Você está na página 1de 8

Teste de avaliação Ano letivo 2021-2022

Biologia e Geologia – 10.o ano


______________________________________________________________________________
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Grupo I

Texto 1
A intensidade dos incêndios florestais tem aumentado, a nível global, nas últimas décadas,
com profundos impactes ao nível da perda de habitats de muitas espécies e a emissão de
aerossóis para a atmosfera. Estes aerossóis correspondem a partículas microscópicas que podem
permanecer na atmosfera e ser transportadas para longas distâncias.
Em 2019 e 2020, ocorreram incêndios devastadores na Austrália, que queimaram mais de
70 000 km2, uma área equivalente à Irlanda. Para além dos 715 milhões de toneladas de
CO2gerados, foram libertados aerossóis que continham elevados teores de ferro e de nitrogénio,
tendo sido transportados ao longo de vários meses para sul e sudeste da Austrália, e depositados,
posteriormente, no oceano Pacífico.
Observações de satélite permitiram verificar um aumento do teor de clorofila a, um pigmento
fotossintético que indica o crescimento do fitoplâncton (microrganismos fotossintéticos que vivem
em suspensão na água) (fig. 1). Estes seres absorveram 80% do CO 2 libertado pelos incêndios
para produzirem a sua matéria orgânica.

Figura 1. Localização das variações da quantidade de clorofila a no oceano Pacífico.

Baseado em Tang, W.; Llort, J.; Weis, J.; Perron, M. M. G.; Basart, S.; Li, Z.; … &Cassar, N. (2021).
Widespread phytoplankton blooms triggered by 2019-2020 Australian wildfires, Nature, 597:370-375,
disponível em https://www.nature.com/articles/s41586-021-03805-8 [consult. out. 2021]

1. Os dados mostram que os incêndios florestais na Austrália


(A) aumentaram a atividade fotossintética do fitoplâncton.
(B) reduziram o crescimento do fitoplâncton marinho.
(C) não afetaram a biosfera terrestre e marinha.
(D) não tiveram impactes no subsistema hidrosfera.

Página 1 de 8
2. O crescimento do fitoplâncton
(A) dependeu da direção dos ventos na região.
(B) foi mais intenso nas proximidades da Austrália.
(C) reduziu a capacidade de os oceanos captarem o CO2.
(D) não influenciou a acumulação de CO2 na atmosfera.

3. O aumento da intensidade dos incêndios poderá originar


(A) uma redução do crescimento do fitoplâncton marinho.
(B) um incremento no teor de CO2 atmosférico.
(C) um menor transporte de aerossóis ricos em ferro.
(D) menores impactes ao nível da perda de solos.

4. A existência de aerossóis contendo enxofre, que reagem com o vapor de água, pode permitir a
formação de chuvas ácidas, demonstrando uma interação entre
(A) geosfera e atmosfera. (C) geosfera e biosfera.
(B) hidrosfera e biosfera. (D) atmosfera e hidrosfera.

5. O consumo de CO2 dissolvido nos oceanos pelo fitoplâncton demonstra uma interação entre
(A) geosfera e biosfera. (C) geosfera e atmosfera.
(B) atmosfera e hidrosfera. (D) hidrosfera e biosfera.

6. É possível concluir, com base nos dados, que


(A) a Terra é um sistema aberto.
(B) a Terra é um sistema fechado.
(C) os subsistemas terrestres são sistemas abertos.
(D) os subsistemas terrestres são sistemas fechados.

7. Explique, com base nos dados, em que medida o possível aquecimento global causado pela
atividade humana poderá agravar os impactes dos incêndios florestais.

Texto 2
Os materiais geológicos mais antigos que se conhecem foram descobertos em Jack Hills, no
oeste australiano, uma região árida e que sofre incêndios de forma regular.
Os materiais descobertos correspondem a minerais de zircão, com cerca de 4375 Ma e com
origem magmática. Estes minerais foram recolhidos em diferentes rochas, como, por exemplo,
xistos, quartzitos e outras rochas, como os arenitos e os conglomerados,com3000 Ma, que foram
sujeitos a metamorfismo ao longo de centenas de milhões de anos.
A análise química dos minerais de zircão também permitiu constatar que a razão 18O/16O era
superior ao esperado. O isótopo18O é mais abundante em rochas formadas na presença de água,
como, por exemplo, as sedimentares. Estas sofreram, posteriormente, uma série de processos no
ciclo das rochas, culminando na formação de granitos contendo os zircões, cuja razão 18O/16O é
semelhante a granitos que afloram noutras regiões.

Baseado em Oskin, B. (2014). Confirmed: Oldest Fragment of Early Earth is 4.4 Billion Years Old,
disponível em https://www.livescience.com/43584-earth-oldest-rock-jack-hills-zircon.html[consult. out. 2021];
Valley, J. W.; Cavosie, A. J.; Ushikubo, T.; Reinhard, D. A.; Lawrence, D. F.; Larson, D. J.; … &Spicuzza, M.
J. (2014). Hadean age for a post-magma-ocean zircon confirmed by atom-probe tomography, Nature
Geoscience, 7:219–223, disponível em https://www.nature.com/articles/ngeo2075?cacheBust=
1508195032757 [consult. out. 2021]

Página 2 de 8
8. Algumas das rochas mais antigas recolhidas pelos geólogos na Austrália
(A) formaram-se por alteração de outras rochas sob o efeito de elevadas pressões e
temperaturas.
(B) são do tipo sedimentar e resultaram da acumulação de detritos provenientes da
precipitação química.
(C) são sedimentares e resultaram da acumulação de restos de seres vivos.
(D) formaram-se a partir da consolidação de magma em profundidade.

9. Os xistos formaram-se por metamorfismo _____, apresentando uma textura _____, resultante
do alinhamento de minerais.
(A) regional … não foliada
(B) de contacto … não foliada
(C) regional … foliada
(D) de contacto … foliada

10. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos


relacionados com os minerais de zircão mencionados no texto.
A. Formação de uma rocha sedimentar consolidada contendo os zircões.
B. Transporte pelos rios até uma bacia de sedimentação.
C. Erosão e exposição das camadas superiores, expondo os conglomerados.
D. Alteração de um granito quando exposto a condições superficiais.
E. Remoção dos zircões do afloramento.

11. Associe a cada uma das rochas apresentadas na coluna I as afirmações da coluna II que lhe
correspondem. Cada uma das afirmações deve ser associada apenas a uma das letras, e
todas as afirmações devem ser utilizadas.

Coluna I Coluna II
(1) Resulta dos processos de compactação e cimentação.
(2) Forma-se por cristalização de minerais a elevadas
temperaturas.
(3) Pode ser formada por fragmentos contendo restos fossilizados
de seres vivos.
(a)Rocha magmática
(4) Apresenta minerais que resultaram da recristalização de um
(b)Rocha sedimentar
(c)Rocha metamórfica protólito.
(5) Pode resultar do calor libertado por uma intrusão magmática
na rocha encaixante.
(6) Pode ser plutónica ou vulcânica.
(7) Aparece em camadas horizontais a que se dá o nome de
estratos.

12. Explique em que medida os estudos efetuados dependem do facto de o zircão ser um mineral
muito resistente à meteorização e erosão.

Página 3 de 8
Texto 3
O clima mediterrânico que se verifica em Portugal, aliado ao tipo de cobertura vegetal
e à ocupação do território, torna frequentes os incêndios florestais no verão. Os fogos
contribuem para a degradação dos solos e da qualidade das águas superficiais e
profundas, em especial os mais intensos.
Uma das estratégias de minimização dos impactes do fogo corresponde ao uso de
fogo controlado para redução do coberto vegetal e prevenção da ocorrência de incêndios
de alta intensidade. Esta prática é habitual no Parque Natural de Montesinho (PNM),
localizado em Trás-os-Montes, onde foi realizado um estudo que visava avaliar o impacte
de fogo controlado numa zona montanhosa com pinheiros e arbustos.

Métodos
1. Foi selecionada uma zona de planalto, a 800 m de altitude, com temperatura média anual de
12 °C e cerca de 850 mm de precipitação média anual, concentrada de outubro a março.
2. Foram medidas as temperaturas imediatamente após o fogo controlado comum aparelho
infravermelho, de forma a garantir que o mesmo não tinha uma intensidade elevada.
3. Foram recolhidas amostras de solo antes do fogo controlado (amostra AF), dois meses (2M),
seis meses (6M) e trinta e seis meses (36M) após o fogo.
4. As amostras foram recolhidas em diversos intervalos de profundidade, para avaliar o teor de
matéria orgânica (TMO), a concentração de nutrientes (fósforo e potássio) e o pH do solo.

Resultados
Os resultados obtidos encontram-se representados na figura 2.

Figura 2.

Baseado em Fonseca, F.; Figueiredo, T.; Nogueira, C. & Queirós, A. (2017).Effect of prescribed fire on soil
properties and soil erosion in a Mediterranean mountain area, Geoderma, 307:172-180, disponível em
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/14852/1/Geoderma-Prescribed%20fire_2017.pdf [consult. out. 2021]

Página 4 de 8
13. Constitui uma possível hipótese para a experiência implementada:
(A) Os fogos controlados permitem reduzir a intensidade dos incêndios não controlados.
(B) Os incêndios provocam elevados impactes negativos nos solos.
(C) Os solos conseguem recuperar parcialmente dos incêndios controlados.
(D) Os fogos controlados possuem impactes menores que os fogos mais intensos.

14. Os resultados indicam que


(A) o teor de matéria orgânica no solo sofre profundas variações ao longo dos 36 meses.
(B) os fogos intensos afetam o teor de sais minerais em diferentes profundidades do solo.
(C) o teor de fósforo aumentou nas três camadas de solo, no fim da experiência.
(D) o potássio apresentou variações semelhantes ao fósforo ao longo dos 36 meses.

15. Constitui uma conclusão válida para a experiência:


(A) O fogo controlado afeta de forma significativa o pH do solo da região de Montesinho, ao fim
de 36 meses.
(B) O solo da região de Montesinho é capaz de recuperar parcialmente dos efeitos do fogo
controlado, ao fim de 36 meses.
(C) Os fogos controlados de elevada intensidade permitem reduzir o risco de incêndios
florestais da região de Montesinho.
(D) Os fogos controlados não são adequados na redução do risco de incêndios florestais na
região de Montesinho.

16. Explique a importância de medir a temperatura do fogo controlado e de garantir que não
tenha uma intensidade elevada.

Grupo II

Numa aula de Biologia e Geologia, realizou-se uma experiência com o objetivo de


estudar alguns dos fatores associados à erosão dos solos.
1. Utilizaram-se três tabuleiros (A a C), que foram parcialmente preenchidos com o mesmo
volume de solo (fig.3).
2. Cobriu-se o solo do tabuleiro A com relva, o do tabuleiro B com folhas secas, mantendo-se o
solo exposto no tabuleiro C.
3. Os tabuleiros foram colocados na posição inclinada.
4. Regou-se de forma regular cada tabuleiro com 1 litro de água por dia, ao longo de cinco dias.
5. Mediu-se o volume de água escoada de cada tabuleiro ao fim de 5 e 60 minutos, bem como o
aspeto da mesma, cujos resultados se encontram na tabela I.

A B C

Figura 3. Montagem experimental.


Tabela I. Resultados obtidos.

Página 5 de 8
Tabuleiro A Tabuleiro B Tabuleiro C
Média do volume de água
0,35 0,56 0,79
recolhida ao fim de 5 min (L)
Média do volume de água
0,75 0,8 0,9
recolhida ao fim de 60 min (L)
Ligeiramente
Aspeto da água recolhida Límpida Muito turva
turva

1. Considere as seguintes afirmações referentes à experiência.


I. A experiência permite analisar as interações entre a atmosfera e a geosfera.
II. Verificou-se menor retenção de água no solo do tabuleiro C.
III. A experiência demonstra que todos os seres vivos reduzem a erosão.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II é verdadeira; I e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e III são verdadeiras; II é falsa.

2. Explique as variações no aspeto da água recolhida dos três tabuleiros.

3. Após um incêndio florestal de elevada intensidade, podem acumular-se cinzas com


propriedades hidrofóbicas (repelem a água), que reduzem a infiltração de água nos solos.
Preveja os resultados que obteria se acrescentasse um dispositivo contendo solo coberto pelas
cinzas referidas anteriormente.

Grupo III

Os geólogos reconstruíram a história de quase 250 Ma de uma massa continental


desaparecida, a Grande Adria, que agora se encontra mergulhada por baixo do Sul da Europa.
A história do Grande Adria, o seu tamanho e a sua forma são difíceis de reconstituir. Os
geólogos defendem que esta massa continental se separou da Gondwana (compreendia a atual
África, América do Sul, Austrália, Antártida, o subcontinente indiano e a Península Arábica), há
cerca de 240 Ma, resultado da abertura da bacia oceânica do leste do Mediterrâneo. Após a
separação, começou a mover-se para norte. Há cerca de 140 Ma, tinha as dimensões da atual
Gronelândia e encontrava-se parcialmente submersa num mar tropical (fig. 4), onde os
sedimentos se acumulavam e lentamente se afundavam.
Ao colidir com a Eurásia, entre 100 e 120 Ma atrás, fragmentou-se, e a maioria dos
fragmentos foram deslocados para baixo desta massa continental. Os únicos vestígios visíveis do
Grande Adria são calcários e outras rochas encontradas nas cadeias montanhosas do Sul da
Europa. Essas rochas começaram como sedimentos marinhos e foram, posteriormente,
levantadas pela colisão de placas tectónicas. O estudo dos registos paleomagnéticos daquelas
rochas permitiu reconstituir os movimentos do Grande Adria.

Página 6 de 8
Figura 4. Localização geográfica do Grande Adria, há cerca de 140 Ma.
As regiões submersas encontram-se em tons mais claros.

Baseado em Perkins, S. (2019). Geologists uncover history of lost continent buried beneath Europe,
doi: 10.1126/science.aaz4156, disponível em https://www.science.org/content/article/geologists-
uncover-history-lost-continent-buried-beneath-europe [consult. out. 2021]

1. O Grande Adria separou-se do Gondwana devido a movimentos_____, como os que ocorrem


atualmente_____.
(A) divergentes … na dorsal Médio-Atlântica
(B) divergentes… no Anel de Fogo do Pacífico
(C) convergentes… na dorsal Médio-Atlântica
(D) convergentes… no Anel de Fogo do Pacífico

2. Os dados do texto permitem afirmar que


(A) as rochas se formaram por metamorfismo de contacto aquando do choque dos
continentes.
(B) a formação das rochas do Grande Adria implicou a sedimentogénese e a diagénese.
(C) o contacto do Grande Adria com outras placas só ocorreu por convergência.
(D) o único vestígio do Grande Adria são rochas magmáticas no Sul da Europa.

3. O aparecimento de rochas, formadas em ambiente marinho, no topo de montanhas do Sul da


Europa deveu-se a um limite
(A) convergente, associado a uma subdução da massa continental.
(B) divergente, associado à instalação de um rifte.
(C) divergente, associado à formação do mar de Tétis.
(D) convergente, com elevação de uma parte da crusta oceânica.

Página 7 de 8
4. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde
um só número.
A formação de supercontinentes implica a existência de limites a) , onde pode ocorrer limites
b) crustal, estando associada a sismos e, por vezes, a vulcanismo. A abertura da bacia
oceânica que originou o mar de Tétis iniciou-se na crusta c) ,devido a forças d) ,
formando-se nova crusta com uma constituição e) .

a) b) c)

1. conservativos 1. espessamento 1. continental


2. divergentes 2. formação 2. oceânica
3. convergentes 3. manutenção 3. continental ou oceânica

d) e)

1. transformantes 1. basáltica
2. distensivas 2. granítica
3. compressivas 3. arenítica

5. Mencione o princípio do raciocínio geológico que permite reconstituir a fragmentação do


Grande Adria partindo dos conhecimentos obtidos com o estudo da fragmentação que está a
ocorrer na região este do continente africano.

6. Explique a importância dos dados paleomagnéticos para a datação das rochas do fundo
oceânico e para apoiar a expansão dos fundos oceânicos.

FIM

ITEM
GRUPO
COTAÇÃO (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
I.
11. 12. 13. 14. 15. 16.
8 8 8 8 8 8 128
1. 2. 3.
II.
8 8 8 24
1. 2. 3. 4. 5. 6.
III.
8 8 8 8 8 8 48
Total 200

Página 8 de 8

Você também pode gostar