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GEO 04002 - PALEONTOLOGIA II

Área 1: Microfósseis

• 25/02 Apresentação da disciplina


Introdução ao estudo dos microfósseis (aula teórica)

• 27/02 Visita aos laboratórios de micropaleontologia do DPEST

• 06/03 Microfósseis calcários (aula teórico-prática)

• 11/03 Microfósseis calcários (aula prática)

• 13/03 Microfósseis de parede orgânica (aula teórico-prática)

• 18/03 Microfósseis de parede orgânica (aula prática)

• 20/03 Microfósseis de parede silicosa (diatomáceas, aula téorica)

• 25/03 Exercício integrador / revisão

• 27/03 Prova Área 1


Papel ecológicos dos organismos aquáticos

Que tipo de classificação ou sistematização é melhor ser utilizada ?

Hábito ?
Composição ?
Natureza biológica ?
Diversidade de organismos – constituição da parede
Silicosos: radiolários e diatomáceas
Calcários: foraminíferos, cocolitoforídeos, ostracodes, rodofíceas, etc.
Parede orgânica: dinoflagelados, esporos, grãos de pólen, etc.
Outros: p. ex. tecamebas
Microfósseis calcários
comumente utilizados nas
Geociências

Radiolários Ostracodes

Foraminíferos

Nanofósseis- cocolitoforídeos
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S

Generalidades

Breve histórico

Morfologia

Classificação

Distribuição e importância
estratigráfica

Paleoambientes
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: G e ne ralidade s

• O que são: eucariontes unicelulares, heterotróficos,


pertencentes ao Reino Protoctista, Filo Granuloreticulosa,
Classe Foraminifera
• Composição da carapaça (testa): Carbonato de cálcio,
quitina, minerais ou partículas biogênicas aglutinados com
cimento carbonático, silicosa

• Tamanho: 100 µm a 1000 µm (média)

• Alcance estratigráfico: Cambriano – Recente

• Distribuição: transição entre o continente e a plataforma


continental até a planície hadal

• Importância: fósseis-guias, indicadores paleoecológicos e


paleoceanográficos
Como separar os
foraminíferos dos
sedimentos e rochas ?

Laboratório:

• Pesagem / secagem em
estufa

• Desagregação com
água oxigenada H2O2

• Peneiramento

• Montagem de lâminas

• Corte petrográfico
(laminação)
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: G e ne ralidade s

• Observação

Lupa estereoscópica
(luz refletida) Microscópio óptico Microscópio eletrônico
(luz transmitida) de varredura
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: G e ne ralidade s
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: G e ne ralidade s

• Hábito bentônico
fixos no substrato (césseis)
móveis sobre o substrato (vágeis)
epifaunais (sobre os sedimentos)
infaunais (inseridos nos sedimentos)
Bentônicos Pequenos:

Estrutura interna simples, vivem presos ou livres em todas as profundidades dos


ambientes marinhos e aguas salobras e em ambientes marinhos marginais de baixa
alcalinidade.

Tamanhos: 50 – 100 µm a 1 mm

200um
Ammobaculites sp.
Bentônicos Grandes:
(macroforaminíferos)

Estrutura interna complexa.

Ocorrem abundantemente nas plataformas da maioria dos ambientes tropicais e


subtropicais marinhos rasos ricos em carbonatos, sendo importantes
construtores de rochas.

Tamanhos: de 1 a pouco mais que 10 cm

2cm
2cm
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: G e ne ralidade s

• Hábito planctônico livres na coluna d’água


movimentação através de variações do conteúdo
gasoso do citoplasma

20 µm 200 µm
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Br eve histórico

 Descober ta do microscópio (Van


Leeuwenhoek – sec. XVII)

 Obra de Hooke “Micrographia”,


1665
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Br eve histórico

 Alcide d”Orbigny (1802-1857)


Considerado o “fundador da
micropaleontologia
Estudos centrados nos microfósseis
calcários e silicosos

Heródoto (V AC): lentilhas


petrificadas, restos de
comida dos construtores
das pirâmides

Estrábon (I DC): moedas


petrificadas ou outros
objetos
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – dime nsõe s


Nummulites sp.
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – biologia básica


Função dos pseudópodos

• Alimentação: emissão dos


pseudópodos para fora das
carapaças formando uma rede para
captura de partículas de matéria
orgânica, diatomáceas ou outros
organismos

• Locomoção
• Fixação no substrato
• Construção da nova teca
• Proteção
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia básica


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos de parede orgânica

• Testa de composta por proteínas e


mucopolissacarídeos
• Ocorrência: lacustre e marinho.
• Alcançe geológico: Cambriano?-
Recente;
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos aglutinantes

• Testa construídas a partir da


cimentação de partículas
minerais ou biogênicas;

• Ocorrência: ambientes
marinhos muito profundos e
águas salobras rasas;
• Alcançe geológico: Cambriano-
Recente;
• Aplicação: paleoecologia
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos aglutinantes

Haplophragmoides sp.
(Recente, Baía de
Todos os Santos, BA)
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos calcários

• Testas de calcita ou aragonita

• Alcance geológico: Cambriano –


Recente (bentônicos) /
Jurássico - Recente
(planctônicos)

• Aplicação: indicadores
bioestratigráficos e
paleoambientais
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos calcários
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos calcários

• Testas de calcita ou aragonita

• Alcance geológico: Cambriano –


Recente (bentônicos) /
Jurássico - Recente Globorotalia
continuosa
(planctônicos) (planctônico,
Mioceno, Bacia
de Pelotas, SC)
• Aplicação: indicadores
bioestratigráficos e
paleoambientais

Triloculina oblonga (bentônico, Recente,


Estuário de Cacha-Pregos, Bahia)
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos calcários

FUSULINÍDEOS

• Testas de calcita microgranular

• Alcance geológico: Siluriano –


Permiano

• Aplicação: indicadores
bioestratigráficos e paleoambientais
(águas rasas, límpidas e quentes)
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – constituição das te stas

Foraminíferos calcários hialinos e porcelanáceas

Testas calcárias hialinas e


porcelanáceas complexas
são associadas a recifes

São abundantes em
complexos recifais ,
sofrendo extinções com
mudanças climáticas que
afetam o recife
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – forma das te stas

A testa é comumente dividida em câmaras adicionadas durante o crescimento, ela reduz o


estresse biológico, físico e químico.

Seu tamanho é associado com a quantidade de citoplasma

Os foraminíferos desenvolveram muitas estratégias para o aumento da testa durante sua


ontogenia.

Testa
Unilocular Testa
multilocular
simples
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – forma das te stas


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Mor fologia – principais tipos de abe r tur as

1. terminal tubo
2. terminal radiada
3. terminal fenda
4. umbilical
5. terminal forma de laço
6. interior marginal
7. Múltipla
8. Cribosa
9. lábio fialino
10. com dente bífido
11. com dente umbilical
12. com bulla umbilical

(Loeblich & Tappan, 1964)


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Classificação

Reino Protoctista

Phylo Granoreticulosa

Classe Foraminifera

Os reinos segundo Stanley (1999)


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Classificação

Reino Protoctista

Phylo Granoreticulosa

Classe Foraminifera
Fo ra m in if e r a : Ord e n s s e gu n d o B o u D a gh e r - Fa d e l ( 2008)

A z u i s = o s q u e p o s s u e m p e q u e n o s e “ g ra n d e s ” f o ra m i n i f e ro s , to d o s b e n tô n i c o s
Ve r m e l h o s = p l a n c tô n i c o s , B o u D a g h e r - Fa d e l , 2 0 0 8

 A L L O G RO M I DA : p a r e d e o r g â n i c a , u s u a l m e n t e 1 c â m a r a ; C a m b r i a n o - Re c e n t e
 AS T RO R H I Z I DA : a g l u t i n a n t e , c i m e n t o o r g â n i c o , u s u a l m e n t e 1 c â m a r a o u t u b o r a m i f i c a d o ; C a m b r i a n o -
Re c e n t e . E v i d e n c i a s g e n é t i c a s s u g e r e m q u e A l l o g r o m i d a ( s e m t e c a s ) e A s t r o r h i z i d a ( a g l u t i n a d o s ) s e j a m
uma única ordem
 L I T U O L I DA : a g l u t i n a n t e , c i m e n t o o r g â n i c o , m u i t a s c â m a r a s , u s u a l m e n t e p l a n i s p i r a l ; C a m b r i a n o -
Re c e n t e
 T RO C H A M M I N I DA : a g l u t i n a n t e , c i m e n t o o r g â n i c o , m u i t a s c â m a r a s t r o c o s p i r a l ; C a m b r i a n o Re c e n t e .
 T E X T U L A R I I DA : a g l u t i n a n t e , b a i xo t e o r d e M g - c i m e n t o c a l c í t i c o ; C a m b r i a n o - Re c e n t e
 F U S U L I N I DA : c a l c i t a m i c r o g r a n u l a r c â m a r a s c o m p l exa s ; S i l u r i a n o - Tr i á s s i c o
 M I L I O L I DA : a l t o t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a , i m p e r f u r a d o , m u i t a s c â m a r a s ( p o r c e l a n á c e o s , s e m p o r o s ) ;
a r r a n j o d e c â m a r a s m i l i o l i d i fo r m e ; C a r b o n i fe r o - Re c e n t e
 C A RT E R I N I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a , h i a l i n o s , p o r o s o u s e m p o r o s ; e s p i c u l a s , p l a n i - o u
t r o c h o s p i r a i s ; Te r c i á r i o - Re c e n t e ( ? )
 S P I R I L L I N I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a ; h i a l i n o s ; c r i s t a l ú n i c o ; e s p i r a i s ; J u r á s s i c o - Re c e n t e
 L AG E N I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a , h i a l i n o s ; c o m p o r o s , u m a o u m u i t a s c â m a r a s , u n i s s e r i a i s
o u p l a n i s p i r a i s ; m o n o l a m e l a r e s ; C a r b o n i fe r o - Re c e n t e
 B U L I M I N I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a ; h i a l i n o s ; c o m p o r o s ; m u i t a s c â m a r a s ; b i l a m e l a r e s ; p l a c a
d e n t a l ; Tr i a s s i c o ? - Re c e n t e
 RO TA L I I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a ; h i a l i n o s ; c o m p o r o s ; m u i t a s c â m a r a s ; b i l a m e l a r e s ;
t r o c o - o u p l a n i s p i r a i s , a n u l a r e s , i r r e g u l a r e s ; Tr i á s s i c o - Re c e n t e
 G L O B I G E R I N I DA : b a i xo t e o r d e c a l c i t a m a g n e s i a n a ( a r a g o n i t a e m fo r m a s ex t i n t a s ) ; p o r o s ; m u i t a s
c â m a r a s ; b i l a m e l a r e s ; c r i s t a i s r a d i a i s ( P L A N C T Ô N I C O S ) ; J u r á s s i c o - Re c e n t e
 I N VO L U T I N I DA : a r a g o n i t i c o s ; 2 c â m a r a s
 RO B E RT I N I DA : a r a g o n í t i c o s ; p o r o s ; m u i t a s c â m a r a s ; t r o c o s p i r a i s ; Tr i á s s i c o - Re c e n t e
 S I L I C O L O C U L I N I DA : s í l i c a o p a l i n a , s e m p o r o s ; c â m a r a s m i l i o l i d i fo r m e s ; M i o c e n o - Re c e n t e
D
I
V
E
R
S
I
D
A
D
E
AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Distribuição e impor tância e str atigr áfica


AULA 2 – MICROF Ó S SEI S CALCÁRI OS

FORAMIN Í FE RO S: Distribuição e impor tância e str atigr áfica


Surgimento do Primeiro
Foraminífero Planctônico
COMO RECONHECER FORAMINÍFEROS PLANCTÔNICOS

Simplicidade:
Sem pilares, sem canais,
Com aberturas simples
Globosos
Espinhos
Carena ou quilha

Permanentemente flutuantes quando vivos

Bem distribuídos e possuem linhagens


que evoluíram com rapidez

MUITO ABUNDANTES EM SEDIMENTOS


DA PLATAFORMA EXTERNA E BATIAIS
Foraminíferos planctônicos

ampla
distribuição Pouca influência
geográfica das variações
faciólogicas

fácil recuperação abundância


alta taxa
de evolução

determinações de idade e correlação de


Aplicações estratos em escala intercontinental e
interpretações paleoceanográficas
Foraminíferos planctônicos e bioestratigrafia

Vantagens

• Distribuição ampla
• Rápido desenvolvimento evolutivo permite a separação de
estratos com poucos centímetros e espessura e duração de até
0,03 Ma
• Níveis de aparecimento e extinção bem documentados e
facilmente reconhecíveis
Esquemas zonais padrão do Neogeno com
base em foraminíferos planctônicos

Blow (1969) – zoneamento para regiões tropicais.

• Principais espécies-índice da Família


Globorotaliidae;

• Denominação alfanumérica das zonas,


representativa da posição estratigráfica relativa.

Primeiro aparecimento Último aparecimento


Foraminíferos bentônicos

Forte condicionamento
das variáveis ecológicas

Distribuição batimétrica e
geográfica bem conhecida

Interpretações paleoambientais e
Aplicações paleogeográficas e correlação de
estratos em escala local/ regional
Determinação paleoambiental
Determinação paleoambiental

planctônico vs bentônicos
Evolution World Tour, China

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