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Preparação Testes/Exame Nacional

Biologia e Geologia
Geologia 10º e 11º ano

Ficha trabalho Geo 10/11

GRUPO I
Geomorfologia dos Pirinéus

Os Pirinéus são cadeias montanhosas intracontinentais resultantes da colisão de dois fragmentos de litosfera,
a grande placa Europeia e a microplaca Ibérica, ficando esta última entre a Europa e a África, estabelecendo, assim,
a fronteira entre o escudo Ibérico e o escudo Europeu.
Os Pirinéus constituem uma formação mais antiga do que os Alpes. Os seus sedimentos começaram a ser
depositados em bacias costeiras durante as Eras Paleozóica e Mesozóica. Durante o Cretácico Inferior, entre 100 e
150 milhões de anos atrás, o golfo da Biscaia dilatou-se, de modo a empurrar o que é hoje a Espanha de encontro à
França e a pressionar grandes camadas de sedimentos. A pressão intensa e soerguimento da crosta terrestre
afetaram de início a porção oriental e, posteriormente, toda a cordilheira.
A porção oriental desta cordilheira apresenta na sua composição principalmente granitos e gnaisses,
enquanto que, na parte ocidental, os picos de granito são acompanhados lateralmente por camadas de calcário. A
aparência maciça e conservada da cordilheira é devida á abundância de granito, que é particularmente resistente à
erosão, e ao fraco desenvolvimento glaciar.

Figura 1 – Contexto tectónico

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1. Identifique, de acordo com os dados da Figura 1B, a letra correspondente à anomalia magnética mais antiga
registada nas rochas do fundo do Atlântico a oeste da Península Ibérica.

Na resposta a cada um dos itens de 2. a 8., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

2. À medida que a distância à dorsal oceânica aumenta …


(A) … o grau geotérmico vai diminuindo, e a espessura de sedimentos é maior.
(B) … o grau geotérmico vai aumentando, e a espessura de sedimentos é menor.
(C) … o fluxo térmico vai diminuindo, e a espessura de sedimentos é maior.
(D) … o fluxo térmico vai aumentando, e a espessura de sedimentos é menor.

3. A formação de picos de granito, durante a orogenia da parte ocidental, resultou de tensões associadas a um limite

(A) … divergente, sendo que o granito resultou da consolidação de magma em profundidade.
(B) … convergente, sendo que o granito resultou da consolidação de magma em profundidade.
(C) … divergente, sendo que o granito resultou da consolidação de magma á superfície.
(D) … convergente, sendo que o granito resultou da consolidação de magma á superfície.

4. Os Pirinéus estabelecem a fronteira entre os escudos ibérico e europeu, sendo que estes …
(A) … são constituídos, essencialmente, por rochas sedimentares.
(B) … correspondem a zonas de orogenia recente.
(C) … correspondem à zona mais recente do continente europeu.
(D) … são constituídos por rochas antigas e intensamente metamorfizadas.

5. Os granitos são rochas particularmente resistentes à erosão, processo associado à geodinâmica …


(A) … externa e que permite a sua transformação em rochas sedimentares.
(B) … interna e que permite a sua transformação em rochas sedimentares.
(C) … externa e que permite a sua transformação em rochas metamórficas.
(D) … interna e que permite a sua transformação em rochas metamórficas.

6. Os detritos acumulados nas bacias costeiras durante as eras Paleozóica e Mesozóica deram origem a argilitos,
rochas sedimentares constituídas por …
(A) … compactação seguida de desidratação, e a gnaisses, por metamorfismo de contacto.
(B) … cristalização seguida de desidratação, e a gnaisses, por metamorfismo de contacto.
(C) ... cristalização seguida de desidratação, e a gnaisses, por metamorfismo regional.
(D) … compactação seguida de desidratação, e a gnaisses, por metamorfismo regional.

7. A abertura do golfo de biscaia e a colisão entre a Espanha e a França podem ser explicados segundo uma
conceção …
(A) … catastrofista, pois resultaram de um processo único e pontual.
(B) … uniformitarista, pois resultaram de um processo geológico lento e descontínuo.
(C) … uniformitarista, pois resultaram de um processo geológico lento e contínuo.
(D) … catastrofista, pois resultaram de fenómenos constantes no espaço e no tempo.

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8. Na parte ocidental da cadeia montanhosa, aplicando o principio ________ será correto afirmar que o granito é
mais ________ do que os calcários.
(A) sobreposição de estratos […] recente
(B) sobreposição de estratos […] antigo
(C) interseção […] recente
(D) interseção […] antigo

9. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstruir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com
a transformação de um granito noutra rocha magmática.
A- Cristalização de material em fusão.
B- Adaptação mineralógica e textural dos minerais das rochas sedimentares ao aumento da temperatura e da
pressão.
C- Deposição de sedimentos em bacias de sedimentação.
D- Ação dos movimentos tectónicos que levam à exposição do granito à superfície.
E- Meteorização física e química da rocha granítica.

10. Faça corresponder cada uma das descrições relativas à morfologia dos fundos oceânicos, expressas na coluna
A, à respetiva designação, que consta da coluna B.

Coluna A Coluna B
(1) Dorsal oceânica
(a) Área extensa, com declives muito suaves, situada a grande profundidade. (2) Fossa oceânica
(b) Depressão alongada, associada a fronteira destrutiva de placas. (3) Planície abissal
(c) Zona com inclinação fraca, adjacente à faixa costeira. (4) Plataforma continental
(5) Talude continental

11. A barragem Bubal Formigal, localizada nos Pirinéus, converte a energia motriz das correntes de água em energia
elétrica passível de ser utilizada pelo Homem.
Explique de que forma a utilização deste tipo de recursos poderá contribuir para o desenvolvimento sustentável do
planeta.

12. Explique a existência do afloramento de picos de granito na parte ocidental da cordilheira, considerando a génese
da rocha e a evolução tectónica da região.

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GRUPO II

O Vesúvio encontra-se em margens de placas destrutivas, onde a placa Africana está a “mergulhar ” sob a
placa Euroasiática. O magma emerge do limite entre as placas até à superfície formando o vulcão.
Talvez a mais famosa erupção de sempre tenha sido a que sacudiu o Vesúvio, em 79 d.C. quando a erupção
do vulcão, há muito adormecido, ocorreu, a 24 de agosto, os habitantes das cidades de Pompeia e Herculano foram
apanhados de surpresa. As súbitas explosões, cinza quente, lapilli e gases caíram em Pompeia, soterrando a cidade,
e alguns habitantes, por alguns metros de materiais vulcânicos. No entanto, muitas pessoas escaparam, tossindo e
cambaleando na escuridão provocada pela nuvem de cinzas.
O Vesúvio não entra em erupção desde 1944, embora em 1968 ele tenha chegado a ficar ativo, mas sem
expelir lava. A suspeita que preocupa os especialistas é a de que se isso voltar a ocorrer, milhares de pessoas poderão
morrer em poucos minutos, isso porque se descobriu que uma rocha enorme está a obstruir a “boca” do vulcão. Por
esse motivo, acredita-se que se “acordar” mais uma vez, ele libertará uma nuvem muito quente de cinzas e gases
venenosos.

Figura 2 – Localização do Vesúvio

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 3., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. A atividade vulcânica do Vesúvio do dia 24 de agosto em 79 d.C. foi, tipicamente ________ caracterizado por
uma lava ________ em sílica e, portanto, com uma _________ capacidade para fluir.
(A) mista […] rica […] fraca
(B) explosiva […] rica […] fraca
(C) efusiva […] pobre […] grande
(D) explosiva […] pobre […] grande

2. As plumas térmicas, associadas ao vulcanismo ________ resultam da instabilidade existente na região onde se
localiza a descontinuidade de ________.
(A) interplaca […] Gutenberg.
(B) intraplaca […] Lehmann
(C) interplaca […] Lehmann
(D) intraplaca […] Gutenberg

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3. Na crosta terrestre, em rochas magmáticas com a mesma composição mineralógica, as mais antigas apresentam,
para um determinado elemento…
(A) … estável, uma maior percentagem de isótopos-pai do que isótopos-filho em relação às rochas mais recentes.
(B) … estável, uma menor percentagem de isótopos-pai do que isótopos-filho em relação às rochas mais
recentes.
(C) … instável, uma maior percentagem de isótopos-pai do que isótopos-filho em relação às rochas mais
recentes.
(D) … instável, uma menor percentagem de isótopos-pai do que isótopos-filho em relação às rochas mais
recentes.

4. Faça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A à respetiva designação,
que consta da coluna B. Escreva, na folha de respostas, as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e
cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B

(a) Estrutura típica de lava que arrefece em contacto com a água. (1) Lava aa
(b) Emissão de gases vulcânicos ricos em enxofre. (2) Lava em almofada
(c) Mistura de gases e de material piroclástico relativamente densa, (3) Mofeta
que se desloca junto ao solo a velocidades acentuadas. (4) Nuvem ardente
(5) Sulfatara

5. Explique de que forma o registo da atividade sísmica, na região do Vesúvio, poderá evitar a ocorrência de uma
nova catástrofe como a descrita no texto.

6. Atendendo ao à situação atual do vulcão e ao contexto geológico onde se enquadra, explique as preocupações
dos vulcanólogos, no que concerne a uma próxima erupção do Vesúvio.

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GRUPO III

O que aconteceu no Sudoeste Asiático no dia 26 de dezembro de 2004

O Terramoto do Índico ocorreu no dia 26 de Dezembro de 2004. O epicentro do sismo localizou-se no mar, a
cerca de 160 km a Oeste da ilha de Sumatra (Indonésia) no Oceano Índico. O abalo teve uma magnitude sísmica de
9,0 na Escala de Richter sendo o sismo mais violento registado desde 1960 e um dos cinco maiores dos últimos cem
anos. O sismo por si só, foi sentido tão longe como Bangladesh, Índia, Malásia, Myanmar, Tailândia, Singapura e
Maldivas. O Tsunami gerado atravessou o Oceano Índico e provocou destruição nas zonas costeiras da África
Oriental, nomeadamente na Tanzânia, Somália e Quénia.
O sismo foi provocado por uma rutura na zona de subdução onde a placa tectónica da Índia mergulha por
baixo da placa de Burma. A área de ruptura está calculada em cerca de 1,200 km de comprimento e a deslocação
relativa das placas em cerca de 15 metros (m). Este deslocamento pode parecer pouco, mas em condições normais
as placas oceânicas movimentam-se com uma velocidade na ordem dos milímetros por ano.
A movimentação não aconteceu instantaneamente, mas deu-se em duas fases durante um período de vários
minutos. Dados sismográficos e acústicos indicam que a primeira fase envolveu a formação de uma ruptura com
cerca de 400 km de comprimento e 100 km de largura, localizada a 30 km sob a crosta oceânica- a maior ruptura que
se conhece, provocada por um sismo. A ruptura deu-se a uma velocidade de cerca de 2,8 km/s ou 10,000 km/h,
durante um período de mais de 100 segundos começando ao largo da costa de Aceh e movendo-se no sentido N-W.
Antes da ruptura continuar no sentido Norte, para Andaman e ilhas Nicobar, ocorreu uma pausa de mais de 100
segundos.
A placa da Índia faz parte da grande placa Índo-Australiana, que está sob o Oceano Índico e a Baía de
Bengala, estando a movimentar-se para Nordeste a uma média e 6 cm /ano. A placa da Índia encontra-se com a placa
Australiana na fossa de Sunda.
Para além, do movimento entre as placas, estima-se que o leito oceânico tenha subido vários metros,
deslocando, cerca de 30 km³ de água e levando á formação de séries de ondas devastadoras (tsunami). As ondas
não tiveram origem numa fonte pontual, como inicialmente se pensava, mas propagaram-se ao longo da totalidade
dos 1200 km de extensão da rutura. Este facto fez com que, a área geográfica onde se observaram as ondas se
expandisse, até países como o México, Chile e Somália.
Deixou de existir perigo imediato de ocorrência de tsunami nesta zona, uma vez que, a tensão acumulada na
subducção da placa da Índia sob a micro-placa de Burma foi libertada e toda a zona de rutura deslizou. No entanto,
permanece a probabilidade de ocorrência de um sismo de grande intensidade, mais a Sul.

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Figura 3

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. Durante um sismo, a ________ regista apenas um valor numérico, independentemente da distância ao epicentro,
uma vez que se refere ________.
(A) magnitude […] ao grau de destruição.
(B) magnitiude […] à quantidade de energia libertada do foco sísmico.
(C) intensidade […] ao grau de destruição.
(D) intensidade […] à quantidade de energia libertada do foco sísmico.

2. O sismo referido teve a sua origem na ________. O sismo foi registado numa estação sismográfica na ilha de
Sumatra, sendo que o cálculo da distância ao epicentro a partir ________.
(A) acumulação de tensões […] do desfasamento entre o tempo de chegada das ondas S e P
(B) ascenção de magma […] do desfasamento entre o tempo de chegada das ondas S e P
(C) acumulação de tensões […] do cálculo da magnitude
(D) ascenção de magma […] do cálculo da magnitude

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3. A sismologia fornece dados que permitem concluir que a velocidade de propagação das ondas sísmicas é
________ proporcional à rigidez do meio que atravessam e varia ________ dos materiais que atravessam.
(A) inversamente […] na razão direta da densidade
(B) diretamente […] na razão inversa da densidade
(C) inversamente […] de acordo com o estado físico
(D) diretamente […] de acordo com o estado físico

4. Na transição da crosta para o manto encontra-se a descontinuidade de ________. A esta profundidade verifica-se
________.
(A) Mohorovicic […] diminuição da rigidez dos materiais rochosos
(B) Gutenberg […] ausência de propagação das ondas S
(C) Gutenberg […] diminuição da velocidade de propagação das ondas P e S
(D) Mohorovicic […] aumento da velocidade de propagação das ondas P

5. A uma pronfundidade entre os 100 e os 200 Km a velocidade de propagação das ondas S ________
acentuadamente resultado da fusão parcial do peridotito. Esta zona marca o início da ________.
(A) decresce […] zona de transição
(B) aumenta […] astenosfera
(C) decresce […] astenosfera
(D) aumenta […] zona de transição

6. Selecione a opção que avalia corretamente as afirmações que se seguem.


1- A ordem de grandeza dos valores de intendidade de cada isossista aumenta à medida que estas linhas se
encontram afastadas do epicentro.
2- O aumento da velocidade de propagação das ondas aos 5150 Km está associada ao aumento da rigidez dos
materiais.
3- Segundo o modelo químico da estrutura interna da geosfera, o manto superior é constituído essencialmente
por peridotito.

(A) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.


(B) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.
(C) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(D) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.

7. Ordene as letras, de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica de alguns fenómenos envolvidos na


ocorrência de um sismo. Inicie pela letra A.
A. Acumulação de energia em falhas ativas.
B. Chegada das ondas P ao epicentro.
C. Atuação continuada de tensões tectónicas, originando réplicas.
D. Movimento brusco dos blocos fraturados, quando ultrapassado o limite de deformação das rochas com
a consequente dispersão da energia sísmica acumulada, em todas as direções.
E. Propagação das ondas superficiais.
F. Chegada das ondas S ao epicentro.

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8. O estudo dos sismos e dos seus efeitos fornece informações importantes acerca da estrutura interna da geosfera.
Faça corresponder a cada uma das afirmações que constam da coluna A o respetivo termo, expresso na coluna B.

Coluna A Coluna B
(1) Superfície de
(a) Libertação de energia acumulada após rutura em falha ativa.
descontinuidade
(b) Sismos de menor magnitude que ocorrem, geralmente, após o abalo sísmico
(2) Hipocentro
principal.
(3) Sismógrafo
(c) Instrumento de registo dos movimentos do solo provocados pelas ondas
(4) Sismo tectónico
sísmicas.
(5) Magnitude
(d) Interface de separação entre duas zonas da geosfera com grandes diferenças
(6) Escala de Richter
ao nível da composição química e das propriedades físicas.
(7) Réplicas
(e) Local no interior da geosfera onde ocorreu a libertação da energia acumulada.
(8) Isossista

9. As alterações no comportamento das ondas sísmicas têm possibilitado um conhecimento mais aprofundado do
interior da Terra.
Explique de que forma o comportamento das ondas P e S na região da esfera terrestre situada entre os 103º, e os
143º a partir do epicentro de um sismo, permite inferir a estrutura interna da Terra.

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Grupo IV

Cratera de impacto de Chesapeake


A Baía de Chesapeake (EUA) possui uma depressão formada no Eocénico, há aproximadamente 35,4 Ma,
estando coberta por várias centenas de metros de estratos sedimentares. A cratera central possui 35 a 40 km de
diâmetro, estando rodeada por um anel de material alterado, com uma largura de 25 km (figura 1). A cratera formou-
se em resultado do impacto de um meteorito, encontrando-se bem preservada.
Foram realizados três furos que, analisados em conjunto, permitiram obter material a profundidades na ordem
dos 1760 metros. Na cratera é possível identificar, da base para o topo, as unidades seguintes:
− camada de micaxistos muito fraturados com 215 metros de espessura e com intrusões de pegmatitos e granitos
com textura granular;
− brechas resultantes do impacto meteorítico que formam uma camada com 154 metros de espessura.
Estas brechas possuem blocos rochosos muito angulosos, com evidências de fusão parcial em resultado do
metamorfismo de impacto. A análise dos cristais de quartzo permite detetar fraturas resultantes do impacto
meteorítico. Esta camada recebeu o impacto direto do meteorito, estando muito deformada;
− bloco de granito com 275 metros de espessura, formado por vários tipos de granitos. Estes granitos foram
transportados mais de 5 km da posição inicial, em resultado das forças que se geraram no impacto, mas não
possuem evidências de metamorfismo de impacto. A idade dos granitos oscila entre os 615 e os 254 Ma, de acordo
com o sistema de datação Ur/Pb (urânio/chumbo);
− a camada do topo tem 652 metros de espessura, sendo formada por brechas e sedimentos de granulometria e
origem variáveis (marinha e não marinha).

Figura 1 – (A) Cratera de impacto na Baía de Chesapeake. (B) Coluna estratigráfica elaborada a partir de três furos
realizados, destacando-se os processos resultantes do impacto meteorítico. Esquemas adaptados de Gohn et al. (2008),
“Deep Drilling into the Chesapeake Bay Impact Structure”, Science.

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 4., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

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1. A correlação das amostras dos estratos obtidos pelos furos A, B e C foi possível…
(A) … graças ao conteúdo fossilífero, que permite aplicar o Princípio da Identidade Paleontológica.
(B) … porque cada um dos furos abrange toda a coluna com 1760 metros.
(C) … identificando os diferentes tipos de rochas e determinando a sua relação espacial nos três furos.
(D) … datando isotopicamente todas as amostras rochosas e determinando a sua posição na coluna
estratigráfica.

2. Na amostra de granito com 615 Ma, usando o sistema de isótopos de Ur/Pb, é expectável encontrar uma
percentagem de isótopo-filho ________ ao granito com 245 Ma e uma percentagem de ________ inferior.
(A) inferior (…) Pb
(B) superior (…) Pb
(C) inferior (…) Ur
(D) superior (…) Ur

3. Em geral, os micaxistos são rochas metamórficas com ________ do tipo ________, resultante do alinhamento
das micas em função da direção das forças compressivas a que as rochas são sujeitas.
(A) foliação (…) xistosidade
(B) foliação (…) bandeado
(C) xistosidade (…) foliação
(D) xistosidade (…) bandeado

4. As rochas na cratera de Chesapeake evidenciam metamorfismo de impacto, que se caracteriza por …


(A) … a pressão muito elevada ser o principal agente de metamorfismo, mantendo-se a temperatura
aproximadamente constante.
(B) … a temperatura muito elevada ser o principal agente de metamorfismo, mantendo-se a pressão
aproximadamente constante.
(C) … uma atuação lenta e prolongada da pressão e da temperatura em simultâneo.
(D) … pressões e temperaturas extremamente elevadas, que podem levar à fusão parcial dos materiais.

5. Ordene as letras de A a F de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com
o impacto do meteorito e a formação da cratera na Baía de Chesapeake. Inicie pela letra A.
A- Entrada de um meteoroide na atmosfera terrestre.
B- Fragmentação das rochas existentes no local de impacto.
C- Desintegração parcial do meteoroide em resultado da entrada na atmosfera terrestre.
D- Fusão parcial de alguns fragmentos de material ejetado.
E- Impacto do meteorito na superfície terrestre.
F- Formação de rochas detríticas consolidadas em resultado da formação de um cimento que une os materiais
ejetados e que entretanto se depositaram.

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6. Os são meteoritos considerados relíquias dos estados iniciais da formação do Sistema Solar, pois provêm de
asteroides que não sofreram diferenciação. Os condritos apresentam uma textura formada por estruturas esféricas,
os côndrulos, inexistentes nas rochas terrestres. Estas estruturas são constituídas por silicatos, como as olivinas e as
piroxenas, e estão dispersas numa matriz. Explique em que medida a composição mineralógica dos côndrulos apoia
a hipótese de estas estruturas terem sido das primeiras a formar-se por condensação da nébula solar.

7. Faça corresponder a cada uma das letras das afirmações da coluna A, a designação da respetiva rocha, indicada
na coluna B.

Coluna A Coluna B
A. A água que penetra nas fraturas das rochas expande-se ao gelar, exercendo 1- Minerais de neoformação
forças que aumentam as fissuras contribuindo, deste modo, para a 2- Meteorização química
desagregação das rochas. 3- Esfoliação
B. O movimento sistemático de dilatação e contração, provocado por grandes 4- Meteorização física por
amplitudes térmicas, leva a uma grande fraturação das rochas, com formação crioclastia
de materiais soltos. 5- Meteorização física por
C. Transformação de minerais primários em minerais de neoformação devido termoclastia
aos agentes externos.

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GRUPO V
Vulcanismo dos Açores

O estudo da composição dos materiais expelidos pelo vulcão das Sete Cidades, na ilha de S. Miguel, permitiu
compreender melhor os processos magmáticos que ocorrem neste vulcão.
Uma equipa de investigadores, liderada por Christoph Beier, analisou amostras de materiais expelidos nos
últimos 210 000 anos, tendo concluído que a composição e a textura dos materiais vulcânicos têm sofrido variações
significativas ao longo do tempo. Os seus dados também indicam a existência de dois reservatórios de magma na
crusta oceânica.
A maioria do material vulcânico recolhido na Caldeira das Sete Cidades correspondia a traquitos. Estas rochas
têm uma textura afanítica, possuindo um teor de sílica entre 60 a 65%. Os traquitos são ricos em feldspatos
potássicos, contendo plagióclases, quartzo, biotite e olivinas como minerais acessórios.
Entre os 210 000 e os 36 000 anos atrás, a acumulação de traquitos permitiu formar o cone vulcânico, e entre 36 000
e 16 000 anos atrás, ocorreram diversas erupções que emitiram essencialmente piroclastos que formaram o rebordo
da caldeira.
As emissões de lava com composição traquítica ocorreram dentro da caldeira. Nos cones secundários nos
flancos dos vulcões foram emitidos materiais vulcânicos de composição basáltica. Este magma de composição
basáltica deve ter ascendido rapidamente na crusta.
Os complexos dados geoquímicos analisados por Christoph Beier permitiram concluir que os magmas
evoluíram essencialmente a partir da cristalização fracionada, complementada por fusão parcial dos materiais e
mistura de magma de origem mantélica, num ambiente tectónico complexo nos dois reservatórios profundos. Os
dados indicam que o manto deve ser a fonte dos magmas, porém estes magmas possuem uma composição diferente
do vulcão mais próximo, o Água de Pau, que se encontra
a 20 km para este. Contudo, é admitida a hipótese que ao nível do manto superior haja a possibilidade de mistura de
magmas entre as câmaras associadas ao sistema das Sete Cidades e da Água de Pau.

Figura 2 – Representação esquemática da estrutura do vulcão das Sete Cidades, compreendendo dois reservatórios magmáticos
em profundidade.

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 7., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

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1. O magma que se encontra no Vulcão das Setes Cidades corresponde a uma substância fundida com gases
dissolvidos e cristais em suspensão, resultante da …
(A) … fusão das rochas do manto e do núcleo.
(B) … solidificação das rochas do manto e do núcleo.
(C) … fusão das rochas da crusta ou do manto.
(D) … solidificação das rochas da crusta ou do manto.

2. A crusta na região dos Açores distingue-se da crusta em Portugal continental por…


(A) …apresentar uma maior espessura.
(B) …ter uma idade superior.
(C) …ser predominantemente formada por riólitos.
(D) …apresentar uma constituição menos rica em sílica.

3. As lavas traquíticas expelidas nos vulcões representados na figura 2 devem ser originárias de magmas ________
possuindo um teor de SiO2 ________ aos basaltos.
(A) ultrabásicos a básicos (...) superior
(B) ultrabásicos a básicos (…) inferior
(C) ácidos (...) superior
(D) ácidos (…) inferior

4. Na série das plagioclases, a andesina e a labradorite são minerais isomorfos, porque…


(A) … apresentam a mesma estrutura cristalina.
(B) … surgem, na natureza, na forma de cristais.
(C) … têm a mesma composição química.
(D) … possuem elevado grau de pureza.

5. Comparativamente ao continente, o arquipélago dos Açores possui…


(A) … idêntico gradiente geotérmico e maior grau geotérmico.
(B) … maior gradiente geotérmico e menor grau geotérmico.
(C) … idêntico grau geotérmico e maior gradiente geotérmico.
(D) … menor gradiente geotérmico e maior grau geotérmico.

6. As plumas térmicas, associadas ao vulcanismo ________ resultam da instabilidade existente na região onde se
verifica a descontinuidade de ________.
(A) interplaca (…) Mohorovicic
(B) intraplaca (…) Gutenberg
(C) intraplaca (…) Mohorovicic
(D) interplaca (…) Gutenberg

7. O basalto é uma rocha abundante nos Açores. Relativamente à cor, essa rocha classifica-se como ________.
Esta característica está relacionada com a ________ relativa de minerais máficos na sua composição.
(A) leucocrata (…) abundância
(B) melanocrata (…) escassez
(C) leucocrata (…) escassez
(D) melanocrata (…) abundância

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8. No dia 22 de Outubro de 1522 ocorreu, em Vila Franca do Campo (S. Miguel, Açores), um movimento em massa
que provocou a morte a mais de 5000 pessoas, sendo o mais devastador da história portuguesa. Este movimento
em massa ocorreu após um sismo e caracterizou-se pelo transporte de solo e depósitos piroclásticos. O
movimento foi iniciado em vertentes com 20º de inclinação e finalizado numa área de acumulação com 5º de
pendor. A velocidade de deslocação variou entre
1 e 3 m/s, tendo soterrado Vila Franca do Campo, a antiga capital da ilha.

Na resposta a cada um dos itens de 8.1. a 8.2., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

8.1 Os fatores envolvidos no movimento em massa de Vila Franca foram…


(A) … a elevada consolidação dos materiais movimentados.
(B) … o elevado pendor das vertentes na origem do movimento em massa, em que o atrito dos materiais
acumulados é superior à gravidade.
(C) … o elevado pendor das vertentes na origem do movimento em massa, em que a gravidade supera o atrito
dos materiais depositados.
(D) … a elevada ocupação antrópica das vertentes com maior declive.

8.2 As rochas de composição basáltica são muito suscetíveis à meteorização pois…


(A) … os minerais ferromagnesianos são mais estáveis que os restantes minerais das rochas basálticas.
(B) … as rochas encontram-se expostas a condições ambientais mais adversas que outras rochas magmáticas
de composição distinta.
(C) … possuem minerais mais estáveis a condições de temperatura, humidade e pressão superficiais.
(D) … os minerais formados a elevadas temperaturas sofrem modificações químicas e mecânicas de forma mais
intensa.

8.3 Explique em que medida os estudos sobre a ocupação antrópica e os problemas de ordenamento são essenciais
na prevenção e minimização dos impactes associados à ocupação de zonas de risco geológico, em especial nos
Açores.

9. A ocupação antrópica levra à sobrexplorção de recursos minerais. Faça corresponder a cada uma das letras das
afirmações da coluna A, o termo da coluna B que identifica o respetivo conceito relacionado com os recursos
minerais.

Coluna A Coluna B

A. Concentração média de um elemento químico na crusta terrestre e 1- Escombreira


exprime-se por partes por milhão ou gramas por tonelada. 2- Minério
B. Mineral ou agregado de minerais com interesse económico e a partir do 3- Ganga
qual se pode obter, após beneficiação, um ou mais constituintes. 4- Clarke
C. É a parte não aproveitável que acompanha o minério extraído dos jazigos. 5- Jazigo mineral

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GRUPO VI

Geologia das Portas de Ródão

As Portas de Ródão constituem um geomonumento de grande beleza, que resulta da interação do rio Tejo
com as rochas que atravessa nesta região. Caracteriza-se por um relevo estreito e alongado (mais de 50 km de
comprimento), que se destaca na paisagem, em especial a crista quartzítica.
Algumas das principais formações rochosas que existem nesta região caracterizam-se, de forma simplificada por:
Grupo das Beiras – é a unidade litostratigráfica mais antiga da região (pré-Câmbrico e Câmbrico inferior). É
formada predominantemente por filitos e metagrauvaques. Estes são os equivalentes dos grauvaques (rochas
clásticas, formadas por fragmentos de outras rochas), mas que sofreram diagénese no limite do metamorfismo.
Formação do Quartzito Armoricano – possui cerca de 80 metros de espessura e no topo pode conter marcas
de bioturbação, nomeadamente icnofósseis de Skolithos (pequenos cilindros verticais) e Cruziana (rastos deixados
pela deslocação de trilobites no fundo marinho);
Ordovícico–Silúrico indiferenciado – inclui rochas variadas muito deformadas, onde se incluem pelitos escuros
e que constitui a Formação do Brejo Fundeiro. Os pelitos são rochas sedimentares detríticas formadas por argilas e
siltes, com origem na litificação de lamas. O ambiente de deposição correspondia a uma plataforma marinha pouco
profunda.

Figura 3 – Enquadramento geológico e corte na região de Vila Velha de Rodão (Fm – formação).

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 3., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. A dobra da figura 3 possui uma direção ________, resultante de forças de ________ com direção NE-SW.
(A) NW-SE (…) distensão
(B) NW-SE (…) compressão
(C) NE-SW (…) distensão
(D) NE-SW (…) compressão
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2. A formação da dobra decorreu num ambiente ________, em que as rochas estavam sujeitas a condições de
pressão e temperatura ________ às do momento em que o cavalgamento representado no corte geológico se
instalou.
(A) dúctil (…) superiores
(B) dúctil (…) inferiores
(C) frágil (…) inferiores
(D) frágil (…) superiores

3. Algumas formações rochosas detetadas na dobra de Vila Velha do Ródão foram correlacionadas com a sucessão
estratigráfica da sinforma Amêndoa-Carvoeiro, que já tinha sido caracterizada noutro estudo científico.
Nestes estudos é possível estabelecer uma correlação estratigráfica, com base numa datação…
(A) … relativa, baseada no decaimento radioativo dos minerais e no conteúdo fossilífero.
(B) … absoluta, baseada na litologia e no conteúdo fossilífero.
(C) … absoluta, baseada apenas no conteúdo fossilífero.
(D) … relativa, baseada na litologia e no conteúdo fossilífero.

4. As cristas quartzíticas são o relevo que mais se destaca na paisagem de Vila Velha de Ródão.
Relacione este aspeto com as propriedades litológicas dos quartzitos e o seu ambiente de formação.

5. Ordene as letras, de A a F, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos relacionados com


a formação de filões quartzíticos a partir de um magma basáltico, como resultado de processos de cristalização
fracionada e diferenciação gravítica. Comece pela letra A.
A. Início da cristalização do magma parental com caráter básico.
B. Aumento da pressão no interior da câmara magmática como resultado da nova entrada de magma.
C. Cristalização dos minerais com ponto de fusão elevado.
D. Formação de uma rocha plutónica com plagióclases calcossódicas.
E. Deslocação do magma residual, enriquecido em sílica, por zonas de fraqueza das rochas encaixantes,
originando um filão.
F. Migração, para a câmara magmática, de um novo magma imiscível com o magma residual.

6. Faça corresponder cada uma das características das rochas, expressas na coluna A, ao termo que identifica a
respetiva rocha, que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B

A. Rocha sedimentar quimiogénica formada por um processo de intensa 1- Calcário


evaporação, constituída por cristais de sulfato de cálcio. 2- Mármore
B. Depósitos consolidados de balastros angulosos localizados, 3- Gesso
preferencialmente, ao longo de vertentes ou na base das mesmas. 4- Filito
C. Rocha com textura foliada, característica de ambientes de baixo grau de 5- Brecha
metamorfismo.

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GRUPO VII

As reservas subterrâneas de água formam-se, na crosta terrestre, em contextos geológicos de características bem
definidas.
O diagrama da figura 4 representa um possível enquadramento geológico dessas reservas, numa região árida.

Figura 4

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 3., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. Os aquíferos 1 e 2, esquematizados na figura 4, são…


(A) … livre e confinado, respetivamente.
(B) … confinado e livre, respetivamente.
(C) … ambos livres.
(D) … ambos confinados.

2. A rocha-armazém do aquífero 1 encontra-se deformada em ______, uma vez que a camada mais ______ ocupa
o núcleo da dobra.
(A) sinclinal (…) velha
(B) sinclinal (…) nova
(C) anticlinal (…) velha
(D) anticlinal (…) nova

3. A falha esquematizada é ______, originando a ______ do teto, em relação ao muro.


(A) normal (…) descida
(B) normal (…) subida
(C) inversa (…) subida
(D) inversa (…) descida

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4. As afirmações seguintes dizem respeito à formação e à evolução dos oásis representados no diagrama da figura
4.
Selecione a alternativa que as avalia corretamente.
1. A existência de uma falha impediu o aparecimento de água à superfície.
2. Rochas quimiogénicas surgem, nos oásis, por evaporação excessiva de água.
3. A ascensão de água à superfície nos oásis resulta da elevada pressão hidrostática nos aquíferos.

(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.


(B) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(C) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(D) 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.

5. Relacione as características geológicas da região com a formação e a manutenção dos aquíferos representados
no diagrama da figura 4.

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