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Índice
Taxonomia
Etimologia
Características
Reprodução
Vulnerabilidade
População
Peixe-boi no Brasil
Projeto Peixe-boi
Laboratório de Mamíferos Aquáticos do INPA
O peixe-boi e os nativos do Novo Mundo
Referências
Ligações externas
Taxonomia
Os peixes-bois representam três das quatros espécies atualmente existentes da ordem Sirenia. O quarto
representante é o dugongo, um animal típico da região oriental. Os cientistas acreditam que os sirênios
evoluíram dos mamíferos terrestres quadrúpedes há mais de 60 milhões de anos, tendo, nos dias atuais, o
parentesco mais próximo com os animais das ordens Proboscidea (elefantes) e Hiracoidea (hírace).[6]
As três espécies descritas pela Taxonomia de Wilson e Reeder são o peixe-boi-marinho (Trichechus
manatus), o peixe-boi-africano (Trichechus senegalensis), e o peixe-boi-da-amazônia (Trichechus
inunguis) [7]
inunguis).
O peixe-boi-da-amazônia é caracterizado por ter um pelo de tom marrom acinzentado e uma pele grossa e
enrugada, geralmente apresentando também pelos grossos ou “bigodes”. Fotos dele são tão escassas quanto
o conhecimento sobre sua espécie. Especialistas acreditam, contudo, que ela seja mais semelhante ao peixe-
boi-marinho que ao africano.
Etimologia
"Manati" se origina do termo caribe para o animal: mana'ti.[8]
Características
O peixe-boi tem uma média de 500 a 550 quilogramas de
massa e comprimento médio de 2,8 a 3 metros, com máximas
avistadas de 3,6 metros e 1 775 quilogramas (as fêmeas
tendem a ser maiores e mais pesadas). Ao nascer, um filhote de
peixe-boi tem uma massa média de trinta quilogramas.
Para nadar, o peixe-boi impulsiona sua nadadeira caudal, usando as duas nadadeiras peitorais para controlar
os movimentos. Apesar de bastante pesado, consegue ser bem ágil dentro d'água, fazendo muitas manobras
e ficando em várias posições Em média os peixes-bois nadam com uma velocidade de cinco quilômetros
e ficando em várias posições. Em média, os peixes bois nadam com uma velocidade de cinco quilômetros
por hora até oito quilômetros por hora (1,4 metros por segundo a 2,2 metros por segundo). No entanto, têm
sido vistos nadando a uma velocidade de até trinta quilômetros
por hora (oito metros por segundo) em rajadas curtas. Metade
do dia de um peixe-boi é gasto dormindo na água, subindo
para tomar ar regularmente em intervalos não superiores a
vinte minutos. Por ser um mamífero, o peixe-boi precisa ir à
superfície para respirar. Como os outros mamíferos, ele respira
pelos pulmões. Nos seus mergulhos normais, fica apenas de
um a cinco minutos debaixo d'água. Já em repouso, pode
permanecer até 25 minutos submerso sem respirar.
Emitem uma ampla gama de sons na comunicação, especialmente entre as fêmeas e os machos durante o
contato sexual, mas também entre os adultos durante jogos e comportamentos habituais. Podem usar sabor
e odor, além da visão, som e tato, para se comunicar. São capazes de aprender diferentes tarefas e mostram
sinais de aprendizagem complexas ou longa memória, tal como golfinhos e Pinípedes, segundo estudos
visuais e acústicos.[9]
Reprodução
Possuem taxa reprodutiva muito baixa pois a fêmea, chamada
peixe-mulher, segundo o Dicionário Aurélio, tem geralmente
um filhote, mas há casos de nascimentos de gêmeos, até
mesmo em cativeiro, como já aconteceu na Sede Nacional do
Projeto Peixe-Boi, em Itamaracá, Pernambuco.[1][10]
Vários machos podem copular com uma mesma fêmea, o cio dura um longo período, mas apenas um deles
irá fecundá-la. A reprodução da espécie é lenta, pois o período de gestação das fêmeas é longo: treze
meses. Depois, a mãe amamenta o filhote durante um período entre um e dois anos. Por causa disso, a
fêmea tem apenas um filhote a cada quatro anos, pois ela só volta a entrar no cio outra vez um ano depois
de desmamar e tirando a época em que as mães estão com os seus jovens do sexo masculino ou feminino,
os peixes-boi geralmente são criaturas solitárias.[11]
Nos primeiros dias de vida, o filhote alimenta-se exclusivamente do leite da mãe. O leite materno é
importante para o desenvolvimento do filhote: é um alimento completo que o ajuda no crescimento e
f i i t d i i t d id D t í d d
funciona como uma vacina, protegendo-o nos primeiros tempos de vida. Durante o período de
amamentação é possível notar as mamas na fêmea. Elas ficam uma de cada lado, bem abaixo da nadadeira
peitoral. Mas é já a partir dos primeiros meses de vida que o peixe-boi começa a ingerir vegetais, seguindo
o comportamento da mãe. O filhote, aliás, recebe todos os cuidados da mãe. Muito zelosa, é ela quem o
ensina a nadar, a subir até a superfície para respirar e também a alimentar-se de plantas.
O peixe-boi da Flórida (Trichechus manatus latirostris) por exemplo, exibe comportamento promíscuos
onde um número de machos forma um grupo chamado de rebanho de acasalamento com uma fêmea,
quando essa entra no período reprodutivo, embora os peixes-boi machos possam exibir espermatogênese
com comprimento <2,4 m, com idade precoce de 2 anos, parece que os machos "juvenis" (isto é, os
menores) permanecem na periferia do rebanho de acasalamento, enquanto os machos maiores ficam em
posição adjacente a fêmea. Os rebanhos de acasalamento podem permanecer juntos por até cerca de um
mês, durante o qual se supõe que vários machos conseguem copular várias vezes com a fêmea. Embora não
tenha ocorrido nenhum teste genético de paternidade nem observação contínua dos rebanhos de
acasalamento para documentar todas as copulações, foi sugerido que os machos maiores no rebanho
copulam com mais frequência.[12]
Vulnerabilidade
Embora os peixes-boi possuam poucos predadores naturais (tubarões,
crocodilos, orcas e jacarés), todas as três espécies de peixe-boi estão listadas
pela World Conservation Union como vulnerável à extinção. A principal
ameaça corrente para os peixes-boi nos Estados Unidos está sendo as colisões
com barcos ou com hélices. Às vezes o peixe-boi pode sobreviver a estas
colisões, e mais de cinquenta cicatrizes profundas permanentes têm sido
observadas em alguns peixes-boi ao largo da costa da Flórida.[13] No entanto,
as feridas são muitas vezes fatais, e os pulmões podem até sair através da
cavidade torácica[13] É ilegal, no âmbito federal e na lei da Flórida, provocar
danos aos peixes-boi.[13]
Um peixe-boi O assoreamento dos estuários onde as fêmeas dão à luz os filhotes é outro
motivo para ameaça de extinção desta espécie.
O Centro Mundial de Monitoramento da Conservação, órgão do PNUMA (Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente), registra em seu banco de dados as seguintes espécies e subespécies como objeto de
preocupação:
População
A população de peixes-boi na Flórida (T. manatus) provavelmente está entre 1000 e 3000, embora as
estimativas sejam difíceis. O número de mortes de peixes-bois causadas por seres humanos neste estado,
aumentou com o passar dos anos, correspondendo a 20%-40% das mortes registradas de peixe-boi.[19]
Foram registrados perto de 300 peixes-bois mortos por atividade humana na Flórida em 2006, a maioria
destes causados por barcos.
Estimativas da população de peixe-boi da Flórida mostram
uma grande variação de ano para ano, com algumas áreas com
possíveis aumentos e outras com queda de população, com
muito pouca evidência de fortes aumentos exceto em duas
áreas. No entanto, estudos realizados em 1997 indicaram que
diminuiu sua sobrevivência adulta e a eventual extinção de
peixes-boi da Flórida é uma possibilidade.[20] Os censos de
peixe-boi são altamente variáveis,:[21] na Flórida em 1996, um
inquérito no inverno calculou 2639 peixes-boi; em janeiro de
1997, foram registrados 2229 e em fevereiro apenas 1706.[13]
Restos fósseis dos antepassados de peixe-boi mostram que eles Peixe-boi das antilhas
têm habitado a Flórida por cerca de 45 milhões de anos.
O peixe-boi-da-amazônia (T. inunguis) é uma espécie de peixe-boi que vive nos habitats de água doce do
rio Amazonas e seus afluentes. Sua cor é cinzenta acastanhada e eles têm uma pele enrugada e grossa,
muitas vezes com pelos grossos, ou "bigodes". Seu principal predador é também o homem. O governo
brasileiro proibiu a caça do peixe-boi desde 1973, em um esforço para preservar a espécie. Mortes por
barcos, no entanto, ainda são comuns.
O peixe-boi-africano (T. senegalensis) é o menos estudado das três espécies de peixe-boi. Fotos do peixe-
boi-africano são muito raras, embora muito pouco se sabe sobre esta espécie, os cientistas acham que são
semelhantes ao peixe-boi das Caraíbas. Eles são encontrados em habitats costeiros marinhos e estuarinos, e
em água doce sistemas fluviais ao longo da costa oeste da África a partir do rio Senegal até ao rio Kwanza,
em Angola, incluindo as áreas em Gâmbia, Libéria, a Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Costa do Marfim,
Gana, Mali, Nigéria, Camarões, Gabão, República do Congo, e da República Democrática do Congo.
Embora ocasionalmente caçados por tubarões e crocodilos na África, as suas ameaças significativas são
apenas o ser humano, devido à caça furtiva, perda habitat, e outros impactos ambientais. Eles chegam a
habitar até Gao, no Mali, pelo rio Níger. Embora raros, eles ocasionalmente ficam encalhados quando o rio
seca até ao final do período chuvoso. O nome em Sonrai, o idioma local, é "ayyu".
Peixe-boi no Brasil
Há registros do peixe-boi desde o descobrimento pelos portugueses no século XVI, de início, logo foram
associados ao quinotauro. No Brasil há duas espécies de peixe-boi: o Trichechus manatus manatus, peixe-
boi marinho que se encontra criticamente ameaçado de extinção, e o Trichechus inunguis que vive nos rios
amazônicos, considerado como vulnerável à extinção. Calcula-se que existam cerca de 500 peixes-boi
marinhos na costa brasileira, não existem estudos ou pesquisas que revelem estimativas populacionais para
o número de indivíduos de peixes-bois da Amazônia.
Projeto Peixe-boi
Com a possibilidade de extinção dessas espécies o governo brasileiro proibiu sua caça e criou em 1980 o
Projeto Peixe-Boi[22] desenvolvido pelo CMA (Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de
Mamíferos Aquáticos) com sede na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. O projeto dedica-se à pesquisa,
resgate, recuperação e devolução à natureza do peixe-boi, bem como a informação e parceria com
comunidades ribeirinhas e costeiras. O projeto está aberto a visitação, onde podem ser vistos inúmeros
peixes-boi, inclusive a Chica, um peixe-boi fêmea que viveu durante anos num aquário público em uma
praça do Recife, e o Poque, um raro caso de híbrido entre o peixe-boi marinho e o amazônico.[23]
Laboratório de Mamíferos Aquáticos do INPA
Aos nativos, o peixe-boi não servia apenas de alimento, sendo consumido assado, guisado ou cozido. Seu
couro era muito resistente, ideal para a confecção de cordas e escudos.[25] Sua queixada era curva, própria
para cabo de machados e enxós.[26]
Indígenas amazonenses caçavam peixe-boi de canoa e arpão, em cuja ponta eram fixadas conchas
afiadíssimas. Quando o animal colocava o focinho para fora da água para respirar, era arpoado.[27] Outra
maneira de capturar o peixe-boi era utilizar o arpão preso a uma corda à canoa e arpoá-lo. O animal
arrastava a canoa até se cansar, quando então era puxado para as proximidades da canoa e madeiras eram
inseridas em suas ventas, matando-o por asfixia. Em outras ocasiões ele era arrastado para a terra firme,
onde acabavam de matá-lo.[28]
O peixe-boi era também caçado com o arpão preso a uma corda onde, na outra extremidade, estava presa
uma boia. O animal fugia, mas a boia indicava sua posição e, quando ela parava de se movimentar, os
índios puxavam o animal já morto para a canoa. Para embarcá-lo, enchiam a embarcação de água e o
deslizavam para dentro e em seguida com ajuda de cuias esvaziavam a água da canoa para fazê la boiar e
deslizavam para dentro e, em seguida, com ajuda de cuias, esvaziavam a água da canoa para fazê-la boiar e
a empurravam para a margem.[29] Quando os índios amazônicos caçavam ou pescavam uma grande
quantidade de animais e não podiam transportar toda a carga para a aldeia, moqueavam a carne restante,
embrulhavam-na em folhas de bananeiras, inajá ou ubi e a enterravam para buscá-la em outra ocasião.[28]
Referências
8. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da
1. Projeto Peixe-boi (http://www.projetopeixe-
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