Você está na página 1de 8

OS AMBIENTES CORALÍNEOS ESPÉCIES PRIORIZADAS

Os ambientes coralíneos incluem diferentes formações, A elaboração do Plano de Ação Nacional para a
especialmente recifes biogênicos (consolidados de algas Conservação dos Ambientes Coralíneos – PAN Corais,
e/ ou corais), recifes de arenito e costões rochosos levou em consideração espécies incluídas nas listas
com presença de corais, encontrados desde áreas oficiais de espécies ameaçadas de extinção do Brasil
costeiras rasas até grandes profundidades. São vigentes atualmente ou quando da elaboração do
ecossistemas frágeis e complexos, que abrigam plano (Instrução Normativa MMA n° 5/2004, Instrução
a maior diversidade biológica marinha, incluindo Normativa MMA n° 52/2005 e Portaria MMA n° 445/2014).
muitas espécies endêmicas, que possuem diferentes Avaliou-se que um grande número dessas espécies
graus de associação entre si, mas que dependem pode ocorrer em ambientes coralíneos, ao longo de
do equilíbrio ecológico destes ambientes. No Brasil, todo o seu ciclo de vida ou pelo menos em parte dele,
ambientes coralíneos de águas rasas distribuem- neles obtendo proteção, alimentação, e/ou locais
se do Maranhão até Santa Catarina e incluem os para reprodução. Por exemplo, a maioria das espécies
únicos recifes de coral (estrutura biogênica) do bentônicas (aquelas que vivem associadas ao substrato)
oceano Atlântico Sul Ocidental. Existem ainda dos ambientes coralíneos permanece em sua fase
os ambientes coralíneos de águas profundas, adulta nesses ambientes, mas dispersam passivamente
relativamente pouco estudados no Brasil, mas que são pela corrente em sua fase larval, como o coral-vela
altamente sensíveis, com mais de 40 espécies de corais (Mussismilia harttii). Em outros casos existe uma preferência
pétreos, que abrigam uma infinidade de espécies de pelos ambientes coralíneos, como o tubarão-das-
peixes e invertebrados dependentes da integridade galápagos (Carcharhinus galapagensis), que geralmente
destas áreas. Em toda a distribuição dos ambientes se alimenta e reproduz em ambientes com fundo de
coralíneos podem ser observadas espécies incluídas coral ou pedra, mas pode cruzar longas distâncias
na lista de espécies ameaçadas, as quais vêm sofrendo em mar aberto.
fortes ameaças.
A Tabela 1 representa as espécies alvo do PAN Corais,
Tendo em vista as ameaças a que estão sujeitos os que são aquelas consideradas ameaçadas de extinção
ambientes coralíneos, o Instituto Chico Mendes de conforme a Portaria n° 445/2014, embora outras espécies
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria também sejam beneficiadas por este PAN. Entre elas,
com a organização Coral Vivo, estabeleceu, com cabe destacar principalmente 11 espécies avaliadas
base na Portaria MMA nº 43/2014, uma estratégia de como ameaçadas nas Instruções Normativas (lista oficial
conservação na forma de um pacto, o Plano de Ação anterior), dispostas na Tabela 2. Entretanto, é importante
Nacional para Conservação dos Ambientes Coralíneos ressaltar que o Plano apresentou uma abordagem
- PAN Corais, aprovado pela Portaria ICMBio nº 19/2016. ecossistêmica e, portanto, alterações na lista das espécies
foco não alteraram seu resultado.

Fotografias: Áthila Bertoncini

Neon (Elacatinus figaro) sobre o coral-casca-de-jaca


(Montastraea cavernosa).

Coral-cérebro-da-Bahia (Mussismilia braziliensis). Tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum) com budião (Bodianus


rufus) e cardume de mariquitas (Myripristis jacobus).
Foto da capa: Áthila Bertoncini/Projeto Coral Vivo. Recife na Costa do Descobrimento, BA, com coral-cérebro (Mussismilia hispida) endêmico do Brasil no
primeiro plano.
TABELA 1 – Lista de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção presentes na Portaria MMA
445/2014 consideradas no PAN Corais. N = número sequencial da espécie na tabela; CR = Criticamente em
Perigo; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável.

Categoria
Grupo Taxonômico Nome Científico Nome Vulgar
de Ameaça
Chordata, Actinopterygii, Syngnathidae Hippocampus erectus Perry, 1810 cavalo-marinho VU
Hippocampus patagonicus Piacentino & cavalo-marinho VU
Luzzato, 2004
Hippocampus reidi Ginsburg, 1933 cavalo-marinho VU
Micrognathus erugatus Herald & Dawson, 1974 desconhecido CR
Chordata, Actinopterygii, Scorpaenidae Scorpaenodes insularis Eschmeyer, 1971 peixe-pedra-arco-iris VU
Chordata, Actinopterygii, Polyprionidae Polyprion americanus (Bloch & Schneider, 1801) cherne-poveiro CR
Choranthias salmopunctatus (Lubbock &
Chordata, Actinopterygii, Serranidae desconhecido VU
Edwards, 1981)
Chordata, Actinopterygii, Epinephelidae Epinephelus itajara (Lichtenstein, 1822) mero CR
Epinephelus marginatus (Lowe, 1834) garoupa-verdadeira VU
Epinephelus morio (Valenciennes, 1828) garoupa VU
Hyporthodus nigritus (Holbrook, 1855) cherne-negro EN
Hyporthodus niveatus (Valenciennes, 1828) cherne-verdadeiro VU
Mycteroperca bonaci (Poey, 1860) sirigado VU
Mycteroperca interstitialis (Poey, 1860) badejo-amarelo VU
Chordata, Actinopterygii, Lutjanidae Lutjanus cyanopterus (Cuvier, 1828) caranha VU
Lutjanus purpureus (Poey, 1876) pargo-verdadeiro VU
Prognathodes obliquus (Lubbock & Edwards, peixe-borboleta-de-são-
Chordata, Actinopterygii, Chaetodontidae VU
1980) pedro-e-são-paulo
Chordata, Actinopterygii, Pomacentridae Microspathodon chrysurus (Cuvier, 1830) donzela-azul VU
Stegastes rocasensis (Emery, 1972) donzela-de-rocas VU
Stegastes sanctipauli Lubbock & Edwards, donzela-de-são-pedro VU
1981
Stegastes trindadensis Gasparini, Moura & donzela-de-trindade VU
Sazima, 1999
Halichoeres rubrovirens Rocha, Pinheiro &
Chordata, Actinopterygii, Labridae budião-fogueira VU
Gasparini, 2010
Scarus trispinosus (Valenciennes, 1840) budião-azul EN
Scarus zelindae Moura, Figueiredo & peixe-papagaio-banana VU
Sazima, 2001
Sparisoma axillare (Steindachner, 1878) peixe-papagaio-cinza VU
Sparisoma frondosum (Agassiz, 1831) peixe-papagaio-cinza VU
Sparisoma rocha Pinheiro, Gasparini & budião-de-trindade VU
Sazima, 2010
Malacoctenus brunoi Guimarães, Nunan &
Chordata, Actinopterygii, Labrisomidae desconhecido VU
Gasparini, 2010
Elacatinus figaro Sazima, Moura e Rosa,
Chordata, Actinopterygii, Gobiidae neon VU
1996
Chordata, Actinopterygii, Microdesmidae Cerdale fasciata Dawson, 1974 peixe-lombriga-listrado EN
Carcharhinus galapagensis (Snodgrass &
Chordata, Elasmobranchii, Carcharhinidae tubarão-das-galápagos CR
Heller, 1905)
Carcharhinus perezi (Poey, 1876) tubarão-dos-recifes VU
Carcharhinus plumbeus (Nardo, 1827) tubarão-galhudo CR
Negaprion brevirostris (Poey, 1868) tubarão-limão VU
Chordata, Elasmobranchii, Ginglymostoma cirratum (Bonnaterre, 1788) tubarão-lixa VU
Ginglymostomatidae
Chordata, Elasmobranchii, Mobulidae Manta birostris (Walbaum, 1792) raia-manta VU
Mobula tarapacana (Philippi, 1892) raia-manta VU
Categoria
Grupo Taxonômico Nome Científico Nome Vulgar
de Ameaça
Halichondria (Halichondria) cebimarensis
Porifera, Demospongiae, Halichondriidae esponja VU
Carvalho & Hajdu, 2001
Halichondria (Halichondria) tenebrica esponja VU
Carvalho & Hajdu, 2001
Latrunculia (Biannulata) janeirensis
Porifera, Demospongiae, Latrunculiidae esponja VU
Cordonis, Moraes & Muricy, 2013
Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae Condylactis gigantea (Weinland, 1860) anêmona-gigante EN
Cnidaria, Anthozoa, Mussidae Mussismilia braziliensis (Verrill, 1868) coral-cérebro-da-bahia VU
Mussismilia harttii (Verrill, 1868) coral-vela EN
Cnidaria, Hydrozoa, Milleporidae Millepora laboreli Amaral, 2008 desconhecido VU
Mollusca, Gastropoda, Strombidae Eustrombus goliath (Schroter, 1805) búzio-de-chapeu VU
Lobatus costatus (Gmelin, 1791) desconhecido VU
Petaloconchus myrakeenae Absalão & Rios,
Mollusca, Gastropoda, Vermetidae desconhecido CR
1987
Echinodermata, Asteroidea, Asteriidae Coscinasterias tenuispina (Lamarck, 1816) estrela-do-mar VU
Echinodermata, Asteroidea, Ophidiasteridae Linckia guildingi Gray, 1840 estrela-do-mar VU
Echinodermata, Asteroidea, Oreasteridae Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758) estrela-do-mar VU
Echinodermata, Echinoidea, Toxopneustidae Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) ouriço-lilás VU
Echinodermata, Holothuroidea, Synaptidae Synaptula secreta Ancona Lopez, 1957 pepino-do-mar CR

TABELA 2 – Espécies consideradas beneficiadas pelo Plano de Ação Nacional para Conservação dos Ambientes
Coralíneos - PAN Corais, as quais estavam avaliadas como ameaçadas na lista oficial anterior, a Instrução Normativa
MMA 5/2004. Em “Categoria de Ameaça” está indicada a classificação mais recente obtida nas oficinas de avaliação
do estado da conservação de espécies, que levaram à edição da Portaria MMA 445/2014. DD = Dados Insuficientes;
LC = Menos Preocupante; NT = Quase Ameaçada de Extinção.

Categoria
Grupo Taxonômico Nome Científico Nome Vulgar
de Ameaça
Cnidaria, Anthozoa, Gorgoniidae Phyllogorgia dilatata (Esper, 1806) orelha-de-elefante DD
Cnidaria, Hydrozoa, Milleporidae Millepora alcicornis Linnaeus, 1758 coral-de-fogo LC
Annelida, Polychaeta, Amphinomidae Eurythoe complanata (Pallas, 1766) verme-de-fogo LC
Echinodermata, Asteroidea, Asterinidae Asterina stellifera (Möbius, 1859) estrela-do-mar LC
Echinodermata, Asteroidea, Echinasteridae Echinaster (Othilia) brasiliensis estrela-do-mar LC
Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842 estrela-do-mar LC
Echinaster (Othilia) echinophorus (Lamarck, 1816) estrela-do-mar LC
Echinaster (Othilia) guyanensis Clark, 1987 estrela-do-mar LC
Echinodermata, Echinoidea, Cidaridae Eucidaris tribuloides (Lamarck, 1816) ouriço-satélite LC
Echinodermata, Echinoidea, Echinidae Paracentrotus gaimardi (Blainville, 1825) ouriço-do-mar LC
Echinodermata, Holothuroidea, Stichopodidae Isostichopus badionotus (Selenka, 1867) pepino-do-mar DD
Chordata, Actinopterygii, Grammatidae Gramma brasiliensis Perry, 1810 grama NT
Fotografias: Áthila Bertoncini

Detalhe do ouriço-lilás Lytechinus variegatus. Detalhe de cavalo-marinho Hippocampus cf. patagonicus.


A ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DO PAN CORAIS
O PAN Corais foi construído em três fases: a fase preparatória, a fase de elaboração e a fase de consolidação.
Na fase preparatória, foram identificadas, preliminarmente, as espécies que deveriam ser consideradas nas
discussões e as áreas foco do Plano, que resultaram em 18 (dezoito) áreas distribuídas ao longo do litoral brasileiro
(Mapa, Tabela 3). Tendo os produtos desta fase como base, a fase de elaboração de Plano foi efetivada em uma
ampla oficina participativa, onde foram identificadas as principais ameaças aos ambientes coralíneos e definidos
a visão de futuro, o objetivo geral e os objetivos específicos do PAN Corais. Para cada objetivo específico, foram
propostas várias ações, detalhando os produtos esperados, seus respectivos articuladores, colaboradores e prazos
de execução. Foi indicado também o Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do PAN Corais (posteriormente
instituído pela Portaria ICMBio nº 106/2016), que tem como missão acompanhar a implementação e realizar
monitoria e avaliação do plano. A fase de consolidação, efetivada em uma oficina envolvendo os membros do
GAT e os Centros de Pesquisa e Conservação do ICMBio, envolveu a análise, detalhamento e consolidação das
ações propostas na Oficina de Elaboração, bem como a proposição de uma matriz de metas e indicadores da
implementação do PAN.
O PAN Corais foi elaborado sob a coordenação geral do CEPSUL/ICMBio e coordenação executiva do Coral Vivo,
projeto desenvolvido em parceria pelo Instituto Coral Vivo, o Museu Nacional/UFRJ, a Associação Amigos
do Museu Nacional, além de outras instituições de pesquisa e ensino. A definição do nome “PAN Corais” para
este Plano buscou simplificar sua nomenclatura, visando à facilitação organizativa e de divulgação. Agrega-se
no conceito de “corais” deste nome, entretanto, os diferentes ambientes coralíneos e as espécies associadas de
qualquer grupo animal.

TABELA 3 – Áreas foco do PAN Corais. MAPA – Áreas foco do PAN Corais.
UF = unidade da federação.
AP 3
Número Descrição da Área Foco UF 1
1 Parcéis do Manuel Luís, Álvaro e Tarol MA
3
2 Urcas e Banco João da Cunha CE-RN
2 3
APA Fernando de Noronha - Rocas - CE, RN, PE
MA

3 PA PI

São Pedro e São Paulo e Banco Canopus MA CE

CE 4
RN
RN
Rio do Fogo, Cioba, Maracajaú até a
4 RN PI
ponta Pirangi do Sul PB PB
5 APA Costa dos Corais PE-AL
PE
PE
AL 5
Norte da REBIO Santa Isabel até ao sul TO AL

6 AL-SE SE
6 6
SE

da APA Piaçabuçú
0
85
00
11

MT
4500

00
47

45
50

55
5000
25

4500

00
4750

BA
0

5500
95

4500

3500 40 45

Baía de Todos os Santos, 5000


4750

00 00
4000

4500
375040 00

7 BA
47 40
00 40 50
75

00 3500 4250
42

2500
3250
4250

5000
00
40

50

15

Boipeba, até ao norte de Maraú


3500
00

4750

425 4250 550


3500 50

DF
4000 0 1800 0

7
3000
42

4000

0 1800 40
30 00
4000 50
52

5000
32
42

3000
4250

55
50

2000

50
50

3000

00
00 27
00

47 50
1000
20
2500

4500
42
32 50
50

47
4500
30

RESEX Canavieiras até ao sul da


50
450

3500 5000
4500 40

8 BA
4750
4250

00
3250
100

3250

4500 3750 4500


4500

30 4750 3750

50
45

RESEX do Corumbau
00 3
700

00

00
25 5250 5000
42 0
50 5250
4000
50

GO
5250
00

4000
45

8
52
500
50

9 Banco dos Abrolhos BA


4000
0
35
5250

10
00

3000
30

13
00
1200

00 00
18 250
2750

25 2250
1900 50 50
60
22

47

MG
0

Cadeia Vitória-Trindade e
50

9
3250
00

300
30
35
00

00

75
15

00

10 bancos isolados ao largo do Royal BA-ES


3750

17
25

Charlotte e Abrolhos MS
ES
5250
1900

5500
50

0 250 650 800


600
37

20
85

0 30 5000 5000
75
0

0
700

400
14 5000
00 550
1300

00

18
1800

5000
17

00

11
550

11 Ilhas de Guarapari e Piúma ES


850 1500 150 50
180 0 950 650 19 52
0
4250

4500

90 00
750

1500

10
35 22
50 25
250

0
1700 1800 500
19

1900
400
00

RJ
20

3500 50
50

50 40
50

42
00
00

850 2000 47 00
150

37
27

40
4000
40

32

00 750
50
0

50

4000 25
50
00
4500

SP
22

00

37
35

Oásis Coralíneo de Armação dos Búzios,


50
50
1600

4250

12
2750

12 RJ
5250
3000
1600

5750

Cabo Frio e Arraial do Cabo


150

14 13
500
0
170
0
140

450 0
400

180
550 5500

15
25 50 75

PR
100 250
100
75
100

200
5250
75

200
150
150

350

17
150 300

600
650 800
1500 300
700

13 Ilhas Maricás e Cagarras RJ


1100 0
0
150

1000
950
900 1300
1200 1500 2000
1900
1900
2000
3500

2000
850

150
750

14
75
400

Baía da Ilha Grande, incluindo Paraty e


75
50
100 200 30 3500 3250 3750
250 00 2500 4000

1500
2500
3000

14 RJ SC
225 0
350

150 0 550 1500


30 0
325

1400
0

2750
0 120
00

225

2750
350
0

15
110
15

2500
3750

0
100
4000

Mamanguá
0 0 1900 200 3250
4250
3750
80 3000 3500
140 1900 2750 3250 3500
2750
2000

0
00 0 425
20 400
0

0 2250 0
75

15 375
3250
2750

75 3000 00

16
00 30
25 4250 3750
3250 00 3000 2250

Legenda
30
22

3500

17
50

3000
600

15 Ubatuba até Peruíbe SP


4500

SC 300 4500
0
50

3000

50
27

27
450 350

3500

3000 4250
0
375

375
0

Áreas foco
0
40 425
2250

4000

00
0

00
450

190

40 00 0

São Francisco do Sul. Tamboretes,


40 00 325
90

35 0 00
00

18

RS
250
15
18

750
3500
200

00
0
0

85

2000
325

325
1500

0
13

16 SC
0
00

37 3500 150
700

1000
1000

50
0

190
10

0 0 1600
15
00

Florianópolis
16

400 225
4250
00

650 30 0
00 2750
40

0 3500
50 375
RS 0 95 0 50

Quebra da plataforma
85 37 3500 37
3750
4000
50
32
0 900
130

00
40

(Áreas: 2 e da 4 à 9)
25

3500
170

Talude continental superior (200-


0
500

550

17 diversas
4250
150 00
1400 20
00 0
25

1500m)
350
0
325 4500 4750
0
400

Quebra da plataforma continental (50-


18 diversas
200m), inserida nas áreas 2, 4, 5, 6, 7, 8 e 9
PRINCIPAIS AMEAÇAS AOS AMBIENTES CORALÍNEOS E ÀS ESPÉCIES ASSOCIADAS
Na Oficina de Elaboração do PAN Corais, foram levantadas e discutidas as principais ameaças aos
ambientes coralíneos, a partir das quais foram propostos objetivos e ações específicas, visando a
conservação dos ambientes coralíneos. Entre as principais ameaças estão: a pesca desordenada, ilegal,
excessiva e/ou destrutiva, que torna insustentável a manutenção das populações das espécies de interesse
e das comunidades; a mineração, incluindo a exploração de petróleo e gás, a navegação, a atividade
portuária e demais empreendimentos que levam à degradação do habitat e perda de espécies; a poluição
química-física-biológica, a degradação de bacias hidrográficas e de zonas costeiras, e o aumento de
sedimentação nas zonas costeiras, que podem mudar características dos ambientes inviabilizando-os para
a maior parte da biota; as espécies exóticas invasoras, que alteram as relações tróficas locais e podem
ocasionar a perda de biodiversidade nativa; o turismo desordenado, que pode aumentar o impacto direto
(o homem entrando no ambiente) e indireto (como o aumento de despejos orgânicos, lixo e outras formas
de poluição) sobre os ambientes; as mudanças climáticas, que alteram as condições ambientais antes
das espécies conseguirem se adaptar às novas condições, ocasionando a extinção de diversas espécies;
as iniciativas equivocadas, que não dialogam entre áreas, permitindo diversos impactos decorrentes das
ações antrópicas que pressionam os ambientes coralíneos.

Fotografias: Coral Vivo


Barcos de pesca no entorno de recife
de coral.

O branqueamento de corais está associado a Polvejadores sobre recife de coral. Turismo em ambientes recifais.
estresses sobre estes animais, seja climáticos
ou, até mesmo, devido a doenças.

VISÃO DE FUTURO
Comunidades e ecossistemas coralíneos conservados, recuperados e conhecidos em termos de distribuição
e funcionamento, por meio da construção e implementação participativa de diretrizes para sua preservação
e uso sustentável pelos atores das esferas governamentais e da sociedade civil, em especial dos usuários
e beneficiários dos serviços ambientais correspondentes.

OBJETIVOS DO PAN CORAIS


O PAN Corais tem como Objetivo Geral “Melhorar o estado de conservação dos ambientes coralíneos por
meio da redução dos impactos antrópicos, ampliação da proteção e do conhecimento, com a promoção
do uso sustentável e da justiça socioambiental.”
Foram definidos 10 objetivos específicos (Tabela 4), envolvendo 146 ações e mais de uma centena de
articuladores e colaboradores, de várias instituições.
TABELA 4 – Objetivos específicos, número de ações propostas (N) e indicadores selecionados no
PAN Corais.

ID Objetivos Específicos N Indicador


% de aumento de áreas de UCs de proteção integral e de zonas de exclusão de uso direto
Promover a integridade e em UCs de Uso sustentável, dentro das áreas foco
manutenção dos habitats, dos serviços
1 31
ecossistêmicos e de populações das % de aumento de áreas de restrição e/ou exclusão total de pesca dentro das áreas foco
espécies foco e beneficiadas
% de aumento de populações de meros, garoupas, badejos e budiões
% de aumento do número de dias de ação fiscalizatória nas áreas foco
% de aumento do número de embarcações de pesca de pequena escala com PREPS
atuando nas áreas foco
Controlar e monitorar a atividade
2 23
pesqueira nos ambientes coralíneos número de ações de monitoramento implementadas
número de sítios de agregação reprodutiva de peixes identificadas e monitoradas na
borda da plataforma do nordeste
número de espécies foco ou beneficiadas do PAN com estratégias de exploração
sustentável definidas
Promover a exploração sustentável
3 dos estoques, adotando abordagem 10 aumento do número de recursos pesqueiros de ambientes coralíneos e de espécies foco
ecossistêmica ou beneficiadas contemplados por normas de ordenamento pesqueiro
% das medidas de manejo pesqueiro propostas nas ações do PAN regulamentadas
% de novas áreas com habitats mapeados e caracterizados por área foco
Aumentar o conhecimento sobre número de editais de pesquisa para ambientes coralíneos relacionados ao objetivo
4 ambientes coralíneos ainda pouco 10 específico 4
investigados
número de artigos publicados sobre ambientes coralíneos pouco conhecidos nas
áreas foco
Minimizar os conflitos de uso e % de empreendimentos licenciados que necessitem de EIA/RIMA considerando
impactos negativos no espaço marinho- condicionantes para compensação, mitigação ou monitoramento de ambientes
5 costeiro provocados por atividades e 6 coralíneos nas áreas foco
empreendimentos que afetem direta ou
indiretamente ambientes coralíneos número de áreas foco contempladas em normas de ordenamento espacial marinho
Ordenar a atividade turística nos número de atividades realizadas vinculadas às ações desse objetivo para minimizar
ambientes coralíneos de maneira a impactos da atividade turística com valorização da socioeconomia local
6 16
minimizar seu impacto, considerando a
socioeconomia local número de localidades nas áreas foco com turismo avaliado
número de áreas foco afetadas por espécies invasoras
Prevenir a introdução e a disseminação
de espécies exóticas e invasoras nos número de novas espécies invasoras em ambientes coralíneos
7 11
ambientes coralíneos e avaliar e mitigar
os impactos nos ambientes já afetados número de espécies invasoras com avaliação de impacto realizada em ambientes
coralíneos e adjacentes
Avaliar e minimizar poluição química,
8 física, orgânica e biológica nos 18 número de localidades em áreas foco com monitoramento de qualidade de água
ambientes coralíneos
Promover a revisão, integração, número de fóruns/espaços de diálogo em que ações do PAN Corais são discutidas
inovação e efetividade de políticas
públicas considerando a perspectiva número de processos de qualificação para participação e controle social baseados nos
da sustentabilidade dos ambientes princípios do PAN
9 coralíneos, nos contextos social, 16 número de políticas públicas (atos administrativos normatizadores) que incorporam
ambiental e econômico, ampliando ações do PAN
e fortalecendo os mecanismos de
participação e controle social na gestão % de ações de comunicação previstas no plano de comunicação que foram
de territórios executadas

Avaliar e destacar o papel dos serviços


ambientais dos ambientes coralíneos
para questões relacionadas às mudanças número de áreas focais com planejamento de rede de unidades de conservação
10 do clima e seus impactos, bem como 5 com ambientes coralíneos que considerem estratégia de adaptação baseada em
elaborar estratégias para sua mitigação ecossistemas (AbE) para efeitos de mudanças climáticas
e adaptação desses ambientes com base
na construção de cenários específicos

Acesse a matriz de planejamento completa em: https://goo.gl/Ax9RUQ


INSTITUIÇÕES COLABORADORAS

GOVERNAMENTAIS

CONLE MEIO AMBIENTE/CÂMARA DOS DEPUTADOS - IBAMA (CGPEG;SUPES ES) -


ICMBIO (APA COSTA DOS CORAIS; CENTRO TAMAR; CEPENE; CEPNOR; CEPTA; COAPRO;
COPAN; CR7; DIBIO; ESEC TAMOIOS; ESEC TUPINAMBÁS; PARNAM ABROLHOS;
PARNAM FERNANDO DE NORONHA; REBIO ATOL DAS RO CAS; REBIO ARVOREDO;
RESEX ARRAIAL DO CABO) - JBRJ/MMA - MPA - MPF - PEM LAJE DE SANTOS/SP - SBF/
MMA - SEMA/BA - SEMA/MA - SMMA/CARAVELAS/BA -
SMMA/PORTO SEGURO/BA

UNIVERSIDADES

UEFS - UERJ - UESC - UFAL - UFBA - UFCE - UFES - UFF


UFPB - UFPE - UFRJ - UFRN - UFSC - UNIRIO - USP

ONGS

ASSOCIAÇÃO DOS MICROEMPREENDEDORES DO RECIFE DE FORA


BIOTA AQUÁTICA - CI BRASIL - CIEA/BA - CONFREM - CPP - INSTITUTO MAR ADENTRO
(PROJETO ILHAS DO RIO) - INSTITUTO MEROS DO BRASIL (PROJETO MEROS DO BRASIL) -
INSTITUTO RECICLAR - MPP - OCEÂNICA (PROJETO PONTA DE PIRANGÍ) - REDE ABROLHOS -
REDE SISBIOTA - REJUMA - VOZ DA NATUREZA

EMPRESAS

PETROBRAS - TRAMITTY

APOIO

REALIZAÇÃO

INSTITUTO CORAL VIVO

BRASÍLIA, MARÇO DE 2017


Para saber mais: http://www.icmbio.gov.br/portal/
faunabrasileira/plano-de-acao-nacional-lista/3620-plano-de-
acao-nacional-paraconservacao-dos-recifes-de-corais

Você também pode gostar