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Renascimento (budismo)

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Segundo o ensinamento budista, há um ciclo de mortes e renascimentos para os seres vivos chamado Samsara.
Esse ciclo pode e deve ser transcendido por meio da prática do Nobre Caminho Óctuplo.

Algumas fontes, principalmente advindas da Teosofia, atribuem a esses renascimentos características similares
às da reencarnação e a palavra reencarnação é inclusive usada com frequência para se referir aos
renascimentos. No entanto, é geralmente aceito pelos instrutores budistas atuais que, em vista das doutrinas
budistas de anatta (não-eu) e anicca (impermanência), reencarnação é um conceito considerado por muitos
como incompatível com o ensinamento budista.

O renascimento (ou emanação) descrito pelo Budismo é em vez disso uma herança de agregados
impermanentes, não de uma verdadeira identidade permanente.

Note-se que o conceito do não-eu (anatta) não significa que o indivíduo seja inexistente e sim que se deve
renunciar ao apego, àquilo que psicologicamente se considera como "eu" e "meu". Segundo o texto Anatta-
lakkhana Sutta (SN 44.10), devemos nos desapegar dos agregados com os quais nos identificamos porque,
sendo esses impermanentes, o apego nos leva à insatisfação (Dukkha).

Renascimento entendido como ciclos de consciência


À parte da cosmologia e mitologia tradicional de renascimento do corpo físico também se pode compreender
esse ensinamento como o ciclo de morte e renascimento da consciência de uma mesma pessoa. Momentos de
distração, anseios e emoções destrutivas são momentos em que a consciência morre para despertar em seguida
em momentos de atenção, compreensão e lucidez. Nesta visão os agregados impuros, skandhas, são levados a
diante para o momento seguinte em que a consciência toma uma nova forma.

A meditação budista ensina que por meio de cuidadosa observação da mente é possível ver a consciência
como sendo uma sequência de momentos conscientes em vez de um contínuo de auto-consciência. Cada
momento é a experiência de um estado mental específico: um pensamento, uma memória, uma sensação, uma
percepção. Um estado mental nasce, existe e, sendo impermanente, cessa dando lugar ao próximo estado
mental que surgir. Assim a consciência de um ser sensciente pode ser entendida como uma série contínua de
nascimentos e mortes destes estados mentais. Neste contexto o renascimento é simplesmente a persistência
deste processo.

Esta explicação do renascimento como um ciclo de consciência é consistente com os demais conceitos
budistas, como anicca (impermanência), dukkha (insatisfatoriedade), anatta (ausência de identidade) e é
possível entender o conceito de karma como um elo de causa e consequências destes estados mentais.

Ligações externas
A ideia da reencarnação e a doutrina budista (http://www.dantas.com/budismo/reencarnacao.ht
m)
Ottama, Ven. Ensinamentos sobre o Kamma (http://nalanda.org.br/ensinamentos-sobre-o-kam
ma). Edições Nalanda, 2011.
Sasaki, Ricardo. Uma Visão Buddhista sobre o Pós-Morte (http://nalanda.org.br/incompreenso
es/uma-visao-buddhista-sobre-o-pos-morte). Edições Nalanda, 2003.

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