978-85-212-0169-4.
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM
Dimensionamento Hidráulico para Sistemas de
Infraestrutura Urbana: Estudo de Caso na Região
Metropolitana de Campinas
Daniele Leal Boaretto e Maria Alice Venturini.
Curso de Engenharia Civil
Universidade Paulista - UNIP
Brazilian Technology Symposium (BTSym’19) October 22nd, 23rd and 24th| ISSN: 2447-8326. © 2019 BTSYM