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Importância cultural e económica


Informações taxonómicas


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Ouriço-terrestre
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As referências deste artigo necessitam de formatação. Por favor, utilize fontes
apropriadas contendo título, autor e data para que o verbete
permaneça verificável. (Agosto de 2020)
Nota: Este artigo é sobre a espécie de animal Erinaceus europaeus. Para outros
animais também conhecidos como ouriços-cacheiros, veja Erethizontidae.
Ouriço-terrestre

Estado de conservação

Pouco preocupante (IUCN 3.1)

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Erinaceomorpha
Família: Erinaceidae
Subfamília: Erinaceinae
Género: Erinaceus
Espécie: E. europaeus

Nome binomial

Erinaceus europaeus
Linnaeus, 1758

Distribuição geográfica
mapa de distribuição na Europa

O ouriço-cacheiro (português europeu) ou ouriço-terrestre (português brasileiro)[1] ou chamado pelo seu


nome científico: Erinaceus europaeus também chamado porco-espinho,[2] ouriço-
cacho[3] ou, simplesmente, ouriço[4] é um mamífero insectívoro primitivo da
família Erinaceidae, a qual engloba 16 espécies. O ouriço-cacheiro está apenas
presente no continente europeu (nativo), sendo introduzido na Nova
Zelândia.[5] Em Portugal é uma espécie fácil de encontrar na natureza.

Descrição
Os ouriços-terrestres são facilmente reconhecíveis pelos seus espinhos, que revestem
todo o corpo exceto o focinho e ventre. O ouriço-cacheiro tem cerca de seis mil
espinhos aguçados de 2 a 3 centímetros, que cobrem o dorso e os flancos do seu
corpo. Os espinhos são pêlos modificados cuja mobilidade é controlada pelos
músculos. Os espinhos são eriçados, de cor castanha matizada com tons mais ou
menos escuros, porém o pêlo da barriga é creme ou esbranquiçado.
Quando se sente ameaçado, o ouriço-terrestre enrola-se sobre si próprio, ocultando as
partes expostas do seu corpo, como o ventre, os membros e a cabeça, transformando-
se numa “bola com picos”, bastante difícil de penetrar. A cabeça distingue-se
facilmente do resto do corpo, os olhos são grandes, as orelhas são relativamente
pequenas e pontiagudas e possui uma cauda rudimentar.[6]

esqueleto em relação ao corpo


Não existe dimorfismo sexual, isto é, não existem características evidentes que
diferenciem machos e fêmeas. No entanto, a principal diferença é que os machos
possuem testículos intra-abdominais e o pénis bastante desenvolvido, enquanto a
fêmea possui uma vagina perto do ânus e têm cinco pares de mamilos ou têtas: um par
na zona peitoral, dois pares na zona abdominal e dois pares na zona inguinal.[7] O
comprimento do corpo varia entre 20 e 35 centímetros e a cauda entre 10 e 20
centímetros. Os animais adultos pesam em média 700 gramas, podendo este valor
variar entre 400 e 1200 gramas. Um animal que não possua, pelo menos, entre 500 e
as 600 gramas terá dificuldade em sobreviver ao período de
hibernação.[8] Geneticamente são seres diplóides (2n) com 48 cromossomas.[8] A
longevidade média é de 3 anos mas podem viver até os 10 anos.

Distribuição geográfica

Wikimedia | © OpenStreetMap

Mapa do Atlas de Mamíferos de Portugal, 2ª edição (2019)

O ouriço-terrestre distribui-se por quase toda a Europa Ocidental e central, incluindo


[9]

as ilhas Britânicas, áreas costeiras e meridionais da Escandinávia, estendendo-se aos


Países Bálticos como a Finlândia, Estónia e partes ocidentais da Carélia, na Rússia. A
sua fronteira leste atinge a porção ocidental da Polónia, Áustria, República Checa
e Eslovénia. Pode ser encontrada em quase toda a Península Ibérica.
No Mediterrâneo, apenas ocorre nas ilhas
da Córsega (França), Sardenha e Sicília (Itália).[5]
Não ocorre nas ilhas Baleares, Canárias, Chipre, Madeira, Malta, Balcãs ou
Grécia.[6] Foi introduzido artificialmente nalgumas ilhas dos Açores, nomeadamente em
São Miguel, Santa Maria, Terceira, São Jorge, Pico e Faial.

Ecologia e comportamento
Na Península Ibérica possui uma vasta gama de meios naturais, desde zonas abertas a
áreas mais arborizadas, esta última é a mais procurada pelos ouriços-terrestres pois
oferece abrigo e proteção. Na área do Mediterrâneo preferem áreas mais húmidas,
como florestas. Habitam também zonas semiurbanas, como jardins.
O ouriço-terrestre é um animal ativo, principalmente ao crepúsculo e durante a noite. O
ouriço-cacheiro é insetívoro, isto é, o seu regime alimentar passa sobretudo por
pequenos insetos. No entanto, também come frutos silvestres, sementes, minhocas,
caracóis, ovos de aves (de ninhos que são construídos no solo) ou ainda pequenas rãs
e répteis que encontre pelo seu caminho. Apesar das pequenas pernas, o ouriço-
terrestre pode percorrer um a três quilómetros numa noite à procura de alimentação. [10]

Ouriços-terrestres também consomem frutos

Como se alimenta em poucas porções e tem uma taxa metabólica muito alta, os
ouriços-terrestres procuram alimento também durante o dia, em especial as fêmeas
durante o período de amamentação e os jovens, pois têm maiores necessidades
energéticas.[10]
Os ouriços-terrestres são animais solitários, não sendo contudo animais territoriais. A
sua área territorial varia entre 20 a 30 hectares para os machos e cerca de 10 hectares
para as fêmeas.[6]
Não são animais agressivos, mas há registo de lutas principalmente entre os machos,
para estabelecer domínio entre eles.
São mamíferos noctívagos e hibernam, usando uma toca que cavam no solo. A
hibernação do ouriço ocorre de novembro a março normalmente, havendo uma alta
taxa de mortalidade nos ouriços durante a primeira hibernação.[6] Durante a hibernação
o seu ritmo cardíaco passa de cerca de 190 bpm para 20 bpm e a respiração quase
pára.
Os ouriços-terrestres constroem tocas para hibernar e terem as crias. Durante os
meses mais quentes do ano, refugiam-se em locais com vegetação densa, mudando
muitas vezes de abrigo. Em Portugal, a hibernação acontece nos ouriços-terrestres que
habitam regiões de elevadas altitudes, como a Serra da Estrela e planaltos do distrito
de Bragança, onde o frio é muito acentuado.[11]

Reprodução
Por terem o corpo coberto de espinhos, é difícil pensar como os ouriços-terrestres se
reproduzem. Porém os espinhos são manobráveis e, na época de reprodução, quando
o macho faz uma “dança” à volta da fêmea, esta baixa os espinhos de forma a que os
espinhos fiquem deitados sobre o seu corpo, permitindo o acasalamento.[10]
Ouriço-terrestre bebê

Em Portugal, os ouriços podem acasalar entre Janeiro/Fevereiro e Agosto/ Setembro,


sendo que na maior parte das vezes, acasalam apenas uma vez por ano. A fêmea
constrói um ninho com penas e palhas onde criará sozinha, a sua ninhada.
O período de gestação tem a duração de 35 dias, nascendo 2 a 6 crias. As crias
nascem cegas, de cor branca e com peso relativo de 10 a 25 g. As crias não nascem
com os picos aguçados e o seu corpo está envolto numa camada gelatinosa espessa.
Deste modo, ao nascer, as crias não ferem a mãe. Mas no interior dos espinhos há um
líquido que horas após o nascimento, secará levando a que estes rapidamente fiquem
eriçados e fortes. A abertura dos olhos ocorre após duas semanas e as crias começam
a sair do ninho na terceira semana. A amamentação dura cerca de um mês. Após esse
período, a cria alimenta-se sem qualquer auxílio dos progenitores.[12]
Até ao primeiro ano de vida, a mortalidade é bastante elevada (até 70%). Passado
esse ano, os ouriços conseguem viver até cinco anos. A maturidade sexual é atingida
ao primeiro ano de vida. As crias, desde a nascença enrolam-se sobre si mesmas, pois
são deixadas sozinhas no ninho pela progenitora que necessita de se alimentar.
Embora as crias sejam mais vulneráveis, pois os seus espinhos são menos duros, os
predadores não são a principal ameaça dos ouriços.[13]

Fatores de ameaça
Por serem animais relativamente lentos, são um dos vertebrados mais susceptíveis de
ser atropelados.[14] Em Portugal não são uma espécie em risco. Noutras regiões, por
exemplo, na província de Leão (Espanha) são atropelados em média de 1,7 indivíduos
por quilómetro.[14] No que diz respeito a relações bióticas, existem registos de o ouriço-
terrestre ser predado pelo bufo-real [15](Bubo bubo), raposas (Vulpes vulpes), texugos
(Meles meles) e mesmo cães (Canis familiaris).

Parasitas
São animais que apresentam diversas patologias, sendo parasitados por trematódes,
nematodes, sifonápteros e acarinos, entre os quais alguns parasitas exclusivos, como o
trematóde Brachylaemus erinacei e a pulga Archaeopsylla erinacei.[16]

Fatores de conservação
O ouriço-terrestre está classificado como espécie com estatuto de conservação pouco
preocupante (LC), segundo a Lista Vermelha da IUCN[5].
Apesar de a sua principal ameaça ser os atropelamentos, não estão sujeitos a
nenhuma tendência regressiva e são relativamente abundantes [17] na sua área de
distribuição. O ouriço-cacheiro é uma das espécies que está listada no Anexo III da
Convenção de Berna. Ocorre em várias áreas protegidas dentro da sua área
geográfica.

Importância cultural e económica

A Lebre e o Ouriço-cacheiro (ilustração de Otto Ubbelohde), lenda dos Irmãos Grimm

Tradicionalmente, não tem particular interesse económico especial pelo seu uso. Em
certas regiões Europeias são animais por vezes perseguidos pelo homem, pois
alimentam-se de ovos de aves cinegéticas que têm ninho no solo.[12]
No País Basco e em Portugal no passado era uma espécie capturada com fins
gastronómicos. O ouriço-terrestre era considerado um petisco no sul de Portugal, tendo
o prato nome de «leitão da serra». Atualmente, não é permitida a captura destes
animais selvagens.[7] Regra geral, hoje têm a estima humana pela sua morfologia única
e natureza inofensiva. São parte do imaginário infantil, com personagens comuns em
literatura (contos) e programas infantis em muitos Países.[18][19][20]

Informações taxonómicas
Estudos genéticos recentes apoiam a distinção duma nova subespécie E. europaeus
hispanicus, endémica à Península Ibérica, mas serão necessários estudos adicionais a
fim de confirmar esta possibilidade.[6]

Referências
1. ↑ «Dicionário Priberam»
2. ↑ «Dicionário Aulete»
3. ↑ «Dicionário Estraviz»
4. ↑ «Dicionário Priberam»
5. ↑ Ir para:a b c Amori, G., Hutterer, R., Kryštufek, B., Yigit, N., Mitsain, G. & Palomo, L.J. 2008.
Erinaceus europaeus. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2.
<www.iucnredlist.org>.
6. ↑ Ir para:a b c d e Palomo, L. J., Gisbert , J. y Blanco, J. C. (2007). Atlas de los mamíferos
terrestres de España (Dirección ., p. 558). Madrid, España. Retrieved
from http://scholar.google.pt/scholar?q=Atlas+de+los+Mamíferos+Terrestres+de+España&bt
nG=&hl=pt-PT&as_sdt=0,5#2
7. ↑ Ir para:a b Mitchell-Jones, A., & Amori, G. (1999). The atlas of European mammals.
Wageningen UR, Library (Netherlands) WURL, 1, 12. Retrieved
from http://agris.fao.org/agris-
search/search/display.do?f=2012/NL/NL201233744074.xml;NL2012033807
8. ↑ Ir para:a b alomo, L. J., Gisbert , J. y Blanco, J. C. (2007). Atlas de los mamíferos terrestres de
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9. ↑ Joana Bencatel, Helena Sabino-Marques, Francisco Álvares, André E. Moura & A. Márcia
Barbosa (eds.). Atlas de Mamíferos de Portugal – uma recolha do conhecimento disponível
sobre a distribuição dos mamíferos no nosso país. [S.l.: s.n.] ISBN 978-989-8550-80-4.
Consultado em 4 de junho de 2020
10. ↑ Ir para:a b c Sharp, L. (1985). British Hedgehog Preservation Society. Environmental
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13. ↑ Blanco, J. (1998). Mamíferos de España II. Cetáceos, Artiodáctilos, Roedores y. Retrieved
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14. ↑ Ir para:a b Huijser, M., & Bergers, P. (2000). The effect of roads and traffic on hedgehog
( Erinaceus europaeus) populations. Biological Conservation. Retrieved
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15. ↑ http://www.avesdeportugal.info/bubbub.html
16. ↑ Morris, P., & English, M. (1969). Trichophyton mentagrophytes var. erinacei in British
hedgehogs. Medical Mycology. Retrieved
from http://informahealthcare.com/doi/abs/10.1080/00362177085190221
17. ↑ https://www.iucnredlist.org/species/29650/2791303
18. ↑ https://books.google.co.uk/books?id=BZU6DwAAQBAJ&pg=PA28&lpg=PA28&dq=o+carinh
o+pelos+ouricos+cacheiros&source=bl&ots=-qRBq0Tvd0&sig=ACfU3U3qWrW-
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19. ↑ https://www.fnac.pt/Noronha-o-Ourico-com-Vergonha-Sofia-Isabel-Vieira/a6577701
20. ↑ https://rujokinggrandad.co.uk/4-childrens-books-with-hedgehogs-as-main-character

Categorias:
• Espécies pouco preocupantes
• Erinaceidae
• Mamíferos descritos em 1758
• Esta página foi editada pela última vez às 16h50min de 15 de abril de 2023.
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