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Abordagens de avaliação
orientadas para os
participantes
Perguntas de orientação
1. Quem foram os líderes históricos no estabelecimento de abordagens orientadas
para os participantes e qual foi o seu contributo? O que motivou o seu trabalho?
2. Como podemos distinguir entre as muitas abordagens participativas
contemporâneas?
3. Em que é que as abordagens participativas práticas diferem das transformadoras?
4. Comparar as abordagens da Avaliação Prática Participativa, da Avaliação do
Empoderamento, da Avaliação do Desenvolvimento e da Avaliação Democrática
Deliberativa. Em que é que os seus objectivos e métodos diferem? Em que
condições utilizaria cada uma delas?
5. Como é que as abordagens participativas são utilizadas na prática?
6. Quais são os principais pontos fortes e limitações das abordagens de avaliação
orientadas para os participantes?
189
190 Parte II - Abordagens alternativas à avaliação de
programas
M A T R I Z D E M A T R I Z D E JULGAMENTO
DESCRIÇÃO
Normas Julgamentos
Intenções Observações
Congruência Antecedente
Justificação s
Contingências
Contingências
Congruência Transacções
Congruência Resultado
s
de New Directions for Evaluation que se centrou na avaliação reactiva, nas suas
influências e nas suas actuais aplicações e adaptações:
Stake ofereceu uma nova visão e fundamentação para a avaliação de programas
educacionais e sociais às comunidades de avaliação então incipientes. Nesta
visão, a avaliação foi reenquadrada - da aplicação de técnicas analíticas sofisticadas
que abordam questões distantes dos decisores políticos sobre os benefícios e a
eficácia do programa "em média", para um compromisso com os profissionais no
local sobre a qualidade e os significados da sua prática. Estas ideias inovadoras
ajudaram a acelerar a transformação da empresa de avaliação para o seu atual
carácter pluralista, no seio do qual permanecem múltiplos e variados legados de
princípios-chave de avaliação responsiva (2001, p. 1).
Falar com os
clientes, o
pessoal do
Elaborar
programa,
relatórios
Audiências
formais, se for
Identifi
caso disso
o
car
âmbito
do
program
a
Winnow, Visão
formato geral das
para actividad
utilização do es do
público program
a
Validar,
confirmar, Descobri
tentativa de r
desconfirmaçã objectivos,
o preocupa
ções
Tematizar: Conceptualiza
Preparar retratos, r questões,
estudos de caso problemas
Designados
Observar Antecedentes,
Transacções e Resultados Sel
198 Parte II - Abordagens alternativas à avaliação de
programas
eção de
Identificar
observadores,
as
juízes e
necessidade
instrumentos, se for
s de dados,
caso disso
re
problemas
Pré-ordenar Responsivo
(%) (%)
Identificação de questões e 10 10
objectivos
Preparação dos instrumentos 30 15
Observar o programa 5 30
Realização de testes, etc. 10 -
Recolha de acórdãos - 15
Aprender as necessidades dos - 5
clientes, etc.
Tratamento de dados formais 25 5
Elaboração de relatórios - 10
informais
Elaboração de relatórios formais 20 10
Para fazer uma avaliação reactiva, o avaliador faz, naturalmente, muitas coisas.
Elabora um plano de observações e negociações. Ele arranja várias pessoas para
observar o programa. Com a sua ajuda, prepara breves narrativas, retratos,
apresentações de produtos, gráficos, etc. Descobre o que é importante para o seu
público. Recolhe as opiniões de valor de várias pessoas com pontos de vista
diferentes. Naturalmente, verifica a qualidade dos seus registos. Faz com que o
pessoal do programa reaja à exatidão das suas representações. Ele faz com que
figuras de autoridade reajam à importância de várias descobertas. Ele faz com
que os membros da audiência reajam à relevância das suas descobertas. Faz
muito disto informalmente, repetindo e mantendo um registo das acções e
reacções. Escolhe meios de comunicação acessíveis ao seu público para
aumentar a probabilidade e a fidelidade da comunicação. Pode preparar um
relatório final escrito; pode não o fazer - dependendo do que ele e os seus
clientes acordarem. (1975b, p. 11)
Para mim, o locus de controlo tem de ficar lá fora [com o avaliador], por muito
que eu dependa deles [intervenientes]. Não defendo a definição colaborativa das
questões de investigação. Ser reativo não confere automaticamente a autoridade
202 Parte II - Abordagens alternativas à avaliação de
programas
de conceção aos intervenientes. Significa conhecer bem as circunstâncias, os
problemas e os valores, e depois utilizar o talento profissional e a disciplina para
levar a cabo o inquérito. Para mim, o inquérito pertence ao avaliador. (Abma &
Stake, 2001, p. 9)
Capítulo 8 - Abordagens de avaliação orientadas para os 203
participantes
2Cousins e Whitmore (1998) e outros utilizam normalmente a avaliação colaborativa como um termo
genérico que inclui a avaliação participativa. Rodriguez-Campos (2005), no entanto, escreveu um
livro sobre avaliação colaborativa propondo-a como uma abordagem diferente. Cullen (2009) argumenta
que a abordagem se sobrepõe à avaliação participativa prática. Estas diferenças de pontos de vista
208 Parte II - Abordagens alternativas à avaliação de
programas
reflectem a diversidade de abordagens. Cada autor pode, evidentemente, acrescentar nuances ou
diferenças maiores que podem ser úteis para o avaliador individual.
Capítulo 8 - Abordagens de avaliação orientadas para os 209
participantes
4As preocupações com a justiça social também existem nos países desenvolvidos. As reacções do
governo ao furacão Katrina sensibilizaram os cidadãos americanos para esta questão.
Capítulo 8 - Abordagens de avaliação orientadas para os 217
participantes
Controlo do
avaliador; Muitos
intervenientes;
Envolvimento
218 Parte II - Abordagens alternativas à avaliação de
programas
*A abordagem de avaliação democrática deliberativa de House e Howe é posterior à análise de Cousins e Whitmore. É
classificada pelos autores deste manual com base nos escritos de House e Howe e nas dimensões de Cousins e
Whitmore.
Capítulo 8 - Abordagens de avaliação orientadas para os 219
participantes
Avaliação do desenvolvimento
Michael Patton é bem conhecido pela sua abordagem de avaliação centrada na
utilização (UFE), estando o seu livro atual na sua quarta edição (Patton, 2008a).
No entanto, ele escreveu mais recentemente sobre a avaliação do
desenvolvimento, que ele vê como um tipo, ou uma opção, num processo
centrado na utilização. Descreveremos aqui a avaliação do desenvolvimento
porque o seu foco é participativo, embora difira substancialmente dos outros
modelos. A abordagem mostra como as abordagens participativas e mesmo as
definições dos papéis dos avaliadores se desenvolvem e mudam à medida que a
nossa experiência com as organizações, a participação e a avaliação mudam e à
medida que a natureza do trabalho de uma organização muda.
5O livro de Patton sobre avaliação do desenvolvimento está a ser escrito ao mesmo tempo que este
manual está a ser atualizado. Ele partilhou connosco o primeiro capítulo, mas nós baseámo-nos nas
publicações existentes. Incentivamos os leitores interessados nesta abordagem a lerem o seu novo
livro, citado nas leituras sugeridas no final do capítulo.