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1.

O TUCUNARÉ

Existem mais de 15 espécies descritas de Tucunaré (gênero Cichla) na América do Sul, e esta família
de peixes tem um ciclo reprodutivo muito complexo e seu comportamento adaptativo de alimentação
é notável quando comparado com outras espécies de peixes da Amazônia.A maior e mais poderosa
espécie é a Cichla Temensis. Estes peixes podem atingir até 16 quilos, e eles são encontrados em
toda a bacia do rio Negro. Existem duas fases de cor distintas para as espécies de Temensis. Uma é a
cor manchada ( "Paca" no Brasil) encontrada em todas as espécies de Temensis em períodos não
reprodutivos e a outra famosa é a cor "Açu" (ou Três Barras); Típico do período da fase de desova e
bem conhecido pelas três faixas verticais negras. Este processo de mudança de cores é gradual e gera
uma das mais surpreendentes variedade de cores de peixe de agua doce que um pescador pode ter. Os
espécies de Temensis são extremamente territoriais e durante os períodos de desova podem
permanecer durante semanas na mesma área do ninho, protegendo a prole. Seu comportamento pode
se tornar muito agressivo quando outros predadores tentam atacar suas áreas de berçário.

• Nomenclatura científica: Cichla Schneider, 1801; Tucunaré-açu / paca: Cichla temensis


(Humboldt, 1821); Tucunaré-borboleta / botão: Cichla orinocensis (Humboldt, 1821); Tucunare
amarelo / açuzinho: Cichla monoculus (Spix & Agassiz, 1831).

• Nomes comuns: pavão (EUA), tucunaré (Brasil), pavón (Colômbia e Venezuela), kounanni
(Guiana Francesa), toukounaré (Guiana Francesa), tucunari (Peru), lukanani (Guiana).
Quinze espécies são atualmente reconhecidas como pertencentes ao gênero Cichla, de acordo com
uma revisão do gênero por Kullander e Ferreira (2006). Destas espécies, apenas C. intermedia
Machado-Allison, 1971, não é distribuída no território brasileiro, estando restrita à bacia do Orenoco
e ao canal Cassiquiare, na Colômbia e Venezuela. Duas outras espécies são encontradas na bacia do
Orinoco, bem como no Brasil: C. temensis e C. orinocensis. Duas espécies também são encontradas
em pequenas áreas de drenagem nas Guianas que fluem diretamente para o Oceano Atlântico: C.
ocellaris e C. monoculus.
2. BIOLOGIA DO PEIXE

As espécies de tucunaré (Cichla spp.) estão entre os peixes mais importantes da América do Sul
utilizados como alimento e na prática da pesca esportiva. Algumas características facilmente
observáveis são utilizadas na identificação do gênero: a forma da barbatana dorsal, única entre os
cíclidos da América do Sul, e a presença de um ponto aparente semelhante ao olho na base da
barbatana caudal, que imita um falso olho. Os Tucunarés são responsáveis pela maior participação no
desenvolvimento e nas transações comerciais no mercado de pesca esportiva no Brasil. Os Tucunarés
têm um corpo alongado e moderadamente elevado, que pode ser três a cinco vezes seu comprimento.
São comprimidos lateralmente, com um perfil dorsal convexo e um perfil abdominal reto.

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Têm uma cabeça grande, com um comprimento na escala de 28.5 por cento a 33 por cento
comprimento total; O comprimento da cabeça é seis a dez vezes maior do que o diâmetro dos olhos;
Tem boca prognática (com mandíbula mais proeminente) e mandíbula exposta, em posição baixa,
que ultrapassa em tamanho o comprimento do resto da cabeça; O processo ascendente da pré-
mandíbula se estende para trás do nariz, mas não atinge a margem anterior da órbita do olho; Os
dentes são pequenos, curvos, simples, pontiagudos, densamente definidos em bandas bem definidas e
inseridos em placas de dentes nos ossos pré-maxilar e dentário; A borda posterior do pré-opérculo é
lisa; Escamas Ctenóides cobrem a maior parte do corpo.
A forma da barbatana dorsal define estes peixes distante das outras espécies da família Cichlidae
nesta parte de Ámérica do Sul, onde os cichlidos apresentam a maior variedade com respeito às
formas do corpo. A aleta da cauda é sempre truncada; Em algumas espécies sua borda superior
mostra um ângulo agudo, enquanto a borda inferior é arredondada. A coloração geral do fundo pode
variar substancialmente ao longo do ano, tornando-se mais intensa durante a época de reprodução.
Bandas ou pontos arredondados, ou faixas longitudinais pretas, são vistos nos flancos de espécimes
juvenis e adultos, e servem para distinguir diferentes espécies.
A parte de trás é ligeiramente mais escura, exibindo tons cinza, preto, castanho escuro, marrom, tons
esverdeados ou azulados. Os flancos são amarelados, esverdeados, acinzentados, azulados,
alaranjados ou de cobre. A região da boca inferior, sob o opérculo e sobre os raios bioquímicos, pode
ser cor de laranja ou vermelho, com coloração mais intensa durante a época de reprodução.
Um ponto bem definido e peculiar é o ocelo que está na base da cauda, bem na borda da barbatana
caudal. Persistem grandes dúvidas sobre se a variedade de açu e paca presentes na bacia do rio Negro
pertence ou não à mesma espécie. Estudos genéticos recentemente publicados revelaram que estas
formas pertencem à mesma espécie: C. temensis; Outras espécies de tucunare também exibem
variações na forma de paca: C. piquiti, C. pinima e C. vazzoleri.

3. TAMANHOS E PESOS

A maior espécie de tucunaré, a existente em abundancia no Rio Marié é o Cichla temensis, alcança
um pouco mais de um metro de comprimento e 14 quilos, mas, segundo alguns relatos de moradores
do rio Negro, esta espécie pode atingir, e raramente ultrapassar, o limite de 16 quilos . Outras
espécies também atingem grandes tamanhos, superiores a 90 centímetros e 10 quilos, como Cichla
pinima e Cichla vazzoleri.
Os Tucunarés preferencialmente habitam ambientes lenticos, ou seja, as águas de lagos e lagoas, mas
também as margens dos rios, nas entradas ou lagoas conectadas a rios, nos remansos e canais
fluviais, bem como as áreas rasas com estruturas abundantes (Troncos e galhos de árvores, vegetação
nos lados e rochas).
Algumas espécies (C. melaniae, C. temensis e C. piquiti) também podem ocorrer em ambientes
lóticos e semilóticos, como corredeiras de rios e trechos com água de fluxo rápido, geralmente
permanecendo em áreas que estão longe do fluxo de corrente, em áreas mais abrigadas, normalmente
por trás de rochas, troncos de árvores ou ramos.

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Variações no nível da água nos rios amazônicos influenciam o processo reprodutivo dos peixes e seu
acesso aos recursos alimentares. Em seus ambientes naturais, peixes de espécies que podem atingir
tamanhos maiores, como tucunaré-açu (C. temensis), realizam deslocamento em distâncias maiores,
em comparação com espécimes e espécies menores, como o tucunaré-borboleta (C. orinocensis).

4. COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Os tucunarés se alimentam de outros peixes, comendo uma grande variedade de espécies, incluindo a
sua própria; Eles também podem se alimentar de camarões, insetos e outros artrópodes durante seu
estágio juvenil; Ocasionalmente, alguns indivíduos adultos podem comer artrópodes. As espécies de
Tucunarés exploram os recursos que estão à sua disposição no meio ambiente, apresentando um
comportamento oportunista.
Em seus ambientes naturais, não-modificados, os tucunarés comem uma ampla gama de presas,
especialmente membros de Characiformes e Siluriformes, e também são canibais.
Sua atividade é reforçada durante dias com temperaturas mais altas e maior intensidade de luz, que
se concentram no período entre 9h e 15h. Os fatores bióticos que mais influenciam o número de
tucunarés são variações de temperatura, precipitação, assim como a variação e duração do
fotoperíodo.

5. DESOVA

A desova do tucunaré é realizado de forma desordenada, com o seu pico no final da estação seca e o
início da estação chuvosa (inundações), embora possam reproduzir ao longo de todo o ano. Eles não
sofrem migrações reprodutivas e eles tendem a seus jovens.
As taxas de fertilidade são variáveis, com 1.500 a 15.000 oócitos por evento de desova. Tanto a larva
como as larvas recentemente incubadas aderem ao substrato. Os peixes cavam ninhos na parte
inferior das margens dos rios, onde eles transferem os ovos recentemente chocados, depositando-os
na superfície de troncos de árvores ou rochas.

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