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Grupo I
História geológica da Canelas
Tudo terá começado há cerca de 480 Ma (Período Ordovícico) com uma transgressão marinha,
nas margens pouco profundas do paleocontinente Gondwana, em latitudes então muito próximas
do Polo Sul. Esta está retratada na deposição de seixos que originaram os conglomerados. A
estes últimos, seguiu-se o depósito de novos materiais, fundamentalmente constituídos por
areias, que vieram a formar os quartzitos, nos quais ficaram preservados inúmeras marcas de
atividade de seres vivos, merecendo destaque as pistas de Cruziana realizadas por artrópodes.
A contínua subida do nível médio das águas do mar então verificada fez com que os materiais
depositados em seguida fossem mais finos (siltes e argilas), o que ajudou de sobremaneira à
fossilização de muitos dos seres vivos, que então ocupavam estes habitats e que hoje
encontramos preservados nas ardósias. Com o constante aprofundar do mar, e já durante o
Período Silúrico (443 a 416 Ma), assistiu-se ao depósito de sedimentos muito finos e em
condições de muito baixa oxigenação, que originaram xistos negros, pontualmente intercalados
por níveis finos de quartzitos, onde ficaram preservados alguns fósseis de seres planctónicos
coloniais, denominados graptólitos, atualmente muito importantes na determinação da idade de
rochas tão antigas quanto estas. Posteriormente, com o abaixamento progressivo do nível do
mar, durante o Período Devónico (416 a 359 Ma), e o consequente depósito de materiais mais
arenosos, ficaram preservados restos de trilobites. O recuo total do mar que cobria estes
materiais conduziu à formação de uma bacia de sedimentação continental (lacustre), na parte
final do Período Carbónico (há cerca de 300 Ma), com desenvolvimento de frondosa vegetação
nas suas margens, que mais tarde originaria o carvão, amplamente explorado nas minas de S.
Pedro da Cova e do Pejão, a montante do concelho de Arouca.
Baseado em http://www.progeo.pt/cigc/historia_geologica_regiao.html [consult. jun 2021]
2. Desde que uma sequência de rochas se apresente sem alterações, os cientistas podem
afirmar com certeza que
(A) todas as rochas apresentam a mesma idade.
(B) nenhum cientista esteve naquele local anteriormente.
(C) as rochas do topo da sequência são mais recentes.
(D) as rochas mais antigas estão no topo da sequência.
6. O princípio geológico que permite comparar a idade de dois estratos com o mesmo conteúdo
fossilífero é
(A) o da horizontalidade dos estratos.
(B) o da sobreposição de estratos.
(C) o da identidade paleontológica.
(D) o princípio da interseção.
10. Dos fósseis representados na alínea anterior, indica qual deles aparece em grande número
nas formações do Carbónico, a montante do concelho de Arouca.
Grupo II
A espécie Allosaurus fragilis, até à data apenas conhecida da Formação Morrison, do Oeste dos
Estados Unidos da América, é uma das mais bem conhecidas espécies de dinossáurios do grupo
dos Theropoda (terópodes). Como resultado de um estudo realizado, foi identificado em Portugal o
primeiro fóssil de dinossáurio do Jurássico europeu com características diagnósticas indiscutíveis de
um terópode allosaurídeo. O espécime estudado, proveniente da localidade de Andrés (Pombal-
Leiria), constitui a primeira ocorrência de restos de dinossáurios da espécie Allosaurus fragilis fora da
América do Norte. Allosaurus fragilis tornou-se, assim, na primeira espécie de dinossáurio conhecida
em dois continentes distintos. O dinossáurio de Andrés provém de rochas do Jurássico superior da
Formação da Lourinhã, com aproximadamente 147-140 Ma de idade. Os fósseis de Andrés foram
encontrados em arenitos micáceos e formaram-se num ambiente deltaico, marginal marinho. O
espécime constitui um esqueleto parcial mineralizado que inclui material craniano, algumas vértebras
e boa parte dos membros posteriores. A presença de Allosaurus fragilis na Europa Ocidental
(exemplar de Andrés), para além de inúmeras alusões que lhe são feitas na América do Norte,
parece estar de acordo com importante fenómeno regressivo que se sucedeu ao máximo de
extensão dos mares jurássicos. Criaram-se, desta maneira, mares pouco profundos, com corredores
naturais de passagem, por onde transitaram indivíduos de algumas espécies de dinossáurios.
Milhões de anos (Ma)
Figura 1. Espécies de dinossáurios fósseis do Jurássico e tabela cronostratigráfica do Mesozoico (idades em milhões
de anos).
Baseado em Dantas, P. et al. (1999). O Dinossáurio Carnívoro Allosaurus Fragilis no Jurássico Superior português. Centro de Arquelogia de Almada. Al-
Madan, II.a Série, 8. Disponível em https://www.researchgate.net/publication/279191918; e em Rauhut, O., & Lopez-Arbareffo, A. (2008). Archosaur evolution
during the Jurassic: a southern perspective. Revista de la Asociación Geológica Argentina, 63(4), 557-585. Disponível em
http://doc.rero.ch/record/211154/files/PAL_E4409.pdf [consult. jun 2021]
1. De acordo com os dados, Allosaurus fragilis viveu do
(A) Jurássico inferior ao Jurássico Médio.
(B) Jurássico inferior ao Jurássico Superior.
(C) Jurássico superior ao Cretácico Inferior.
(D) Jurássico superior ao Cretácico Superior.
6. O fóssil de Andrés constitui um dado de apoio à teoria da deriva continental, podendo ser
considerado um argumento
(A) paleoclimático.
(B) paleontológico.
(C) litológico.
(D) morfológico.
8. Indica o nome do supercontinente que existia durante o Mesozoico do qual faziam parte os
territórios que hoje correspondem à América do Norte e Portugal.
9. Ordena as imagens seguintes, de modo a obteres uma sequência correta do processo de
fossilização da trilobite.
C D
10. Explica porque é que ocorreu a separação daquilo que é hoje o continente americano, onde
se encontra a formação de Morrison, e Portugal, onde se encontra a formação de Andrés.