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Palmeira
Condicionamento acústico
Projeto de Licenciamento
Novembro de 2022
2101 – Casa CaRi – Rua Humberto Cruz, Lote 7, Leça da Palmeira
Projeto de Licenciamento
Índice geral
1. Introdução .............................................................................................................................................1
2. Condições geológico-geotécnicas ............................................................. Erro! Indicador não definido.
Índice de figuras
Índice de tabelas
1. Introdução
A presente memória descritiva e peças desenhadas anexas referem-se ao Projeto de Condicionamento acústico
de uma obra de edificação de um edifício de habitação unifamiliar, cujo requerente, Ana Carolina Leite Peixoto de
Matos, pretende levar a efeito na Rua Humberto Cruz, Lote 7, União de Freguesias de Matosinhos e Leça da
Palmeira, concelho do Matosinhos, Portugal.
A presente memória descritiva destina-se a definir as características do projeto de isolamento acústico segundo o
estipulado no Dec. Lei n.º 129/2002 de 11 de maio.
Na execução deste projeto é necessário ter em conta os projetos do estudo das necessidades energéticas de
aquecimento e arrefecimento bem como o de arquitetura, sendo que, havendo incompatibilidade entre projetos
deverá ser considerado o cenário mais gravoso e que dê resposta a todas as necessidades.
O ruído torna-se comummente numa grave causa de incomodidade e origem de possíveis perturbações do bem-
estar dos ocupantes das habitações e de onde podem resultar, nos casos mais graves, perturbações psíquicas. A
propagação do ruído exterior para o interior dos edifícios põe em causa diversos elementos, nomeadamente as
partes opacas da envolvente vertical, as janelas, as coberturas, as aberturas de rejeição de ar de ventilação; para
os edifícios de habitação são habitualmente as janelas que desempenham papel determinante na transmissão de
ruído para o interior.
Surgem com frequência reclamações relacionadas com o ruído em zonas habitacionais. Dado que o ruído pode
não ser causa exclusiva destas reclamações, e ainda porque os graus de reação dos diferentes indivíduos expostos
ao ruído podem ser substancialmente diferentes, torna-se necessário aplicar um critério de apreciação do ruído
baseado nas reações médias individuais.
Tendo-se presente que a transmissão sonora se pode manifestar de duas formas especificas entre o local emissor
e o recetor, ou seja por sons de condução aérea e, ou por sons de percussão, interessa-nos que os elementos
separadores da construção tenham um isolamento sonoro tal que permita salvaguardar as funções para o qual os
espaços separados foram projetados, garantindo adequados níveis de conforto dos ocupantes.
Os edifícios e as suas frações que se destinem a usos habitacionais ou que, para alem daquele uso, se destinem
também a comercio, indústria, serviços ou diversão, estão sujeitos ao cumprimento dos seguintes requisitos:
a) Os índices de isolamento sonoro a sons de condução aérea D2m,nT,W entre o exterior do edifico e quartos ou
zonas de estar dos fogos, devem respeitar as seguintes condições:
i. D2m,nT,W >= 33dB, em zonas mistas ou zonas sensíveis reguladas pelas alíneas c), d) e e) do n.º1 do artigo
11º do Regulamento Geral do ruído.
ii. D2m,nT,W >= 28dB, em zonas sensíveis reguladas pelas alíneas b) do n.º1 do artigo 11º do Regulamento
Geral do ruído.
b) O índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea DnT,W, entre compartimentos de um fogo (emissão) e
quartos ou zonas de estar de outro fogo (receção) num edifício, deve respeitar a seguinte condição:
c) Os índices de isolamento sonoro a sons de condução aérea DnT,W entre locais de circulação comum do edifício
(emissão) e quartos ou zonas de estar dos fogos (receção), devem respeitar as seguintes condições:
ii. DnT,W >= 40dB (se o local emissor for um caminho de circulação vertical, quando o edifício seja servido
por ascensores)
iii. DnT,W >= 50dB (se o local emissor for uma garagem de parqueamento automóvel).
d) Os índices de isolamento sonoro a sons de condução aérea DnT,W, entre locais do edifício destinados a comércio,
indústria, serviços ou diversão (emissão) e quartos ou zonas de estar de fogos (receção), devem respeitar a
seguinte condição:
e) No interior dos quartos ou zonas de estar dos fogos (receção), o índice de isolamento sonoro a sons de
percussão, L’nT,w, proveniente de uma percussão normalizada sobre pavimentos dos outros fogos ou de locais de
circulação comum do edifício (emissão), deverá respeitar a seguinte condição:
L’nT,w <=60dB
f) Esta condição não se aplica se o local emissor for um caminho de circulação vertical, quando o edifício for servido
por ascensores.
g) No interior dos quartos ou zonas de estar dos fogos (receção), o índice de isolamento sonoro a sons de
percussão, L’nT,w, proveniente de uma percussão sobre pavimentos de locais do edifício destinados a comercio,
indústria, serviços ou diversão (emissão), deverá respeitar a seguinte condição:
L’nT,w <=50dB
h) Interior dos quartos ou zonas de estar dos fogos, o nível de avaliação, L Ar,n,T ruído particular de equipamentos
coletivos do edifico tais como ascensores, grupos hidropressores, sistemas centralizados de ventilação mecânica,
automatismos de portas de garagem, postos de transformação de corrente elétrica e escoamento de aguas,
deverá satisfazer as condições seguintes:
iii. LAr,n,T <=40 dB (A) (se o equipamento for um grupo gerador elétrico de emergência)
Zonas Sensíveis – áreas definidas em instrumentos de planeamento territorial como vocacionadas para usos
habitacionais, existentes ou previstos, bem como para escolas, hospitais, espaços de recreio e lazer e outros
equipamentos coletivos prioritariamente utilizados pelas populações como locais de recolhimento, existentes ou
a instalar.
Zonas Mistas – zonas existentes ou previstas em instrumentos de planeamento territorial eficazes, cuja ocupação
seja afetada a outras utilizações, para além das referidas na definição de Zonas Sensíveis, nomeadamente a
comércio e serviços.
4. Caraterização do Edifício
As características principais do edifício bem como a indicação de quais as verificações a efetuar para o
dimensionamento dos elementos da envolvente, de acordo com o Regulamento dos Requisitos Acústicos do
Edifícios, encontram-se sintetizadas nos quadros seguintes.
Classificação do Edifício
De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 1º do Decreto-Lei 96/2008 o edifício
deverá ser classificado e observar o disposto para Edifícios Habitacionais e Mistos,
e unidades hoteleiras.
Verificações consideradas
Verificações necessárias das soluções construtivas existentes no edifício de acordo
com o Regulamento dos Requisitos Acústicos do Edifícios.
Isolamento a sons de
Índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, normalizado, D2m,nT,w, entre
condução aérea
o exterior do edifício e quartos ou zonas de estar dos fogos.
De acordo com o mapa de ruído do concelho de Matosinhos, o local está classificado como zona mista de acordo
com o previsto no Regulamento Geral da Poluição Sonora, Decreto-Lei 9/2007, de 17 de janeiro.
Não foi realizada qualquer recolha de dados acústicos no local de implantação do edifício que permita conhecer
as características espectrais do ruído exterior de forma a definir os termos de adaptação C ou C tr.
Como não é possível conhecer as características espectrais do ruído exterior, adotam-se os termos de adaptação
C, em função das características da área envolvente.
5. Metodologia de cálculo
As fachadas apresentam uma composição heterogénea, sendo constituídas por elementos com diferentes índices
de isolamento sonoro. O índice de isolamento sonoro médio da fachada depende da área e da capacidade de
isolamento de cada um dos elementos que a compõem.
No presente estudo, o cálculo do índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, normalizado, D 2m,nT,w,
foi definido em função do fator de transmissão sonora médio (τm), de acordo com a expressão:
Rmédio = 10xlog(1/τm)
Sendo:
n i Si
m
S
i1 total
Em que:
Sendo:
Di = 37.5 x log mi – 42: para elementos mássicos de alvenaria ou betão armado se mi > 150 kg/m²
Di= 17,9 x log(ev) +19,2 – para vidros simples laminados (ev ≥4mm)
No caso das paredes duplas, deverá ser considerado um aumento de 3dB caso não esteja previsto isolamento
térmico/acústico e um aumento de 5dB caso esteja previsto o referido isolamento.
Caso haja reforço de elementos simples através da aplicação de isolamento e de uma divisória adicional leve,
poderá ser calculado o valor do reforço com base na expressão:
Rw
Rw 78 10 ln f 0
2
Em que:
1 1
f 0 K
m1 m2 , com:
K 160 s' - Se o reforço é colocado diretamente sobre a estrutura base, com s’ a rigidez dinâmica da camada
resiliente
K 2842
d- Se o reforço é colocado com montante de madeira ou metal e a caixa de ar é preenchida com
material absorvente.
Ao valor do parâmetro Rmédio deverá ser subtraído 2dB para atender ao efeito das transmissões marginais e
parasitas e ainda 1 dB para ter em conta a habitual contribuição da forma da fachada.
Para determinação dos índices de isolamento sonoro será aplicada a lei da massa.
Foi considerada a aplicação de vidro duplo (8+12+8), que deverão ser encaradas como espessuras mínimas a
aplicar.
Nota: deverá ser consultada a informação técnica do vidro selecionado no projeto de arquitetura, em todo o caso,
o seu índice de redução sonora terá que ser superior a 33 dB, após correções espectrais.
Parede de Alvenaria em tijolo térmico com 20 cm de espessura, revestida com sistema ETCIS, incluindo EPS com
8cm de espessura.
O Bloco térmico garante um isolamento acústico mínimo Rw= 48 dB, de acordo com ficha técnica do produto
Artebel ProEtics BTE 20, ou equivalente.
Cobertura integra uma laje aligeirada com 30 cm de espessura e uma massa distribuída de 336kg/m2.
O índice de isolamento sonoro aos sons aéreos é estimado através de um diagrama em função da massa superficial
do elemento separador.
O índice de isolamento aos sons de percussão é estimado através de um quadro fornecido pelo L.N.E.C. e obtido
pela análise de um número elevado de dados experimentais. Por interpretação do Regulamento Geral Sobre o
Ruído podemos, conforme a situação obter as conclusões que a seguir se discriminam:
PAREDES EXTERIORES
PE1 – A parede exterior PE1 será do tipo simples, isolada pelo exterior com sistema ETIC’s, constituída (do interior
para o exterior) por placa simples de gesso cartonado com 13mm (massa volúmica de 900 kg/m3), caixa de ar com
estrutura metálica com 45mm, bloco Térmico, com 200mm, em betão leve de agregados de argila expandida
(massa volúmica aparente de 1200 kg/m3) e placa de poliestireno extrudido tipo EPS com 80 mm de espessura
(massa volúmica de 40kg/m3). O revestimento exterior é o definido no projeto de Arquitetura.
O elemento construtivo garante, de acordo com as informações do fabricante, um índice de redução sonora
mínimo de 48 dB, considerando unicamente o contributo do bloco térmico.
COBERTURA
COB1 – A cobertura será constituída por laje aligeirada com 300mm de espessura total e uma massa distribuída
de 336kg/m2, contemplando ainda isolamento térmico com placas de XPS com espessura total de 100mm e ainda
revestimento com telha plasma.
O Técnico Responsável,
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