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Rafael Ferreira Cabrera1,5, Amarildo Salina Ruiz2,5, Maria Zélia Aguar de Sousa3,5, Shayenne
Fontes Nogueira1,5, Gabriela dos Santos4,5, Maria Elisa Froés Batata5.
1
Programa de Pós-Graduação em Geociências/UFMT, email: rcabreragel@gmail.com;
2
Departamento de Geologia Geral/UFMT; 3Departamento de Recursos Minerais/UFMT;
4
Curso de Graduação em Geologia/UFMT; 5Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em
Geociências da Amazônia (GEOCIAM).
INTRODUÇÃO
Este trabalho é o resultado parcial do estudo da sequência metassedimentar que ocorre
no entorno da Serra da Alegria, próximo a cidade de Bonito (MS), que busca sua
caracterização litológica, metamórfica e deformacional. Este pacote metassedimentar vem
sendo considerado como Grupo Alto Tererê, unidade mais antiga do Terreno Rio Apa,
entretanto, pesquisas recentes questionam esta correlação. Seriam essas rochas um
remanescente de crosta oceânica do Paleoproterozóico? Ou uma sequência supracrustal mais
recente?
CONTEXTO GEOLÓGICO
O Terreno Rio Apa (extremo sul do Cráton Amazônico) constitui uma porção
cratônica que ocorre no sudoeste de Mato Grosso do Sul e se estende até o Paraguai, com
registros de evolução tectônica do Paleo ao Mesoproterozóico. Cordani et al. (2010) propõem
uma configuração onde este terreno é formado por dois blocos distintos, o Oriental e
Ocidental, justapostos por uma zona de cavalgamento. Os metassedimentos estudados
ocorrem desde as regiões próximas ao Rio Apa (divisa com o Paraguai) até o norte da Serra
da Alegria, onde os sedimentos do Pantanal recobrem as rochas deste terreno. Porém, a
pesquisa realizada foca apenas o entorno da Serra da Alegria (Fig. 1).
Lacerda Filho et al. (2006) cartografaram essa sequência metassedimentar, constituída
por metapelitos com intercalações de anfibolitos, como remanescente de crosta oceânica
pertencente ao Grupo Alto Tererê e reconhecida como a unidade mais antiga do Terreno Rio
Apa.
Figura 1: Mapa geológico do entorno da Serra da Alegria (MS), extraído e modificado de
Cabrera & Nogueira (2013).
ASPECTOS LITOLÓGICOS
Na região estudada, a sequência metassedimentar é composta por xistos, quartzo-
micaxistos e metapelitos intercalados a lentes de metarenitos micáceos, de granulometria fina
a média, e cor cinza sendo constituída por mais de 80% de quartzo, com lentes de
metaconglomerados de matriz média e clastos de arenitos de até 30cm (Fig. 2A). Esta unidade
faz contato do tipo tectônico com os granitos Aquidabã e Uruaçu (Cabrera & Nogueira 2013),
através de zonas de cavalgamento que lançam as rochas desta unidade sobre os granitos.
Figura 2: Foto ilustrando: (A) camada de metaconglomerado em contado com filito; (B)
estratificação plano paralela em metarenito, paralela a S1; (C) dobra similar do acamamento
sedimentar (S0), perpendicular à xistosidade (S1) na zona de charneira; e (D) três padrões de
fraturas geradas nos metarenitos em resposta aos esforços compressivos (F1, F2 e F3).
A F2 gerou dobras suaves (D2) abertas, com eixo sub-horizontal NW-SE e foliação do
tipo xistosidade (S2), plano axial às dobras D2, marcada pela orientação dos minerais
placóides (micas), com atitudes em torno de 225/80 Az. Esta fase não gerou paragênese
característica.
A terceira e última fase afetou todo o pacote de rochas e estruturas pré-existentes,
gerando uma clivagem de crenulação de atitude 160/80Az, sem modificações na mineralogia.
Por vezes, estas estruturas são observadas na forma de padrões de fraturas devido ao
comportamento rígido do material. A Fig. 2D ilustra a relação entre as três estruturas geradas
neste pacote de rochas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRERA, R. F. & NOGUEIRA, S. F. 2013. Levantamento Geológico e estrutural (Escala 1:100.000)
da Serra da Alegria e seu Entorno, Terreno Rio Apa, Sul do Cráton Amazônico. Trabalho de Conclusão de
Curso, Departamento de Geologia Geral, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato
Grosso.
CORDANI, U, G.; TEIXEIRA, W.; TASSINARI, C. C. G.; and RUIZ, A. S.; 2010, The Rio Apa
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