Você está na página 1de 33

Aula 1

A maioria dos ecossistemas marinhos é inerentemente variável, apresentando variações em várias


escalas espaciais e temporais. Os efeitos antropogénicos são sobrepostos a essa variabilidade natural.
Para gerir os ecossistemas marinhos, é importante separar a variabilidade natural da variabilidade
antropogénica.
The abiotic environment
Para entender a ecologia dos mares, é necessário compreender as restrições físicas e químicas
abióticas do ambiente marinho para as quais os organismos residentes já estão adaptados. Algumas
dessas restrições ecológicas derivam da própria natureza da água do mar. Outras características
ambientais abióticas importantes para a vida no mar resultam da interação entre a atmosfera da Terra
e a superfície do mar.
Radiação Solar
A luz solar é essencial, uma fração da radiação solar que penetra no mar é absorvida por plantas
durante a fotossíntese, e essa energia é usada na conversão de matéria inorgânica em compostos
orgânicos; Alguns comprimentos de onda da luz são absorvidos por moléculas de água e convertidos
em calor, o que estabelece o regime de temperatura dos oceanos; Controla a distribuição de
profundidade máxima de plantas e de alguns animais; Regula comportamentos fisiológicos como
migrações e períodos de reprodução.
Salinidade
A salinidade é mais facilmente determinada através da medição da condutividade elétrica, a qual
aumenta com o aumento do teor de sal.
Densidade
A densidade (massa por unidade de volume) da água do mar é determinada pela temperatura e
salinidade (e, em menor medida, pela pressão hidrostática).
Conforme a salinidade aumenta, a densidade também aumenta.
Á medida que a temperatura aumenta, a densidade diminui.
A salinidade e a temperatura são variáveis distribuídas aleatoriamente no oceano. O clima global
estabelece a distribuição de temperatura e salinidade nas camadas superficiais do oceano.
Combinações distintas dessas variáveis são, portanto, desenvolvidas em grandes volumes de água, e
essas características podem ser usadas para definir massas de água específicas cada uma formando
um ambiente diferente que sustenta comunidades distintas de organismos.
Pressão hidrostática
A pressão hidrostática é outro fator ambiental físico que afeta a vida no mar. A pressão é determinada
pelo peso da coluna de água acima a uma profundidade específica.
Correntes Superficiais
Os ventos predominantes fornecem grande parte da energia que impulsiona os movimentos da água
superficial. Isso fica evidente quando gráficos dos ventos superficiais e das correntes superficiais do
oceano são sobrepostos.

Ocean gyre
Um giro oceânico é um grande sistema de correntes oceânicas circulares formado por padrões globais
de vento e forças criadas pela rotação da Terra. O movimento dos principais giros oceânicos do
mundo ajuda a impulsionar o "transportador oceânico". Que circula a água do oceano ao redor de todo
o planeta. Também conhecido como circulação termohalina, é essencial para regular a temperatura,
salinidade e fluxo de nutrientes por todo o oceano, são portanto fundamentais para o aumento da
captação de nutrientes e da produtividade primária.
Nutrientes
Nutrientes são substâncias que um organismo obtém do seu ambiente para crescer e viver. Nutrientes
comuns incluem nitrogênio, fósforo, carbono, ferro, enxofre, potássio, magnésio e suas várias formas.
Nitrogênio, fósforo e carbono são três dos nutrientes mais importantes, pois eles formam os blocos de
construção de moléculas maiores.
Variabilidade em ecossistemas marinhos no espaço e no tempo
Refere à diversidade de mudanças e flutuações que ocorrem nesses ambientes, tanto em termos de
localização geográfica (espaço) quanto ao longo de diferentes períodos (tempo).

Em muitos ambientes, incluindo a coluna de água superior dos oceanos, o ciclo sazonal
desempenha um papel fundamental na regulação de comportamentos e processos biológicos, como
migração, reprodução e alimentação de organismos marinhos
Isso significa que as mudanças sazonais, como variações na temperatura, luminosidade,
disponibilidade de alimentos e outros fatores ambientais, têm um impacto significativo na vida
marinha.
Muitos dos processos físicos e biológicos importantes no ambiente marinho, como temperatura da
superfície do mar, produtividade primária, exibem mudanças graduais em grandes escalas espaciais.
Da mesma forma, enquanto alguns animais e plantas vivem as as suas vidas inteiras em áreas muito
localizadas, como algumas dezenas de quilômetros quadrados, outros, como as grandes baleias e
peixes migratórios, como os atuns, utilizam bacias oceânicas inteiras.
Isso ressalta a diversidade e a escala dos ecossistemas marinhos, desde sistemas muito locais e
restritos até sistemas que abrangem vastas extensões oceânicas. Cada um desses ecossistemas tem
suas próprias características ecológicas e é influenciado por uma série de fatores físicos, químicos e
biológicos
Superposição de Efeitos Antropogénicos

2
É importante destacar que, além da variabilidade natural, os ecossistemas marinhos enfrentam
impactos humanos, como a poluição, a pesca comercial e a mudança climática. Esses efeitos antrópicos
podem superpor-se à variabilidade natural, tornando a conservação e gestão dos ecossistemas
marinhos mais desafiadora.
Variabilidade no Tempo
Escalas Curtas de Tempo: A variabilidade de curto prazo em ecossistemas marinhos pode incluir
flutuações diárias nas condições ambientais, como as mudanças nas marés, na luminosidade e na
temperatura da água. Isso pode influenciar os comportamentos de alimentação, reprodução e
migração dos organismos.
Escalas Médias e Longas de Tempo: Em escalas de tempo mais longas, os ecossistemas marinhos
podem experimentar mudanças sazonais, como a variação na disponibilidade de alimentos devido às
mudanças climáticas sazonais. Além disso, mudanças em escalas de tempo mais longas, como décadas
ou séculos, podem ocorrer devido a fenômenos climáticos, como El Niño, ou à influência de fatores
humanos, como a poluição e a pesca excessiva.
Variabilidade no Espaço
Escalas Locais: Os ecossistemas marinhos podem variar consideravelmente de um local para outro,
mesmo dentro de uma área geográfica relativamente pequena. Isso ocorre devido a diferenças na
topografia do fundo do mar, na proximidade da costa, na disponibilidade de nutrientes, nas condições
climáticas locais e em outras influências específicas de um local.
Escalas Regionais e Globais: Além das variações locais, existem padrões regionais e globais de
variabilidade. As correntes oceânicas, as zonas climáticas, as massas de água e outros fatores
geográficos desempenham papéis significativos na determinação dos tipos de ecossistemas marinhos
em diferentes regiões do mundo. Essa variação pode afetar os tipos de organismos presentes, a
biodiversidade e os ciclos biogeoquímicos.
Essas diferentes escalas espaciais devem ser consideradas, especialmente quando estamos a
analisar interações entre o ambiente físico e os processos biológicos A compreensão e a consideração
dessas escalas são essenciais para a pesquisa e a gestão de ecossistemas marinhos, pois ajudam a
identificar os padrões e as tendências, bem como a avaliar o impacto das mudanças ambientais em
diferentes níveis, desde os locais até os globais. Isso é crucial para o desenvolvimento de estratégias
de conservação e sustentabilidade do oceano.
Spatial boudaries
Áreas marinhas protegidas
A crescente preocupação com o estado dos ecossistemas marinhos costeiros destaca a necessidade de
compreender melhor como esses sistemas são estruturados por processos físicos, biológicos e
químicos, e como as atividades humanas interagem com esses processos.
Redes de áreas marinhas protegidas (AMPs) foram estabelecidas com o objetivo de proteger
populações marinhas, comunidades e ecossistemas. A determinação de variáveis ecológicas e
oceanográficas importantes é um requisito fundamental para avaliar o desempenho das AMPs.
A interação entre o monitoramento de AMPs e os programas de observação oceânica é essencial para
compreender e responder às mudanças em ecossistemas costeiros e garantir a conservação a longo
prazo das áreas marinhas protegidas.

Observações da cor do oceano


3
Observações da cor do oceano na superfície revelam complexos redemoinhos e "pontos quentes" de
produtividade resultantes da interação entre correntes marinhas, a geologia do fundo do mar e
concentrações de nutrientes. Diferentes espécies são influenciadas por essas variações locais na
produção marinha, o que afeta sua abundância e distribuição.
Essas observações de cor do oceano, muitas vezes obtidas por satélites ou instrumentos de
monitoramento marinho, fornecem informações importantes sobre a saúde e a dinâmica dos
ecossistemas marinhos. Eles revelam onde as condições são propícias para a proliferação de
fitoplâncton e outras formas de vida marinha, que por sua vez sustentam toda a cadeia alimentar
marinha.
Os redemoinhos e pontos quentes de produtividade são áreas de grande interesse para a pesquisa e a
conservação marinha, pois podem atrair uma variedade de espécies, incluindo peixes comerciais.
Compreender as causas e os efeitos dessas variações locais na produtividade marinha é fundamental
para a gestão sustentável dos recursos marinhos e a conservação da biodiversidade oceânica
Bacias oceanicas
Uma bacia oceânica, hidrologicamente falando, é qualquer área da Terra coberta por água do mar. Do
ponto de vista geológico, as bacias oceânicas são grandes bacias geológicas que estão abaixo do nível
do mar.
As bacias oceânicas geralmente seguem a distribuição dos continentes e são divididas da seguinte
forma:
Atlântico Norte e Sul: Juntos, cobrem aproximadamente 75 milhões de quilômetros quadrados.
Pacífico Norte e Sul: Juntos, cobrem aproximadamente 155 milhões de quilômetros quadrados.
Oceano Índico: Cobrindo cerca de 68 milhões de quilômetros quadrados.
Oceano Ártico: Com uma área de cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados.
Oceano Antártico ou Sul: Abrangendo cerca de 20 milhões de quilômetros quadrados.
A circulação no oceano não é uniforme e varia com a profundidade. A circulação vertical no oceano é
muito mais lenta em comparação com o fluxo horizontal, e a observação do oceano profundo é
desafiadora. A definição de bacias oceânicas com base na conectividade de toda a extensão do oceano
(profundidade e largura) é, portanto, uma tarefa complexa. Froyland et al. (2014) propuseram uma
definição de bacias oceânicas com base na conectividade da superfície. Isso implica considerar como
as massas de água se deslocam e se conectam na camada superficial dos oceanos.
LMEs
As Áreas de Grandes Ecossistemas Marinhos (LMEs) são regiões costeiras e oceânicas do mundo
delimitadas com base em critérios ecológicos e oceanográficos. Elas abrangem áreas marinhas de
grande importância para a biodiversidade e a produtividade e permitem estabelecer conexões entre
variações no ambiente físico e químico com a produtividade biológica, o status de várias populações
marinhas e o amplo espectro de interações humanas que contribuem para as mudanças observadas.
Essa abordagem de LMEs permite uma análise integrada dos ecossistemas marinhos em nível
regional, considerando não apenas os aspectos naturais, como correntes oceânicas e nutrientes, mas
também as interações humanas, como pesca, poluição e desenvolvimento costeiro. As LMEs podem
incluir várias AMPs, entre outros tipos de áreas marinhas. As AMPs são áreas específicas designadas
para a conservação e proteção de ecossistemas marinhos e da biodiversidade.
Western boundary currents

4
As correntes de borda oeste (western boundary currents) podem ser divididas em sub-correntes
subtropicais ou de baixa latitude, são correntes quentes, profundas, estreitas e de fluxo rápido que se
formam no lado oeste das bacias oceânicas. Elas transportam água quente das regiões tropicais em
direção aos polos. Exemplos incluem o Gulf Stream, a Corrente Agulhas e a Corrente Kuroshio.
Gulf Stream ( México-EUA-Atlantico Norte)
Corrente Agulhas (Africa do sul)
Corrente Kuroshio (Japão)
Essas correntes desempenham papéis cruciais na circulação oceânica global, no transporte de calor e
nutrientes, e têm impactos significativos nos ecossistemas marinhos e no clima regional. Elas também
são de grande importância para atividades econômicas, como a pesca e a navegação.
Eastern boundary currents
As correntes de borda leste (eastern boundary currents) são correntes oceânicas relativamente rasas,
amplas e de fluxo lento. Elas são encontradas no lado leste das bacias oceânicas, fluem em direção ao
equador, transportando água fria das latitudes mais altas para as latitudes mais baixas. Essas águas
frias tem impacto na regulação do clima e trazem nutrientes essenciais para a vida marinha
aumentam a produtividade biológica nessas áreas, tornando essas correntes vitais para a pesca
comercial e a biodiversidade marinha.
As correntes de borda leste têm nomes específicos em diferentes áreas geográficas, incluindo:
Corrente da Califórnia (California Current) - Zonas de ressurgência intensa.
Corrente do Peru ou Humboldt (Peru or Humboldt Current) - Forma a Frente Equatorial
Corrente das Canárias (Canary Current)
Corrente de Benguela (Benguela Current)
de nutrientes, advecção, mistura da água do mar e o crescimento somático e reprodutivo das espécies
marinhas.

Polar boundaries
Definição com base no Isotermo de Julho (critérios climáticos): As fronteiras polares podem ser
definidas com base no Isotermo de Julho, que é uma linha de igual ou constante temperatura. Essa
linha marca a área onde as temperaturas não ultrapassam 10 graus Celsius.
Definição com base na "Treeline": marca a transição de áreas onde as árvores não conseguem
crescer devido às condições climáticas severas e à presença de tundra ártica.

5
Definição com base no permafrost: permafrost é o solo que permanece congelado durante todo o ano.
O permafrost existe apenas em climas com uma temperatura média anual do ar abaixo de 0 graus
Celsius (32 graus Fahrenheit).
Complexidades topograficas
Inclui, ilhas, promontórios, desfiladeiros e irregularidades na borda da plataforma continental que
criam perturbações importantes e recorrentes nos padrões de distribuição das espécies visto que
trazem água rica em nutrientes tornando-as áreas produtivas do oceano - áreas de desova, e áreas de
berçário.
Regional Climatology affects Ecosystems
As variações de longo prazo em fenômenos climáticos, como a Oscilação do Atlântico Norte (NAO) e a
Oscilação Decadal do Pacífico (PDO), podem ter um impacto significativo nas condições marinhas, que
por sua vez afetam os componentes biológicos dos ecossistemas.
A NAO é o resultado das variações entre um sistema de alta pressão ao largo dos Açores e um sistema
de baixa pressão persistente ao sul da Islândia. As posições relativas desses sistemas de alta e baixa
pressão afetam os ventos de superfície e, portanto, a atividade de tempestades na região do Atlântico
Norte.

O PDO, por sua vez, tem impactos semelhantes nos ecossistemas marinhos do Pacífico Norte. Esses
fenômenos climáticos afetam as condições oceânicas, incluindo a temperatura da superfície do mar e
os padrões de vento. As mudanças nos padrões de vento podem influenciar a ressurgência de
nutrientes, afetando a produtividade biológica nas regiões costeiras.

Quando o PDO é negativo:

6
Ventos de ressurgência se intensificam na Corrente da Califórnia, trazendo águas frias e ricas em
nutrientes da profundidade para a superfície. A região do Nordeste do Pacífico experimenta condições
oceânicas mais frias.
A biomassa de copépodes, que são pequenos crustáceos planctônicos, é elevada na região bem como
espécies de peixes, como o salmão coho. Características zonas frias e grandes.
Quando o PDO é positivo:
A ressurgência na região enfraquece, resultando em uma redução do transporte de águas frias para a
superfície. Prevalecem condições oceânicas mais quentes.
Espécies tropicais expandem sua faixa em direção ao norte devido ao aquecimento das águas.
A biomassa de copépodes declina e é dominada por espécies menores e menos nutritivas o que faz
com que a abundância do salmão coho diminui na região.
Portanto, o entendimento e a monitorização desses fenômenos climáticos são cruciais para a gestão
sustentável dos ecossistemas marinhos e a compreensão de como as mudanças climáticas podem
afetar a vida marinha.

Interactions Between Physical & Biological Components of Ecosystems


Mudanças nas condições climáticas, como as associadas à NAO, podem afetar a produtividade dos
ecossistemas marinhos, impactando a disponibilidade de alimentos e as condições de vida das
espécies marinhas.
Impact on marine plankton
A produção primária (crescimento de organismos fotossintéticos) varia sazonalmente. É baixa perto
do equador devido à luz solar constante, mas alta em zonas temperadas com picos na primavera e
outono. A produção está ligada à diversidade do fitoplâncton, com mais diversidade em áreas
produtivas. No entanto, em latitudes mais altas, a diversidade pode atingir o pico mais tarde devido a
fatores como temperatura e nutrientes.
A produção primária é impulsionada em parte pela predação seletiva da comunidade de zooplâncton,
que regula a abundância de fitoplâncton. Além disso, fatores como estratificação térmica, penetração
de luz e progressão sazonal da luz solar também influenciam a produção primária.
Estratificação Térmica: Refere-se às camadas de água nos oceanos com diferentes
temperaturas, com água mais quente na superfície e água mais fria em profundidade.
Penetração da Luz: É a profundidade até a qual a luz solar alcança e fornece energia para as
plantas e algas marinhas realizarem a fotossíntese, a base da cadeia alimentar marinha.
Progressão Sazonal da Penetração da Luz Solar: É a variação na profundidade da penetração da
luz ao longo do ano devido às mudanças na posição do sol devido às estações
Para o plâncton marinho, as principais formas de variação ao longo do ano incluem mudanças no
tamanho da população, no estágio reprodutivo/desenvolvimento e, para algumas espécies, no
momento e na duração do estado de dormência sazonal. Como as mudanças climáticas afetam esses
padrões de variação é de grande importância, uma vez que isso pode impactar diretamente os
ecossistemas marinhos e as cadeias alimentares.
O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar marinha. Mudanças nas concentrações de clorofila podem
impactar a disponibilidade de alimento para os organismos marinhos e afetar a saúde geral dos

7
ecossistemas marinhos. As variações são influenciadas por fatores como temperatura da água,
disponibilidade de nutrientes e mudanças climáticas
Mudanças nas concentrações de fitoplâncton (clorofila) em diferentes regiões e ao longo do
tempo:
Forte Temporalidade nas Regiões Polares: Nas regiões polares, como o Ártico e a Antártida, as
mudanças sazonais nas concentrações de clorofila são acentuadas. Esses fatores influenciam quando e
quanto fitoplâncton pode crescer.
Fraca Temporalidade nas Regiões Equatoriais: Nas regiões próximas ao equador, a variação
sazonal é menos pronunciada. Isso ocorre porque a intensidade da luz solar é relativamente constante
durante todo o ano, o que resulta em menos flutuações nas concentrações de clorofila.
Temporada Complexa no Oceano Índico: No Oceano Índico, a sazonalidade é complexa devido
aos efeitos das monções (ventos sazonais fortes) e às entradas de água doce que afetam a entrega de
nutrientes para o fitoplâncton.
Regiões Temperadas Afetadas por Irradiação Solar Sazonal e Ventos Alísios: Em regiões
temperadas, como áreas que experimentam estações do ano distintas, as mudanças sazonais na
radiação solar e nos ventos alísios têm um impacto sobre a entrega de nutrientes para o fitoplâncton.
Resumindo, os ecossistemas marinhos exibem uma notável variabilidade, tanto em termos
espaciais quanto temporais, e esta variabilidade é agravada pela influência das atividades humanas. É
crucial distinguir entre as variações naturais e aquelas causadas pelo homem ao gerenciar ecossistemas
marinhos.
O ambiente abiótico desses ecossistemas é afetado por diversos fatores, incluindo radiação solar,
salinidade, densidade, pressão hidrostática, correntes oceânicas, nutrientes e complexidades
topográficas. Esses elementos desempenham um papel essencial na determinação da distribuição e
dinâmica dos organismos marinhos. Além disso, fenômenos climáticos regionais, como a Oscilação do
Atlântico Norte (NAO) e a Oscilação Decadal do Pacífico (PDO), têm impactos significativos nas
condições marinhas, afetando a produtividade biológica e as interações entre os componentes físicos e
biológicos dos ecossistemas marinhos.
A variação sazonal na produção primária, influenciada por fatores como temperatura,
disponibilidade de nutrientes e mudanças climáticas, desempenha um papel fundamental na vida
marinha. As alterações nas concentrações de fitoplâncton, a base da cadeia alimentar marinha, afetam a
disponibilidade de alimentos para os organismos marinhos e a saúde geral dos ecossistemas. Essas
mudanças temporais variam de acordo com a região geográfica, sendo mais pronunciadas nas regiões
polares e menos notáveis nas regiões equatoriais.
Além disso, para garantir a gestão sustentável dos ecossistemas marinhos, é crucial compreender
as complexas interações entre os fatores físicos, químicos e biológicos em diversas escalas espaciais e
temporais. A sobreposição de efeitos antropogênicos, como poluição, pesca comercial e mudança
climática, torna ainda mais desafiadora a conservação e a gestão desses ecossistemas.

Aula 2 OVERVIEW OF ROLE OF OCEAN IN THE NEW GLOBAL SERVICE-ORIENTED ECONOMY


A Importância dos Oceanos:
Sistemas interconectados e dinâmicos que transcendem fronteiras geográficas.
Interligação entre ambientes marinhos e terrestres.

8
Fonte vital de alimentos e recursos para os seres humanos.
A pesca desempenha um papel econômico essencial.
Sustentabilidade da Pesca:
Cerca de metade dos recursos marinhos globais está totalmente explorada, um quarto tem potencial
para aumento, e um último quarto está superexplorado.
Superexploração ameaça a sustentabilidade dos oceanos.
Papel dos Oceanos na Economia e no Meio Ambiente:
Influência na economia global, transporte, turismo e energia.
Regulação do clima e absorção de poluentes.
Redução da Pobreza e Desigualdade:
Papel na redução da pobreza em comunidades costeiras.
Desigualdade na distribuição de benefícios econômicos.
Concentração Populacional nas Zonas Costeiras:
45-50% da população mundial vive a 100-150 km da costa.
Turismo e Recreação:
Maior indústria relacionada aos oceanos, gerando bilhões de dólares e empregando milhões de
pessoas.
Absorção de 30-40% do excesso de CO2 liberado anualmente, importante para o ciclo hidrológico e
alterações climaticas
Sensibilidade dos Oceanos:
1. Os oceanos são sensíveis ao ambiente, ao clima e a desastres naturais e de origem humana que
podem afetar a estabilidade e a segurança das regiões costeiras e o equilíbrio dos ecossistemas
marinhos.
2. A poluição é um problema sério em muitas áreas costeiras, com impactos na saúde humana, na
produção de alimentos e em atividades econômicas como turismo.
Atividades terrestres também afetam habitats marinhos, erosão costeira e biodiversidade.
3. Problemas Emergentes nos Oceanos, isso inclui exploração do leito marinho profundo, novas fontes
de energia, novas classes de contaminantes marinhos, preocupações com a saúde humana, funções
genéticas e endócrinas, mudanças na biodiversidade.
Explicação: A exploração do leito marinho profundo e o desenvolvimento de novas tecnologias e
atividades podem ter impactos significativos nos oceanos. Essas questões emergentes exigem
regulamentação e monitoramento adequados.
Impacto dos Oceanos na Economia, Desenvolvimento e Segurança:
Os oceanos desempenham um papel fundamental na economia global, desenvolvimento e segurança.
Os desafios atuais incluem ameaças à segurança, como terrorismo, desastres, crimes no mar e tráfico
de drogas e pessoas.
1. O Que Pode Ser Feito:

9
A implementação de um novo acordo sob a UNCLOS (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar) pode fornecer ferramentas para a conservação da biodiversidade marinha em áreas além da
jurisdição nacional.
Isso inclui a criação de uma rede de áreas marinhas protegidas (AMP), compartilhamento justo e
equitativo de benefícios de recursos genéticos marinhos, normas para avaliações de impacto
ambiental e transferência de tecnologia.
A cooperação internacional e a regulamentação são essenciais para abordar os desafios dos oceanos.
Um novo acordo pode estabelecer diretrizes para a proteção dos oceanos e a gestão sustentável de
seus recursos.
2. Desafios Atuais:
Existem lacunas importantes no conhecimento e dados sobre o estado dos oceanos, processos físicos e
biogeoquímicos, recursos do leito oceânico, vida marinha e riscos aos habitats e ecossistemas.
A falta de conhecimento abrangente sobre os oceanos é um desafio significativo, pois dificulta a
tomada de decisões informadas sobre a gestão dos recursos marinhos e a conservação da
biodiversidade.
Interdisciplinary science today
Processos interdisciplinares são agora reconhecidos por ocorrer em várias escalas interativas no
espaço e no tempo, com feedbacks bidirecionais.
O conceito de Sistemas de Observação e Previsão Oceânicos para estimativas de campos e parâmetros
recentemente se cristalizou com três principais componentes:
Rede de Observação: Uma coleção de plataformas e sensores para tarefas específicas.
Modelos Dinâmicos Interdisciplinares: Conjunto de modelos que abrangem várias disciplinas
relacionadas aos oceanos.
Esquemas de Assimilação de Dados: Processos que integram dados observacionais nos modelos para
melhorar as previsões.
Esses sistemas são modulares e baseados em informações distribuídas, proporcionando fluxo de
trabalho e gerenciamento eficientes, escaláveis, flexíveis e compartilháveis

10
Três conceitos emergentes importantes:
Processos Dinâmicos Acoplados Pelágicos-Bentónicos: Interações entre a coluna d'água e os
sedimentos, influenciando os ecossistemas marinhos.
Contribuição Significativa das Ciclos Biogeoquímicos Oceânicos e Costeiros: Esses ciclos
desempenham um papel crucial nos ciclos e orçamentos globais.
Variedade de Estruturas, Interações Tróficas e Variabilidades: Oceanos e ecossistemas costeiros
altamente produtivos exibem uma ampla gama de estruturas, interações tróficas e variabilidades, que
podem ser robustas, mudar rapidamente ou voltar a ser robustas.
Esses três conceitos e suas conexões fornecem uma base poderosa para direcionar pesquisas futuras.
Isso inclui abordar questões específicas de pesquisa e resolver problemas em etapas subsequentes,
essenciais para a compreensão e gestão desses sistemas marinhos.
Resumindo os oceanos são fundamentais como fonte de alimentos e recursos, mas a pesca excessiva
representa uma ameaça à sustentabilidade. Além disso, eles desempenham um papel crucial na
economia, transporte, turismo e na regulação do clima. No entanto, os oceanos são sensíveis a desastres
naturais e à poluição.
Desafios emergentes incluem a exploração do leito marinho profundo e novas tecnologias, exigindo
regulamentação. A cooperação internacional é essencial para abordar ameaças à segurança, como o
terrorismo marítimo e crimes no mar.
Para lidar com esses desafios, um novo acordo sob a UNCLOS foi proposto, visando a conservação da
biodiversidade marinha, a criação de áreas marinhas protegidas e o compartilhamento justo de
benefícios de recursos genéticos marinhos.
No entanto, a falta de conhecimento abrangente sobre os oceanos é um desafio significativo. A ciência
interdisciplinar desempenha um papel fundamental na compreensão dos oceanos. Além disso, sistemas
de observação e previsão oceânicos são essenciais para coletar dados e melhorar nosso entendimento.
Foram introduzidos três conceitos emergentes: interações pelágicas-bentônicas, ciclos biogeoquímicos
oceânicos e variedade de estruturas e interações tróficas. Esses conceitos fornecem uma base sólida para
a pesquisa futura e a gestão dos ecossistemas marinhos.

Aula 3 TAXONOMY, ORGANISMS AND LIFE HISTORIES


The future of taxonomic research

11
• Tecnologias de Imagem
Fotografia e filmagem
Contadores de plâncton
Micro-CT e outras abordagens de imagem em 3D
• Abordagens Moleculares
Genética Bioquímica
Codificação Molecular
DNA Ambiental (eDNA)
Sequenciação do Genoma e Metagenómica
• Abordagens Acústicas
Dados de Multifeixe e Retroespalhamento de Multifeixe
Acústica Biológica Ativa
Acústica Passiva
• Bases de Dados
• Ciência Cidadã
Taxonomic knowledge
Atualmente, existe considerável incerteza nas estimativas do número de espécies marinhas,
juntamente com níveis potencialmente baixos de conhecimento taxonómico sobre essas espécies.
As cinco estimativas mais recentes do número de espécies marinhas variam de ~300.000 a 2,2
milhões, usando vários métodos indiretos. Das espécies estimadas, cerca de 240.000 foram descritas
Apenas entre 11% e 78% de todas as espécies marinhas foram descobertas e descritas, demonstrando
um alto nível de incerteza em relação ao nosso conhecimento sobre a biodiversidade marinha global.
Essa incerteza é especialmente comum em habitats marinhos amostrados, como o mar profundo, e em
grupos que têm poucos especialistas taxonómicos. Muitas espécies marinhas são pequenas (<2 mm) e
cripticas, e estão apenas começando a ser descobertas com novos métodos moleculares.
Os cientistas estimam que existem entre 3 milhões e 100 milhões de espécies de organismos na Terra.
Até agora, os taxonomistas nomearam aproximadamente 1,7 milhão de espécies. A cada ano, cerca de
13.000 novas espécies são adicionadas à lista de organismos conhecidos. Isso destaca a vasta
diversidade da vida na Terra e o trabalho contínuo dos cientistas na sua identificação e descrição.
Organism categories
• Neuston: Conjunto de organismos que vivem na interface entre a água e o ar, incluindo
cnidários, gastrópodes e insetos.
• Pleuston: Organismos que vivem acima da interface entre a água e o ar.
• Pelágico: Conjunto de organismos que vivem na massa d'água, afastados do fundo do mar ou de
qualquer outra superfície.
• Plâncton: Conjunto de organismos, geralmente de pequeno tamanho, que não possuem
capacidade locomotora para se mover contracorrentes.
Virioplâncton: Nos oceanos, os vírus infectam desde bactérias e algas unicelulares até peixes e
cetáceos. Atualmente, acredita-se que os vírus desempenham um papel importante no controle de
processos globais.
12
Bacterioplâncton: Bactérias. A abundância de bactérias no oceano, cerca de 1 milhão por
mililitro de água do mar, torna-as um dos microrganismos mais dominantes no oceano. Em apenas
uma única gota de água, pode haver mais de 100 espécies de bactérias. Elas variam em tamanho de
um centésimo de milímetro a três quartos de milímetro (encontradas em sedimentos oceânicos ao
largo da costa da Namíbia, sendo visíveis a olho nu). As bactérias têm formas que variam de esferas a
bastonetes e espirais. Algumas bactérias, como as cianobactérias, viveram há mais de 3,5 bilhões de
anos, durante o período Precambriano. Evidências de sua existência podem ser encontradas em
montes fossilizados chamados estromatólitos, que aparentemente são rochas comuns, mas na verdade
consistem em camadas e camadas de cianobactérias mortas.
Fitoplâncton: Inclui a maioria dos organismos produtores, como cianobactérias, diatomáceas,
dinoflagelados, cocolitóforos, criptomonas e silicoflagelados.
Zooplâncton: Inclui os consumidores, como foraminíferos, radiolários, ciliados, poliquetas,
ctenóforos, águas-vivas, copépodes, eufausídeos, quetognatos e salpas.
Holoplâncton: Inclui a fração de plâncton que passa todo o seu ciclo de vida na coluna d'água.
Meroplâncton: Consiste nas fases larvais de organismos que não são normalmente
plânctonicos na idade adulta e é mais abundante em águas neríticas.
Plankton groups

Autotrophic prokaryotes: picoplankton: Procariontes autotróficos referem-se a organismos


unicelulares que são capazes de produzir seu próprio alimento a partir da fotossíntese.

Mixotrophic eukaryotes: pico-, nano- and microplankton: Mixotróficos são eucariontes que têm a
capacidade de obter energia tanto por meio da fotossíntese como de outras fontes orgânicas, como a
ingestão de partículas orgânicas. São organismo flagelado que possui 1 ou mais flagelos algumas têm
uma parede celular (amphiesma) formada por vesículas achatadas que, em algumas espécies, contêm

13
placas de celulose. Além disso, algumas dessas espécies têm a capacidade de produzir neurotoxinas,
substâncias que podem ser tóxicas para outros organismos.

Autotrophic eukaryotes: nano- and microplancton

Heterotrophic eukaryotes: pico, nano, microplankton: Os eucariontes heterotróficos referem-se


a organismos que obtêm sua energia e nutrientes de fontes orgânicas, ao contrário dos autotróficos,
que realizam fotossíntese.

Heterotrophic eukaryotes: mesoplankton : copépodes são um grupo de pequenos crustáceos


encontrados no mar e em ambientes de água doce. A maioria deles são herbívoros e representam a
maior fonte de proteína nos oceanos. Embora a maioria das espécies de copépodes seja planctônica,
algumas são bentónicas.

Heterotrophic eukaryotes: macro and megaplankton

14
• Necton: Conjunto de organismos pelágicos com importantes habilidades de natação, incluindo
cefalópodes, a maioria dos peixes, tartarugas e mamíferos marinhos.
• Bentos: Conjunto de organismos que dependem do fundo do oceano.

Macrobentos (> 1,0 mm): Compreende animais visíveis a olho nu, como a maioria dos
caranguejos e equinodermes. Também pode ser chamado de macrofauna ou megafauna.
Meiobentos (0,1 - 1,0 mm): Inclui animais que vivem permanentemente enterrados no
sedimento, liberando-se ocasionalmente, muitas vezes dentro de estruturas que eles próprios
constroem. Exemplos incluem muitos moluscos e vermes.
Microbentos (< 0,1 mm): Compreende animais microscópicos que se desenvolvem no
substrato, principalmente protistas.
O compartimento bentônico atua como uma ligação entre os produtores primários, como fitoplâncton,
macroalgas e vegetação costeira, e os produtores secundários e terciários, como peixes e crustáceos,
na cadeia alimentar de regiões estuarinas, costeiras e na plataforma continental.
• Fitobentos: Inclui a maioria dos produtores, como cianobactérias, clorofitas unicelulares e
multicelulares, e plantas vasculares.
Zoobentos: Inclui a maioria dos organismos consumidores, como protistas (incluindo
foraminíferos e ciliados), nematoides, moluscos, anelídeos, crustáceos, esponjas, equinodermes,
ascídias e peixes.
Endobentos: Vivem dentro do substrato.
Epibentos: Vivem na superfície do substrato.
Suprabentos / Epibentos: Vivem no substrato e na camada de água adjacente, fazendo
migrações frequentes entre os dois habitats.
Feeding of bentos

15
Suspensívoros (Filtradores): Capturam partículas de alimentos suspensas na água, que podem incluir
fitoplâncton, zooplâncton, partículas fecais e outros detritos associados a bactérias.
Depositívoros (Detritívoros): Utilizam partículas de alimentos que se encontram no fundo,
frequentemente ingerindo o sedimento e digerindo a matéria orgânica presente.
Grazers/Predators/Scavengers: São organismos que se alimentam pastando em algas ou vegetação,
predando outras espécies ou se alimentando de matéria orgânica em decomposição.
Life histories
A maioria dos organismos que habitam as zonas rochosas do litoral possui ciclos de vida complexos,
envolvendo uma fase adulta bentônica e uma fase larval planctónica. Dos 32 filos de animais presentes
em ambientes marinhos, aproximadamente 23 mostram desenvolvimento indireto a partir de larvas
que diferem dos adultos em termos de tamanho, forma, habitat, nutrição e/ou mobilidade.
Independentemente do tempo que passam no plancton, os organismos com ciclos bifásicos passam
por uma transição entre o planctónico e o bentónico, que envolve uma série de mudanças
morfológicas, fisiológicas e comportamentais rápidas e drásticas, denominada metamorfose.
Larvas lecitotróficas: Muitas espécies de peixes e alguns invertebrados bentónicos têm larvas
lecitotróficas, que possuem gotículas de gema ou um saco vitelino para nutrição durante a dispersão.
Essas espécies têm períodos larvais planctónicos curtos e não se dispersam por longas distâncias.
Larvas planctotróficas: Alimentam-se enquanto estão na coluna de água e podem permanecer
por um longo período no estágio planctónico, o que lhes permite se dispersar por longas distâncias. A
capacidade de dispersão é uma adaptação fundamental de invertebrados marinhos bentónicos. Larvas
planctotróficas se alimentam de fitoplâncton e zooplâncton, incluindo outras larvas.
As larvas de invertebrados marinhos podem permanecer na fase planctónica por horas a semanas.
Alguns exemplos incluem ascídias, briozoários, esponjas e corais, que têm uma fase planctónica que
dura de horas a menos de dois meses. Cirripedes e bivalves de regiões temperadas levam de quatro a
seis semanas para se desenvolver, enquanto algumas poliquetas, bivalves, gastropodes e decápodes
podem levar de meses a anos.
Devido ao tempo prolongado que as larvas planctotróficas passam na coluna de água e à baixa
probabilidade de recrutamento bem-sucedido, os primeiros investigadores desenvolveram a
"hipótese da lotaria", que afirma que os animais liberam grandes números de larvas para aumentar as
chances de sobrevivência de pelo menos uma delas. Essa hipótese considera a sobrevivência larval e o
recrutamento bem-sucedido como eventos aleatórios, o que numerosos estudos sobre o
comportamento e a ecologia larval mostraram posteriormente ser falso. Embora tenha sido
geralmente refutada, a hipótese da lotaria larval representa uma compreensão importante das

16
dificuldades enfrentadas pelas larvas durante o tempo em que permanecem na coluna de água.

Sampling equipment
• Fitoplâncton: rosette;
• Zooplâncton: rede de Neuston; Bongo net; WPZ net; Continuous Plankton recorder;
• Epibentos: epibenthic sledge;
• Bentos: Peterson dredge; dredge; Box corer
• Necton: trawl net

Aula 4 BIOMASS AND PRODUTION


A produtividade e a biomassa em ecossistemas são afetadas por diversos processos e fenômenos do
sistema terrestre, incluindo:
Processos evolutivos que podem alterar as taxas de crescimento e reprodução dos organismos
ao longo do tempo;
Interações entre espécies, incluindo como as espécies fornecem recursos umas para as outras,
consomem umas às outras como alimento ou competem por recursos, como comida, água e/ou
espaço. Espécies que diminuem ou aumentam o sucesso de outras espécies alteram os tamanhos
populacionais, afetando assim a produtividade e a biomassa;
Condições climáticas, como a quantidade de luz solar absorvida em diferentes latitudes,
temperatura e precipitação. Por exemplo, ecossistemas em latitudes baixas, como florestas tropicais,
têm maior produtividade e biomassa do que ecossistemas próximos aos polos, devido ao maior
recebimento de luz solar e precipitação nessas regiões;
Nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo, que, quando em escassez, podem diminuir a
produtividade e, quando abundantes, podem aumentar a produtividade e a biomassa;
Numerosos outros fatores ambientais abióticos, incluindo a qualidade do solo (frequentemente
relacionada aos níveis de nutrientes), incêndios florestais, acidez da água e níveis de oxigênio
Biomass

17
Biomassa é a massa de material vivo (matéria orgânica) em uma determinada área ou volume
de habitat. Também é conhecida como biomassa total.
Unidades comuns em ecologia marinha/oceanografia: gCm-2: Gramas de carbono por
centímetro quadrado e mg Chl a m-3: Miligramas de clorofila a por metro cúbico. A clorofila a é um
pigmento importante para a fotossíntese e, portanto, é frequentemente usada como indicador da
biomassa de fitoplâncton em ecossistemas aquáticos.
Production
A produção, ou produção biológica, refere-se à quantidade de biomassa criada numa
determinada área ou volume por unidade de tempo.
• Unidades comuns em ecologia marinha/oceanografia: gCm-2ano-1
Varia de acordo com o nível trófico - Produção primária, Produção secundária...
Porque nos preocupamos com a Produção Primária:
• É a fonte última de todo o material vivo na Terra, incluindo os nossos corpos.
• As biomoléculas orgânicas são transferidas ao longo da "cadeia alimentar" dos autótrofos
(produtores primários) para os heterótrofos (consumidores).
• A produção primária fotossintética é a fonte de oxigénio livre na atmosfera e nos oceanos,
permitindo a respiração aeróbica.

O que é produzido? - MATÉRIA ORGÂNICA Moléculas complexas com uma estrutura de carbono.
Carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos, etc. Elementos incluídos: C, H, N, P, S e outros.
Com o que é feita? - MATÉRIA INORGÂNICA Moléculas menores e mais simples do que a matéria
orgânica. CO2, H2O, NH4, PO42-. etc.
Quem a produz? - PRODUTORES PRIMÁRIOS Organismos fotossintéticos e/ou quimiossintéticos.
Como?
Fotossíntese: O processo pelo qual os autótrofos capturam energia luminosa e a incorporam
nas ligações químicas dos alimentos com a ajuda da clorofila e outras substâncias. O processo utiliza
dióxido de carbono e água como matérias-primas e produz glicose e oxigénio.

Quimiossíntese: A síntese de compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos,


utilizando a energia armazenada em substâncias inorgânicas, como enxofre, amônia e hidrogênio. A
energia é liberada quando essas substâncias são oxidadas por certos organismos.

Determination of primary prodution


Termos e conceitos importantes:
Produção Primária BRUTA; GPP (Gross Primary Production)

18
• A taxa com que os produtores criam matéria orgânica.
• As unidades são frequentemente gramas de carbono por metro quadrado por ano.
• Difícil de medir a Produção Primária Bruta diretamente.
RESPIRAÇÃO
• A taxa com que os organismos "queimam" matéria orgânica, o oposto da produção.
• Respiração = O2 Consumido
Produção Primária LÍQUIDA, NPP (Net Primary Production)
• Produção restante após considerar a respiração.
• NPP = GPP - Respiração = O2 Produzido
Lei do mínimo de Leibig: fator limitante de um processo biológico é o recurso que ocorre em menor
abundância.
Na fotossíntese, os fatores limitantes são a luz e os nutrientes.
No que diz respeito ao carbono, esse elemento é essencial para a produção, mas em ambientes
oceânicos, existem diversas formas de carbono em abundância, de modo que a escassez de carbono
não limita a capacidade de produção fotossintética no oceano.
Nutrientes: Qualquer substância necessária que um organismo obtém do seu ambiente, com exceção
do oxigénio, dióxido de carbono e água.
Nutrientes não-conservativos diminuem com a atividade biológica. Após um rápido crescimento do
fitoplâncton (conhecido como floração de plâncton), as águas superficiais dos oceanos
frequentemente esgotam nutrientes como nitrato, fosfato, ferro e sílica. Há carência de Nitrogénio e
fósforo, de silicatos dissolvidos (usados para estruturas duras) e elementos vestigiais como ferro e
cobre (usados em enzimas, vitaminas e outras moléculas importantes).
No entanto os compostos de nitrogénio são 10 vezes mais abundantes em relação à concentração total
de compostos de nitrogénio que podem ser medidos em média durante um ano. Isso significa que
precisam de ser reciclados completamente até 10 vezes por ano para atender às demandas do
ecossistema. Quanto ao fósforo disponível, ele pode ser reciclado até quatro vezes por ano para
sustentar a produtividade.
Porque é que há tão poucos nutrientes á superficie em todo o oceano?
À superfície, a concentração de nutrientes é reduzida, uma vez que estes viajam para o fundo (maioria
dos organismos, quando morrem afundam). Para que os nutrientes regressem à superfície é
necessário recorrer a mecanismos como o movimento vertical (afloramento ou upwelling), ou à
turbulência (maioritariamente induzida pelo vento).
O afundamento da matéria orgânica pode ser quantificado, por exemplo, com armadilhas de
sedimentos.
A difusão molecular é um processo muito lento no oceano logo não pode renovar os nutrientes na
camada epipelágica.
PAR and light irradiance
Luz: Radiação eletromagnética propagada como partículas pequenas e quase sem massa que se
comportam tanto como uma onda quanto como uma corrente de partículas.

19
PAR: radiação fotossinteticamente ativa - corresponde aproximadamente ao espectro visível da
luz, com comprimento de onda entre 400 e 700 nm.
A intensidade da luz diminui exponencialmente com a profundidade.
A penetração da luz depende do ângulo de incidência e da transparência da água.
Photosynthetic action spectrum
A clorofila é um pigmento verde e, portanto, absorve melhor as frequências de luz nos comprimentos
de onda vermelho e violeta. A luz vermelha e infravermelha é efetivamente absorvida e convertida em
calor perto da superfície do oceano; muito pouca luz vermelha penetra além de 3 metros portantno os
fitoplânctons, com exceção das cianobactérias fotossintéticas (que podem absorver luz azul),
permanecem próximos à superfície para absorver a luz vermelha, e, portanto, a produtividade
primária é mais alta nessa parte superior da zona eufótica.

Size matters
Por unidade de volume, as células pequenas possuem uma área maior para absorver nutrientes. Além
disso, o tamanho pequeno das células diminui a velocidade de afundamento, o que significa que as
células pequenas têm maior probabilidade de permanecer próximas à superfície, onde há luz.
Adaptations to nutrients and light:
Movimentos ativos - dentro de certos limites, os dinoflagelados podem migrar verticalmente e se
agrupar em camadas com alta concentração de nutrientes.
Afundamento - as diatomáceas não podem mover-se ativamente, mas a tendência de afundar pode
levá-las a camadas com maior concentração de nutrientes.
Formas de determinar a produção primária:
NPP –Net Primary Production
Pg- Fotossíntese Bruta: todo o carbono fixado pela fotossíntese, quer seja ou não incorporado
ao organismo, excretado ou expirado na forma de CO2.
Ri e Rd- Respiração de organismos fotossintéticos na luz e na escuridão

20
Oxigénio: Método colorimétrico baseado nas variações de oxigênio na água em uma garrafa branca e
uma garrafa preta. Ao medir a quantidade de O2 presente nas garrafas conseguimos medir a produção
de fotossíntese.
NPP= Pg-Ri-Rd
NPP –Net Primary Production
Pg- Fotossíntese Bruta: todo o carbono fixado pela fotossíntese, quer seja ou não incorporado
ao organismo, excretado ou expirado na forma de CO2.
Ri e Rd- Respiração de organismos fotossintéticos na luz e na escuridão
Carbono: Método radioativo baseado na proporção de carbono assimilado por fitoplâncton.
Pn= Pg-Ri
Variações de produção
Efeito de Gran (Mecanismo de Sverdrup)
Profundidade de Compensação: referente a uma célula individual.
Nesta profundidade, a taxa de produção de fotossíntese é igual à taxa
da respiração (existe compensação). Profundidade Crítica: referente
a um nível populacional. A soma de todos os processos de
fotossíntese é igual à soma de todos os processos de respiração (são
contabilizados todos os processos acima desta profundidade). Se a
fotossíntese for inferior à respiração, a população diminui.À medida
que se evolui nos meses Primavera/ Verão, a camada crítica vai
aparecendo cada vez mais em profundidade uma vez que a
intensidade luminosa consegue penetrar até maior profundidade

A abundância de cada espécie de fitoplâncton dende da:


• Disponibilidade de nutrientes
• Condições de luz
• Competição
• Predação
Variações de larga escala espacial
Produção nas zonas temperadas
As concentrações de nitrato à superfície são elevadas nos meses de inverno (derivadas da agitação e
da reduzida fotossíntese – provocada pela falta de luz). Quando se começa a entrar nos meses de
Verão, a concentração de nitratos baixa e, ocorre um pico de produção primária e de clorofila (existe

21
uma termoclina estabelecida). A este pico de produção dá-se o
nome de produção primaveril (no outono também se verifica um
pico semelhante, só que menos elevado).
Produção nas zonas árticas
A produção nas zonas árticas é semelhante à das zonas
temperadas só que não se estabelece uma termoclina e, o pico de
produção ocorre apenas no Verão quando há incidência de luz
solar.
Produção nas zonas tropicais
Nas regiões tropicais existe a incidência de luz durante todo o ano, sendo o único fator influenciador
da produção, a difusão de nutrientes, resultante da turbulência da coluna de água. Assim, a
turbulência vai determinar a quantidade e a profundidade do máximo de clorofila.
Micro distribuição de fitoplâncton, Escala: dezenas a centenas de metros ou cerca de alguns Km
A distribuição do fitoplâncton no oceano não é uniforme; vários processos podem causar agregações
em pequenas escalas espaciais, por exemplo:
• Circulação de Langmuir - Ventos que sopram constantemente através do oceano e as pequenas
ondas que esses ventos geram podem induzir longas séries de vórtices (ou células)
contrarrotativos na superfície da água.
• Fronts- são regiões de fortes gradientes de densidade horizontal no oceano. Os fortes
gradientes de pressão horizontal gerados na frente são frequentemente equilibrados pela força
de Coriolis, resultando em correntes fortes ao longo da frente. Quando essas duas forças não
estão perfeitamente equilibradas, podem ser geradas circulações verticais. Essas circulações
verticais têm o potencial de trazer águas profundas ricas em nutrientes para as águas
superficiais bem iluminadas, estimulando o crescimento do fitoplâncton.
• Predação pelo zooplâncton
Ou seja, junto à costa, onde a temperatura é superior, ocorre um pico de clorofila (o fluxo vai
concentrar o fitoplâncton na frente de maré). Assim, estas zonas são zonas de grande produção
biológica (grande quantidade de fito e zooplâncton). Longe da costa encontramos uma coluna
estratificada
Zooplancton e produção secundária
Plâncton Heterotrófico - os organismos planctónicos que se alimentam dos produtores primários são
coletivamente chamados de zooplâncton, são os consumidores primários mais numerosos do oceano e
alimentam-se de cianobactérias maiores, diatomáceas, dinoflagelados e outro fitoplâncton.
A massa do zooplâncton geralmente corresponde a cerca de 10% da massa do fitoplâncton, o que é
razoável devido à relação de “colheita” (harvesting) que existe entre eles. Os zooplânctons mais
abundantes são pequenos microflagelados e microciliados do ciclo microbiano. Dos consumidores
maiores, cerca de 70% dos indivíduos são copépodes.
Dieta dos copepodes
A maioria das espécies de copépodes planctônicos são herbívoras e alimentam-se de fitoplâncton.
Algumas espécies de copépodes são carnívoras alimentam-se de outros zooplânctons. Outras são
detritívoras e se alimentam de matéria particulada morta. As larvas de copépodes se alimentam de
fitoplâncton pequeno, microplâncton autotrófico e bactérias.
Como se alimentam:
22
Ao gerar uma corrente com as pernas torácicas, os copépodes causam
um fluxo de água que intercepta as antenas. As antenas possuem
pequenas cerdas que funcionam como receptores mecânicos e
pequenas cápsulas que funcionam como receptores químicos, usadas
para detectar partículas de alimentação. As partículas de alimentação
são recolhidas pelos maxilípedes (partes da boca).

Efeito da turbulência na taxa de encontro de alimento


Os copépodes são organismos muito afetados pela viscosidade da água, dado o seu reduzido tamanho,
apresentando um número de Reynolds muito baixo. No entanto, é vantajoso que haja alguma
turbulência, de modo a aumentar a probabilidade de encontro do organismos com as partículas das
quais se alimenta.
Migração Vertical
A matéria orgânica penetra nas profundezas do mar seguindo duas rotas básicas: (i) afundando
passivamente como matéria orgânica morta proveniente da produção na superfície; e (ii) pela
migração ativa para baixo do zooplâncton.
Tipos de migração vertical:
• Migração noturna: subida diária até uma camada mais superficial e oxigenada, durante a noite
(subida ao por do sol e descida ao nascer do sol);
• Migração reversa: subida diária até uma camada mais superficial e oxigenada, durante o dia
(subida ao nascer do sol e descida ao por do sol);
• Migração crepuscular: subida até uma camada mais superficial e oxigenada, 2 vezes ao dia
(uma ao nascer do sol e outra ao por do sol);
• Migração sazonal: (depende das estações)
• Migração vertical ontogénica: migração dependente do crescimento (organismos ao atingirem
uma certa maturidade migram para camadas superficiais). Algumas espécies de copépodes em
regiões temperadas migram ontogeneticamente entre a superfície e níveis mais profundos.
Exemplo:
– Durante o outono, o 5º estágio de copépode (CV imaturo) migra para águas mais profundas e mais
frias.O CV é um estágio de repouso não alimentar.
– No final do inverno, começa a migrar para a água de superfície, muda para o 6º estágio de copépode
(adulto) e reproduz. Os ovos se desenvolvem em vários estágios sequenciais de náuplios (NV). Vários
estágios juvenis de copépodes seguem.
– Durante a primavera e o verão, vários ciclos geracionais são completados nas águas de superfície.
– Com a diminuição dos níveis de luz, o CV migra então para níveis mais profundos.
Causas de migração vertical
Mecanismos fisiológicos:
Respostas comportamentais a estímulos externos (a luz fornece um estímulo orientador, controlando
a sincronização da migração; a gravidade fornece um estímulo orientador; a pressão regula a
profundidade);

23
Fatores endógenos (o sexo, a idade e o estado alimentar afetam as velocidades e profundidades
atingidas; os ritmos biológicos podem controlar a sincronização da migração);
Valor adaptativo:
Vantagem metabólica e demográfica (não demostrada): metabolismo reduzido durante o dia pelas
baixas temperaturas em profundidade; maior tamanho a temperaturas baixas e maior fertilidade;
Utilização de recursos (não demostrada): biomassa e qualidade de fitoplâncton mais elevadas ao fim
da tarde; perdas respiratórias do zooplâncton mais baixas durante o dia a baixas temperaturas;
Mortalidade causada por predadores: mortalidade associada aos predadoras visuais elevadas durante
o dia à superfície. Previsões: amplitude de migração dependente da abundância de peixes predadores;
subida durante o por-do-sol e descida com o nascer-do-sol; comportamento mais acentuado nos
animais mais conspícuos (visíveis).
Exemplos:

A saber
A maior parte da biomassa do oceano está nos primeiros 200 metros, onde vivem a maioria dos peixes
e plâncton. Abaixo de 3.000 metros, a biomassa é escassa. O oceano profundo não tem organismos
fotossintéticos devido à falta de luz.
Uma comunidade única de animais, chamada camada de dispersão profunda, migra na escuridão e é
encontrada em todas as áreas do oceano, exceto no Ártico, sendo mais comum em regiões com alta
produtividade na superfície.

Aula 5 ENERGY FLOW, MINERAL CYCLING AND FOOD WEBS


O Fluxo de Energia Permite que Seres Vivos Mantenham uma Organização Complexa A matéria viva
não pode funcionar sem energia, a capacidade de realizar trabalho. Os organismos vivos não podem
criar energia nova.
O fluxo de energia nos ecossistemas marinhos fotossintéticos não é um ciclo, mas sim um fluxo
unidirecional baseado na entrada de energia solar. Geralmente, existem três categorias básicas de
organismos em um ecossistema: produtores, consumidores e decompositores.

24
À medida que os produtores produzem alimentos
(matéria orgânica) para os animais consumidores do
oceano, o alimento passa de uma população de
alimentação para a próxima. Apenas uma pequena
percentagem da energia é repassada para o próximo
nível, porque a energia é consumida e perdida em cada
nível. Como resultado, a biomassa dos produtores no
oceano é muitas vezes maior do que a biomassa dos
principais consumidores, como tubarões ou baleias.

Ciclos Biogeoquímicos O fluxo de nutrientes depende dos


ciclos biogeoquímicos. Isso significa que a matéria não se dissipa
(como a energia), mas é reciclada de uma forma química para outra
pelos diversos membros da comunidade biótica. A figura mostra o
ciclo biogeoquímico da matéria dentro do ambiente marinho. Os
componentes químicos da matéria orgânica entram no sistema
biológico por meio da fotossíntese (ou menos comumente através da
quimiossíntese). Esses componentes químicos são transferidos para
as populações de animais (consumidores) através da alimentação.
Quando os organismos morrem, parte do material é usada e
reutilizada dentro da zona eufótica, enquanto outra parte afunda
como detritos. Alguns desses detritos alimentam organismos que vivem em águas profundas ou no
fundo do mar, enquanto outros passam por processos de decomposição bacteriana ou outros que
convertem restos orgânicos em nutrientes utilizáveis para retornar à superfície, onde podem ser
utilizados por algas e plantas para iniciar o ciclo novamente.
O maior de todos os ciclos biogeoquímicos é o ciclo global do carbono.
O carbono entra na atmosfera pela respiração de organismos vivos (como dióxido de carbono),
erupções vulcânicas que liberam carbono de rochas profundas na crosta terrestre, a queima de
combustíveis fósseis e outras fontes.
Quando um animal come uma planta (ou organismo semelhante a uma planta), três coisas podem
acontecer com o carbono: (1) ele pode ser incorporado no corpo do animal para o crescimento, (2)

25
pode ser expirado pelo animal (desmontado para colher a energia) ou (3) pode ser desperdiçado,
excretado de volta na água do mar como carbono orgânico dissolvido (COD).
A maioria do COD é rapidamente consumida por bactérias, que por sua vez são comidas por
protozoários, que são comidos por zooplâncton, que são então comidos por peixes, no que é chamado
de "loop microbiano". (referido com mais detalhe a baixo)

Ciclo biogeoquímico do carbono


ciclo biogeoquímico do carbono é o
conjunto de processos pelos quais o
carbono inorgânico (por exemplo, dióxido
de carbono) é convertido em matéria
orgânica por meio da fotossíntese e, em
seguida, é isolado da atmosfera,
geralmente sendo transportado para as
profundezas do oceano. Isso pode ser
realizado pelo afundamento passivo de
matéria orgânica particulada, pela
migração vertical do zooplâncton ou pelo
afundamento das águas superficiais ricas
em matéria orgânica dissolvida.

A produção na camada epipelágica é limitada pela exportação de


matéria orgânica. Nova produção: utiliza nutrientes que são
rapidamente remineralizados perto da superfície pela decomposição da
matéria orgânica dissolvida. Produção reciclada: utiliza nutrientes
remineralizados abaixo da termoclina pela decomposição de matéria
orgânica particulada, que são reabastecidos na superfície por difusão
turbulenta e ressurgência.

26
Ciclo Biogeoquímico do nitrogênio O Nitrogénio é um componente crítico de proteínas, clorofila e
ácidos nucleicos. Assim como o carbono, o nitrogênio pode ser encontrado nos corpos dos organismos
como um gás dissolvido (N2) e como matéria orgânica dissolvida conhecida como nitrogênio orgânico
dissolvido (DON).
As formas de nitrogênio disponíveis para a captação pelos seres vivos são o amônio (NH4+) e o nitrato
(NO3-), um íon formado pela oxidação do amônio e do nitrito (NO2-).
O escoamento de nitrato do solo é uma fonte especialmente rica desse nutriente, o que explica por que
a água costeira tende a sustentar populações de plâncton maiores do que a água oceânica. Depois de
ser assimilado por pequenas plantas e organismos semelhantes a plantas, o nitrogênio é reciclado à
medida que os animais os consomem e depois excretam amônio e ureia. Essas formas reduzidas de
nitrogênio são então oxidadas de volta a nitrato, via nitrito, por bactérias nitrificantes. No oceano
profundo, a maior parte do nitrogênio está na forma de nitrato. Em sedimentos anóxicos e em certas
regiões do oceano com baixo teor de oxigênio, as bactérias desnitrificantes usam o nitrato na
respiração e convertem o nitrato de volta em nitrito e gás nitrogênio, que é liberado para a atmosfera.
A outra grande perda ocorre quando organismos e detritos ricos em nitrogênio são enterrados nos
sedimentos oceânicos.
O ciclo do nitrogênio. A vasta reserva de nitrogênio da atmosfera não pode ser assimilada por
organismos vivos até que seja "fixada" por bactérias e cianobactérias, geralmente na forma de íons
amônio e nitrito. O nitrogênio é um elemento essencial na construção de proteínas, ácidos nucleicos e
algumas outras substâncias bioquímicas críticas. A ressurgência e o escoamento das terras trazem
nitrogênio útil para a zona fótica, onde os produtores podem incorporá-lo em moléculas essenciais.
O ferro é usado em quantidades muito pequenas nas reações da fotossíntese, em certas enzimas
cruciais para a fixação de nitrogênio e na estrutura de proteínas. Outros metais essenciais em traços,
como zinco, cobre e manganês, também são usados pelos organismos em pequenas quantidades,
principalmente em enzimas. Embora, em termos absolutos, os organismos exijam apenas quantidades
muito pequenas de ferro, a concentração de ferro na água do mar (em relação à concentração de

27
nutrientes como nitrogênio e fósforo) às vezes pode ser tão baixa que o crescimento do fitoplâncton é
limitado pela disponibilidade de ferro.
Loop Microbiano
Os produtores mais produtivos do oceano são
cianobactérias muito pequenas que operam em um "loop
microbiano". O loop microbiano descreve uma via trófica
na teia alimentar microbiana marinha, onde o carbono
orgânico dissolvido (COD) é devolvido a níveis tróficos
mais altos através de sua incorporação na biomassa
bacteriana e, em seguida, acoplado à cadeia alimentar
clássica formada por fitoplâncton, zooplâncton e nekton.
Os
oceanógrafos
biológicos agora acreditam que a maior fração de
partículas orgânicas na coluna d'água do oceano aberto é
composta por essas células bacterianas heterotróficas
metabolicamente ativas que operam neste loop
microbiano. A produtividade associada a essa "economia
paralela" é considerada consideravelmente maior do que
a "economia oficial". No entanto, não está disponível para
peixes e outros consumidores maiores, pois os pequenos
animais que são suas presas não conseguem separar esses
organismos extremamente pequenos da água circundante.
Os microconsumidores simplesmente utilizam o carbono
e transportam os produtos metabólicos de volta para os
pequenos produtores de cianobactérias.
Marine trophic webs
Food chain (cadeia alimentar): uma cadeia de energia em moléculas de
alimentos que flui de um organismo para o próximo; uma sequência de
organismos relacionados como predador e presa.

28
Rede alimentar: muitas cadeias alimentares interligadas que permitem o fluxo de energia de um
organismo para o próximo.

Nível trófico: um degrau na cadeia alimentar ou rede alimentar.


Pirâmide de energia: um diagrama que mostra a quantidade relativa de energia encontrada em cada
nível; os produtores primários são sempre encontrados no primeiro nível, enquanto os consumidores
ocupam outros níveis.
A perda de energia entre cada população alimentar limita o número de populações alimentares em um
ecossistema. Se houvesse muitos níveis, não haveria energia suficiente para sustentar os organismos
nos níveis tróficos superiores. Além disso, cada população alimentar deve necessariamente ter menos
massa do que a população que ela consome. Como resultado, os membros individuais de uma
população alimentar geralmente são maiores em tamanho e menos numerosos do que sua presa.
Rede alimentar pelágica Podem ser distinguidas
duas redes alimentares com estruturas diferentes: A clássica (autotrófica), com o fitoplâncton
como base. A rede alimentar microbiana (heterotrófica), com as bactérias como
base. A energia (produzida no nível trófico basal) atinge níveis tróficos superiores, ou seja, o
zooplâncton, diretamente na rede alimentar clássica, ao contrário da rede alimentar microbiana,
onde passa por níveis tróficos adicionais antes de atingir o zooplâncton. A energia é perdida entre
cada nível trófico, portanto, menos energia deve atingir níveis tróficos superiores na rede
alimentar microbiana do que na rede alimentar clássica. No entanto, fatores como a

29
comestibilidade da presa, temperatura e propriedades do predador
também podem influenciar as estruturas e funções das redes
alimentares.

Microbial and herbivorous trophic webs


A visão atualmente aceita é que as duas redes tróficas sempre
coexistem:
Elas estão interconectadas.
A predominância de uma ou outra depende da quantidade de
nutrientes e do tamanho das células de fitoplâncton.

Rede alimentar bentónica Neve marinha: A zona fótica superior do


oceano está cheia de matéria orgânica particulada (POM) e é bastante
produtiva, especialmente nas áreas costeiras e nas áreas de afloramento.
No entanto, a maior parte do POM é pequena e leve. Pode levar centenas,
ou até milhares de anos para que essas partículas se depositem através
da coluna de água no oceano profundo. Esse atraso é longo o suficiente
para que as partículas sejam remineralizadas e absorvidas por
organismos nas redes tróficas. Quedas de baleias: Para o ecossistema do
oceano profundo, a morte de uma baleia é o evento mais importante.
Uma baleia morta pode trazer centenas de toneladas de matéria
orgânica para o fundo do mar.

30
Modelo conceitual dos principais fluxos de carbono (C) e
nitrogênio (N) entre as redes tróficas pelágicas e
bentônicas (adaptado de Moloney e Field 1991; Painting et
al. 1993; Pearson e Rosenberg 1978; Birchenough et al.
2012b). As principais vias tróficas são da fitoplâncton para
os heterótrofos (por exemplo, zooplâncton) para níveis
tróficos superiores (por exemplo, peixes) e da fauna
bentônica para peixes. Nutrientes que impulsionam o
sistema estão disponíveis a partir de reservatórios
dissolvidos e detritais, e entradas atmosféricas. As
comunidades sedimentares incluem micróbios, meiofauna
(\1 mm) e macrofauna ([1 mm). Elas são influenciadas
pelos tipos de sedimentos (de grosseiros a lamacentos) e
pela profundidade da camada óxica. A metade inferior do
diagrama representa transições na bioturbação e
profundidade de penetração do oxigênio (OPD) em três
locais de estudo. SB refere-se ao local no Southern Bight, OG
aos Oyster Grounds e ND ao local ao norte do Dogger Bank.

Ways to study Food webs


• Stomach content analysis As análises de conteúdo
estomacal envolvem a pesagem individual dos estômagos, o
esvaziamento dos conteúdos estomacais, a pesagem do
estômago vazio e a identificação de todos os itens de presa até o menor nível taxonômico possível.
Cada item é então contado, pesado, e medidas de comprimento individuais.
• an array of biochemical índices
• Electron transport system activity (ETS), fornece taxas de respiração potenciais a partir de medições
da atividade máxima das enzimas envolvidas na cadeia de transporte de eletroes da respiração.
• Amino acyl-tRNA synthetase activity (AARS); A atividade da AARS está diretamente relacionada à
síntese de proteínas e, portanto, deve estar relacionada ao crescimento somático. A atividade da AARS
parece ser uma boa candidata a ser usada como um índice de crescimento em zooplâncton.
•Fatty acids (FA) Os lipídios são um grupo de compostos biologicamente importantes que podem ser
usados como indicadores das relações entre um organismo e seu ambiente. A composição de classes
de lipídios identifica tipos de lipídios de armazenamento, o que pode sugerir uma existência pelágica
ou bentônica, e pode ser usada para medir a condição de um organismo. A análise de FA é uma
ferramenta bem estabelecida para estudar interações tróficas em habitats marinhos. No entanto, sua
aplicação em teias alimentares bentônicas apresenta dois desafios particulares.
Em primeiro lugar, ao contrário do zooplâncton pelágico, os consumidores bentônicos têm acesso a
diferentes tamanhos e grupos funcionais de produtores primários e podem consumir uma dieta
altamente mista. As classes de produtores primários bentônicos são distintas em sua composição
geral de FAs, mas a maioria delas não possui FAs de marcação exclusiva que possa ser usada para
identificar sua contribuição para níveis tróficos superiores.
Em segundo lugar, ao contrário de predadores mamíferos, os invertebrados bentônicos têm a
capacidade de modificar significativamente FAs na sua dieta e, assim, obscurecer marcadores de
fontes de alimentos. Estudos de alimentação controlada têm sido usados para distinguir FAs
31
rastreadores dietéticos daqueles que são modificados pelo consumidor em vários invertebrados
bentônicos, mas mais estudos desse tipo são necessários.
• Stable isotopes (13C, 15N) Os isótopos estáveis são indicadores
da origem de moléculas orgânicas e estão diretamente ligados à
dieta. As dimensões do nicho trófico podem refletir o nicho
ecológico das populações. O nicho isotópico pode ser definido
como uma área (espaço δ) com valores isotópicos δ como

coordenadas.
Growing patterns show that beaks grow throughout the squid lifetime by a continuous deposition
of material. This new material can influence the results of the stable isotopic analysis. δ13C and
δ15N values (from − 26.3 to − 20.6‰ and from + 3.2 to + 8.2‰, respectively) from different beak
regions indicated that K. longimana inhabits regions spanning a wide latitudinal range, and the
trophic level at which it feeds increases throughout its lifetime
Jackson et al. (2011)
desenvolveram um método
com base em um quadro
bayesiano para comparar e
visualizar os nichos
isotópicos de comunidades
individuais (SIBER, Elipses
Bayesianas de Isótopos
Estáveis no R). A partilha de
nichos facilita a coexistência
de espécies em um mundo de
recursos limitados,
enriquecendo assim a biodiversidade. Isso significa que as diferentes espécies ocupam nichos
ecológicos ou tróficos ligeiramente diferentes, permitindo que coexistam em um ambiente com
recursos limitados.
• In situ feeding observations - Time lapsed cameras and ROV observations
• Molecular
• Metabarcoding O metabarcoding permite a análise genética de amostras agrupadas de várias fontes.
Está se tornando popular no estudo da dieta animal, especialmente porque permite a análise da
composição de fezes sem a necessidade de manusear os animais. A detecção de táxons em amostras
agrupadas pode ser alcançada usando a amplificação de PCR seguida de sequenciamento em massa de
regiões de genes homólogos. Essas curtas regiões de DNA genômico são usadas como "etiquetas"
únicas de espécies para identificação de espécimes. As sequências obtidas são então comparadas com
32
códigos de barras de referência em bancos de
dados públicos para determinar a similaridade
para a identificação taxonômica.
Essa abordagem chamada metabarcoding
provou ser uma ferramenta eficaz para
caracterizar a dieta de predadores por meio da
análise de suas fezes ou conteúdo do trato
gastrointestinal.
• Modeling - modelos matemáticos são
frequentemente usados para quantificar
interações biológicas não medidas. Modelos
inversos lineares (LIMs) são usados para reconstruir os fluxos de
material e energia através das redes alimentares em que o número de
medições é uma fração do número total de fluxos.

Foi desenvolvido um modelo de ecossistema para as águas profundas e o oceano aberto na zona
econômica exclusiva dos Açores, com o objetivo principal de caracterizar a teia alimentar e a estrutura
do ecossistema.
Este modelo de ecossistema inclui 45 grupos funcionais, abrangendo desde um grupo de detritos, dois
grupos de produtores primários, oito grupos de invertebrados, 29 grupos de peixes, três grupos de
mamíferos marinhos, um grupo de tartarugas e um grupo de aves marinhas.

Yipieeeeeeee

33

Você também pode gostar