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O conteúdo fóssil (qualidade e quantidade) de uma rocha ou

conjunto de rochas vai depender de:

◼ Ambiente deposicional (continentais: lagos, rios,


transicionais: baias, lagunas, praias, marinhos: mares,
oceanos, etc.);

◼ Clima (seco ou úmido, frio ou quente, composição


diferente da atmosfera, padrão de ventos e correntes
marinhas, etc.;

◼ Variações ecológicas atuantes no ambiente


(temperatura, salinidade, nutrientes, turbidez de águas,
etc.)
Distribuição cronoestratigráfica (tempo) dos principais
Microfósseis

1,8 Ma
65 Ma

250 Ma

550 Ma
DE ONDE VEM OS MICROFÓSSEIS ?
O conteúdo fóssil (qualidade e quantidade) de uma rocha ou conjunto de rochas vai
depender de:

- Ambiente deposicional (continentais: lagos, rios, transicionais: baias, lagunas,


praias, marinhos: mares, oceanos, etc.);
- Clima (seco ou úmido, frio ou quente, composição diferente da atmosfera, padrão
de ventos e correntes marinhas, etc.;

- Variações ecológicas
atuantes no ambiente
Continental
(temperatura,
salinidade, nutrientes,
turbidez de águas, etc.)

Marinho

Diversidade de ambientes de deposição


O estudo dos microfósseis, do ponto de vista aplicado objetiva fornecer
uma idade e um contexto ambiental para a deposição dos sedimentos
(rocha sedimentar) onde são encontrados.
MÉTODO DE PREPARAÇÃO DE AMOSTRA - PALINOLOGIA

Antonioli et al. 2000


PALINOMORFOS
GRÃOS DE PÓLEN E ESPOROS
◼ unidades reprodutoras de plantas

1. Esporos - origem: vegetais primitivos (ex, samambaias)
2. Pólen - origem: vegetais complexos, com sementes e flores;

◼ Terrestres transportados para os mares ➔ correlação no tempo


(cronoestratigrafia) em diferentes contextos ambientais
(continentais e marinhos);
◼ Cobertura vegetal controlada climaticamente;
◼ Intervalo Crono:
ESPOROS - final do Ordoviciano (450Ma) / Siluriano 440Ma ao Recente
GRÃOS DE PÓLEN - Carbonífero médio (Gminospermas) ao Recente;
- Cretáceo inferior (Angiospermas) ao Recente
◼ Larga utilização em datação de bacias brasileiras, tanto em
paleoambientes continentais quanto marinhos
ESPOROS

GRÃOS DE PÓLEN
ESPOROS

Cicatricosisporites sp.
Aequitriradites sp. Cyathidites australis
Aptiano-Albiano 110 Ma
Aptiano 112 Ma Aptiano

• Fortemente dependentes de umidade para reprodução:


bons indicadores paleoclimáticos
GRÃOS DE PÓLEN

20 mm 20 mm

Auriculiidites reticulatus Regalipollenites amphoriformis


Santoniano 84 Ma Campaniano 80 Ma

• Origem botânica provável: Gimnospermas (sementes nuas)


• principais grupos polínicos têm controle paleoclimático
Esporos
GRÃOS DE PÓLEN

Sergipea variverrucata Complicatissacus cearensis Reyrea polymorphus


Aptiano 112 Ma Albiano inferior 108 Ma Albiano médio 106 Ma

Elaterocolpites castelanii A Classopollis major (tétrade) G. diversus


Cenomaniano 98 Ma Cenomaniano 96 Ma Cenomaniano 97 Ma
PALINOLOGIA AO LONGO DO TEMPO GEOLÓGICO
CAMBRIANO AO ORDOVICIANO
• Pré-Cambriano
Superior até o
Ordoviciano, não se
tem certeza se são
esporos
verdadeiros

• Criptosporos

Paredes de esporopolenina mas sem as marcas trilete / monolete que


tipificam os esporos verdadeiros

• Massulas de “esporos”
• Tétrades e Díades permanentes
• Formas diminutas (10µm)
ORDOVICIANO SUPERIOR

• Ordoviciano
superior, formas
mais próximas dos
esporos
verdadeiros

Criptosporos

• Domínio de
Tétrades e Díades
permanentes
SILURIANO INFERIOR
• Tétrades e Díades permanentes

• Esporos triletes pequenos, circulares, exina simples


• Marcas triletes bem pronunciadas
• Áreas de contato bem nítidas
• Sem ornamentação
DEVONIANO INFERIOR
• Grande diversidade

• Formas reticuladas, foveoladas,


zonadas, baculadas
• Aumento de tamanho (média = 60µm)
• Tendência à heterosporia
DEVONIANO SUPERIOR
• Tendência a separação das camadas da exina

• Máximo de tamanho (100µm-150µm)


• Tem mais de 50 gêneros conhecidos
CARBONÍFERO INFERIOR
• Só esporos. Muitas formas do Devoniano Terminal

• Esporos com espessamentos localizados e formas zonadas


• Surgem 1os esporos monoletes
• Surge Shulzospora – forma ancestral dos grãos de polén
• Final do Carb. Inf. Monossacados e Bissacados
- Raríssimos
CARBONÍFERO SUPERIOR
• Diversificação dos Esporos monoletes (lisos + ornamentados)

• Aumento de grãos de pólen monossacados (lisos e estriados)


• Presença maior de grãos de polén bissacados lisos
• Final do Carbonífero bissacados estriados (Protohaploxypinus)
PERMIANO INFERIOR
PERMIANO SUPERIOR
TRIÁSSICO
• A passagem da Era Paleozoica para a Mesozoica em termos palinológicos é
gradual; várias formas do Triássico já estavam presentes no Permiano Superior

Porque não temos microfósseis em sedimentos Triássico do Brasil?

No Triássico o clima era muito mais quente e seco do que atualmente.


A temperatura média do planeta era quase o dobro da atual. Isso favorecia
o aparecimento de formações de arenito e evaporito.
No Triássico Superior – Gênero Classopollis
Ocorre grande redução do grupo dos Striatitti no fim do Triássico Médio
Surgem os bissacados característicos pequenos, com “marca monolete”
distal - Ovalipollis
JURÁSSICO Durante o Jurássico, o clima quente e úmido fez com que as florestas se
proliferassem, o que fez a diversidade de plantas se tornar muito maior que a do Triássico.
• Mudança brusca na palinoflora mundial entre o T/J, ao contrário da passagem
Permiano/Triássico
•As gimnospermas adquirem grande diversidade – Coníferas – inaperturados e bissacados
•Aumento de Classopollis
CRETÁCEO
•ÚLTIMO PERÍODO DA ERA MESOZOICA
•Grãos de pólen de Angiospermas –Tricolpados, Triporados,
Tricolporados, Poliporados, Hexaporotricolpados, – Normapoles, Grãos
de Pólen triprojetados .
Striatopollis sp. Crototricolpites aff. C. annemariae

Striatopollis catatumbus

Grimsdalea magnaclavata Psilatricolporites sp

Perfotricolpites digitatus
Retitr. caquetanus Ranunculacidites operculatus
PALINOMORFOS MARINHOS
Noctiluca sp.

alga dinoflagelada Gonyaulax catenella.

MARÉ VERMELHA

Florações de Algas Nocivas (FAN)


Dinoflagelados
DINOFLAGELADOS

*** NO BRASIL: 1ª ocorrência


topo do cretáceo inferior marinho
DINOFLAGELADOS – QUEM SÃO ?
◼ Protistas dominantemente marinhos & planctônicos, com cistos
orgânicos fossilizáveis

Dinophysis

Subtilisphaera cheit Trichodinium castanea


Campaniano 80 Ma Campaniano 78 Ma

Ceratium
Cordosphaeridium commune
Maastrichtiano 66 Ma

tecas planctônicas X cistos bentônicos


PALINOMORFOS MARINHOS
◼ DINOFLAGELADOS (cistos)

- Ambiente marinho (raros água doce no quaternário)

- Preferem águas ricas em nutrientes

- Termófilos (distribuição latitudinal controlada por temperatura)

- Intervalo Crono: Permiano superior ao Recente

- No Brasil: excelente utilização na bioestratigrafia


(desde o Cretáceo Inferior marinho~120Ma)
DINOFLAGELADOS DO QUATERNÁRIO
(1,8 Ma) DA BACIA DE CAMPOS
◼ Cistos corados ◼ Cistos não corados
PALINOMORFOS
(microfósseis de parede orgânica)

QUITINOZOÁRIOS
PALINOMORFOS MARINHOS

◼ QUITINOZOÁRIOS

◼ Incertae sedis - Não existem


◼ organismos análogos atuais;

- Fósseis-guias da parte inferior do


- Paleozoico

- Ordoviciano a Devoniano, 490 a 360 Ma !!!

- No Brasil: muito utilizados nas bacias do


- Amazonas, Solimões, Paraná e Parnaíba
PALINOMORFOS
(microfósseis de parede orgânica)

ACRITARCOS
PALINOMORFOS MARINHOS
◼ Paleozóico
◼ ACRITARCOS

- Incertae sedis;

- Restos de organismos vesiculares;

- Úteis em seções Paleozoicas;

- Intervalo Crono: Pré-Cambriano (mais de 550 Ma


aos dias atuais) ◼ Cretáceo Inferior

- No Brasil: abundantes no Paleozico (540 a 250 Ma)

- Ainda pouco usados na bioestratigrafia brasileira


PALINOMORFOS MARINHOS
◼ PALINOFORAMINÍFEROS

- Revestimentos orgânicos de foraminíferos (quitina);

- classificação complexa (morfológica);

- Maioria bentônica, raros planctônicos;

- Auxiliam em interpretações paleoambientais;

- Preferem regiões de pouco aporte sedimentar;

- Intervalo Crono: Devoniano 410 Ma ao Recente;

- No Brasil: abundantes na seção marinha


do Cretáceo ao recente
APLICAÇÕES:
PALINOMORFOS X AMBIENTES X CLIMA
APLICAÇÕES:
PALINOMORFOS X AMBIENTES
O estudo dos microfósseis, do ponto de vista aplicado objetiva fornecer
uma idade e um contexto ambiental para a deposição dos sedimentos
(rocha sedimentar) onde são encontrados.

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