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Levantamento e caracterização de fungos filamentosos de duas cavernas em

canga laterítica no Parque Municipal das Mangabeiras, Belo Horizonte, Minas


Gerais

LUANA DA SILVA1, AGNES KIESLING CASALI2, LUCIANO EMERICH FARIA3

Resumo

Estudos de microrganismos associados a cavernas são escassos no Brasil e no


mundo. O presente trabalho se propôs a realizar um levantamento e caracterização de
fungos filamentosos em duas cavernas do Parque Municipal das Mangabeiras, Belo
Horizonte, Minas Gerais. A amostragem dos microrganismos foi realizada em
novembro de 2009 e março de 2010. Foram coletadas amostras de solo, rocha, água
e ar (através de sedimentação em placas de Petri contendo o meio Agar Batata
Dextrose). A identificação dos microrganismos foi realizada através da técnica de
microcultivo. No total foram obtidos 79 isolados, sendo 8 Zigomicetos, 5 Micelia
sterilia, 58 Deuteromicetos (fungos mitospóricos), destes, os gêneros mais
representativos foram Penicillium e Aspergillus, os outros 8 isolados não foram
identificados. Este é o primeiro estudo sobre a diversidade de microrganismos em
cavernas ocorrendo em litologia ferruginosa no Brasil.

Palavras-chave: Fungos de cavernas. Cavernas em canga. Parque Municipal das


Mangabeiras.

1
Graduanda de Ciências Biológicas, Centro Universitário UNA, Campus UNA
Guajajaras, Rua dos Guajajaras, 175, Centro – CEP: 30180-100. Belo Horizonte,
Minas Gerais.
E-mail: luanadasilva@una.edu.br
2
Professora Orientadora PhD, Centro Universitário UNA, Faculdade de Ciências
Biológicas, Campus Guajajaras, Belo Horizonte, Minas Gerais.
3
Professor co-orientador MsC em Química
Survey and characterization of filamentous fungi in two caves in lateritic “canga”
in Parque Municipal das Mangabeiras, Belo Horizonte, Minas Gerais

LUANA DA SILVA1, AGNES KIESLING CASALI2, LUCIANO EMERICH FARIA3

Abstract

In a global scale, there are few studies of microorganisms associated with caves. This
work aimed at surveying the filamentous fungi found in two caves of “Parque Municipal
das Mangabeiras”, Belo Horizonte, Minas Gerais (Brazil). Samplings of the
microorganisms were carried out in November of 2009 and March of 2010. Samples of
soil, rock, water and air (by the sedimentation method on Potato Dextose Agar in Petri
plates) were collected. The microcultivation technique was used to identify the
filamentous fungi. The results showed 79 isolates, 8 being Zygomycetes, 5 Micelia
sterilia, 8 not identified fungi, and 58 Deuteromycetes (mitosporic fungi).
Penicillium and Aspergillus were the genera most frequently found in the samples. This
is the first study to address the diversity of cave microorganisms in ferrouginous
outcrops in Brazil.

Key words: Cave fungi. “Canga” caves. Parque Municipal das Mangabeiras

1
Graduanda de Ciências Biológicas, Centro Universitário UNA, Campus UNA
Guajajaras, Rua dos Guajajaras, 175, Centro – CEP: 30180-100. Belo Horizonte,
Minas Gerais.
E-mail: luanadasilva@una.edu.br
2
Professora Orientadora PhD, Centro Universitário UNA, Faculdade de Ciências
Biológicas, Campus Guajajaras, Belo Horizonte, Minas Gerais.
3
Professor co-orientador MsC em Química
INTRODUÇÃO

Os microrganismos podem ser encontrados em praticamente todos os tipos de


ambientes imagináveis, sendo a ubiqüidade uma de suas características de maior
destaque. A explicação para tamanha amplitude de distribuição baseia-se em: a) sua
elevada capacidade de transferência lateral de genes, que os torna aptos a se
adaptarem a condições ambientais instáveis; b) seu tamanho reduzido, que viabiliza
uma ampla dispersão e; c) sua flexibilidade e variabilidade metabólica, que os permite
tolerar condições ambientais desfavoráveis (ICB-UFMG, 2010), como aquelas
encontradas em ambientes cavernícolas.
As cavernas são ambientes subterrâneos caracterizados por sua alta estabilidade
ambiental, o que faz com que fatores abióticos como temperatura e umidade, em
determinadas regiões, cheguem a ser praticamente invariáveis (Culver, 1982; Taylor et
al., 2009). Além disso, a ausência parcial ou mesmo total de luz, em zonas mais
afastadas da entrada e a oligotrofia colaboram para a singularidade desses locais,
principalmente do ponto de vista biológico.
Também denominadas gruna, gruta, lapa, abismo, furna ou toca, as cavernas são
Bem da União, segundo o Art. 20, Inciso X da Constituição Federal de 1988 e,
protegidas por lei de acordo com a Resolução do Conama nº 347/04 de 10/09/2004
(ICMBIO, 2010). A definição de caverna, que embora não científica, é mundialmente
aceita, é descrita por Gillieson (1986) como “cavidade natural em rocha –
independente da litologia, que permita a passagem de um ser humano”.
O processo de formação de cavernas está diretamente relacionado à litologia na
qual a cavidade se desenvolve. Cavernas em rochas carbonáticas, geralmente são
originadas através do processo de dissolução química, resultante da ação do ácido
carbônico (H2CO3) sobre o carbonato de cálcio (CaCO3). Em rochas pouco solúveis
como o arenito e quartzito, a taxa de dissolução é baixa, sendo que o processo mais
comum de formação de cavidades se dá através de fraturas e colapsos decorrentes de
atividade tectônica, ou também por erosão eólica. Em relação às rochas ferruginosas,
onde embora existente, a erosão geoquímica pelo processo de dissolução é muito
baixa, autores como McFarlane & Twidale (1987) atribuem a formação de cavernas a
outros agentes, como os microrganismos capazes de reduzir metais tais como Ferro
(Fe) e Manganês (Mn) (Nealson & Myers, 1992; Northup et al., 2000).
Estima-se que no Brasil existam mais de 100.000 cavidades, das quais somente
5.055 estão cadastradas junto à Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE, 2010).
Destas, cerca de 85% encontram-se em litologias carbonáticas, como o calcário,
podendo-se citar a Gruta de Maquiné (Cordisburgo, MG), Toca da Boa Vista (Campo
Formoso, BA), dentre outras. Além de serem maioria, cavernas nesta litologia
apresentam, em geral, um maior desenvolvimento quando comparadas às demais.
Não obstante, cavernas podem ser encontradas em rochas como arenito, dolomito,
mármore e quartzito, mas em proporções mais reduzidas, representadas por cerca de
13% do total de cavidades conhecidas no Brasil (SBE, 2010). Um número bem menor
de cavernas, que não ultrapassa 2% das cavidades brasileiras (SBE, 2010), se
desenvolve em um tipo de rocha ferruginosa denominado “canga”.
O termo “canga” é uma simplificação para “tapanhoacanga”, palavra de origem tupi
que significa “cabeça de negro”. Esta designação foi dada pelos mineradores da
região do Quadrilátero Ferrífero, no início do século XIX, às rochas ferruginosas que
ocorriam em regiões auríferas (Eschwege, 1822 apud Castro, 2008) “em associação
com as formas que adquirem algumas crostas ferruginosas, lembrando as carapinhas
dos escravos africanos que trabalhavam na mineração” (Andrade Ramos, 1997 apud
Castro, 2008).
Canga, segundo Ferreira (1999) refere-se à “concentração de óxidos e hidróxidos
de ferro na superfície do solo sob a forma de concreções, e que às vezes constitui
bom minério de ferro”. Já Dorr (1964) e Simmons (2005) apresentam uma definição
mais concisa e específica: rocha formada por material fragmentário derivado de
itabirito e hematita, cimentado por limonita, que forma extensos depósitos próximos de
superfícies erosivas, cobre encostas, cristas e fundos de vales.
Este tipo de rocha ocorre em regiões serranas de várias partes do Brasil, sendo
mais bem documentada sua ocorrência no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, e
na Província Mineralógica de Carajás, no Pará (Castro, 2008).
Dada a baixa friabilidade e solubilidade dos minerais que constituem a canga, as
cavernas formadas nesta litologia não apresentam desenvolvimento linear extenso
como notado em cavidades calcárias. A maior gruta ferruginosa conhecida no país
localiza-se no estado do Pará e possui cerca de 300m, quase quatrocentas vezes
menor do que a maior gruta em calcário do Brasil, a Toca da Boa Vista na Bahia que
alcança 107.000m.
As cavernas em canga, geralmente apresentam um único conduto e são
consideradas mundialmente raras. Além disso, apresentam grande relevância, por
abrigarem uma biodiversidade consideravelmente maior que nas demais litologias.
Ferreira (2008) assevera que este fato decorre da presença de canalículos, que
conformam uma extensa rede de espaços intersticiais (meso e microcavernas)
conectados às macrocavernas. Estes canalículos provavelmente promovem migrações
de fauna entre cavidades próximas, contribuindo assim para a manutenção da
biodiversidade de cada área.
Uma considerável variedade de microrganismos pode ser encontrada em
cavernas, como fungos filamentosos (principalmente em decorrência da alta umidade
destes locais), bactérias heterotróficas (que exigem compostos orgânicos de carbono
e nitrogênio como fontes de energia ou como partes essenciais da célula) e
autotróficas (que utilizam exclusivamente o CO2 como fonte de carbono; incapaz de
decompor as substâncias orgânicas; oxida substâncias minerais como única fonte de
energia para o seu desenvolvimento) (Pedro & Bononi, 2007; Barton, 2006; Northup &
Lavoie, 2001; Taylor et al., 2009; Nováková, 2009; Jurado et al., 2010).
Os microrganismos, não só em ambientes cavernícolas, mas em todo e qualquer
habitat em que se encontrem, apresentam diversas características e desempenham
importantes funções e relações que os tornam indispensáveis à manutenção do meio.
Raven et al. (2001) e Tortora et al. (2006) afirmam que, se a raça humana ou qualquer
outro vertebrado fosse levado à extinção o meio não sofreria tão grandes danos
quanto se os microrganismos deixassem de existir, o que poderia ocasionar um
verdadeiro caos “eco-biológico”, uma vez que estes desempenham papéis
indispensáveis ao fluxo de energia em um ambiente (existem microrganismos
produtores e decompositores).
Nos ambientes cavernícolas, assim como em qualquer outro, os microrganismos
podem trazer benefícios ou malefícios, como por exemplo, “desgaste” de rochas e
minerais, infecção e conseqüente morte de animais silvestres, risco para a saúde
humana, dentre outros.
O estudo de microrganismos encontrados em cavernas, assim como o estudo do
próprio ambiente cavernícola, quando comparado a outras áreas das ciências, é bem
recente, além de pouco explorado. Em conseqüência, há um grande déficit no volume
de pesquisas e estudos relacionados ao tema, principalmente no tocante à micologia.
O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento e caracterização
da micoflora de duas cavernas em canga laterítica localizadas no Parque Municipal
das Mangabeiras, Belo Horizonte, Minas Gerais.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

Com uma área de aproximadamente 2,8 milhões de km2, o Parque Municipal das
Mangabeiras abriga em seus limites 21 nascentes do Córrego da Serra, que integram
a Bacia do Rio São Francisco. Além desta imensa riqueza hídrica, no seu interior
existe uma abundante diversidade de fauna que conta com 29 espécies de mamíferos
(como esquilos, gambás, tatus e quatis), 160 espécies de aves (como andorinhas,
azulões e pica-paus), 20 espécies de répteis e 19 de anfíbios, com destaque para a rã
da espécie Hylodes uai (Anura: Lepidodactylidae). Já a flora é representada por uma
vegetação nativa, composta de exemplares de biomas como Mata Atlântica e Cerrado.
O Parque situa-se na região centro-sul de Belo Horizonte, Minas Gerais (Figura 1),
nas encostas da Serra do Curral, limite norte do Quadrilátero Ferrífero (QF), nas
formações geológicas denominadas Grupo Itabira e Grupo Piracicaba componentes do
Super Grupo Minas (Moreira et al., 1991).

Figura 1. Localização do Parque das Mangabeiras, BH/MG. Fonte: Azevedo, s.d.

Cavernas pesquisadas

As amostras para isolamento da micoflora foram obtidas no interior de duas, das


cinco cavidades conhecidas no Parque Municipal das Mangabeiras, todas
desenvolvidas em canga laterítica: Gruta Parque das Mangabeiras I (GPMI) e Gruta
Parque das Mangabeiras III (GPMIII). Embora ambas já estejam mapeadas, apenas a
GPMI encontra-se registrada no Cadastro Nacional de Cavernas (CNC) da Sociedade
Brasileira de Espeleologia, sob código MG-525 (SBE, 2010).
A cavidade GPMI é a maior das grutas estudadas, as coordenadas geográficas de
sua entrada são 19°57’6.23”S e 43°54’35.04”O. Esta caverna possui cerca 18,5m de
desenvolvimento linear e 3m de desnível descendente em relação à entrada. É
conhecida desde 1986, porém somente em 2008 foi mapeada e teve sua
caracterização biológica realizada.
A gruta GPMIII (19°57’9.94”S e 43°54’35,31”O) possui aproximadamente 9 metros
de desenvolvimento linear e localiza-se no mesmo vale onde se insere a GPMI.
Ambas as cavidades localizam-se próximas à região denominada “curva da COPASA”.

Amostragem

As coletas foram realizadas em novembro de 2009 e março de 2010. Os fungos


filamentosos foram coletados através do método de sedimentação em placas de Petri
(90x15mm) contendo aproximadamente 20mL de meio de cultura Agar Batata
Dextrose (BDA), este meio é utilizado para cultivo de rotina e identificação de fungos.
As placas foram expostas por 15 minutos, sendo então, devidamente lacradas para
posterior transporte ao Laboratório de Microbiologia do ICBS- Centro Universitário
UNA.
Nas duas visitas às cavernas, foram também coletadas amostras de solo, água de
percolação (obtida apenas na coleta de março de 2010) e raspas do substrato
rochoso. As amostras de solo e rocha foram coletadas com auxílio de espátulas
estéreis e acondicionadas em frascos de plástico também estéreis. As amostras de
água foram coletadas diretamente do gotejamento em tubos de vidro com volume para
10mL com tampa, previamente esterelizados.
Na cavidade GPMI foram expostas 5 placas de Petri, e coletadas 5 amostras de
solo e 3 de raspagem de substrato rochoso. Para esta caverna não foram coletadas
amostras de água, uma vez que a mesma não apresentou gotejamento em nenhuma
das visitas realizadas. Em GPMIII foram expostas 3 placas, coletadas 3 amostras de
solo, 3 de raspagem de substrato rochoso e 2 amostras de água. Os pontos de
localização das placas e obtenção das amostras foram pré-determinados de acordo
com a topografia das grutas estudadas (Figura 2 A, B).
Figura 2-A: Mapa de GPMI mostrando a localização dos pontos de amostragem na caverna
Figura 2-B: Mapa de GPMIII mostrando a localização dos pontos de amostragem na caverna

Em cada uma das duas visitas realizadas nas cavidades GPMI e GPMIII, as
medidas de temperatura e umidade relativa do ar foram aferidas em dois pontos
(entrada e interior de cada caverna) com auxílio de um termo-higrômetro (Kestrel
3000). Para as duas medidas foi calculado o valor médio.
Isolamento dos fungos filamentosos

O material coletado foi transportado ao Laboratório de Microbiologia do ICBS-


Centro Universitário UNA onde foi armazenado para posterior processamento. As
placas de Petri foram incubadas por 5 dias em estufa à temperatura de 25ºC.
As amostras de solo e raspagem do substrato rochoso foram homogeneizadas,
logo em seguida foram retiradas subamostras de 1g de cada uma delas. As
subamostras foram acrescidas a um volume de água peptonada na proporção de 1:10
(solo:água), sendo então agitadas. Posteriormente, foram feitas diluições sucessivas
até 10-8, para em seguida realizar-se a transferência de 500µL da última diluição para
a superfície de meio BDA em placas Petri descartáveis (90x15mm), em duplicata, e
espalhada com uma alça de Drigalski. Estas placas foram incubadas durante 5 dias à
25ºC.
Para 1mL das amostras de água, foram acrescidos 9mL de água peptonada, e
realizada diluição até 10-2. Seguindo os mesmo passos da semeadura para as
amostras de solo e rocha, foram preparadas placas, sendo as mesmas incubadas pelo
mesmo período e temperatura.
Transcorrido o período de incubação, a partir das colônias fúngicas crescidas,
foram preparadas lâminas através da técnica de microcultivo (Figura 3). A identificação
dos fungos foi realizada pela observação do aspecto da estrutura reprodutiva e
esporos ao microscópio óptico.

Figura 3: Técnica de microcultivo após o 3º dia de incubação à temperatura ambiente.


(Foto: Luana da Silva)

RESULTADOS

Foram obtidos 79 isolados, a maioria Deuteromicetos (73,41%), distribuídos entre


os gêneros Aspergillus, Cladosporium, Eupenicillium, Fusarium, Geotrichum,
Penicillium e Talaromyces. Em menor quantidade (10,12%) estão os Zigomicetos:
Cunninghamella, Mucor, Rhizomucor e Rhizopus. Os demais isolados foram
classificados como Micelia sterilia (6,32%), ou não foram identificados (10,12%).
Os fungos pertencentes aos gêneros Aspergillus, Cladosporium, Fusarium, Mucor,
e Penicillium, estiveram presentes nas duas grutas amostradas. O quadro 1 exibe o
local e o número de vezes de ocorrência de cada gênero para cada ponto amostrado
nas cavidades.
O gênero Penicillium foi o único que esteve presente tanto nos cinco pontos em
GPMI das amostras por sedimentação em placa, quanto nos três pontos de GPMIII,
fazendo-se notar também no ponto 1 de coleta de rocha de GPMI, e nos pontos 1 e 3
de GPMIII. Para as amostras de solo, somente esteve presente no ponto 3 de GPMIII .

Quadro 1: Ocorrência (por gênero) em diferentes pontos dos substratos amostrados nas
cavernas GPMI e GPMIII.

Notas: (-) Indica a ausência de fungos, (p1) ponto 1; (p2) ponto 2; Não ident. Isolados não identificados;
T.I. Total de isolados em cada ponto pesquisado.

Dos gêneros isolados, os que apresentaram maior freqüência nas duas cavidades
(Figura 4) foram: Penicillium com 23 amostras (29,11%), Aspergillus, com 15 isolados
(18,98%) e Cladosporium com 9 isolados, representando 11,39% do total de isolados.
Fusarium e Mucor representaram 6,32% dos isolados, cada. Em seqüência estão
Geotrichum e Talaromyces, com 3,79% e 2,53%, respectivamente. Para cada um dos
gêneros Cunninghamella, Eupenicillium, Rhizomucor e Rhizopus, foi obtido somente
um isolado (1,26%), sendo estes, portanto, os gêneros de menor freqüência.
Figura 4: Freqüência dos gêneros de fungos isolados das cavidades GPMI e GPMIII em novembro de
2009 e março de 2010. Os dados representam as duas coletas.

A análise da freqüência de gêneros separadamente para cada cavidade (Figura 5)


identifica o gênero Penicillium como o mais freqüente em ambas, sendo este valor
ainda mais alto em GPMIII que em GPMI. Aspergillus segue em segundo lugar,
apresentando maior freqüência em GPMI do que em GPMIII. Cladosporium e Mucor
ocupam a terceira posição em freqüência nas cavernas GPMI e GPMIII,
respectivamente. Os gêneros Cunninghamella, Eupenicillium e Talaromyces foram
isolados somente em GPMI, enquanto Rhizomucor e Rhizopus foram obtidos apenas
dentre os isolados da gruta GPMIII.

14
12
Riqueza de gêneros

10
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GPMIII
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Figura 5: Freqüência dos gêneros de fungos isolados das cavidades GPMI e GPMIII em novembro de
2009 e março de 2010. Os dados representam as duas coletas.
Analisando as coletas separadamente por data de amostragem, pode-se perceber
que no mês de março de 2010 o número de isolados obtidos foi maior para
praticamente todos os gêneros, à exceção de Cladosporium e Fusarium. Notando-se
que os gêneros Cunninghamella, Eupenicillium, Rhizomucor e Rhizopus somente
foram isolados nas amostras desta data.

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Riqueza de gêneros

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Figura 6: Freqüência dos gêneros de fungos isolados das cavidades GPMI e GPMIII em novembro de
2009 e março de 2010.

Como mostra o quadro 2, alguns gêneros estiveram presentes apenas em um dos


substratos pesquisados para cada cavidade, estando claro que nenhum dos gêneros
foi isolado de todos os pontos verificados. Os gêneros Aspergillus e Geotrichum foram
os únicos isolados dos três substratos pesquisados em GPMI. Para GPMIII, nenhum
gênero foi obtido para os 4 substratos simultaneamente.
Quadro 2:Listagem dos gêneros encontrados para cada substrato pesquisado nas cavidades
GPMI e GPMIII.
Taxa GPMI GPMIII
Sedimento* Solo Rocha Sedimento* Solo Rocha Água
Aspergillus X X X X X X
Cladosporium X X X
Cunninghamella X
Eupenicillium X
Fusarium X X X
Geotrichum X X X
Penicillium X X X X X
Talaromyces X
Mucor X X X
Rhizomucor X
Rhizopus X
Micelia sterilia X X
Não identificados X X X X X

Notas: *Sedimentação em placa Petri contendo meio BDA.

Os valores médios obtidos para temperatura e umidade relativa do ar nas


cavidades GPMI e GPMIII para as coletas dos meses de novembro/2009 e
março/2010 são mostrados na Figura 7.

Figura 7: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar obtidos para as cavidades GPMI e
GPMIII nas coletas de novembro/2009 e março/2010.

DISCUSSÃO

Das 5.055 cavernas cadastradas no Brasil, apenas 500 (menos de 10%) foram
inventariadas biologicamente (Taylor et al., 2009), o que leva a crer que uma parcela
bem inferior a esta fração já tenha passado por algum estudo microbiológico.
Os gêneros encontrados (Figura 8) nas cavidades pesquisadas são conhecidos
por sua ubiqüidade (Takahashi & Lucas, 2008; Ferreira et al. 2000), e já tiveram sua
ocorrência relatada para cavernas na Índia, Eslováquia, França, Malásia, Taiwan
(Koilraj et al., 1999; Nováková, 2009; Bastian & Alaboutte, 2009), e em cavernas
calcárias nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio
Grande do Norte (Taylor et al., 2009).

Figura 8: Alguns dos gêneros identificados, observados sob microscópio óptico (400X); A)
Rhizopus sp.; B)Mucor sp.; C) Cunninghamella sp.; e D) Aspergillus sp. (Foto: Luana da Silva)

Como notado em estudos da micoflora cavernícola em outras litologias no Brasil ,


os gêneros mais representativos foram Penicillium e Aspergillus (Koilraj et al., 1999;
Taylor et al., 2009). As espécies destes gêneros são oportunistas e saprófitas, o que
potencializa sua existência mesmo em locais oligotróficos como as cavernas. Além
disso, geralmente são caracterizados por uma alta produção de esporos, o que
favorece sua ampla distribuição. O gênero Cladosporium ocupou a terceira posição,
sendo que 77,77% de seus isolados foram obtidos através do método de
sedimentação em placa. Algumas espécies deste gênero também são saprófitas, e
seus conídios são pequenos e bem adaptados a dispersão aérea. Isso explica o
considerável número obtido, e a alta ocorrência nos isolados por sedimentação (Pitt &
Hocking, 2009; Takahashi & Lucas, 2008).
Os gêneros Fusarium e Mucor tiveram uma representação moderada. Este dado
fortalece os resultados obtidos no trabalho de Nováková (2009), onde estes gêneros
foram menos freqüentes que Penicillium e Aspergillus.
Embora também sejam considerados comuns e de ampla distribuição,
principalmente em solos subtropicais e tropicais, os gêneros Cunninghamella,
Rhizomucor e Rhizopus estiveram representados por apenas um isolado cada. Esta
baixa freqüência talvez esteja associada ao rápido crescimento de alguns
deuteromicetos. À exceção do ponto 3 da amostra de substrato rochoso da caverna
GPMIII, onde Rhizomucor esteve presente, em nenhum outro ponto de ocorrência de
Penicillium e Aspergillus houve crescimento dos zigomicetos citados acima. Isso
provavelmente porque, conforme elucidado por Oberparleiter et al. (2003) e Silva &
Lourenço-Jr (2009), algumas espécies de Penicillium e Aspergillus são capazes de
produzir compostos que inibem o crescimento de vários fungos filamentosos.
Agentes naturais, tais como o vento, sedimentos ou água de chuva e percolação,
podem transportar esporos e pequenos fragmentos de microrganismos, introduzido-os
nas cavernas. Também se deve considerar que por vezes, as cavidades são utilizadas
como abrigo por animais, contra as intempéries. Estes fatos corroboram com o padrão
de distribuição dos microrganismos ao longo de cada uma das cavidades pesquisadas
(Figura 8), onde há uma diminuição no número de isolados obtidos diminui conforme o
ponto amostrado se aproxima da zona mais interna das grutas. Um padrão similar
também foi observado para cavernas pesquisadas na Índia (Koilraj et al., 1999).

Figura 8: Número de isolados obtidos em cada ponto pesquisado nas cavidades GPMI e GPMIII.
Os fungos isolados a partir das amostras de água (Aspergillus e Rhizopus)
provavelmente foram trazidos com o fluxo que percola as rochas, capaz de transportar
esporos e estruturas reprodutivas.
Na caverna GPMI a riqueza obtida foi maior para quase todos os gêneros isolados,
quando comparada a GPMIII. Esse dado condiz com o esforço amostral dos dois
ambientes. A cavidade GPMI é cerca de duas vezes maior que GPMIII e necessitou,
portanto, de um número maior de pontos de amostragem para as coletas de solo e
exposição de placas.
O aumento do número de isolados obtidos no mês de março/2010 em relação ao
mês de novembro/2009 pode ter sido potencializado pela diferença de umidade entre
os dois períodos, que foi maior em março de 2010. Sabe-se que fatores abióticos
como temperatura e umidade interferem diretamente no metabolismo de muitos
microrganismos, sendo que de uma maneira geral, a maioria dos fungos isolados se
reproduzem melhor quando em ambientes com alta atividade de água (aw) (Pitt &
Hocking, 2009).
A não obtenção de isolados de gêneros considerados raros pode estar relacionada
aos métodos de coleta empregados, ao meio de cultura utilizado (BDA) que por ser
rico em nutrientes talvez tenha desfavorecida microrganismos adaptados a ambientes
oligotróficos, ou ainda à presença de fungos de crescimento rápido como Aspergillus e
Penicillium que poderia estar inibindo o crescimento de outro grupos. Além disso,
sabe-se que apenas cerca de 1% ou menos dos microrganismos existentes no planeta
são cultiváveis (Barton, 2006).
Dos microrganismos isolados, todos os gêneros são de importância médica,
econômica e biológica. Os gêneros Cladosporium, Aspergillus e Penicillium são
causadores de alergias respiratórias e infecções pulmonares em humanos. Os dois
primeiros são considerados patógenos de diversos vegetais (Pitt & Hocking, 2009).
Fusarium é um dos três maiores gêneros de fungos produtores de micotoxinas. É a
espécie Fusarium sporotrichioides responsável pela aleucia alimentar tóxica (ATA),
doença que dizimou milhares de pessoas durante a IIª Guerra Mundial na extina União
Soviética (URSS). Este gênero também está relacionado à proliferação de manchas
negras que estão danificando pinturas rupestres na caverna de Lascaux na França
desde 2001. Algumas espécies de Fusarium, juntamente com Aspergillus,
Cladosporium, Mucor e Penicillium apresentam extrema importância ambiental, por
serem capazes de degradar pesticidas. (Pitt & Hocking, 2009; Bastian & Alouvette,
2009; Silveira & Freitas, 2007).
Os zigomicetos Mucor, Rhizomucor e Rhizopus são os agentes etiológicos da
mucormicose (zigomicose) em humanos. Todos os gêneros isolados são responsáveis
pela deterioração de frutas, legumes, cereais e outros alimentos, sendo de enorme
relevância econômica (Haber et al., 2008; Pitt & Hocking, 2009).
Enfim, os registros obtidos neste trabalho são pioneiros para a micoflora de
cavernas em canga laterítica no país. O registro destes gêneros nas cavidades
pesquisadas aumenta a distribuição dos mesmos em cavernas de diferentes litotipos
no Brasil e no mundo, uma vez que só era sua ocorrência relatada para litologias não
ferruginosas.

CONCLUSÃO

Este foi o primeiro trabalho de levantamento de microrganismos registrado para


cavernas em litologia ferruginosa no Brasil. Pouco se conhece a respeito da
composição biológica das cavernas brasileiras, principalmente sobre a micoflora.
Muitas cavernas são suprimidas pela atividade mineradora antes mesmo que possam
chegar ao conhecimento da comunidade científica. Este fato é ainda mais notável em
regiões de ocorrência de canga, onde o teor de metais como o Fe (de grande
interesse econômico) é elevadíssimo.
É necessário que haja uma intensificação nos estudos bioespeleológicos, com
aprimoramento de técnicas e metodologias para que o conhecimento real da riqueza e
diversidade biológica dos ambientes cavernícolas possa ser trazido à tona.
Infelizmente a Espeleologia no Brasil enfrenta uma forte carência de profissionais.
Este problema só poderá ser revertido quando houver um maior apoio e incentivo,
especialmente por parte dos órgãos governamentais, às pesquisas espeleológicas.
Os dados obtidos neste estudo poderão servir como base teórica para trabalhos
futuros na área.

AGRADECIMENTOS

À Profª Agnes Kiesling Casali pela orientação, paciência e ajuda constante; ao


Prof. Luciano Emerich Faria pela orientação, amizade e, principalmente por me
apresentar à Espeleologia; à Profª Elaine pela correção das normas técnicas; às
técnicas dos laboratórios do Centro Universitário UNA: Andrea Gomes e Iandra Valiña
pela companhia, atenção e ensinamentos compartilhados; e ao Fernando Apolinário
pela ajuda no campo.
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