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DECLARACAO SOB COMPRIMISO DE HORA

Declaro por minha hora que esta monografia é o resultado da minha investigação pessoal e das
minha orientações do meu supervisor e co-supervisora, o meu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia. Declaro ainda que,
este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para qualquer grau académico.

Maputo,-------- de ---------------------------------- de 2020

------------------------------------------------------------------------

(Rosa Chano António)


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais, esposo, meu filhos e minha
irmã. A eles, todos meu amor, carinho e mais profundo agradecimento pelo apoio estendido nos
momentos mais difíceis desta vencida jornada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, estar sempre comigo em todo momentos da minha vida.

Agradeço aqui, de uma forma geral, a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram
de uma maneira para que esta tão esperada jornada pudesse ser realizada.

Em especial agradeço ao meu supervisor Prof. Doutor Daniel Agostinho pela orientação,
Índice
1. Objectivos....................................................................................................................................3

1.1. Objectivo geral......................................................................................................................3

1.2. Objectivos específicos...........................................................................................................3

1.2. Problema...............................................................................................................................4

1.3. Questões de pesquisa............................................................................................................5

1.4. Justificativa e Relevância......................................................................................................6

2. Revisão Bibliográfica..................................................................................................................7

3.2.5. Doenças relacionadas à ausência de salubridade ambiental................................................14

4. Metodologia...............................................................................................................................16

4.2. Técnica de recolha de dados...............................................................................................17

4.4. Descrição do local de colheita de amostras e critérios de amostragem..............................19

4.5. Procedimentos de colheita de amostras..............................................................................19

4.6. Acondicionamento e transporte das amostras.....................................................................20

4.7. Trabalho Experimental........................................................................................................21

4.7.1. Experiência 1: Determinação de pH.............................................................................21

4.7.2. Experiência 2: Determinação da turbidez....................................................................21

4.7.3. Experiência 3: Determinação de coliformes termotolerantes (fecais) e E. Coli...........22

4.7.4. Experiência 3: Determinação de V.cholerae................................................................22

4.7.5. Identificação do ião fosfato, PO4-3................................................................................22

4.7.6. Identificação do ião cianeto..........................................................................................23


4.7.7. Identificação do ião sulfato..........................................................................................23

5. Referências bibliográficas.........................................................................................................23

CAPÍTULO I

1. Introdução

A água por ser uma fonte de vida indispensável e recurso natural, todos os seres vivos dependem
fundamentalmente dela para o seu desenvolvimento.

As actividades humanas, assim como os processos naturais, podem alterar as características


físicas, químicas e biológicas da água, com ramificações específicas para a saúde humana e do
ecossistema (CARR & NEARY, 2008).

Os sistemas de saneamento de águas residuais ou industriais são importantes para a saúde de


uma comunidade, pois possibilitam o controlo e prevenção de muitas doenças gerando condições
de higiene que promovem a saúde pública (GUIMARÃES, et al., 2007).
O ser humano é um grande gerador de diversos tipos de resíduos, tais como, esgotos, lixo e
partículas na atmosfera. A disposição adequada dos esgotos é essencial à protecção da saúde
pública e do meio ambiente.
Entretanto, os esgotos sem o tratamento adequado transportam matéria orgânica, nutrientes e
organismos patogénicos nos rios que podem alterar o equilíbrio ecológico e a qualidade das
águas (LEAL, 2008).
É necessário certificar-se da eficiência de cada processo de tratamento e de seu custo de modo
evitar os transtornos futuramente.

Os serviços de saneamento básico são importantes para o desenvolvimento das cidades, visando
proporcionar uma melhor qualidade de vida à população e ajudando também na preservação do
meio ambiente. É muito frequente ao longo do nosso vasto território nos depararmos com a
degradação do ambiente causado pelos agentes poluidores (NHAMPOSSA, 2016).
Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, directa ou
indirectamente, nos corpos de água, após o devido tratamento a fim de garantir a saúde pública e
a preservação ambiental (ALEGRE , 2009).

1. Objectivos

1.1. Objectivo geral


 Avaliar os efeitos das águas residuais da Vila Olímpica e Estádio Nacional Zimpeto na água
do rio Mulauze e na saúde pública.

1.2. Objectivos específicos


 Determinar o grau de contaminação microbiológica das águas residuais da Vila Olímpica e
Estádio Nacional Zimpeto e do rio Mulauze;

 Determinar os parâmetros físico-químicos nas águas residuais da Vila Olímpica e Estádio


Nacional Zimpeto e água do rio Mulauze;

 Aferir a qualidade das águas residuais da Vila Olímpica e Estádio Nacional Zimpeto de
acordo com a norma de descargas de águas residuarias.

 Propor estratégias de redução dos efeitos das águas residuais da Vila Olímpica e Estádio
Nacional Zimpeto sobre o rio Mulauze e saúde pública.
1.3. Problema
A saúde e o bem-estar do homem estão directamente relacionados com a qualidade do meio
ambiente, isto é, com suas condições físicas, químicas e biológicas (AHMED, 2003). A água é
um dos recursos que deve cumprir com essas condições.

Com desenvolvimento urbano há necessidade de criação de esgotos que canalizem águas


residuais para locais apropriados. No entanto, actualmente a população da província de Maputo,
distrito KaMubukwana no bairro do Zimpeto, concretamente nos arredores do Estádio Nacional
do Zimpeto, tem-se deparado com o problema ambiental de descarga de águas residuais não
tratadas sobre o rio Mulauze e inocentemente a comunidade, faz pequenos poços onde é retirada
a água provavelmente contaminada para irrigação das culturas agrícolas e fazem lavagem de
alguns instrumentos de trabalho (enxadas, catanas e entre outros), e algumas partes do corpo
após trabalho, podendo assim contrair as doenças de veiculação hídrica.

Essa descarga directa pode culminar com poluição do solo e da água do rio. Os efluentes urbanos
não tratados, oriundos de esgotos domésticos e industriais, possuem concentrações elevadas de
microrganismos patogénicos. Tendo como consequência para seres humanos doenças que
ocorrem devido a ingestão de alimentos, de água contaminada por microrganismos como: vírus,
bactérias, parasitas, toxinas, agrotóxicos, metais pesados (NET et al., 2011 )
São inúmeras as doenças que podem ser transmitidas pela falta da disposição adequada de esgoto
como proliferação de bactérias que podem causar doenças diarreicas e mau cheiro das valas
(SANEAGO, 2005).

Este fenómeno de cheiro nauseabundo derivado da vala que canaliza águas residuais não
tratadas, tem criado desconforto a população que se encontra ao redor do Estádio Nacional do
Zimpeto.

Considerando a problemática acima abordada, surge a seguinte questão:

Quais são os efeitos que as águas residuais do Estádio Nacional de Zimpeto e Vila Olímpica
sobre o rio Mulauze e na saúde da população ao redor do rio?

1.4. Questões de pesquisa


 Qual é o grau de contaminação microbiológica das águas residuais da Vila Olímpica e
Estádio Nacional Zimpeto e do rio Mulauze?
 Quais são os parâmetros físicos-químicos das águas residuais da Vila Olímpica e Estádio
Nacional Zimpeto e água do rio Mulauze?
 Qual é o grau de cumprimento dos padrões da Norma de Descarga de Águas Residuais das
águas residuais da Vila Olímpica e Estádio Nacional Zimpeto?
 Quais são as estratégias de redução dos efeitos das águas residuais da Vila Olímpica e
Estádio Nacional Zimpeto sobre o rio Mulauze e saúde pública?

1.4. Justificativa e Relevância


A disposição adequada dos esgotos domésticos é importante para à protecção da saúde pública e
do meio ambiente.

O interesse pelo tema do estudo surgiu pela experiencia própria, formação académica, e sendo e
residente da Vila Olímpica, e o sofrimento da população que passa diariamente num dos
arredores do Bairro do Zimpeto, concretamente no Estádio Nacional do Zimpeto, para quem vai
à terminal dos transportes semi-colectivos de passageiros, tem-se confrontado com mau cheiro
derivado das valas que canalizam águas residuais provenientes da Vila Olímpica e do Estádio
Nacional do Zimpeto até o rio Mulaúze. Desse modo os efluentes do rio Mulauze podem possuir
uma elevada carga de microrganismos patogénicos e contaminar o solo, a água, outros
ecossistemas adjacentes e por em risco a saúde população que usa aquela água provavelmente
contaminada para irrigação das culturas.

Com as chuvas que verificam-se na cidade de Maputo uma parte da vala de drenagem rompeu-se
e fez com que as águas dos esgotos e vários resíduos sólidos se espalhassem em algumas
machambas ao redor e nos dias de calor intenso o mau cheiro, torna-se mais forte e acaba criando
irritações nasais e desconforto.

Os agricultores com machambas próximas da vala de drenagem, fazem pequenos poços onde
retiram água para irrigação das culturas e com a falta de tratamento adequado dessas águas pode
propiciar o surgimento de várias doenças relacionadas com os esgotos domésticos.

Portanto os serviços de saneamento básico são importantes para o desenvolvimento de uma


comunidade, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida à população e ajudando
também na conservação e preservação dos ecossistemas.

Este trabalho é relevante à medida em que:

 Irá melhorar os problemas sanitários locais


 Impulsionará a redução de problemas estéticos desagraveis,
 Impulsionará a redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças e na conservação
do próprio ambiente.

PÍTULO II

2. Fundamentação Teórica
2.1. Esgoto

Esgoto é uma tubulação condutora das águas servidas de uma comunidade como, também, o
próprio líquido que flui por essas canalizações. Esse termo é usado para caracterizar os efluentes
provenientes de diversas modalidades do uso de águas, tais como as de uso doméstico,
comercial, hospitalar, industrial, de utilidade pública, de áreas agrícolas, de superfície, de
infiltração, pluviais e outras fontes (CHAGAS, 2000).
O esgoto é constituído por líquido contendo cerca de 99,9% de água e 0,1% de substâncias
minerais e orgânicas em dissolução e em suspensão (BETTIOL; CAMARGO, 2000).

Segundo a norma brasileira NBR 9.648 (ABNT, 1986), o esgoto sanitário é o despejo líquido
constituído de esgoto doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial
parasitária.

A norma citada define:

Esgoto doméstico é o despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades
fisiológicas humanas;

Esgoto industrial é o despejo de líquido resultante dos processos industriais, respeitados os


padrões de lançamento estabelecidos;

Água de infiltração é toda água proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador e que
penetra nas canalizações;

Contribuição pluvial parasita define-se como a parcela do deflúvio superficial inevitavelmente


absorvida pela rede de esgoto sanitário.

Ainda, sabe-se que o esgoto divide-se em três partes. São elas:

1) Esgoto primário: trata-se da porção do esgoto que está em contacto com os gases
provenientes do colector público ou fossa. Ou seja, após a caixa sifonada no sentido do
escoamento, as partes componentes da rede de esgoto primário são: ramal de descarga, ramal de
esgoto, tubo de queda, subcolector, colector predial, caixa de gordura, caixa de inspecção e caixa
colectora;

2) Esgoto secundário: refere-se à parcela do esgoto que não entra em contacto com os gases
originados do colector público ou fossa séptica. Ou seja, as partes componentes da rede de
esgoto secundário vão dos aparelhos de utilização até a caixa sifonada;
3) Ventilação: sua finalidade é dar escape aos gases provenientes da rede pública ou mesmo da
rede interna do edifício e, ainda, manter a pressão atmosférica dentro da tubulação quando das
descargas nos aparelhos.

Nos esgotos predominantemente domésticos lançados em rede pública, os principais parâmetros


para uma avaliação de qualidade destas águas residuárias são: os sólidos, os indicadores de
matéria orgânica, o Nitrogénio, o Fósforo e os indicadores de contaminação fecal ( SPERLING,
2005).

Os esgotos são compostos por constituintes físicos, químicos e biológicos. Desde que não haja
significativa contribuição de despejos industriais a composição do esgoto doméstico ou sanitário
é razoavelmente constante. Este efluente contem aproximadamente 99,9% de água, e apenas
0,1% de sólidos. Os esgotos industriais além da matéria orgânica, podem carregar substâncias
químicas tóxicas ao homem e outros animais (MOTA, 1997).

2.2.Características físicas do esgoto

As características físicas do esgoto podem ser interpretadas pela obtenção das grandezas
correspondentes às seguintes determinações: matéria sólida, temperatura, odor, cor e turbidez.
Das características físicas, o teor de matéria sólida é o de maior importância, em termos de
dimensionamento e controle de operações das unidades de tratamento. A remoção da matéria
sólida é fonte de uma série de operações unitárias de tratamento, ainda que represente apenas
cerca de 0,08% dos esgotos (água compõe os restantes 99,92%) (CETESB, 1985).

Matéria sólida total


A matéria sólida total do esgoto pode ser definida como a matéria que permanece como resíduo
após evaporação a 103°C. O conhecimento da fracção de sólidos voláteis apresenta particular
interesse nos exames dos lodos dos esgotos (para se saber sua estabilidade biológica) e nos
processos de lodos activados (para se saber a quantidade de matéria orgânica que toma parte no
processo) (ANDREOL et al., 1994).

A matéria em suspensão, para efeito de controle da operação de sedimentação, costuma ser


classificada em: sedimentável (aquela que sedimenta num período razoável de tempo, tomado
arbitrariamente entre 1 ou 2 horas) e não sedimentáveis (finamente dividida e que não sedimenta
no tempo arbitrário de 2 horas). Em termos práticos, a matéria não sedimentável só será
removida por processos de oxidação biológica e de coagulação seguida de sedimentação
(JORAO et , 1995).

Temperatura
A temperatura dos esgotos é, em geral, pouco superior à das águas de abastecimento (pela
contribuição de despejos domésticos que tiveram as águas aquecidas). Pode, no entanto,
apresentar valores reais elevados, pela contribuição de despejos industriais. Normalmente, a
temperatura nos esgotos está acima da temperatura do ar, à exceção dos meses mais quentes do
verão, sendo típica a faixa de 20 a 25°C (ROQUE, 1997).
Em relação aos processos de tratamento sua influência se dá, praticamente: nas operações de
natureza biológica (a velocidade de decomposição do esgoto aumenta com a temperatura, sendo
a faixa ideal para a actividade biológica 25 a 35°C, sendo ainda 15°C a temperatura abaixo da
qual as bactérias formadoras do metano se tornam inactivas na digestão anaeróbia); nos
processos de transferência de oxigénio (a solubilidade do oxigénio é menor nas temperaturas
mais elevadas); e nas operações em que ocorre o fenómeno da sedimentação (o aumento da
temperatura faz diminuir a viscosidade melhorando as condições de sedimentação) (CHAGAS,
2000).

Odor

Os odores característicos dos esgotos são causados pelos gases formados no processo de
decomposição. Quando ocorrem odores diferentes e específicos, o fato se deve à presença de
despejos industriais. Nas estações de tratamento o mau cheiro eventual pode ser encontrado não
apenas no esgoto em si, se ele chega em estado séptico, mas principalmente em depósitos de
material gradeado, de areia, e nas operações de transferência e manuseio do lodo. Assim, uma
atenção especial deverá ser dada às unidades que mais produzem esses odores desagradáveis,
como é o caso das grades na entrada da estação de tratamento de esgoto, das caixas de areia e dos
adensadores de lodo (JORDAO & PESSOA, 1995).

Cor e turbidez

A cor e a turbidez indicam de imediato, e aproximadamente, o estado de decomposição do


esgoto ou sua “condição”. A tonalidade acinzentada da cor é típica do esgoto fresco. A cor preta
é típica do esgoto velho e de uma decomposição parcial. Os esgotos podem, no entanto,
apresentar qualquer outra cor, nos casos de contribuição importante de despejos industriais,
como por exemplo, dos despejos de indústrias têxteis ou de tintas. A turbidez não é usada como
forma de controle do esgoto bruto, mas pode ser medida para caracterizar a eficiência do
tratamento secundário, uma vez que pode ser relacionada à concentração de sólidos em
suspensão (NUVOLARI, 2003).

2.3.Características químicas

A composição química das diversas substâncias presentes nos esgotos domésticos é


extremamente variável, dependendo dos hábitos da população e diversos outros factores. Esta
variação vem sendo verificada devido a utilização de modernos produtos químicos de limpeza
utilizados nas residências. O grau de complexidade da composição química de tais substâncias
vem aumentando significativamente, sendo exemplo notório a presença de detergentes em
concentrações cada vez maiores, bem como alguns insecticidas e bactericidas, que já merecem
estudos específicos de região para região (ROQUE, 1997).

A origem dos esgotos permite classificar as características químicas em dois grandes grupos: da
matéria orgânica e da matéria inorgânica.

Substâncias orgânicas
Os grupos de substâncias orgânicas nos esgotos são constituídos principalmente por compostos
de proteínas (40 a 60%), carboidratos (25 a 50%), gordura e óleos (10%), ureia, sulfactantes,
fenóis e pesticidas.
Proteínas:
As proteínas são produtoras de nitrogénio e contém carbono, hidrogénio, oxigénio, algumas
vezes fósforo, enxofre e ferro. As proteínas são o principal constituinte de organismos animais,
mas ocorrem também em plantas. O gás sulfídrico presente nos esgotos é proveniente do enxofre
fornecido pelas proteínas (JORDAO et al., 1995).
Carboidratos:
Os carboidratos contêm carbono, hidrogénio e oxigénio. São as primeiras substâncias a serem
destruídas pelas bactérias, com produção de ácidos orgânicos. Entre os principais exemplos de
carboidratos pode-se citar os açúcares, o amido, a celulose e a fibra da madeira (NUVOLI,
2003).
Gordura:
A gordura é um termo que normalmente é usado para se referir à matéria graxa, aos óleos e às
substâncias semelhantes encontradas no esgoto. A gordura está sempre presente no esgoto
doméstico proveniente do uso de manteiga e óleos vegetais em cozinhas, podendo estar presente
também sob a forma de óleos minerais derivados do petróleo e neste caso sua presença é
altamente indesejável, pois geralmente são contribuições não permitidas que chegam às
canalizações em grande volume ou grande concentração aderindo às paredes das mesmas
provocando seu entupimento. As gorduras e muito particularmente os óleos minerais, não são
desejáveis nas unidades de transporte e de tratamento dos esgotos: aderem as paredes,
produzindo odores desagradáveis além de diminuir as secções úteis; formam “escumas”, uma
camada de material flutuante nos decantadores, o que poderá vir a entupir os filtros, interferem e
inibem a vida biológica e trazem problemas de manutenção. Em vista disso, costuma-se limitar o
teor de gordura nos efluentes ( CORAUCC, 1991).
Detergente:
Os surfactantes são constituídos por moléculas orgânicas com a propriedade de formar escuma
no corpo receptor ou na estação de tratamento em que o esgoto é lançado. Tendem a se agregar à
interface ar-água, e nas unidades de aeração aderem à superfície das bolhas de ar, formando uma
escuma muito estável e difícil de ser quebrada. O tipo mais comum é o chamado ABS (Alquil –
Benzeno – Sulfonado), típico dos detergentes sintéticos e que apresenta resistência à acção
biológica; este tipo vem sendo substituído pelos do tipo “LAS” (Arquil – Sulfonado – Linear)
que é biodegradável (JORDAO & PESSOA , 1995).
Substâncias inorgânicas
A matéria inorgânica contida nos esgotos é formada, principalmente, pela presença de areia e de
substâncias minerais dissolvidas. A areia é proveniente de águas de lavagem das ruas e de águas
de subsolo, que chegam as galerias de modo indevido ou que se infiltram através das juntas das
canalizações (SMITH, 1996).

2.3.Características biológicas
Os principais grupos de microrganismos importantes para os processos de tratamento são
aqueles utilizados nos processos biológicos, os indicadores de poluição e especialmente os
patógenos, capazes de transmitir doenças por veiculação hídrica. Os principais organismos
encontrados nos esgotos são: as bactérias, os fungos, os protozoários, os vírus, as algas e alguns
grupos de plantas e animais (VIEL, 1994).
As bactérias constituem talvez o elemento mais importante do grupo de microrganismos,
responsáveis pela decomposição e estabilização da matéria orgânica, tanto na natureza como nas
unidades de tratamento biológico (CETESB, 1985)

3. Processos de tratamento de águas residuárias


Um processo de tratamento da água residual deve ser capaz de atingir os padrões de qualidade
exigidos para a reutilização e protecção da saúde pública é o elemento crítico do sistema de
reutilização (ASANO, 1998).

Tratamento de águas residuárias são processos artificiais de depuração, remoção de poluentes e


adequação dos parâmetros das águas residuárias, de modo torná-la própria para lançamento e
disposição final, visando preservar as condições e padrões de qualidade dos corpos de água
receptores.
Os processos de tratamento de águas residuárias são classificados em dois tipos: físico-químicos
e biológicos (NUNES, 2010).
3.1. Processos físico-químicos:
Os processos físicos e químicos estão inter -relacionados sendo geralmente chamados de físico-
químicos.
Processos físicos: São processos de tratamento de águas residuárias em que se aplicam
fenómenos de natureza física, tais como: gradeamento, peneiramento, sedimentação, floculação,
decantação, filtração, osmose reversa e resfriamento.

Processos químicos: São processos de tratamento de águas residuárias em que são aplicadas
produtos químicos ou de reacções e interacções químicas, tais como: coagulação, correcção de
pH (neutralização), equalização (homogeneização), precipitação, oxidação, redução, adsorção,
troca iónica, eletrodiálise, desinfecção, etc.

3.2.1. Processos Biológicos

São processos de tratamento de águas residuárias que são feitas através de actividades biológicas
ou bioquímicas. Os processos biológicos podem ser aeróbio ou anaeróbios, tais como: lodos
activados, lagoas de estabilização, filtros biológicos e reactores anaeróbios (NUNES, 2010).

3.2.3. Tratamento preliminar (pré-tratamento)


Tem objectivo de remover sólidos grosseiros e outros materiais de grandes dimensões
normalmente presentes nas águas residuais. Esta operação é necessária para proteger os
equipamentos e processo de tratamento a jusante. O tratamento preliminar típico inclui as
operações de gradagem, desarenamento e desengorduramento. Nesta fase a água residual é
preparada para as fases de tratamento subsequentes, podendo ser sujeita a um pré-arejamento e a
uma igualização tanto de caudais como de carga (orgânica ou físico-química) (ASANO, 1998).
3.2.4.Tratamento primário
Tem objectivo de remover os sólidos sedimentáveis e a matéria flutuante e assim reduzir o
conteúdo em sólidos suspensos. Convencionalmente o tratamento primário é eficiente na
remoção de partículas superiores 50 μm (ASANO, 1998).
Em geral cerca de 50 a 70% de SST e 25 a 40% de CBO5.são removidos da água residual nesta
etapa (METCALF & EDDY, 2003). Nutrientes, constituintes hidrofóbicos, metais e
microrganismos também podem ser removidos no tratamento primário. Cerca de 10 a 20% do
azoto orgânico e cerca de10% de fósforo são removidos num tratamento primário convencional.
A eficiência de remoção do tratamento primário pode ser aumentada através da incorporação de
um processo de coagulação/floculação a montante da sedimentação gravítica e/ou pela utilização
de filtração após sedimentação (ASANO, 1998). Para várias aplicações de reutilização, o
tratamento primário fornece o tratamento necessário para se tingir os valores de qualidade
pretendidos (ASANO, 1998).
3.2.5.Tratamento secundário
Tem objectivo de remover a matéria orgânica biodegradável (em solução ou em suspensão) e os
sólidos suspensos (Metcalf & Eddy, 2003). O tratamento secundário inclui um conjunto de
processos de tratamento biológico conjuntamente com uma separação sólido/líquido.
3.2.6.Tratamento terciário Ou tratamento de afinação
De uma forma geral o tratamento terciário refere-se à remoção adicional de sólidos suspensos,
coloidais e dissolvidos por técnicas de separação físico-química como a adsorção,
floculação/precipitação, membranas ou filtração avançada, permuta iónica e osmose inversa de
sólidos que persistem após o tratamento secundário. O tratamento terciário é necessário se
pretende-se remover azoto, fósforo (nos casos em que o tratamento secundário não tem essa
finalidade), e para a remoção adicional de sólidos, compostos orgânicos, metais pesados e
microrganismos (METCAL & EDDY, 2003).

3.2.4. Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos)


São aquelas causadas por patogénicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) existentes em
excretas humanas, normalmente nas fezes (RIBEIRO & ROOKE, 2010). Os autores enfatizam
que muitas doenças relacionadas com as excretas também estão relacionadas à água. Podem ser
transmitidas de várias formas como, por exemplo: - Ingestão de alimento e água contaminada
com material fecal (salmonelose, cólera, febre tifóide e outras); - Transmissão através de insectos
vectores que se reproduzem em locais onde há fezes expostas ou águas altamente poluídas em
tanques sépticos, latrinas e outros (filariose). Estes mosquitos se reproduzem em águas poluídas,
lagos e mangues. A presença desses mosquitos está associada à falta de sistemas de drenagem e a
carência de disposição adequada dos esgotos (RIBEIRO & ROOKE, 2010)

3.2.5. Doenças relacionadas à ausência de salubridade ambiental


Segundo (RIBEIRO & ROOKE, 2010) destacaram que as doenças infecciosas relacionadas com
a água podem ser causadas por agentes microbianos e agentes químicos e de acordo com o
mecanismo de transmissão destas doenças, podem ser classificadas em quatro grupos (Tabela 1).

Tabela 1. Doenças infecciosas relacionadas com a água.

1o GRUPO Doenças cujos agentes Cólera (agente etimológico:


infecciosos são transportados Vibrio Cóleras) -Febre tifóide
pela água ou alimento (agente etnológico:
contaminados por organismos Salmonella Typhi) -Disenteria
patogénicos, como por bacilar (agente etimológico:
exemplo: Shigella Spp) -Hepatite
infecciosa (agente
etimológico: Vírus)
2o GRUPO Doenças adquiridas pela -Diarreias; -Infecções de pele
escassez de água para a e olhos: sarnas, fungos de
higiene. A falta de água afecta pele, tracoma (infecção nos
directamente a higiene pessoal olhos), etc. -Infecções
e doméstica propiciando causadas por piolhos, como a
principalmente a disseminação febre tifóide.
de doenças tais como:
3o GRUPO Doenças adquiridas pelo - Esquistossomose
contacto com a água que
contém hospedeiros aquáticos.
São aqueles em que o
patogénico passa parte do seu
ciclo de vida na água, em um
hospedeiro aquático
(caramujo, crustáceo e outros).
4o GRUPO Doenças transmitidas por
insectos - vectores
relacionados com água.
Fonte: Adaptado de (RIBEIRO & ROOKE ,2010).

Saúde publica

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 1946, que saúde significa um completo
bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade.

Saneamento Ambiental

O Saneamento Ambiental é o conjunto operacional da Saúde Ambiental, que engloba todas as


acções isoladas ou em conjunto, destinadas a assegurar a saúde no contexto ambiental (SILVA,
2005).

Saneamento é o controle de todos os factores do meio físico do homem que exercem ou podem
exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar físico, mental ou social (MOTTA, 1993).

Saneamento é o conjunto de medidas adoptadas, que visa modificar as condições do meio com a
finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, é essencial na garantia da saúde pública,
abrangendo todos os serviços básicos como: abastecimento de água, destino de águas servidas e
sistemas de esgoto, destino de resíduos, controle de animais e vectores de doenças, segurança
alimentar, saneamento de moradias, locais de trabalho, escolas e áreas de recreação, tanto no
quotidiano quanto em situações de emergência. Todas essas preocupações têm um objectivo
comum, principalmente evitar a transmissão de doenças pela ingestão de água ou alimentos
contaminados (VIEL, 1994).

Quadro 5: Os impactos e as principais consequências no meio ambiente provocadas por


alguns factores relacionados com o esgoto ( MOTA, 1997).

Aspecto em foco Consequências


Sólidos suspensos e dissolvidos  Diminuição da vazão do rio e de
volumes de armazenamento
(Assoreamento) → inundações;
 Soterramento de animais e ovos de
peixes .Aumento da turbidez da água
→ redução da transparência da água →
diminuição da actividade fotossintética
→ redução do oxigénio dissolvido
impactos sobre a vida aquática.

Nutrientes  Eutrofização da água;


 Proliferação de algas e de vegetação
aquática;
 Prejuízos a recreação e navegação
Presença dos microrganismos patogénicos  transmissão de doenças ao homem.
Mudanças no pH  Efeitos sobre a fauna e flora.
Compostos tóxicos  Danos à saúde humana;
 • Danos à vida aquática
Corantes  Danos à vida aquática; • Prejuízos aos
usos.
Substâncias tensioactivas  Danos a fauna; • Geração de espumas.
Substâncias radioactivas  Danos à saúde humana e animal.

CAPITULO III

4. METODOLOGIA
Neste capítulo são apresentados e discutidos os métodos, os materiais usados assim como os
procedimentos experimentais seguidos na realização do trabalho.

Para a realização da presente pesquisa recorrer-se-á ao método experimental com uma


abordagem quantitativa.

4.1. Caracterização do rio Mulauze


O rio Mulauze é um pequeno rio com cerca de 20km de extensão, que corre na zona norte para
sul de Moçambique, província de Maputo, desagua no estuário do Espírito Santo, servindo de
limite entre os municípios de Maputo e Matola com coordenadas geográficas 25 o 47′ 05″ S, 32o
34′ 39″ L.

É muito usado para irrigação de hortofrutícolas nas chamadas Zonas Verdes da Cidade de
Maputo, levando a um considerável aumento de salinidade e poluição das suas águas.

Figura 2. Fonte: Google Earth (Mapa da área de estudo).

4.2. Técnica de recolha de dados


A recolha de dados foi materializada com recurso as seguintes técnicas:
a) Observação directa intensiva
A observação consistiu em identificar o local de estudo, as condições de saneamento da vala,
poço e do rio Mulauze onde foram feitas as colheitas das amostras. Foram observados também os
resultados no processo de determinação de parâmetros microbiológicos e físico-químicos.
b) Experimentação

A experimentação consistiu nas experiências de determinação de parâmetros físico-químicos e


microbiológicos.
4.3. Determinação de parâmetros físico-químicos e microbiológicos
A determinação dos parâmetros para a caracterização das águas foram feitas de acordo com os
procedimentos propostos no Standard Methods for theexaminationofwaterandwastewater
(APHA, 2005 e ABNT, 2001).

Parâmetros físicos
A determinação do parâmetro físico foi realizado no laboratório da Faculdade de Ciências
Naturais e Matemática (FCNM) na Universidade pedagógica de Maputo (UP). O parâmetro
determinado é:
 A turbidez.

4.3.1.Parâmetros químicos
Foram determinados os parâmetros químicos no laboratório da Faculdade de Ciências Naturais e
Matemática (FCNM) na Universidade pedagógica de Maputo (UP) os seguintes:
 pH;
 Condutibilidade;
 Cloretos;
 Fosfatos;
 Sulfatos;
 Cianetos.

Utiliza-se ou determina-se os sulfatos como técnica de controle de odores de esgotos a elevação


de pH, pois em pH > 10 praticamente todo enxofre se encontra na forma S -2. No trecho aeróbio
do tubo e em contacto com a humidade da parede interna, ocorre a reacção de formação de ácido
sulfúrico que ataca o concreto.

Além do problema da corrosão, o gás sulfídrico traz o problema do odor em rede coletora de
esgotos, além de exercer efeito tóxico, tendo sido responsável por alguns acidentes com os
operadores não devidamente equipados.
O cianeto será determinado por ser um anião tóxico, prejudicando o abastecimento público de
água, bem como os ecossistemas naturais e os dos reatores para o tratamento biológico de
esgotos.
O fosfato será determinado por ser o principal deles é a eutrofização dos corpos de água, que é a
multiplicação de algas causada pelo excesso de fósforo liberado na água.

Tabela 2. Parâmetros e equipamentos usados nas análises físico-químicas.

Parâmetro Equipamento Marca Modelo


pH pH Metro HANNA -----------
Turbidez Turbidímetro HANNA HI 98703
Condutibilidade condutivimetro COBRA PHYWE

4.3.2.Parâmetros microbiológicos
Os parâmetros microbiológicos determinados no Laboratório de Higiene, Águas e Alimentos,
são:
 Escherichia coli;s
 Coliformes termotolerantes;
 Vibrio cólerae.

4.4. Descrição do local de colheita de amostras e critérios de amostragem


As amostras foram colhidas na província de Maputo, distrito KaMubukwana no bairro do
Zimpeto na vala que canalizam águas residuarias da Vila Olímpica e Estádio Nacional do
Zimpeto, rio Mulauze e poço mais próximo da vala com base numa amostragem não
probabilística por conveniência, no dia 29 de Outubro de 2019, as 7:30 hora, com temperatura
medis do dia 22°c para amostras parâmetros biológicas e para amostras físico-químico foram
colhidas no dia 26 de Novembro de 2019, as 7:48 horas com temperatura media do dia 28°c.

Descrição da Vala
A vala de drenagem é caracterizada por um sistema aberto, construída por cimento betão, em
forma de escadaria, tem uma tubagem feita por 4 manilhas ligadas umas das outras e que
atravessa a Estrada Nacional numero 1 (EN1), escoando as águas dos esgotos da Vila Olímpica,
do Estádio Nacional do Zimpeto assim como as águas pluviais na época chuvosa .
A vala de drenagem não termina exactamente no rio Mulauze, mas sim nas proximidades das
machambas. Na terminal da vala pode-se verificar acúmulos de resíduos sólidos proveniente da
EN1, causada por vendedores informais do mercado grossista do Zimpeto e que são escoados
pelas águas apesar de lá existir uma rede que possibilita á separação dos resíduos sólidos das
águas . Acredita-se que alguns resíduos escapam e são evacuadas palas águas ate o rio em causa
figuras (1,2, 3e 4).

fig.( 1,2,3 e 4) : As figuras mostram acúmulos de resíduos no interior da vala de drenagem


introduzidos pela acção do vento, águas residuarias proveniente da Vila Olímpica e Estádio
Nacional do Zimpeto por vezes escoados pelas águas das chuvas.
4.5. Procedimentos de colheita de amostras para parâmetros microbiológicos
Para a colheita de amostras usou-se:

1. Luvas resistentes de nitrilo.

2, Em um recipiente de vidro, um litro previamente esterilizado foram colhidas no rio, vala e


poço as amostras de águas para determinação de coliformes fecais e escherichia coli .

3.No outro recipiente de vidro 5ml previamente esterilizado foram colhidas no rio, vala e poço as
amostras de águas para determinação de Vibrio Colerae.

Amostras para parâmetros físico-químicos

As amostras, para determinação dos parâmetros físico-químicos foram colhidas em uma garrafa
plástica de 1,5 litros previamente lavadas 10 vezes e esterilizadas com água destilada.

4.6. Acondicionamento e transporte das amostras


As amostras foram acondicionadas em uma caixa térmica com gelo e transportadas no
laboratório conforme vem na figura abixo.

fig.(5,6 e 7) As figuras demonstram a colheita e condicionamento das amostras a serem


analisadas no laboratório de Higiene, água e alimento e laboratório da Faculdade de Ciências
Naturais e Matemática (FCNM) na Universidade pedagógica de Maputo (UP).

Tabela 3. Recomendação quanto ao tipo de frasco, forma de preservação e prazo de


execução de análise para cada parâmetro
Parâmetro Frasco Acondicionamento Prazo
pH Polietileno, ___________ Análise imediata
polipropileno e vidro
Polietileno, Refrigeração a 4º C;
Sulfato 28 dias, 7 dias
polipropileno e vidro pH <8,0.
Polietileno, Refrigeração a 4º C;
Cianeto 14 dias, 24 horas
polipropileno e vidro NaOH para pH> 12.
Polietileno, Refrigeração a 4º C;
Fosfato 28 dias, 7 dias
polipropileno e vidro H2SO4 para pH <2
Polietileno, Refrigeração a 4º C;
Turbidez polipropileno e vidro Evitar exposição á 48 Horas, 24 horas
âmbar luz.
E. coli, Coliformes Polietileno, Refrigeração a 4º C, 8 Horas de
termotolerantes e V. polipropileno e vidro 0,008% Na2S2O3- preferência; Não
colerium âmbar águas contendo cloro exceder 24 horas

Fonte:Adaptada de (STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND


WASTEWATER, 2005 E USEPA, 1999 citadopor ABNT 2005).

Organização de dados
Foram considerados como dados da pesquisa: os resultados da determinação de parâmetros
microbiológicos e físico-químicos. Estes dados foram determinados recorrendo-se aos métodos e
instrumentos: técnica de membrana filtrante (E. coli, Coliformes termotolerantes e V. colerium),
potenciómetros directa (pH) e turbidímetro (turbidez).
Foi o pacote estatístico Excel como ferramenta da analise.

4.7. Trabalho Experimental


O trabalho experimental consistiu em duas (2) fases: a primeira fase de determinação de
parâmetros físicos, químicos e microbiológicos e a segunda fase de identificação de estratégias
de redução dos efeitos das águas residuais da Vila Olímpica e Estádio Nacional Zimpeto sobre o
rio Mulauze e saúde pública

Diagrama 1: Fases do trabalho experimental

Fases do trabalho experimental

1 1ª: Determinação de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos da água.


2ª: Identificação de estratégias de redução dos efeitos das águas residuais.
Descrição do trabalho experimental

A seguir, descreve-se com detalhes as actividades que foram desenvolvidas em cada fase
experimental do trabalho.

Fase 1

Nesta fase constam as experiências (1, 2, 3, 4 e 5) de determinação do pH, turbidez, cianetos,


sulfatos, fosfatos e coliformes termotolerantes, V. choleraee E.coli.

4.7.1. Experiência 1: Determinação de pH


Para a determinação do pH, recorreu-se ao pH metro portátil HANNA previamente calibrado e:
 Transferiu-se cerca de 20 mL de amostra para um copo de Becker (80 mL);
 Introduziu-se o equipamento em copo de Becker contendo a água conforme a figura
ilustra

fig.8 : demonstra a determinação do Potencial Hidrogeniônico ( PH).


4.7.2. Experiência 2: Determinação da turbidez
Para a medição da turbidez, utilizou-se o turbidímetro HANNA modelo HI 98703 previamente
calibrado e posteriormente:
 Transferiu-se cerca de 100 mL de amostra ao tubo de ensaio;
 Introduziu-se no turbidímetro e fez-se a medição.

4.7.3. Experiencia 3: Determinação de condutibilidade

Para medição da condutividade utilizou-se conductivimetro de marca COBRA, modelo PHYWE


previamente calibrado e posteriormente:
 Transferiu-se cerca de 100 mL de água ao tubo de ensaio;
 Introduziu-se no conductivimetro e determinou-se a condutividade.

4.7.4. Experiencia 4: Determinação de cloreto


A determinação de cloreto foi feita pelo método de titulação e foi realizado 3 ensaios:

4.7.5. Procedimentos

Foi Pesou-se 1g de NaCl e secada na estufa a 140°c durante 2 horas, após secada foi transferida
0,0584g para um balão volumétrico de 1litro e adicionada água neutralizada para a dissolução do
sal, de seguida homogeneizou-se um frasco contendo a mostra.

Foi pipetado 100ml e transferida para uma Erlenmeeyer de 250ml, de seguida ajustou-se o PH
na faixa de 7 a 10 com AgN3 e H2SO4.

Adicionou-se 1 ml de cromato de potássio e enchida numa bureta de 50ml com nitrato de prata
(AgNO3) 0,001m, de seguida iniciou-se com a titulação vagarosamente ate o final da reacção e
aparecimento do precipitado vermelho-tijolo.
Fig9: demostra cloreto Fig (10 e 11 ) cloreto nafase inicial. Fig 12: cloreto na
de sódio na balança analítica. fase final

( Vermelho-tijolo)

4.7.5. Experiência 5: Determinação de fosfato

Para a determinação de fosfato foi feita pelo método do Molibdanovadato que consistiu:

Foi dissolvido 5 gramas de amolibdato de amónio (NH4)6Mo7O24.4H2O e 0,25 gramas de


vanadato de amónio (NH4VO3) em 35 ml de água quente ( solução de vanado-molibdato de
amónio), de seguida foram misturadas as duas soluções em um balaço volumétrico de 250ml,
depois foram filtradas 25ml de cada amostra .

Apôs filtração foi adicionado 4 ml de solução de vanado-molibdato de amónio e deixou-se


reagir por 10 minutos. Tendo como resultado dentro dos 10 minutos cor amarela figura 13,

 Depois de 10 minutos foram levaradas as amostras para leitura no espectrofotometro de


onda 480nm para obtenção de absorbâncias.
Figura 3: A figura demonstra o resultado da determinação de fosfato de pontos em estudo .

0.45

0.4

0.35

0.3

0.25
Concentracao
0.2 Absorbancias
0.15

0.1

0.05

0
1 2 3 4 5

Quadro6: Resultados das analise Químicas

Parâmetro P1 P2 P3 P4 P5 P6
PH 9.04 8.06 8.58 8.84 9.24 9.08
Turbidez
Condutividade 1006.6 1155.9 1134.0 1050.2 1050.2 372.7

4.7.4.Experiência 6: Determinação de coliformes termotolerantes (fecais)


Para determinar os coliformes fecais e E. Coli foram usadas a técnica ou método a de membrana
filtrante que consistiu:
Na filtração de 100 mL de amostras de água, através de uma membrana filtrante que retém as
bactérias. Após a filtração a membrana foi colocada numa placa de Petri com meio de cultura
selectivo membrana Lauryl Sulfhate Agar que foi incubado a 44º C por 24 horas.
Após a incubação, procedeu-se a caracterização e contagem das colónias típicas- com halo
(viragem da cor do meio) para o teste de confirmação.
Depois da confirmação, fez-se a subcultura em Plate Count Agar e incubou-se a 44º C durante 24
horas para o teste de oxidase para confirmação.

Fig14: A figura demonstra as placas de petris com colónias depois de 24 horas de encubação

Escherichia coli

Para o Escherichia coli usou-se técnica de tubos múltiplos, onde

Fez-se a subcultura em plate count agar ou nutriente agar e incubou-se a uma temperatura de
36°c durante 24 horas.
Após a incubação 24 horas, repicou-se para o caldo de Triptona e foi incubar a 44°c durante 24
horas, depois adicionou-se 0,2 ml a 0,3 ml de reagente de Kovacs, . O desenvolvimento cereja a
superfície do meio confirmou a produção do indol positivo como Escherichia coli. (aparência
de anel vermelho)

Fig15; Demonstra os tubos múltiplos com a confirmação de anel vermelho (Escherichia coli).

4.7.5. Experiência 7: Determinação de V.cholerae


Para analise de vibrio cólera foi usada método directo que consistiu no seguinte:

Num frasco contendo 100ml de água peptonada alcalina, foi inoculada 20ml de amostra de água
a examinar, após a inoculação foi incubar 37°c durante 24 horas.

Foi retirada uma pequena porção da colónia enriquecida com uma ansa flamejada e semeada em
estrias numa placa de TCBS, foi incubar a 37°c durante 24 horas.

As colónias típicas de V.Colerae em TCBS agar são redondas, grandes(2-3mm), lisas, amarelas,
com um centro opaco e periferia translúcidas, algumas vezes podem ter um centro negro.

NB: Os resultados obtidos não confirmam as características do vibrio coleae


Fig3: A s placas de petris demonstram a presença das colónias que não caracterizam
colonias de vibrio colerae.

Quadro1: Resultados das analise microbiológicas

Parâmetros Rio Vala Vala Rio Rio Poço


microbiológico 1 2 3 4 5 6
s
coliformes >100 >100 >100 >100 >100 >100
fecais
Escherichia <1 >100 >100 >100 >100 >100
Coli
Vibrio cólerae 0 0 0 0 o 0

4.7.5. Identificação do ião fosfato, PO4-3


Quando um excesso de molibdato de amónio é adicionado a uma solução de um fosfato que
contêm 5-10% por volume de HNO3, precipita o amarelo molibdofosfato de amónio. A
composição do precipitado é (NH4)3[P(Mo3O10)4] . 6H2O.
Foi adicionado algumas gotas da solução de amostra com HNO3 6M e foi adicionado também
duas gotas de ácido, em excesso. Aqueça a solução, durante um minuto, em banho maria . A
solução deveria atingir uma temperatura entre 40-50°C (não a deixar aquecer demais) para uma
rápida reacção no estágio seguinte. Retire o tubo do banho e pingue duas gotas do reagente
molibdato de amónio. Deixe em repouso durante cinco minutos. Um precipitado amarelo
brilhante de molibdofosfato deamónio indica a presença de fosfato. Pode se formar MoO 3,
branco se o fosfato estiver ausente ou a solução estiver quente demais.
5.Recomendaçoes
O Bairro de Zimpeto possui estaco de tratamento de águas residuarias mas não se encontra em
funcionamento e as águas são directamente canalizadas sem que tenha passado por um
tratamento eficiente. Para minimizar o impacto deixo algumas recomendações:

1. Construção de um indicador

2.Plantio de algumas plantas com a capacidade consumirem ou diminuir a quantidade de matéria


orgânica ao longo do leito.

3.
6.Conclusao

Este trabalho pretendeu contribuir para o desenvolvimento de uma ferramenta de controlo e de


avaliação do desempenho operacional de ETAR urbanas, baseada na metodologia HACCP

O efluente precisa ser colectado, tratado e ter um destino adequado. De forma geral, não existe
um sistema de tratamento padrão para ser utilizado

A água é um elemento da natureza indispensável ao ser humano. A mesma constitui um


importante meio de transmissão de doenças.

O indicador de biodegradabilidade
7. Referências bibliográficas
1. ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. Requisitos Gerais Para
Competência De Laboratórios De Ensaio E Calibração; NBR ISO/IEC 17025; 2001.
2. ANDREOLI, C.V.; BARRETO,C.L.G.;BONNET,B.R.P. Tratamento e disposição do
lodo de esgoto no Paraná – SENARE, Curitiba, v.1,nº 1,p.10-15,1994.
3. ASANO, T.; Levine, A. (1998). Wastewater Reclamation, Recycling, and Reuse: An
Introduction and Reuse. Water Quality Management Library – Volume 10.
TeChnomic Publishing Co., Inc Lancaser, Pennnsylvania
4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Estudo de concepção de
sistemas de esgoto sanitário: NBR 9.648. Rio de Janeiro, 1986.
5. CARR, G.M. and J.P. NEARY. (2008). Water Quality for Ecosystem and Human
Health, 2nd Edition. United Nations Environment Programme Global Environment
Monitoring System. 2009.
6. CESAN; A Postila Tratamento De Água;
7. CETESB, Séries Manuais ATAS. Resíduos sólidos industriais, São Paulo, 1985.179p
8. CARR, G.M. and J.P. NEARY. (2008). Water Quality for Ecosystem and Human
Health, 2nd Edition. United Nations Environment Programme Global Environment
Monitoring System. 2009.
9. CHAGAS, W. F. Estudo de patógenos e metais em lodo digerido bruto e higienizado
para fins agrícolas, das estações de tratamento de esgotos da Ilha do Governador e
da Penha no Estado do Rio de Janeiro. 2000. 89 f. Dissertação (Mestrado em Saúde
Pública) - Programa da Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, 2000
10. MONJANE, António Armindo Rúben. Química Analítica I. FCNM. Moçambique;
11. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola.
12. MOTTA, S. Saneamento. In: Rouquayrol, M.Z. Epidemiologia & Saúde. 4.ed. Rio de
Janeiro: MEDS, 1993, Cap.12, p.343-364. São Paulo: Edgard Blücher, 2003, 520p.
13. MOTA, Suetônio. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro, ABES, 1997.
14. NUNES, J.A. Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Tratamento de água, 2ª
edição. 265 p. 2010.
15. RIBEIRO, J. W; ROOKE, J. M. S. Saneamento Básico e sua realidade com meio
ambiente e saúde pública. 2010. 36f. Graduação (Especialização em Análise
Ambiental). Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Juiz de Fora, 2010.
16. ROQUE, O .C.C. Sistemas alternativos de tratamentos de esgotos aplicáveis as
condições brasileiras – Tese (Doutorado em Saúde Pública). Fundação Oswaldo
Cruz- FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 1997, 153p
17. SABESP. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. São Paulo, SP.
Disponível em <http://sabesp.com.br>. Acesso em 07 de outubro de 2012.
18. SMITH, S.D.A . The effects of domestic sewage effluent on marine communities at
coffs harbour, new south wales, Australia. Marine pollution Bulletin, v. 33,nº 7, p.
309-316, 1996.
19. SILVA, F. C. Saneamento do ambiente saúde e ambiente. Disponível em:
http://www.saudepublica.web.pt/5%20Saúde
%Ambiental/Ambiente/saneamento_ambiente.htm. Acesso em: 22 set. 2005.
20. VIEL, R. Estudo do Funcionamento da Estação de Tratamento de Esgotos do
Campus da Fundação Oswaldo Crus – Tese (Mestrado em Saúde Pública). Fundação
Oswaldo Cruz - FioCruz. Rio de Janeiro, 1994, 54p
APENDICE

Experiencia 4: Determinação de cloreto


A determinação de cloreto foi feita pelo método de titulação, realizado 3 ensaios e utilizado
equipamento e material, tabela 4.

Tabela 4: Equipamentos, Materiais e Reagentes .


Equipamentos Materiais Reagente
Balança analítica Bureta de 50ml Solução padrão de cloreto de sódio (Nacl)
Estufa Pipeta volumétrica Solução indicadora de cromato de potássio
(K2CrO4 ) 5%
Dissecador Erlenmeeyer de Solução padrão de nitrato de prata (AgNO30
250ml 0,001 M
Tubo de ensaiu Indicador de fenolftaleina
PH metro NaOH ou H2SO4 0,001 M
Espátula Agua destilada
Bastão de vidro

Quadro 5 : Valor de absorbâncias

Amostras Absorbâncias
Rio antes da junção ( P1 ) 0,1730
Vala( P2,P3 ) 0,2122
Rio na junção e depois da junção( P4,P5 ) 0,2148
Poço ( P6 ) 0,3800

1. Bactérias, coliformes fecais e Escherichia coli são bactérias lactose positiva, Gran-negativas,
não esporuladas, oxidase negativa, da família dos enterobacteriaceae ou simplesmente
enterobacteria, capazes de formar colónias em aerobiase com produção de acido e gás num meio
selectivo (Membrana Lauryl sulphat broth).

Com vista a colecta de água do rio, esgoto e poço, o presente trabalho utilizou kits de material,
equipamento, meio de cultura e reagentes:
Tabela 3: Material e Equipamento

Materiais Equipamentos Método


Ansa de patina com diâmetro do Incubadora Filtração
anel de 1,3 e 10 µL de ML

Frascos para amostras Banho-maria

Pinça para manuseamento das Aparelho Phmetro


membrana filtrantes
Membranas filtrantes, compostas Equipamento de filtração
por esteres de celulose com 47 (Mnifold ou Rampa
mm de diâmetro e com poro para filtração)
nominal de 0,4 com 47 mm de
diâmetro e com poro nominal de
0,4µm
Placas de petri esterilizadas com Bico de bunsen,
65 e com 90mm de diâmetro
Quadro 4:

Reagentes M Meios de cultura

Reagtgente de Membrana Lauryl


kovacs sulphat broth
Água peptonada Brilhant greenbile
alcalina 2%
Agar bacteriologica
Plate count agar ou
nutriente agar
Agar TCBS

Descrição de Metodologia

O método consiste na filtração de 100 ml de amostra de água, através de uma membrana filtrante
que retêm as bactérias, após a membrana é colocada numa placa de petri com meio de cultura
selectivo que é incubada a 44 ± 0,5°c por 21± 3 horas. Após a incubação procede a
caracterização e contagem das colónias típicas amarelas com halo (viragem da cor do meio) e
atípicas amarelas sem halo e de cor de laranja para teste de confirmação. Conta-se as colónias
presentes em 100ml da amostra.

2. Preparação da amostra:

foram preparada as amostras para filtração e incubação no meio de isolamento, iniciou-se a


analise de preferência, imediatamente e a seguir a colheita de amostra. Se as amostras são
mantidas a temperatura ambiente no escuro não devem exceder 25°c.

A analise deve ser iniciada dentro de 6 horas após a colheita. Em caso excepcionais, as amostras
podem ser mantidas na geleira a 5 ± 3°c.
4. Incubação e contagem

A placa já com amostra a analisar são incubadas a 44°c durante 21 horas. Após a incubação,
considerar todas as colónias de cor amarelas típicas com halo e fazer a contagem. A cor das
colónias pode-se alterar com o arrefecimento, pelo que é conveniente fazer a leitura das placa o
mais rapidamente possível depois de fazer retirada da incubadora.

6.Confirmação

As colónias típicas (amarelas com halo (viragem da cor do meio) selecciona-se :

4- Colónias típicas e depois, faze-se a subcultura em plate count agar ou nutriente agar e foi
incubada a 36 °c durante 21 horas para o teste de oxidase.

 Colónias típicas - oxidase negativo são coliformes fecais

Oxidase negativo produção de gás no tubo de Du Rahan e viragem de cor do meio coliformes

fecais.

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