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Academia Militar Marechal Samora Machel

Departamento de Cursos Pόs-Laboral

Curso de Mestrado em Administração e Regulação da Educação

Módulo V: Inspecção de Educação. Politicas e Estratégias de Intervenção

Resumo 1 sobre o Artigo:


INSPEÇÃO ESCOLAR: do controle à democratização do ensino.
Por De Abreu

Rui Abílio

Orientador: Prof. Doutor Pascoal Muibo

Nampula, Julho de 2020

Resumo 1 do Artigo: INSPEÇÃO ESCOLAR: do controle à democratização do ensino.


INTRODUÇÃO

Este resumo, pretende trazer uma discussão sobre a Inspecção Escolar: do controle a
democratização do ensino, com o objectivo geral de mostrar a evolução do papel do inspector
escolar com a democratização do ensino. E especificamente apresentar o papel do inspector
escolar, observando sua importância, origem, transposições e contradições no contexto social,
político do inspector no passado e na actualidade e sua importância na qualidade do ensino;
repensar o perfil necessário a esse profissional sob a perspectiva de uma gestão democrática e
participativa. Assim surge a questão: O que é a Inspecção?

Segundo De Abreu (2011) “Inspeção é a ação de olhar. É o exame; vistoria. Encargo de vigiar,
superintender. Cargo, emprego de inspetor” (2011.p.322). Constata-se que ser Inspector é
desempenhar o cargo, então quem é o Inspector?

Para Augusto (2010), inspetor é aquele que inspeciona, examina, verifica, exerce vigilância,
fiscaliza. As ações do inspetor compreendem basicamente na verificação das obrigações legais
prescritas, das instituições e pessoas que as integram, assim como, as restrições e proibições de
ações, tendo em vista o funcionamento correto e legal dos serviços.

INSPEÇÃO ESCOLAR: conceitos e revisão teórica

Segundo Lawn (2001 apud Augusto), a inspeção é uma das ferramentas que regula e controla o
funcionamento das escolas. De acordo com Augusto (2010). A inspeção é uma prática educativa
que se reveste de forte cunho político e acentuado caráter pedagógico. Nesta óptica, De Abreu
(2011) avança que "cabe à inspeção vigiar e controlar, bem como, avaliar, orientar, corrigir,
contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino. O Inspetor exerce as suas funções no
estabelecimento de ensino sem estar vinculado a ele, atualmente, é um profissional lotado nas
Superintendências regionais de ensino" (2011, p.322).

A evolução da inspecção é de acordo com a história de um Pais, o que prova ser uma profissão
antiga. De acordo com Saviani (2002), o inspetor era nomeado de diferentes modos ao longo da
história de acordo com sua situação hierárquica e função. Isto mostra que o Inspector da
educação no caso concreto, deve ser indivíduo idóneo e responsável dotado de experiencia.

De acordo com Senore (apud Augusto, 2010), a inspeção precisa ser vista como um processo de
mediação e suas ações devem estar fundamentadas em uma conduta ética, deontológica, para
evitar assim, as decisões arbitrárias dos inspectores.

O processo de inspecção tem como finalidade medir a qualidade de aprendizagem dos alunos,
com isto, segundo Santos (2008), a inspecção era avaliada utilizando o item aproveitamento,
onde o inspector verificava a habilidade dos alunos para a leitura, o uso da linguagem oral e os
conhecimentos referentes à educação moral e cívica, aritmética, língua portuguesa, história e
geografia.

O PAPEL DO INSPETOR NA SOCIEDADE ACTUAL

Segundo o De Abreu (2011) o papel do inspetor é de articulação, integração e somente quando


esse profissional adquire uma postura de educador é que se torna capaz de ajudar a escola na
criação e desenvolvimento de projetos pedagógicos, que viabilizam o trabalho integrador, no
qual a instituição de ensino deverá estar empenhada com a participação de todos que nela
trabalham (2011, p.325).

A postura do inspector é indispensável para o exercício das suas funções, o que significa que o
domínio das normas de funcionamento, a disciplina e responsabilidade profissional são
elementos característicos, para actuar em consonância com a nova realidade social.

Segundo Ferreira (s.n.), a concepção cultivada e defendida pelos educadores da atualidade, é um


controle colectivo da qualidade da educação, ou seja, por todos os atores que integram o cenário
educacional. Esse tipo de controle poderá assegurar às escolas, a formação de cidadãos éticos e
ricos de caráter. Os novos paradigmas da educação exigem um novo perfil do inspetor que saber
lidar com as mudanças culturais, comportamentais, sociais e tecnológicas que vem surgindo.

Segundo Medina (2005) o inspetor deve ser capaz de encontrar nos dispositivos legais, os
caminhos mais apropriados e as alternativas possíveis para alcançar seus objetivos, garantindo
assim a qualidade do ensino. Ele deve ter competência suficiente para melhorar as condições de
trabalho dos educadores, tornando mais fértil e satisfatória a atuação desses profissionais.

O PAPEL DO INSPETOR ESCOLAR

Segundo o De Abreu (2011), aponta o seguinte papel do Inspector Escolar:

 estabelecer a comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os


estabelecimentos de ensino que o integram por meio do repasse de recursos financeiros,
pela participação dos educadores e da comunidade escolar na construção do projecto
político pedagógico e pela participação da comunidade;
 verificar e avaliar as condições de funcionamento local dos conselhos de escola. A
sociedade actual tem experimentado inúmeras transformações que obviamente
atingiram a educação;
 orientar e dar assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das normas do
sistema de ensino, segundo a realidade.
Na sociedade moderna, o papel fundamental da educação é formar cidadãos atuantes, críticos e
participativos.

Segundo Santos (2008), o trabalho do inspetor vem se reestruturando dentro de um


planejamento onde ocorre a participação do órgão regional e do próprio grupo de inspectores.
Esta reorganização, no entanto, é carregada de conflitos e tensões. A complexidade do cargo
exige dos inspectores uma visão ampla dos assuntos educacionais e uma postura crítica,
questionadora e estudiosa das normas e das políticas públicas para que se possa exercer a função
com eficiência, ética e responsabilidade. Observa-se que hoje, o inspetor escolar busca actuar
dentro de uma postura mais democrática. Seu papel atualmente, não se resume em detectar
falhas e desvios e denunciá-los aos órgãos competentes, mas também, encontra-se
comprometido com aspectos preventivos, correctivos e de assessoramento. Esse profissional
deve sempre estar bem instruído sobre a legislação educacional para reunir condições de prestar
auxílio às instituições escolares, gestores, professores, alunos e comunidade.

A INSPEÇÃO ESCOLAR E A DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO: perspectivas

Para Tavares e Escott (2005), o inspetor deve ser criador de espaços que favoreçam novas
relações dentro das escolas para que os alunos, os pais, professores e funcionários se
transformem numa equipe capaz de construir uma escola voltada para a aprendizagem do aluno
e sua formação como cidadão comprometido com o desenvolvimento da sociedade. O inspetor
deve também estar preparado para se deparar com dificuldades, ser capaz de trabalhar causas e
não efeitos, estimular pensamentos transformadores, mudar posturas, articular informações e
acções, lutar contra as condições precárias de trabalho e lidar com incertezas e imprevistos.

Espera-se do inspector, tendo em vista os novos paradigmas educacionais, que ele tenha
compromisso, vontade política, competência, dinamismo e sabedoria, para refutar o
autoritarismo e a arrogância do passado e adoptar posturas que contribuam para o crescimento
profissional do gestor, professor, efectiva aprendizagem dos alunos e melhoria da qualidade da
educação.

Por isso, o inspector escolar está sempre em contacto com as comunidades escolares, e é o
profissional que tem um papel relevante na comunicação com os órgãos da administração
superior do sistema educacional e as escolas. Desta forma, ele poderá sugerir mudanças, criando
assim, condições para a implementação de uma política de democratização da educação,
garantindo o acesso de todas as camadas da sociedade às instituições de ensino, ao
conhecimento e à cultura, utilizando modelos de inspecção aplicáveis a nova realidade.

Modelos de Inspecção
Modelo clássico – o sistema educativo é desconcentração administrativa que detêm controle e
apoio as áreas pedagógicas e administrativas, os inspectores localizados em cada escalão de
administração;

Modelo de controle central – separa as funções de apoio e controle em agentes diferentes,


sendo os agentes como responsáveis pela gestão, o controle sob responsabilidade da inspecção
ou supervisão externa;

Modelo de apoio próximo a escola – envolvimento da equipe docente na autoavaliação e


melhoria, com sentido de responsabilidade num perfil contratual e Professional;

Modelo de inspecção entre pares – os professores e a comunidade são melhores avaliadores e


não se sente a necessidade de supervisão formal a partir do estado, e o controlo baseia-se numa
concepção de responsabilidade profissional pública.

CONCLUSÃO

A evolução do papel do inspector escolar com a democratização do ensino, observando a


origem da inspecção escolar e a sua importância para o sistema de ensino vai além da
contribuição para a manutenção da qualidade da educação, pois o inspector é um essencial
agente político de carácter pedagógico. O inspector é um profissional consciente da importância
de ser mediador e colaborador, pronto para mostrar os caminhos de interligação entre a direcção
da escola, professores, alunos e comunidade, inspirando – se dum modelo inspectivo
característico.

O inspector escolar adquiriu consciência de que a escola é o reflexo da sociedade na qual está
inserida e somente com uma educação democrática, participativa e transformadora é possível
formar cidadãos preparados para viver num mundo cheio de incertezas e em constante
transformação.

REFERÊNCIAS

De Abreu, H. M. (2011). INSPEÇÃO ESCOLAR: do controle à democratização do ensino. n. v.


p. 322-328. Minas Gerais - Brasil: PÓS EM REVISTA

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