Você está na página 1de 100

Anelídeos: Filogenia e Evolução

Anelídeos: Características gerais


• Animais invertebrados celomados protostômios de corpo alongado (cilíndrico ou
achatado);

• Bilateralmente simétricos, dotados de celoma e, diferente dos outros invertebrados


estudados anteriormente, apresentam corpo segmentado (em metâmeros).
Anelídeos: Características gerais
• São animais celomados triploblásticos, com trato digestivo completo,
sistema circulatório fechado, sistema nervoso bem desenvolvido e cerdas
epidérmicas laterais
Anelídeos: Características gerais
• Ocuparam todos os tipos de ambientes onde há
disponibilidade de água, desde os ambientes marinho e
dulciaquícola até solos encharcados, dos oceanos às
altas montanhas, em todas as latitudes
Anelídeos: Características gerais
• Hábitos alimentares: sedimentívoros,
suspensívoros ou parasitas
Anelídeos: Características gerais
• Seu registro fossilífero como fósseis corporais é muito
raro, porém seu registro paleoicnológico é vasto ao
longo do Fanerozoico
Anelídeos: Características gerais

Casulos
Anelídeos: Anatomia
Anelídeos: Anatomia

ESCOLECODONTES
Anelídeos: Classificação
• Estruturas empregadas na classificação de
anelídeos:

a) Estrutura do sistema reprodutivo;


b) Número, disposição e forma de setas;
c) Presença e ausência de parapodia;
d) Estrutura e apêndice do céfalo;
e) Estrutura e distribuição dos nefrídios.

• Fósseis: atribuição apenas em nível de


ordem ou superfamília

• Escolecodontes permitem associação


comparativa com táxons atuais
Anelídeos: Classificação
Classe Polychaeta

• Ocorrem do Pré-Cambriano ao Recente

• Morfologias variadas, habitando


preferencialmente ambientes marinhos

• Pelágicos, epibentônicos ou
endobentônicos

• Segmentação em grande quantidade de


somitos dotados de parapodia e setas
Poliqueta do Cretáceo
Médio do Líbano
A ordem “Miskoida” de Walcott (1911)
A ordem “Miskoida” de Walcott (1911)
Bacia Sergipe-Alagoas

Icnofósseis de anelídeos poliquetas


no Mesozoico do NE Brasil

Terebella sp.

Glomerula
gordialis
Anelídeos: Classificação
Classe Polychaeta
Subclasse Errantida (Ord-Rec)

• Ambientes marinhos rasos; são vágeis


(possuem capacidade de locomoção)

• Peças mandibulares (escolecodontes) –


sílica e compostos orgânicos

• Comuns e calcários e folhelhos do


Paleozoico

• Águas rasas, quentes, agitadas e com


salinidade normal
Anelídeos: Classificação
Classe Polychaeta
Subclasse Errantida (Ord-Rec)

• Parataxonomia dos escolecodontes

a) Um mesmo táxon de anelídeo pode possuir mais de


um táxon de escolecodonte;

b) Para fins de correlação taxonômica, gêneros de


escolecodontes são nomeados incluindo a terminação
“ites” ao nome do gênero do poliqueta:
- Lumbriconereites de Lumbriconereis;
- Eunicinites de Eunice;
- Oenonites de Oenonis.
Bacia do Amazonas

Escolecodontes de poliquetas
provenientes da Formação
Itaituba, Carbonífero da Bacia
do Amazonas
Anelídeos: Classificação
Classe Polychaeta
Subclasse Sedentaria (?PréC-Rec)

• Ambientes marinhos rasos e regiões


intermarés; são sésseis

• Muitos possuem apêndices para


alimentação

• Podem secretar tubos de carbonato de


cálcio (ex: Sabbelidae e Serpulidae)
Bacia Sergipe-Alagoas
Registro de anelídeos da família
Serpulidae no Mesozoico brasileiro

Serpula sergipensis
Anelídeos: Classificação
Classe Clitellata

• Ocorrem do Ordoviciano ao Recente

• Presença do clitelo (estrutura


reprodutiva)

• Habitam preferencialmente
ambientes úmidos continentais;
podem ocorrer em ambientes
marinhos rasos
Anelídeos: Classificação
Classe Clitellata
Subclasse Oligochaeta (Ord-Rec)

• Habitam ambientes de água doce e,


raramente, ambientes marinhos
rasos
Fm. Itaquaquecetuba Bacia de Taubaté

Coprólitos da Formação Tremembé


foram atribuídos a oligoquetas
com base em análises químicas
Anelídeos: Classificação
Classe Clitellata
Subclasse Hirudinea (?Jur-Rec)

• Sanguessugas parasíticos

• Preferencialmente dulciaquícolas,
mas também existem formas
marinhas

• Formas do Jurássico da Alemanha


Spriggina, um poliqueta? do Ediacarano da Austrália
Anelídeos: Distribuição estratigráfica
Polychaeta Clitellata

Hirudinea
Oligochaeta
Errantida

Sedentaria
Anelídeos: Aplicações
Bacia do Paraná
Sedimentologia
• Importantes modificadores do substrato
• Porosidade secundária
• Modificador granulométrico

Bioestratigrafia
• Escolecodontes – principalmente no Ordoviciano e Devoniano
• Zoneamento bioestratigráfico da Formação Ponta Grossa com base
em escolecodontes (Lange, 1949)

Interpretações paleoambientais
• Escolecodontes – Ambientes marinhos rasos, de águas quentes,
com luminosidade
Filo Arthropoda:
Características
gerais
• São animais triploblásticos, de
celoma reduzido, bilateralmente
simétricos e com um corpo
segmentado dividido em regiões
especializadas (tagmas).
Artrópodes: Características gerais
• Maior diversidade e abundância da Terra

Mais de um milhão
de espécies atuais
descritas
Artrópodes: Características gerais
• Apresentam um exoesqueleto quitinoso (cutícula)

Ecdise ou muda
Artrópodes: Características gerais
• Exoesqueleto quitinoso, reforçado com carbonato de
cálcio ou fosfato de cálcio
Artrópodes: Filogenia e Evolução
Aysheia, um artrópode
basal do Cambriano
(Burgess Shale)
Anomalocaris, um artrópode basal do
Cambriano (Burgess Shale)
Artrópodes: Classificação
Artrópodes: Classificação
Artrópodes: Classificação
Subfilo Trilobitomorpha (Cam-Perm)
Classe Trilobita (Cam-Perm)

• Trilobita (tri = três; lobus = lobo)

• Exoesqueleto quitinoso,
mineralizado na superfície dorsal

• Cambriano: idade dos trilobitas

• Marinhos: águas rasas, costeiras


e bem oxigenadas
Artrópodes: Classificação
Subfilo Trilobitomorpha (Cam-Perm)
Classe Trilobita (Cam-Perm)

• Registro fossilífero
Artrópodes: Classificação
Subfilo Trilobitomorpha (Cam-Perm)
Classe Trilobita (Cam-Perm)

• Registro icnofossilífero
Rusophycus, um icnofóssil de
repouso (Cubichnia) de trilobita
Cruziana, um icnofóssil de
locomoção (Repichnia) de trilobita
Artrópodes: Classificação
Subfilo Trilobitomorpha (Cam-Perm)
Classe Trilobita (Cam-Perm)

• Anatomia
Artrópodes: Classificação
Subfilo Trilobitomorpha (Cam-Perm)
Classe Trilobita (Cam-Perm)

• Importância
paleobiogeográfica
Brasil
Bacia do Paraná

Calmonia, um trilobita phacopídeo


típico do Devoniano brasileiro
Calmonia
Paracalmonia
Tibagya
Pennaia
Burmeisteria
Metacryphaeus
Bacia do Parnaíba

Metacryphaeus, um trilobita
phacopídeo típico do Devoniano
brasileiro
Burmeisteria
Metacryphaeus
Bacia do Amazonas

Phacopina, um trilobita phacopídeo


do Devoniano da Bacia do Amazonas

Phacopina
Vogelsina
Amazonaspis
Artrópodes: Classificação
Subfilo Chelicerata (Cam-Rec)
Classe Merostomata (Cam-Rec)

• Formas marinhas bastante


primitivas

• Dividido em Prossoma
(Cefalotórax) e Opistossoma
(Abdômen); Telson

• Presença de telson

• Principais ocorrências no
Paleozoico
Artrópodes: Classificação
Subfilo Chelicerata (Cam-Rec)
Classe Merostomata (Cam-Rec)

• Subclasse Eurypterida (Cam-Perm)


Bacia do Paraná

Hastimima, único euripterídeo que


ocorre no Brasil
Artrópodes: Classificação

Subfilo Chelicerata (Cam-Rec)


Classe Merostomata (Cam-Rec)

• Subclasse Xiphosurida (Cam-Rec)

Mesolimulus, um xifosúrido de
Sonholfen, Jurássico da Alemanha
Limulus, um
xifosúrido fóssil
vivo (Ord-Rec)
Artrópodes: Classificação
Subfilo Chelicerata (Cam-Rec)
Classe Arachnida (Sil-Rec)

• Estão entre os primeiros


metazoários com vida terrestre

• Escorpiões, aranhas, ácaros e


carrapatos

• Corpo dividido em cefalotórax e


abdome
Bacia do Araripe

Aranhas e
escorpiões fósseis
do Cretáceo da
Bacia do Araripe

Jur
Artrópodes: Classificação
Subfilo Chelicerata (Cam-Rec)
Classe Pycnogonida (Dev-Rec)

• “Aranhas-do-mar”

• Provável ancestral dos quelicerados


modernos

• Quatro a seis pares de pernas

• Fósseis conhecidos desde o Devoniano


Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Chilopoda (Cret-Rec)

• Centopeias e lacraias

• Corpo alongado e achatado


dorsoventralmente

• Um par de pernas em cada segmento do


corpo

• Conhecidos desde o Cretáceo


Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Diplopoda (Sil-Rec)

• Piolhos-de-cobra

• Dois pares de pernas em cada


segmento do corpo

• Vivem em locais quentes e úmidos

• Conhecidos desde o Siluriano


Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Symphyla (Olig-Rec)

• Centopeias-de-jardim

• Corpo alongado e pares de pernas articuladas


terminando em garras duplas

• Prováveis ancestrais de Diplura (insetos sem


asas)

• Um fóssil conhecido do Oligoceno


Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Insecta (Dev-Rec)

• Adaptações e diversidade

• Corpo: cabeça, tórax e abdômen

• Três pares de pernas; até dois pares de


asas

• Únicos invertebrados capazes de voar


Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Insecta (Dev-Rec)

• Anatomia
Meganeura, maior Odonata fóssil
conhecido (Carbonífero)
Bacia do Araripe

Jur

Insetos fósseis da Bacia do Araripe


Fm. Itaquaquecetuba Bacia de Taubaté

Borboleta Fóssil da Formação Tremembé


(Oligoceno), Bacia de Taubaté
Artrópodes: Classificação
Subfilo Mandibulata (Cam-Rec)
Classe Crustacea (Cam-Rec)

• Dois pares de antenas

• Mandíbulas e maxilas

• Divididos em entomostráceos (copépodos,


cracas, ostracodes e conchostráceos) e
malacostráceos (lagostas, caranguejos, siris e
camarões)

• Dominantemente aquáticos; formas terrestres


(tatuzinho-de-jardim)
Bacia do Paraná

Clarkecaris brasilicus, um
malacostráceo da Formação Irati
(Permiano), Bacia do Paraná
Bacia do Araripe

Beurlenia araripensis, um
Decapoda fóssil da Bacia do Araripe

Jur
Bacia de São Luís-Grajaú

Uca maracoani, um crustáceo


decápode da Formação Pirabas
(Mioceno)
Bacia de São Luís-Grajaú

Balanus, um crustáceo
cirrípede da Formação Pirabas
(Mioceno)
Equinodermos:
Características gerais
Equinodermos:
Características gerais
Equinodermos:
Características
gerais

• Possuem pés
ambulacrais;

• Mecanismo
hidrovascular
envolvido na
locomoção,
transporte de
gases, excreção e
alimentação.
Equinodermos:
Características gerais
Equinodermos: Anatomia externa
Equinodermos: Anatomia interna
Equinodermos: Filogenia e Evolução
Equinodermos: Classificação
Arkarua adami, um equinodermo? do Ediacarano da Austrália
Equinodermos:
Classificação
Subfilo Pelmatozoa (Cambriano-Recente)

• Categoria mais primitiva


• Corpo em forma de cálice;
• Face oral voltada para cima (boca e
ânus);
• Apresentam pedúnculo;
• Vivem fixados.
Equinodermos:
Classificação

Subfilo Pelmatozoa (Cambriano-


Recente)

Classe Crinoida (Ordoviciano-


Recente)

• Conhecidos como lírios-do mar;


• Classe mais antiga e mais
primitiva.

Fotografia de Thomas R. Holtz, Jr.


Equinodermos: Classificação

Subfilo Eleuthererozoa
(Cambriano?-Recente)

• Livres;
• Podem possuir o corpo em
foma de estrela, discoidal ou
globular;
• A boca é direcionada para
baixo;
• Não possuem pedúnculo;
• Placas esqueletais fundidas
em uma carapaça.
Equinodermos:
Classificação
Equinodermos:Classificação

Classe Ophiuroidea (Ordoviciano-Recente)

▪ Equinodermos mais abundantes no


Bentos;
▪ Zonas rasas, intermarés, abissais.
▪ Vivem em todos os ambientes marinhos e
estuarinos da costa brasileira.
Equinodermos:
Classificação
• Classe Asteroidea (Ordoviciano-
Recente

• Estrelas-do-mar
• Encontrados em costões
rochosos, recifes e sedimentos
arenosos e lamosos
• Zona intermarés até regiões
profundas
• Esqueleto frágil
Equinodermos: Classificação
• Classe Holothuroidea (Cambriano?-Recente)

• Pepinos-do-mar

• Corpo envolvido por tecido coriáceo ou macio,


com minúsculos ossículos (escrelitos)

• Fósseis representados pelos ossículos na


Formação Pirabas (Mioceno) e Pernanbuco-
Paraíba (Paleoceno).
Distribuição estratigráfica
Aplicações
• Bentônicos

• Indicam tipo de substrato, salinidade, temperatura e


turbidez da água

• Bons indicadores paleoecológicos

• Reconstituição paleoambiental

• Crinoides são importantes para bioestratigrafia do


Paleozoico

• Alguns equinoides são potenciais indicadores


bioestratigráficos da Bacia Sergipe-Alagoas

Você também pode gostar