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AULA DE DEPÓSITO MINERAL

CONCEITO PARTE 1:

Os depósitos minerais são corpos rochosos formados por processos de transformações geológicas ao
longo de centenas de milhões de anos, que tem algum �po de aplicação na vida do ser humano. As
unidades geológicas que cons�tuem os depósitos minerais podem apresentar variações na geometria do
corpo de minério, nas caracterís�cas �sicas do minério e, consequentemente, na distribuição de teores
no mesmo, como resultado da interação dos processos geológicos responsáveis pela sua gênese.

Os depósitos minerais são de suma importância para a humanidade, pois são rochas que contém
quan�dade acima da média de elementos amplamente u�lizados no co�diano de todas as pessoas, como
alumínio, ferro e cobre. Assim como todas as outras rochas, os depósitos con�dos são con�nuamente
criados e destruídos pelos processos geológicos que ocorrem no interior e na super�cie terrestre.

Tempo de formação e ORIGEM – PARTE 2:

Esse tempo de formação dos depósitos minerais podem se estender por milhões de anos, ou seja, numa
escala muito maior que o tempo de vida humana. Os minerais, cristais que compõem todas rochas, são
definidos como “substância inorgânicas sólidas e homogêneas, com ocorrência natural, composição
química definida e arranjo cristalino ordenado”.
Os depósitos minerais são gerados por processos geológicos resultantes das transformações que vêm
acontecendo na crosta terrestre desde a era Pré-Cambriana, há mais de 4,5 bilhões de anos, quando se
solidificaram as primeiras rochas do planeta.

Cada depósito mineral tem uma gênese única e, portanto, é único. Dada a multiplicidade de
jazimentos minerais, impõe-se o agrupamento daqueles que pareçam semelhantes, de modo a definirem-
se tipos ou categorias que sejam facilmente referenciados e identificados

Os processos formadores de depósitos minerais podem se classificar como endógenos, quando ocorrem
no interior da crosta terrestre (p.e.: vulcanismo, hidrotermalismo, metamorfismo) ou exógenos, quando
ocorrem na super�cie terrestre e formam os depósitos supergênicos ou associados à intemperismo.

A geração dos depósitos supergênicos ocorrem a par�r de alterações �sicas e químicas das rochas
subme�das ao intemperismo. Mas, para que essa situação ocorra, é necessária a existência de uma rocha
adequada, designada de rocha inalterada, parental ou rocha-mãe, para que aconteça a alteração
supergênica.
Como os depósitos são gerados no manto de intemperismo, isto é, próximos a super�cie, a erosão é parte
fundamental do processo. Logo, essa situação faz com que a grande maioria dos depósitos iden�ficados e
lavrados da classe supergênicos é de idade jovem, datado do pós-Mesozóico e, geralmente, são
encontrados nas regiões intertropicais, dado que o intemperismo é favorecido pelas condições climá�cas,
as quais intensificam esse processo quanto mais quente e úmido es�ver. Dessa forma, o clima equatorial
e tropical favorece a ocorrência desse �po de depósito no Brasil, tornando-se essencial para a economia
mineral do país. Exemplos de depósitos supergênicos: jazimentos de ouro laterí�co, bauxita, ferro,
manganês, nióbio, níquel, caulim e outros minerais

Do ponto de vista técnico, os depósitos minerais são descobertos através do desenvolvimento de


programas exploratórios. Os programas exploratórios cons�tuem uma série de etapas que devem ser
cumpridas para o sucesso da descoberta do depósito mineral.

O primeiro passo para se descobrir um depósito mineral é definir o bem mineral que se pretender achar.
Em seguida, são selecionados os ambientes geológicos favoráveis à mineralização do minério escolhido.

Após a seleção do ambiente geológico, passa-se para a etapa de mapeamento geológico.

Geralmente, a etapa de mapeamento geológico é acompanhada de um outro método prospectivo, seja


ele: prospecção geofísica (investiga os cinco primeiros quilômetros da crosta terrestre, permitindo
a avaliação das condições geológicas locais, método do radar etc) , prospecção geoquímica ( seleção de
métodos, elementos, sensibilidade e precisão de amostras. Neste ponto, levam-se em consideração os
custos gerais da operação, os conhecimentos necessários do local, a capacidade laboratorial para
processamentos das amostras e por fim, toda a inves�gação prévia realizada e experiências anteriores em
casos similares. Há dois níveis de levantamento geoquímico: Reconhecimento ou Regional e Detalhe
(Follow up).

• Reconhecimento ou Regional: Localiza trechos com mineralização ou trechos favoráveis à presença de


mineralização. O objetivo maior é localizar anomalias. Investiga grandes áreas.
• Levantamento de detalhe (Follow up) : Delimita as anomalias e, se possível, as mineralizações
associadas. Investiga áreas relativamente pequenas)

ou sensoriamento remoto (sensores que coletam os dados são transportados por satélites, aeronaves e
drones, mas podem ser transportados também por qualquer outro meio, como carros ou pessoas. Um
satélite que faz imagens da Terra é um dos exemplos mais conhecidos de sensoriamento remoto.). A
combinação dessas etapas resultará na descoberta de ocorrências minerais. O passo seguinte à
descoberta de alguma zona mineralizada é se perguntar se a descoberta em questão tem potencial para
suportar um programa de investimento que termine na avaliação de em um depósito mineral?

As substâncias minerais ocorrem em geral, em concentrações muito baixas na crosta da Terra. A


concentração média de um determinado elemento na crosta é denominada de Clarke. Para que um
depósito mineral seja formado, é necessário que uma determinada substância ocorra na crosta terrestre
em condições superiores (ou muito superiores) ao valor de seu clarke, a esse valor de concentração
chamamos de fator de concentração (fc)

O entendimento teórico da formação do depósito mineral é de extrema importância para associações


com outros depósitos minerais, e para estabelecer critérios prospectivos que levem à descoberta de novos
depósitos.

CLASSIFICAÇÃO DE DEPÓSITOS MINERAIS

Os depósitos minerais podem ser classificados em função dos processos geológicos que atuaram durante
sua formação.

• Depósitos hidrotermais, formados em associação com soluções salinas quentes. sulfetos de Fe, Zn, Cu, Pb,
Ag
• Depósitos magmáticos, concentrados em rochas ígneas. cristalização do magma, segregação magmática.
Cromo, níquel, zircônio, fosfato
• Depósitos porfiríticos (rocha ígnea que possui pórfiro), que ocorrem próximo ou dentro de intrusões
dioríticas (vem do mineral diorito) ou granitoides (vem do mineral Granito) de textura
porfirítica.
• Depósitos metamórficos de contato (escarníticos), formados pela intrusão de rochas plutônicas (
intrusivas, são formadas devido à lenta cristalização de um magma em profundidade ) em calcários
impuros. sulfetos de Fe, Zn, Cu, Pb, Ag
• Depósitos de óxidos de ferro-cobre-ouro, pertencentes a um agrupamento que foi idealizado com base
em definição empírica que se originou de atributos geoquímicos comuns a esse tipo de mineralização.
• Depósitos sedimentares, precipitados a partir de soluções, principalmente da água do mar. Fe, Mg, ouro,
gipsita, fosfato, cassiterita
• Depósitos residuais, formados pelas reações químicas do intemperismo superficial.
• Depósitos de plácer, nos quais os minerais são removidos, transportados.
A classificação dos jazimentos minerais apresenta diversos critérios, um deles é a classificação segundo
sua estrutura geológica e complexidade de mineralização, apresentada por Sergei Diatchkov em 1994,
com o propósito de facilitar o trabalho de prospecção necessário ao detalhamento das reservas.

Segundo tal classificação, pode-se caracterizar os depósitos conforme o seu tamanho e estrutura e, para
isso, convencionou-se compor os seguintes grupos:

Grupo 1: grandes depósitos com estrutura simples e constante e distribuição uniforme do mineral-
minério. São depósitos constituídos de minério maciço, com espessura uniforme e no qual o teor do
minério é contínuo. São exemplos os depósitos de carvão, calcário, ferro e manganês.

Grupo 2: depósitos de estrutura complexa, espessura variada e distribuição não uniforme do mineral-
minério, ou que tenham sido afetados por falha. São exemplos os depósitos de bauxita, níquel e alguns
depósitos de ferro e manganês.

Grupo 3: depósitos de tamanho variável, estrutura altamente complexa, espessura muito variável e
distribuição irregular, ou depósitos marcados por uma mineralização que tenha sido deslocada por falha.
São exemplos os depósitos de bauxita, cobre, estanho e alguns elementos raros.

Grupo 4: depósitos de tamanho pequeno, com morfologia não definida, mineralização irregular e
descontínua, estrutura complexa, variações drásticas de espessura, ou depósitos disseminados afetados
por falha. São exemplos muitos dos depósitos de ouro e elementos raros.

Significados de algumas palavras:

Ri�eamento: significa "fenda", e corresponde em geologia a uma estrutura que resulta do afinamento e
ruptura da crosta do planeta, devido a forças distensionais atuantes na super�cie, que são basicamente
forças opostas e dão origem a essas aberturas. A�vidades vulcânicas também podem ser resultadas
devido à fraqueza estrutural da crosta e do alto fluxo de calor decorrente do processo de ri�eamento.

Subducção: Deslizamento de uma placa tectónica para debaixo de outra, numa zona de convergêngia.

Li�ficação: Processo de formação de rochas sedimentares a par�r de processos geológicos (�sicos,


químicos e biológicos) de baixa temperatura, tais como, compactação, desidratação, precipitação e
cimentação, que atuam nos sedimentos depositados. Sinônimo de li�ficação.
Erodido: que sofreu erosão.
Concentração anômala: irregular, anormal

Hidrotermal: originado por soluções aquosas de origem profunda.

Veio é a designação dada em geologia e petrologia a corpos foliares de materiais dis�ntos, por vezes com
apenas alguns milímetros de espessura, encaixados no interior de uma massa rochosa ou rocha.

Metamorfismo é um processo que envolve mudanças na composição mineralógica, na textura


e estrutura de uma rocha, predominantemente no estado sólido.

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