● Formação salitre: essa formação constitui uma importante plataforma carbonática
de idade proterozóica superior em Irecê, no estado da Bahia. ela é constituída por três grupos de litofácies: 1. calcilutitos com laminação microbiana, apresentando acamamento paralelo e evidências de exposição subaérea, depositados em ambientes de peri marés
2. calcarenitos à base de intraclastos, com abundante estratificação cruzada produzida por
ação de ondas, frequentemente associados a estromatólitos e depositados em ambiente de praia e antepraia acima da base de onda de tempo bom.
3. cálcio-siltitos/calcarenitos finos e margas intercaladas, com as camadas de calcarenito
apresentando base plana e topo ondulado e, internamente, laminação plano-paralela a ondulada, interpretados como depositados durante tempestades, abaixo da base de onda de tempo bom. Todas estas características permitem interpretar a Formação Salitre como o registro de uma plataforma carbonática do tipo rampa homoclinal de alta energia, a qual se instalou sobre um relevo antecedente de baixo declive, herdado de uma rampa siliciclástica dominada por tempestades.
● Formação Bebedouro: as rochas da Formação Bebedouro representam uma
unidade terrígena, ligeiramente metamorfisada, com o desenvolvimento de sericita e clorita na matriz, recoberta discordantemente por sedimentos carbonáticos que, juntos, formam o Grupo Bambuí. A espessura da Formação Bebedouro varia de um a duzentos metros.
● Formação Morro do Chapéu: Formação Morro do Chapéu são superpostos
sucessivamente por folhelhos com estratificação wavy & linsen aos quais se seguem argilitos vermelhos. Estes argilitos possuem marcas onduladas e fendas de ressecamento, que evidenciam sua deposição em uma zona intermarés. O topo da formação consiste em uma sucessão dominada por lobos deltaicos. Cada lobo começa por arenitos com estratificação horizontal e mostra internamente estratificação cruzada sigmoidal e evidências de deformação de sedimentos inconsolidados. A Formação Morro do Chapéu é superposta pelos sedimentos glaciais e carbonáticos do Grupo Una.
● Formação Caboclo: Estromatólitos siliciclásticos são raros, espec ialmente no
Proterozoico, e têm grande significado paleoambiental. A Formação Caboclo, formada no Mesoproterozoico, contém exemplos de depósitos estromatolíticos muito bem preservados, cuja composição contêm abundantes grãos siliciclásticos. A Formação Caboclo localiza-se no Cráton São Francisco, e faz parte do Supergrupo Espinhaço. Nos perfis Rio Preto e Rio Ventura, aflora a porção de topo da formação, composta por estromatólitos siliciclásticos intercalados com arenitos e pelitos depositados em ambiente marinho raso. Este trabalho, através da integração de dados de levantamento estratigráfico de detalhe, análise de lâminas delgadas, busca definir os diferentes tipos de estromatólitos e interpretar os processos que os originaram e, em conjunto com a análise das demais litofácies constituintes, reconstruir o modelo deposicional. Além disso, é feita uma revisão bibliográfica robusta sobre estromatólitos aglutinantes e estromatólitos siliciclásticos, que evidencia os fatores ambientais que controlam a deposição destes na história da Terra. Esse trabalho encontrou 15 fácies sedimentares, quatro delas de origem microbial, que ocorrem em três associações de fácies distintas, offshore, offshore transition e shoreface. Essas associações de fácies representam uma plataforma marinha dominada por ondas e tempestades. As quatro fácies microbiais têm evidências de biogenicicidade e são classificados como estromatólitos siliciclásticos. Comparando a Fm. Caboclo com os exemplos da bibliografia, é possível observar que grandes mudanças climáticas no Mesoproterozoico podem ter condicionado o surgimento dos estromatólitos aglutinantes na Terra.
● Formação Tombada: É bem conhecido que ações antrópicas, como cortes,
desmatamentos e adição de cargas podem afetar a estabilidade de encostas. O artigo sintetiza as principais abordagens de Geologia Estrutural para previsão e contenção de queda de blocos em encostas naturais e taludes rochosos. Os métodos de análise de encostas buscam avaliar situações de risco e minimizar riscos, apoiados no conhecimento de propriedades dos maciços, como composição litológica, estruturas e características das descontinuidades, graus de alteração e consistência das rochas. A aplicação prática consistiu na avaliação dos resultados de levantamento executado por meio de rapel em talude na cidade de Santos, SP, por empresa de consultoria. O levantamento identificou os principais sistemas de fraturas e delimitou blocos em situações instáveis para eventual remoção ou estabilização. Este estudo revela a grande importância das juntas de esfoliação, feições que podem promover, graças à progressiva desagregação intempérica, progressivo desplacamento e desprendimento de massas de rocha encosta abaixo.