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Indice

Introdução........................................................................................................................................2
Conceito de complexo, ligante........................................................................................................3
Complexo.....................................................................................................................................3
Ligante.........................................................................................................................................3
Tipo de ligantes............................................................................................................................3
Nomenclatura dos ligantes.......................................................................................................3
Ligantes com nomes específicos..............................................................................................5
Ligantes com mais de um átomo coordenante.........................................................................5
Número de coordenação...............................................................................................................5
Influências no número de coordenação....................................................................................5
Teoria de Alfred Wener(1866-1919)...............................................................................................6
Nomenclatura dos compostos complexos....................................................................................8
Ligação nos complexos....................................................................................................................8
Teoria da ligação de valência.......................................................................................................8
Hibridização de orbitais atómicos................................................................................................9
Geometria do CH4........................................................................................................................9
Características dos orbitais híbridos............................................................................................9
Teoria do campo cristalino............................................................................................................10
Suposições da teoria do campo cristalino..................................................................................10
Campo cristalino Octaédrico......................................................................................................10
Energia de estabilização do campo cristalino............................................................................11
Factores que afectam a magnitude do 10Dq..................................................................................12
Estado de oxidação do ião metálico...........................................................................................12
Natureza do ião metálico............................................................................................................12
Número e Geometria dos ligantes..............................................................................................12
Natureza dos ligantes.................................................................................................................12
Campo cristalino tetraédrico..........................................................................................................13
Teoria dos Orbitais moleculares................................................................................................13
Teoria do campo ligante.............................................................................................................13

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Isomeria dos compostos complexos..............................................................................................14
Isomeria de Ionização:...............................................................................................................14
Isomeria de hidratação...............................................................................................................14
Isomeria de coordenação............................................................................................................15
Isomeria em complexos quadrado planares...............................................................................15
Isomeria em complexos Tetraédricos........................................................................................15
Isomeria em complexos octaédricos..........................................................................................15
Conclusão......................................................................................................................................16
Bibliográfia....................................................................................................................................17

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Introdução

Os compostos complexos constituem a classe mais vasta e variada das substâncias inorgânicas. A
estes pertencem também muitos compostos organo-metálicos, que ligam num todo único as
químicas inorgânica e orgânica, antes desunidas .Muitos dos compostos complexos
nomeadamente vitamina B12, hemoglobina, clorofila e outros desempenham um papel grande
nos processos fisiológicos e boioquímicos. A pesquisa das propriedades e da estrutura espacial
dos compostos complexos verificou-se muito frutuosa para a cristaloquímica, a ciência que
estuda propriedades físico-químicas de substâncias em função da estrutura dos cristais formados
por elas, e deu origem às novas noções sobre a natureza da ligação química.

A aplicação dos compostos complexos na química analítica levou aos resultados valiosos. Não
é um exagero dizer que os êxitos da química teórica e aplicada nos últimos anos são ligados
precisamente ao estudo dos compostos complexos.

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Conceito de complexo, ligante

Complexo
É um átomo ou íon (cátion) metálico central rodeado por uma série de ligantes.

Ligante
Molécula ou íon(ánion) que pode ter existência independente e tem pelo menos um átomo
doador. E nessa proposta deve-se saber o que é um átomo doador: átomo doador é o átomo
ligado directamente ao íon central, que apresenta pares de electrões que possam ser
compartilhados.

Tipo de ligantes
Os ligantes podem ser íons mononucleares(Clˉ,Fˉ) ou polinucleares (SO4ˉ2, NO3ˉ, CNˉ) ou
moléculas neutras dinucleares( Cl2, O2, CO) ou polinucleares ( H2O, H2N-CH2-CH2-NH2).

Podemos classificar estes ligantes quanto ao número de átomos doadores que eles possuem.

Ligante monodentado: quando um ligante possui apenas um átomo doador, como por ex.
amónia(NH3), água(H2O), íon cloreto(Clˉ);

Ligante bidentado: quando um ligante possui dois átomos doadores;

Ligante polidentado: quando um ligante tiver mais de três ou mais átomos doadores que
podem ligar-se simultaneamente ao átomo central.

Alguns ligantes, que possuem dois átomos doadores, mas geometricamente estão
impossibilitados de ligarem-se simultaneamente ao elemento central, são chamados de
ambidentados.

Nomenclatura dos ligantes


A nomenclatura dos compostos complexos obedece a um conjunto de regras. Antes de aplicar
estas regras é importante saber nomear os ligantes, pois estes recebem uma denominação
especial quando fazem parte de um composto complexo. Ou seja, uma espécie que pode atuar
como ligante poderá ter um nome quando não estiver ligada, mas quando estiver participando do
composto complexo através de uma ligação seu nome frequentemente será mudado.

As principais regras usadas para nomear os ligantes são as seguintes:

Ligantes Aniónicos
Os aniões terminados em eto, como põe exemplo os haletos e cianetos, quando estão
funcionando como ligantes, trocam o sufixo eto por o.

Espécies Nome do anião Nome do ligante


Fˉ Fluoreto Fluoro
Clˉ Cloreto Cloro
Brˉ Brometo Bromo
Se2ˉ Seleneto Seleno 4
NH2 Amideto Amido
Alguns aniões terminados em ido trocam o sufixo ido por io:

Espécies Nome do anião Nome do ligante


OHˉ Hidróxido Hidroxio
O2ˉ Óxido Oxio
O 2

Peróxido Peroxio
A maioria dos aniões conserva seus nomes usuais;

Espécies Nome do anião Nome do ligante


CO3 2-
Carbonato Carbonato
NO3- Nitrato Nitrato
NO2- Nitrito ou nitro Nitrito ou nitro
ClO4- Perclorato Perclorato
SO42- Sulfato Sulfato
C2O42- Oxalato Oxalato

Ligantes radicalares
Muitas das espécies que actuam como ligados são radicais derivados de hidrocarbonetos.
Quando o ligante é um radical derivado de hidrocarbonetos, os seus nomes são mantidos. Alguns
exemplos são listados a seguir:

Espécies Nome do radical Nome do ligante


CH3 Metil Metil(Me)
C2H5 Etil Etil(Et)
C6H5 Fenil Fenil( Ph ou Ø)
C5H5 Ciclopentadienil Ciclopentadienil(Cp)
Por conveniência, para calcular o número de oxidação das espécies presentes nos
complexos, radicais como esses, ou outros similares, quase sempre são considerados como
aniónicos.

Ligantes moleculares
As aminas e amidas são frequentemente utilizados como ligantes. Alguns ligantes
moleculares com nomes terminados em a conservam os nomes, trocando o a por o:

Espécies Nome do radical Nome do ligante


C5H5N Piridina Piridino
C4H13N2 Dietilenotriamina Dietilenotriamino(Dien)
C10H8N2 Dipirina Dipirino(Dipy)
C2H8N2 Etilenoamina Etilenoamino(En)
P(C6H5)3 Trifenilfosfina Trifenilfosfino

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Ligantes com nomes específicos
Alguns ligantes recebem nomes específicos quando estão coordenados:

Espécies Nome do radical Nome do ligante


H2O Água Áqua
NH3 Amônia Amino ou Amin
CO Monóxido de carbono Carbonil
NO Monóxido de nitrogénio Nitrosil

Ligantes com mais de um átomo coordenante


Os ligantes que tem mais de um átomo que pode fazer a coordenação são chamados de
ligantes ambientados. Neste caso, os nomes dependem do átomo coordenante. A seguir são
listados alguns destes casos:

Espécies Nome do radical Nome do ligante


M--SCNˉ Tiocianato Tiocianato
M---NCSˉ Tiocianto Isotiocianato
M---ONOˉ Nitrito Nitrito
M----NOˉ2 Nitrito Nitro
Nestes exemplos M refere-se a metal (espécie central) e a notação mostra qual é a espécie
ligada ao metal. No primeiro exemplo o anião tiocianato liga-se a espécie central através do
enxofre; Já no segundo exemplo o ião tiocianato liga-se através do nitrogénio. O terceiro e quarto
exemplos mostram que o anião nitrito pode se ligar ao metal através do oxigénio ou através do
nitrogénio. Quando a ligação ocorre através do oxigénio o ligante chama-se nitrito, mas quando a
ligação é através do nitrogénio o ligante chama-se nitro. Estes ligantes são chamados de
ambientados.

Número de coordenação
É o número de doadores directamente ligados ao átomo central.

Influências no número de coordenação


O volume do átomo central é um factor que influencia de certo modo, está relacionada com o
espaço disponível para acomodar os ligantes a uma distância mínima que permite a formação de
ligações químicas. Quanto maior o volume, mais espaço o átomo terá chances de ter ligantes do
mesmo tamanho.

O volume dos ligantes, também relacionado à questão do espaço. Cada ligante ocupa um
determinado espaço da esfera de coordenação do metal.

As interações electrónicas, estão relacionadas às configurações eslectrónicas do metal, como


por ex. a relação entre o número de electrões de valência e o número de orbitais de valência
vazios disponíveis para a formação da ligação química.

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Relacionada também à tendência que alguns ligantes tem de formar com o metal, ligações
químicas que tem carácter de dupla ligação.

Teoria de Alfred Wener(1866-1919)


A primeira explicação formulada para as ligações existentes nos compostos complexos foi a
teoria de coordenação de Alfred Werner, proposta em 1883, a qual foi desenvolvida antes do
estabelecimento da teoria electrónica de valência. As proposições desta teoria podem ser
resumidas nos seguintes postulados:

I. A maior parte dos elementos possui dois tipos de valência: uma valência primária,
relacionada ao estado de oxidação , e uma valência secundária, relacionada ao número
de coordenação;
II. Todos os elementos tendem a satisfazer tanto às valências primárias quanto às
secundárias;
III. As valências secundárias estão dirigidas para posições fixas no espaço.

Para estabelecer estes postulados Werner supôs que em compostos como o CoCl3.6NH3, o ião
Co3+ ficaria no centro de um octaedro, com as moléculas do NH3(chamados ligantes)
localizadas nos seis vértices, ligadas ao átomo central através das suas valências secundárias,
constituindo o ião complexo hoje formulado como [Co(NH3)6]3+, conforme mostrado na
Figura1. Ainda segundo Werner, os três cloretos se ligariam ao cobalto atravées das respectivas
valências primárias deste ião.

Fig. 1. Estrutura do composto complexo [Co(NH3)6]3+

Nesta estrutura pode-se dizer que os seis grupos NH3, ficam situados na esfera de
coordenação, ligando-se, portanto, fracamente ao átomo central, dissociando-se facilmente
quando em solução. Isso explica a alta condutividade molar das soluções desse complexo, bem
comoa precipitação dos cloretos por reacção com o AgNO3.

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A correlação entre o número de moléculas de amónia presentes e o número equivalente de
moles de sal de prata precipitado levou Werner a seguinte conclusão:

Uma série de compostos de cobalto do tipo [Co(NH3)6]Cl3, [Co(NH3)5Cl]Cl2 e


[Co(NH3)4Cl2]Cl exibe um número de coordenação constante igual a 6. Como no composto
[Co(NH3)5Cl]Cl2 (figura2) existem apenas cinco grupos NH3, um dos cloretos passa a funcionar
como ligante, satisfazendo simultaneamente uma valência primária e uma valência secundária, o
que torna sua ligação ao átomo central mais forte do que as dos outros dois cloretos. Deste modo,
em solução ele não se dissocia,

Fig. 2. Estrutura do compostocomplexo[Co(NH3)5Cl]2+

No [Co(NH3)4Cl2]Cl existe apenas um cloreto que se dissocia quando em solução desse


complexo ou de outros similares, as condutividades molares são características de dois ião em
solução. Já o [Co(NH3)3Cl3] (figura 3) permanece com os três cloretos ligados ao cobalto, não
sendo precipitados pela prata nem conduzindo corrente eléctrica quando dissolvido

Fig. 3. Estrutura do compost de cordenação[Co(NH3)3Cl3]

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O terceiro postulado trata da estereoquímica e constituiu umas das contribuições mais
significativas de Werner, uma vez que possibilitaram a proposição de estruturas para os
compostos complexos muito antes de ter conhecimentos sobre orbitais atómicos e antes do
desenvolvimento das técnicas de raios X para determinações estruturais.

Nomenclatura dos compostos complexos


A nomeação destes compostos complexos segue algumas regras que são listadas a seguir:

I. Não se deixam espaços vazios entre as palavras nem entre o nome do composto e o
estado de oxidação do átomo central;
II. Usam-se prefixos para indicar a quantidade de ligantes que vêm em algarismos
gregos: 1- mono(habitualmente não é citado), 2-di, 3-tri, 4-tetra, 5-penta, 6-hexa, etc.
Por exemplo, se há quatro ligantes NH3 então se escreve tetramin; Se há dois, então
escreve-se diamin;
III. O número de oxidação da espécie central é indicado por algarismos romanos entre
parêntese;
IV. Em complexos catiónicos não há alteração no nome da espécie central; Por exemplo,
no composto[Ag(NH3)2]+ a espécie central é prata, logo no complexo ela deve
continuar sendo chamada de prata.

Ligação nos complexos

Teoria da ligação de valência


Segundo a Teoria da ligação de valência, as ligações entre os átomos são formadas pela
sobreposição de orbitais atómicos. Um par de electrões de spins opostos situado entre um par de
átomos constitui uma ligação. Figura 4.

Fig. 4. Formação da ligação covalente em H2, HF e F2

Em resumo, os pontos principais da abordagem da ligação, segundo a Teoria de ligação de


valência são:

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I. Os orbitais sobrepõem-se para formar uma ligação entre dois átomos;
II. Dois electrões, de spins opostos , podem ser acomodados nos orbitais sobrepostos;
III. Devido à sobreposição dos orbitais, os electrões de ligação tem maior probabilidade de
ser encontrados dentro da região do espaço influenciado por ambos os núcleos.

Hibridização de orbitais atómicos


A teoria da hibridização de orbitais foi proposta por Linus Pauling, com o objectivo de explicar a
ligação no CH4 e em outras moléculas. Segundo a teoria de Pauling, um novo conjunto de
orbitais, chamado orbitais híbridos, pode ser criado pela mistura de orbitais s, p e d de um
átomo. O número de orbitais híbridos é sempre o mesmo que o número de orbitais atómicos que
são mesclados para criar o conjunto de orbitais híbridos..

Geometria do CH4
Figgura 5

Fig. 5. Representações da estrutura tridimensional do CH4.

Características dos orbitais híbridos


O número de orbitais híbridos requeridos por um átomo em uma molécula ou em um ião é
determinado pela geometria dos pares de electrões em torno desse átomo.

Se o orbital s da camada de valência no átomo central em uma molécula ou em um ião for


mesclado com um orbital p da camada de valência nesse mesmo átomo, dois orbitais híbridos
são criados. Eles são separados por 180º, e o conjunto de orbitais é chamado de sp.

Se um orbital s for combinado com dois orbitais p, todos da mesma camada de valência, três
orbitais híbridos serão criados. Eles são separados por 120º, e o conjunto de sp 2 .

Quando o orbital s em uma camada de valência é combinado com os três orbitais p, resultam
quatro orbitais híbridos cada um chamado de sp3 . Os orbitais híbridos são separdos por 109,47º,
o ângulo tetraédrico.

Resumo:

1 orbital s + 1 orbital p → 2 orbitais híbridos sp

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1 orbital s + 2 orbitais p→ 3 orbitais híbridos sp2

1 orbital s + 3 orbitais p→ 4 orbitais híbridos sp3

Teoria do campo cristalino


A teoria do campo cristalino foi proposta por Bethe e an Vleck. Essa teoria supõe que a atracção
entre o metal crentral de um complexo e seus ligante é apenas electrostática. O metal de
transição, ou seja o átomo central do complexo, é um ião positivo com carga igual ao seu estado
de oxidação. Este ião é rodeado por elementos denominados ligantes, que possuem cargas
negativas ou moléculas neutras que contém iões livres.

Se o ligante for molécula neura, como o caso de NH3, a área negativa do dipolo eléctrico da
molécula irá se aproximar do átomo central. O NH3 tem momento dipolar com carga negativa no
nitrogénio e carga parcialmente positiva nos hidrogénios. Os electrões do átomo central estão sob
a acção de repulsão causada pelos electrões dos ligantes.

Suposições da teoria do campo cristalino


 Prediz que os orbitais d em um complexo metálico não são degenerados.
 O desdobramento energético dos orbitais d depende do campo cristalino (o arranjo e o
tipo dos ligantes)
 Os ligantes criam um campo eléctrico em torno do metal:
Os ligantes são considerados cargas pontuais e não apresentam interações covalentes
com os metais.

Campo cristalino Octaédrico

 Cada ligante é considerado como carga pontual:


- Atracções electrostáticas existem entre o ião metatico e os ligantes.
- Interações repulsivas existem entre os electrões nos orbitais d e as cargas pontuais dos
ligante.
 Os orbitais dz2 e dx2-dy2 apontam directamente para os ligantes:
- Maior repulsão é sentida
- Estes orbitais passam a apresentar uma energia maior que os orbitais dyz,dxy, e
dxz.

Figura 6

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Fig. 6. Complexo octaédrico e energias do orbital-d

A diferença de energia entre os orbitais eg e t2g, qualquer que seja seu valor, é definido como
10Dq( ou Δo no caso de um arranjo octaédrico) e denomina-se desdobramento do campo
cristalino.

O valor numérico da energia, que corresponde a 10Dq, é uma medida da força do campo
electrostático. Este valor é determinado a partir de dados espectrais.

Caso Δo<P(energia necessária para forçar o emparelhamento dos electrões em um mesmo


orbital), teremos uma situação de campo fraco (spin-alto) e os electrões ocuparão os orbitais eg.

Se Δ0>P teremos uma situação de campo forte(spin-baixo) e os electrões ocuparão os orbitais


t2g.

Energia de estabilização do campo cristalino


Considerando o caso mais simples de um complexo, configuração electrónica do ião metálico
igual a d1, [Ti(H2O)6]3+, a energia necessária para promover o electrão do estado fundamental(t2g)
para o estado excitado(eg), é por definição 10 Dq, e seu valor pode ser obtido através do espectro
de absorção na região do Ultra-Violeta/Visível do complexo . Figura 7

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Fig. 7. Espetro de absorção do complexo [Ti(H2O)6]3+

Factores que afectam a magnitude do 10Dq

Estado de oxidação do ião metálico


A magnitude do Δ aumenta com o aumento da carga iónica do metal, pois este, apresenta uma
carga positiva maior, atrairá os ligantes aniónicoss ou polares mais fortemente, aumentando
assim a interação electrostática entre eles e os electrões nos orbitais d.

Natureza do ião metálico


A magnitude de Δ aumenta significativamente quando se passa de um período para o outro, em
uma mesma família, ou seja, 3d<4d<5d. Um importante resultado desta tendência é que os
compostos complexos dos metais dos segundo e terceiro períodos da tabela periódica apresentam
a grande facilidade de formarem compostos de spin-baixo em relação aqueles da primeira serie
de transição.

Número e Geometria dos ligantes


A magnitude de Δ depende do número de ligantes e seus arranjos em torno da espécie central.
Em princípio, quanto maior for o número de ligantes, mais forte será o campo. Um complexo
com geometria tetraédrica apresenta um valor de Δt de aproximadamente 50% do valor de Δo(de
um complexo octaédrico).

Natureza dos ligantes


Diferentes ligantes influenciam diferentemente no grau de desdobramento dos orbitais d.
Experementalmente foi possível ordenar um grande numero de ligantes de acordo com os valores
de Δ. A série obtida recebeu o nome de Série Espectroquímica.

Campo cristalino tetraédrico


Fifura 8

Fig. 8. Aproximação de quatro ligantes ao redor do um ião metalico em um campo tetraedrico

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Um campo cristalino tetraédrico desdobra ao orbitais d em dois conjuntos

A) Nível e, de menor energia, contendo os orbitais dx2-dy2 e dz2;


B) Nível t2, de maior energia, contendo os orbitais dxy,dxze dyz.
O desdobramento do campo cristalino em um complexo tetraédrico(Δt) é menor que o Δo,
pois o número de ligantes é menor e nenhum deles está orientado directamente para os
4
orbitais d do ião metálico. O valor de Δt≈ Δ0 e a energia de emparelhamento é sempre
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menor que Δt, ocasionando complexos de spin-alto para o sistema tetraédrico.

Teoria dos Orbitais moleculares


Nas moléculas, os electrões encontram-se nos orbitais moleculares assim como nos
átomos, os electrões são encontrados nos orbitais atómicos.
Orbitais atómicos na molécula se combinam e se ‘espalham’ por vários átomos ou até
mesmo por toda a molécula.
O número total de orbitais moleculares é sempre igual ao número de orbitais atómicos
que os compõem .

Teoria do campo ligante

A teoria do campo ligante, que é uma aplicação da teoria do orbital molecular que se
concentra nos orbitais do átomo metálico central, fornece uma ferramenta mais
substancial para o entendimento do 1oDq. A estratégia para descrever orbitais
moleculares de um complexo metálico segue procedimentos similares a aqueles descritos.
Os orbitais de valência do metal e do ligante são usados para gerar considerações lineares
formadas por simetria e então usando as energia empíricas e considerações de
sobreposição, estima-se as energias relativas dos orbitais moleculares. A ordem estimada
pose ser verificada e ajustada mais precisamente por comparação com os dados
experimentais( particularmente, absorção óptica e espectroscopia fotoelectrónica e
espectroscopia de ressonância de spin).
Com essas modificações sugeridas na década de 50, a teoria do orbital molecular já
vinha sendo usada em estudos sobre compostos complexos, mas era pouco utilizada, em
virtude de sua maior complexidade diante da teoria da ligação de valência ou da teoria do
campo cristalino. Assim, pode-se considerar que o surgimento da teoria do campo
ligante, incorporando novos elementos de raciocínio à teoria do campo cristalino,
consiste num passo importante para popularizar e consolidar o uso da teoria do orbital
molecular em estudos sobre compostos complexos.

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Isomeria dos compostos complexos

Fórmula molecular não é suficiente para identificar um composto, sem ambiguidade. Os


ligandos são dispostos simetricamente no espaço em redor do átomo central. Os números
de coordenação 2,4 e 6 encontram-se mais frequentemente.

Dentre os vários tipos temos os seguintes:

Isomeria de Ionização:
Onde um ligante e um contra-ião trocam de lugar em um composto. Ex.[Pt(NH3)4Cl2]Br2
e [Pt(NH3)4 Br2]Cl2
Se os sais complexos são solúveis a diferenciação pode se fazer através da identificação
do ião livre em solução(Brˉ ou Clˉ no exemplo anterior).

Isomeria de hidratação
Esta isomeria é parecida com a isomeria de ionização, mas ocorre quando um dos ligantes é
água.

Ex: Composto com fórmula molecular CrCl3.6H2O- temos aqui três isómeros diferentes:

[Cr(H2O)6]Cl3→ Violeta

[Cr(H2O)5Cl]Cl2.H2O→ Verde pálido

[Cr(H2O)4Cl2]Cl.2H2O→ Verde escuro

Isomeria de coordenação
Iões complexos diferentes a partir de uma mesma fórmula.

Ex: A fórmula molecular Cr(CN)3.Co(CN)3.6NH3, pode representar os complexos:

[Co(NH3)6]Cr(CN)6] ou [Cr(NH3)6][Co(CN)6]

Em primeiro lugar é necessário definer-se quais ligantes ligam com quais ligantes e através de
quais átomos doadores, para então considerar-se as diversas possibilidades de arranjos
tridimensionais, que podem resultar em isomeria geométrica e isomeria ótica.

Isomeria em complexos quadrado planares


Os únicos isomeros simples dos compostos quadrado são os isomeros cis e trans .

Isomeria em complexos Tetraédricos


Os únicos isomeros simples dos complexos tetraédricos são os isomeros óticos.

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Conclusão
Neste trabalho foi abordado acerca dos compostos complexos. Em que conclui-se que não
convém pensar que os compostos complexos sempre são construídos pelos iões; Na realidade, as
cargas efectivas dos átomos e moléculas, que entram na composição dum complexo,
normalmente são pequenas. É mais certo usar, portanto, o termo de ‘átomo central’. As noções
iónicas da natureza da ligação nos compostos complexos tem, num certo grau, o carácter formal,
sendo porem, cómodas para classificação e determinação das cargas dos complexos e permitindo
predizer qualitativamente algumas propriedades suas.

A teoria de Werner permanece ser, actualmente, uma teoria dirigente na química dos compostos
complexos.

Muitos complexos apresentam-se lábeis em solução, trocando rapidamente os ligantes


coordenados pelas moléculas do solvente ou por outros ligantes. Esses complexos sempre se
apresentam na forma termodinamicamente mais estável em solução. Por outros lado, muitos dos
complexos denominados inertes devem sua existência unicamente à lentidão com que se
dissociam, só trocando lentamente os ligantes em solução.

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Bibliográfia
BARROS, H.L.C. Química Inorgânica, uma introdução. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1992

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FARIAS, Robson F. de; Werner, Jorgensene. O papel da Intuição na Evolução do


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