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Índice
Vastu e Vaastu na Arquitetura
Preservação do Conhecimento
Prédio comercial utilizando princípios
Fundamento Conceitual da arquitetura Vastu.
Referências
Muitos são os antigos textos que mencionam ou sistematizam a arte e ciência do Vastu Vidya: Está citado no
Arthava Veda, um dos quatro mais importantes livros de onde surgiu o Hinduísmo, especificamente na parte
conhecida como Sthapatya Veda, encontrado também no Mayamatam, antigo tratado de Vastu Vidya (Vastu
Shastra), escrito no século X ou XI d.C., redescoberto em 1934, e codificado no Vaastu Veda, que orienta a
construção de edifícios. (TALAVANE KRISHNA, 2001)
Preservação do Conhecimento
Esta ciência foi preservada na Índia por milhares de anos, pela
linhagem dos Vishwakarma, tendo sido mais recentemente divulgada
pelo Shilpi Guru Dr V. Ganapati Sthapati].[7] Este dedicou toda a sua
vida para reavivar o autêntico Vastu e Vaastu, tendo estabelecido o
Vaastu Vedic Trust e a American University of Mayonic Science and
Technology para que este legado possa continuar a ser divulgado na
sua forma correta e completa.
Apesar da codificação deste conhecimento nos Shastras e livros sobre Dr V. Ganapati Sthapati analisando
o assunto, a sua totalidade não pode ser transmitida por conceitos escritos antigos gravados em folhas
escritos. A transmissão do conhecimento segue os preceitos da antiga de palmeira
Cultura Hindurishi, de tradição oral Paramparay, de boca a ouvido,
ou de Mestre a discípulo.
Nos tempos antigos, o Vastu Vidya era praticado por homens sábios conhecidos como Sthapathis, que tinham
grande conhecimento também em astrologia. (TALAVANE KRISHNA, 2001[4])
Fundamento Conceitual
Mayan percebeu como o grande campo de Consciência, Brahmam,
ou campo quântico, se altera a partir da energia potencial (Vastu),
para se tornar matéria (Vaastu – energia cinética). Mayan intuiu, como
tudo, criado e não criado, é vibração ou pulso, e pode ser descrito em
termos matemáticos.[9]
A pulsação do espaço, dirigida pela Consciência (Absoluto, Campo Unificado) origina inicialmente padrões
de ondas. São padrões que se originam do Som e da Luz. E conforme descrito nos Vaastu Shastras, este
padrão primordial de ondas é formado por ondas quadradas no nível sutil e por ondas circulares no nível
grosseiro.[8]
Ondas circulares são notadas, por exemplo, quando jogamos uma pequena pedra sobre a água, originando
círculos que se propagam como ondas de forma ordenada. Estas ondas são visíveis. Já as ondas do nível sutil
são conhecidas como anéis concêntricos quadrados. O ponto central deste quadrado é o ponto a partir do qual
nossos pensamentos projetam ondas quadradas concêntricas, que vão originar a forma desejada. A onda
quadrada imóvel é conhecida como a mandala Vaastu Purusha.[8]
Esta mandala é uma grade energética constituída de 8x8=64 quadrados menores, de dimensões uniformes
(Manduka pada). Esta mandala de energia sutil gira a partir de si própria e origina a grade enrgética de 9x9=81
quadrados menores, de dimensões uniformes (Paramasayika pada).
Estas grades energéticas com 64 e 81 quadrados são consideradas básicas, originando espaços maiores e
menores. A de 64 quadrados expande-se a partir de um ponto central, o Brahma bindu e a grade energética
com 81 quadrados expande-se a partir de um quadrado central.[11] Estes anéis concêntricos quadrados,
gerados a partir do ponto e do quadrado centrais, são ondas que se transformarão em uma forma material.
Brahma pada é o espaço luminoso, Deivika pada o espaço de esplendor, Maanusha pada o espaço de
consciência e Paisaachika pada o espaço da matéria. Esta ordem sequencial confere significado ao ponto da
energia sutil, no centro, que se transforma em ondas de resplandecência, ondas de percepção e finalmente em
matéria.[11] Porque o Brahma Pada é o espaço luminoso, nada se constrói nesta região central.
O padrão de ondas ocasionado pela vibração do espaço tem mais outra propriedade, que é o fenômeno da
ressonância ou vibração simpática: 2 frequências de vibração respondendo uma à outra.[8] Como exemplo, 2
diapasões com a mesma frequência de vibração (ritmo) vão estimular um ao outro. Já um diapasão com uma
frequência de vibração diferente não será estimulado.
Conforme comentado por Dr
Sthapati,[8] uma contribuição de
profundo significado encontrada no
Sthapatya Veda refere-se ao fato de
que números também ressoam entre
si. O nº 4 ressoa com outro nº 4,
bem como com múltiplos e frações
do 4, trazendo harmonia.
Os Vastu e Vaastu Shastras delineiam os passos necessários para que se possa criar (mais propriamente dito
manifestar) estruturas que vibram de forma benéfica. De acordo com estes textos, há 3 aspectos fundamentais a
serem seguidos, sem o que uma construção não pode ser considerada Vaastu.[3] São eles:
1. Quaisquer espaços contidos por paredes precisa estar alinhado com as direções cardinais (N-
S-L-O verdadeiros, ou geográficos), de forma a captar a energia sutil da Terra, denominada
Vaastu Purusha.
2. O segundo fator necessário para criar o efeito Vastu-Vaastu refere-se a determinar o espaço
que será construído, a partir de medidas matemáticas muito específicas, os cálculos Ayadi,[12]
e construí-lo de acordo, de forma bem meticulosa. Ou seja, o perímetro da construção precisa
ser escolhido de forma precisa para que esta capte as energias positivas. Este perímetro é a
chave que abre a porta às qualidades do campo da Consciência Pura e que vão fornecer
saúde, riqueza, bem-estar, harmonia, entre outras qualidades que podem ser escolhidas.
Representação de Vaastu
Representação de Vastu Purusha
Purusha, energia sutil da Terra
manifestando-se como energia
sutil
O terceiro aspecto a ser considerado é viver em harmonia com energia captada.[9] O que nos remete a como a
energia Vastu-Vaastu se distribui dentro de uma dada forma.
Esta energia penetra através do centro da construção – o Brahmasthan (sthan: estabelecido; Brahman: o
Absoluto). Penetra tanto pela terra como através de cúpula e/ou Kalash (penetra pelo céu). Estas 2 energias
(vindas da terra e do céu) se unem formando o elemento espaço (éter), que ao vibrar origina os elementos ar,
fogo, água e terra, mantendo-se presente como energia sutil – Vaastu Purusha – em toda a construção, e
propagando-se pelos arredores.
À medida que ar, fogo, água e terra são formados, eles se estabelecem nos cantos da construção. O elemento
ar, o mais sutil, se estabelece no canto noroeste da construção. O elemento fogo, ligeiramente mais denso, no
canto sudeste. O elemento água se estabelece no canto nordeste e finalmente o elemento terra, o mais denso de
todos, no canto sudoeste. Este processo de manifestação dos elementos a partir da energia primordial é descrito
com detalhes no livro Fabric of the Universe.[14]
Cada um desses elementos tem vibração, atributos e qualidades próprias. Viver em harmonia com eles requer
que os ocupantes executem atividades harmônicas aos mesmos, como por exemplo, cozinhar onde está o
elemento fogo.
Lembrando que levar em consideração apenas a distribuição dos cômodos dentro de uma construção não faz
com que a energia seja captada e mantida.
De acordo com os Vaastu e Agama Shastras, o setor Sudoeste de uma construção é reservado aos donos da
mesma. Por quê? Cada setor de uma construção Vastu está relacionado a uma deidade ou luminar. Deidades
ou luminares são, na realidade, diferentes raios luminosos emitidos a partir da região central da construção, o
Brahmasthan, e que se diferenciam no espaço contido por paredes.
A maior quantidade de raios luminosos atinge os setores Nordeste e Sudoeste, que se tornam os locais com
mais energia. Desta forma o Sudoeste é atribuído aos donos da construção e o Nordeste primordialmente para
culto ou adoração.
No setor Sudoeste, a deidade ou luminar mais importante é Nairruti. Nairruti é outro nome de Lakshmi, a
deusa da riqueza e da prosperidade duradouras. As energias específicas direcionadas para o Sudoeste trazem
harmonia, saúde, longevidade, bons filhos, saúde e riqueza. Este setor da construção, em especial, entra em
ressonância com as qualidades que proporcionam as qualidades mencionadas aos moradores, além de forte
conexão com o Criador.
Tecnicamente Nairruti significa aquela que estabelece um
ponto de parada, cancelando apegos e vínculos criados.
Com isto Nairruti promove um sono profundo e
reparador. Devido a esta quebra de vínculos as pessoas
tem a possibilidade de ficar com a consciência de si
mesmo, o que favorece a iluminação.
Referências
1. Tradução do "Surya Siddhanta", por Bhāskarācārya, Bapu Deva Sastri, Lancelot Wilkinson,
ISBN 3-7648-1334-2, ISBN 978-3-7648-1334-5,
http://www.wilbourhall.org/pdfs/suryaEnglish.pdf
2. Temples of Space-Science (1996), Dakshinaa Publishing House
3. A Vaastu Shastra: gateway to the Gods (2013), DJM
4. KRISHNA, Talavane (2001). The Vaastu Workbook. Rochester: Destiny Books
5. SCHMIEKE, Marcus (2006). Vastu: Construção e decoração de interiores segundo o Feng
Shui indiano. São Paulo: Editora Pensamento
6. Tradução do "Mayan’s Aintiram", por Dr S. P. Sabharathnam (1997), Vaastu Vedic Research
Foundation, Vaastu Purusha Publishing House
7. Vāstu, Astrology, and Architecture: Papers Presented at the First All India Symposium on
Vāstu. [S.l.]: Motilal Banarsidass Publications. 1998. p. 74
8. Dr V. Ganapati Sthapati (2001). Building Architecture of Sthapatya Veda. [S.l.]: Dakshinaa
Publishing House. p. 103
9. http://www.ipropertybook.com/bnm/vaastu-shastra-modern-times
10. Robert Lawlor (1996), Geometria Sagrada, ISBN 97-884-744-4748-4
11. Dr V. Ganapati Sthapati (2002). Quintessence of Sthapatya Veda. [S.l.]: Dakshinaa Publishing
House. p. 85
12. Dr V. Ganapati Sthapati (2003). Ayadi Calculations: mathematics of vibrational matching. [S.l.]:
Dakshinaa Publishing House
13. Dr V. Ganapati Sthapati (2000). Vaastu Purusha Mandala. [S.l.]: Dakshinaa Publishing House
14. Dr Jessie Mercay (2005). Fabric of the Universe. [S.l.]: Dakshinaa Publishing House
15. Casas que curam: Vastu-arquitetura, pág 82-83 Revista Circuito nº 167, nov 2013
16. A casa dos seus sonhos: Vastu-arquitetura, pág 50-51 Revista Circuito nº 171, mar 2014
17. Originalidade pura, pág 10-17 Revista Plantas, Flores e Jardins nº 106, Ed. Escala, jul 2015
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