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ECOSSISTEMA MARINHO - BENTOS

Assoalho marinho:
⇒ maior variedade de habitats que na zona pelágica
⇒ número de espécies bentônicos (cerca de 200.000) é maior que o
conjunto de espécies do zooplâncton, peixes e mamíferos

Diferentes tipos de habitat bentônicos ⇒ dependendo da profundidade,


temperatura, disponibilidade de luz, grau de imersão, e tipo de substrato.

Substratos duros possibilitam a fixação de espécies sésseis, como cracas e


mexilhões, que podem permanecer no mesmo local por toda a vida adulta, e
buracos e fendas que podem ser usados como refúgio para os organismos
móveis.

Substratos moles (lama, areia) oferecem tanto alimento como proteção para os
organismos escavadores.
Divisão do ambiente bentônico: supralitoral, litoral ou zona entre-marés, sublitoral
ou plataforma continental, batial, abissal e hadal.

– Algumas dessas áreas possuem limites bem definidos, porém outras são mais ou
menos arbitrárias.
- Cada zona apresenta peculiaridades e diferentes condições de vida.
- A vasta maioria dos organismos bentônicos vivem na região até 200 m.
- Existem mais espécies em regiões rasas tropicais que em rasas frias.

Supralitoral: área acima da linha da maré alta ⇒ pode ser inundada durante
tempestades.
- Esta zona pode receber o borrifo de água do mar.
- Poucas espécies estão adaptadas a viver nestas regiões de interface entre a
terra e o mar.

Litoral: zona entre as marcas de maré alta e baixa ⇒ sua extensão depende da
topografia e da variação da maré.
- Existem muitas algas bentônicas e fitoplâncton nesta zona, que suporta
comunidades de herbívoros e carnívoros.
Sublitoral: desde a marca da maré baixa até a quebra da plataforma, a uma
profundidade aproximada de 200 m.
- Uma parte do sublitoral se situa dentro da zona eufótica, porém o número de
vegetais bentônicos torna-se bastante raro até zero em regiões mais profundas.

- Os substratos rochosos vão sendo substituídos por substratos moles.

- O sublitoral ocupa cerca de 8% das áreas marinhas submersas.

Batial: desde cerca de 200 m até cerca de 3000 a 4000 m.

Abissal: entre 3000 a 4000 m até cerca de 6000 m.


-Corresponde a maior região ecológica, correspondendo a cerca de 75% dos
habitats bentônicos submersos.
- Essa zona é caracterizada também por apresentar temperatura de 4oC ou menos.

Hadal: região mais profunda e a menos conhecida devida a sua inacessibilidade.


- Poucos organismos desta região foram descritos.
Classificação em categorias de tamanho
⇒ relacionado com o tamanho da malhagem das peneiras usadas para separar os
organismos dos sedimentos:

megabentos – são organismos que podem ser observados por olho nú e possíveis
de serem amostrados por técnica fotográfica, o que inclui todos os animais maiores
como o mexilhão, estrela-do-mar, corais etc..

macrobentos – são os organismos retidos pela malha até de 0,5 mm (animais e


macrófitas);

meiobentos – organismos de tamanho entre 0,1 e 0,5 mm, que inclui pequenos
moluscos, vermes mais finos, vários grupos de pequenos crustáceos;

microbentos – organismos de dimensões menores que 0,1 mm, incluindo, por


exemplo, os protozoários ciliados.
Animais bentônicos

As comunidades
bentônicas contêm
associações de
zoobentos extremamente
diversos, sendo que
muitas espécies não
possuem contrapartes
terrestres ou de água
doce.
Vegetais marinhos bentônicos

- Restritos à zona eufótica.

- Certas comunidades marinhas entre-marés são dominados por grandes


angiospermas (plantas com flores), incluindo os manguezais e campos de grama-
marinha.

- Todas as macrófitas bentônicas são altamente produtivas, mas contêm grande


quantidade de material não digerível pela maioria dos animais locais. Deste modo,
formam grande quantidade de detritos que são exportados, pelas correntes de maré,
para outras regiões, contribuindo para enriquecer as águas costeiras com materiais
decompostos.

- Macrófitas marinhas também incluem as macroalgas (verdes, vermelhas e pardas),


que são mais comuns nos costões rochosos, principalmente de zonas temperadas.
- Os mais produtivos são os “kelps”, tipos de algas pardas, que em certas regiões
formam verdadeiras florestas subaquáticas.
- Muitas dessas são de importância econômica.
-Microalgas bentônicas incluem espécies de diatomáceas, algas azuis e
dinoflagelados.
Filos Subgrupos Nomes comuns/ representantes Habitats
Protozoa Foraminifera foraminíferos marinhos e água doce
Xenophyophoria
Ciliophora ciliados
Porífera esponjas principalmente marinhos
Cnidaria (antigo Coelenterata) Hidrozoa pólipos hidróides marinhos e de água doce
Anthozoa anêmonas do mar; corais
Platyhelminthes Turbellaria vermes achatados maioria marinha
Nematoda vermes arredondados maioria marinha
Nemertea vermes em fita marinhos
Annelida Polychaeta poliquetos marinhos, poucos de água doce
Pogonophora pogonóforos exclusivamente marinhos
Vestimentifera vestimentíferos exclusivamente marinhos
Sipuncula sipunculídeos marinhos
Echiura echiurídeos marinhos
Hemichordata Enteropneusta Balanoglossus marinhos
Mollusca Gastropoda gastrópodos; nudibrânquios terrestres, marinhos e de água doce
Bivalvia bivalves
Polyplacophora quitons
Aplacophora aplacóforos
Scaphopoda escafópodos
Cephalopoda polvos
Echinodermata Asteroidea estrela-do-mar exclusivamente marinhos
Ophiuroidea ofiúros
Echinoidea ouriços-do-mar
Holothuroidea pepinos-do-mar
Crinoidea lírios-do-mar
Ectoprocta briozoários marinhos, poucos de água doce
Brachiopoda braquiópodos marinhos
Arthropoda (Classe Ostracoda ostrácodos maioria marinha
Crustacea)
Copepoda copépodos ciclopóides,
harpacticóides
Tanaidacea tanaidáceos
Isopoda isópodos
Amphipoda anfípodos
Cirripedia cracas
Decapoda caranguejos, lagostas, camarões
Urochordata Ascidiacea tunicados marinhos
Condições de vida no fundo

Epifauna = Organismos que


se arrastam, caminham ou se
fixam sobre o substrato

Infauna = Os que vivem


enterrados ou semi-
enterrados no substrato
Fatores determinantes da estrutura das comunidades bentônicas

Vários fatores físicos e biológicos influenciam na determinação do número e tipos


de organismos das comunidades bentônicas.
Tipo de sedimento: de primeira importância ⇒ a proporção relativa entre
epifauna e infauna varia de acordo com o sedimento, se composto por rochas,
areia ou lama, ou combinação desses tipos.
A própria atividade dos organismos altera o substrato
⇒ escavação e alimentação da infauna provoca distúrbios e remove o
sedimento mole;
⇒ organismos sésseis fixados ao substrato duro alteram a topografia do
ambiente.

Regiões costeiras:
⇒ variação de marés e grau de exposição ao ar,
⇒ ação de ondas,
⇒ variação de temperatura e salinidade.
Fatores biológicos: competição, predação e o tipo de desenvolvimento que leva
ao recrutamento para a população adulta.

A competição pelo recurso limitado, p.e. alimento, pode ser tanto intra como
interespecífica, o que pode afetar a abundância relativa das espécies.

A competição pelo espaço limitado em comunidades de substrato duro pode


influenciar no padrão de distribuição de zoobentos sésseis.
Os animais bentônicos podem apresentar desenvolvimento direto, sem o estágio
larval livre-natante, ou então produzir formas larvais planctônicas.
Dois tipos de larvas são conhecidas: planctotróficas e lecitotróficas.
Planctotróficas:
- geralmente produzidas em grande número,
- permanecem no ambiente pelágico por longo tempo, alimentando-se de
organismos planctônicos.
- taxa de mortalidade elevada e ocorre grande variação na taxa de
recrutamento para a população adulta, de ano para ano.

Lecitotróficas:
- produzidas em número reduzido,
- ovos de tamanhos maiores que de planctotróficas, com grande
quantidade de material nutritivo,
- as larvas não permanecem por muito tempo no plâncton e não se
alimentam na coluna de água,
- a taxa de mortalidade é menor, mas com o recrutamento menos
variável.

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