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por
Cristina M.M. Louro, MAppSc.
Carlos Litulo, BSc.
Marcos A.M. Pereira, MSc.
Tânia I.F.C. Pereira, MSc.
Reserva Nacional
do Pomene
A Administração Nacional para as Áreas de Conservação (ANAC) e o Centro Terra Viva (CTV),
assinaram, em Março de 2016, um Memorando de Entendimento (MdE) com vista ao
desenvolvimento de actividades relacionadas com investigação e monitoria de espécies e
ecossistemas nas áreas de conservação marinhas, promovendo a sua protecção e conservação.
A presente publicação resulta de actividades desenvolvidas no âmbito deste MdE.
The National Administration for Conservation Areas (ANAC) and Centro Terra Viva (CTV)
havesigned, in March 2016, a Memorandum of Understanding (MoU) in order to develop
several activities related to research and monitoring of species and ecosystems within marine
conservation areas, promoting their protection and conservation. The present publication is a
result of activities undertaken under the MoU.
Citação Proposta:
Louro, C. M. M., C. Litulo, M. A. M. Pereira & T. I. F. C. Pereira (2017). Investigação e monitoria
de espécies e ecossistemas nas áreas de conservação marinhas em Moçambique: Reserva
Nacional do Pomene 2016, 38 pp. Maputo, Centro Terra Viva.
Fotografias de Capa:
1. Corais moles (Dendronephtya e Lobophytum), Reserva Nacional do Pomene (Fotografia: Marcos A.
1 2
M. Pereira).
2. Floresta de mangal, área costeira adjacente à Reserva Nacional do Pomene (Fotografia: Cristina M.
M. Louro).
Direitos Reservados:
Direitos de autor aplicam-se a esta obra. Esta publicação seja por inteiro ou em partes, não
poderá ser reproduzida independentemente do formato ou meio, seja electrónico, mecânico
ou óptico, para qualquer propósito, sem a devida autorização expressa, por escrito, do
Director Geral do Centro Terra Viva.
i
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................... iii
ACRÓNIMOS & ABREVIATURAS.....................................................................................................iv
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
2. METODOLOGIA...................................................................................................................... 2
ÁREA DE MONITORIA ................................................................................................................ 2
RECOLHA DE DADOS ................................................................................................................. 4
3. RESULTADOS & DISCUSSÃO .................................................................................................. 4
ACTIVIDADES RECREATIVAS & DESPORTIVAS ........................................................................... 4
FLORESTAS DE MANGAL............................................................................................................ 6
RECIFES DE CORAL ................................................................................................................... 20
4. RECOMENDAÇÕES............................................................................................................... 26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 29
6. ANEXOS ............................................................................................................................... 32
ii
AGRADECIMENTOS
iii
ACRÓNIMOS & ABREVIATURAS
iv
1. INTRODUÇÃO
A Reserva Nacional do Pomene (RNP) localiza-se na Província de Inhambane, integrando a região
que se estende do arquipélago do Bazaruto até à Ponta do Ouro, classificada como costa dunar
porTinley (1971). A costa dunar é caracterizada por dunas parabólicas, cabos e lagoas de barreira,
florestas costeiras e pradarias temporariamente inundadas, incluindo também florestas de
mangal em zonas protegidas como baías e fozes dos rios (Macandza et al., 2015). Adjacentes aos
limites da RNP ocorrem ecossistemas costeiros e marinhos de elevado valor ecológico como o
estuário do Pomene, praias arenosas e rochosas, e recifes de coral (Macandza et al., 2015; Zolho
et al., 2016). Estes ecossistemas comportam uma fauna costeira e marinha muito rica, que inclui
espécies protegidas e ameaçadas, nomeadamente: tartarugas marinhas, golfinhos e outros
mamíferos marinhos, mantas e os tubarões baleia (Macandza et al., 2015; Zolho et al., 2016). A
ocorrência dedugongo (Dugong dugon) no estuário do Pomene foi reportada (Cockcroftet al.,
2008), apesar de não existirem registos de ocorrência há mais de sete anos (Zolho et al., 2016). A
RNP é também consideradacomo uma importante área para aves em Moçambique (Parker, 2001).
Dado o valor ecológico destes ecossistemas costeiros e marinhos foi proposto que os limites
actuais da RNP fossem estendidos de forma a integrá-los e a garantir a conservação efectiva do
potencial ecológico da região de Pomene (Zolho et al., 2016; Pereira et al.. in prep.).
Todavia, esta área costeira e marinha possui um reduzido historial de investigação e monitoria
biológica e ecológica (Pereira et al., in prep.). Um levantamento preliminar realizado por Louro et
al. (2017) apontou para a existência de trabalhos de investigação pontuais sobre a identificação e
descrição de espécies de crustáceos (Connell, 2009), gastrópodes (Rownsonn & Tattersfield, 2013)
e garoupas (Steinke et al., 2009). Massuanganhe & Arnberg (2008) estudaram o movimento da
língua de areia do Pomene e Mancandza et al. (2015) realizou um levantamento ecológico e
sócio-económico. Em relação aos recifes de coral, apenas um estudo (Muaves, 2005) fez um
levantamento superficial da diversidade de peixes de coral que se estendia do Arquipélago do
Bazaruto à Ponta do Ouro, tendo visitado o Baixo Zâmbia numa única ocasião. Da mesma
expedição resultaram três outros estudos: Sebastián etal. (2009) analisandoa resposta ao
branqueamento por parte dos corais e suas algas simbiontes a nível regional e,Porter (2009) e
Porter etal. (2013)estudando os padrões biogeográficos dos recifes subtidais da região sudoeste
do Oceano Índico. No que diz respeito às florestas de mangal, Balidy et al. (2005) fizeram um
levantamento rápido sobre os níveis de corte de espécies de mangal no sul de Moçambique, que
incluiu também o Pomene.
1
Como resultado, existem grandes lacunas de informação científica que são necessárias para
providenciar uma base sólida para uma gestão e conservaçãoadaptativa. Neste âmbito, e como
forma de contribuir para o conhecimento actual do estado de conservação da biodiversidade,
bem como o de promover a aplicação de medidas adaptativas de conservação e gestão, a
Administração Nacional para as Áreas de Conservação (ANAC) assinou um Memorando de
Entendimento (MdE) com o Centro Terra Viva (CTV) para o desenho e implementação de um
programa de investigação e monitoria em três áreas de conservação marinhas, incluindo a
RNP.Numa fase inicial de efectivação do MdE foi efectuado um levantamento de prioridades e
capacidades para a implementação deste programa (Louro et al., 2017), o qual define as
prioridades de investigação e monitoria e estabelece os respectivos protocolos.
No presente relatório são apresentados os dados das monitorias realizadas na área marinha e
costeira adjacente à RNP, relativamente ao ano 2016, no âmbito do MdE entre a ANAC e o CTV.
Foram efectuadas as seguintes monitorias:
Monitoria de actividades recreativas e desportivas;
Monitoria de florestas de mangal;
Monitoria dos recifes de coral; e,
Monitoria de tartarugas marinhas.
2. METODOLOGIA
ÁREA DE MONITORIA
A RNP está localizada, entre as latitudes 22°39´ e 23°31´ Sul e as longitudes 34 o54´ e 35o36´ Este,
no Distrito de Massinga, Província de Inhambane, no sul de Moçambique (Macandza et al., 2015;
Figura 1). A RNP possui uma área de aproximadamente 50 km2 e tem como limites geográficos, a
Norte, uma extensa mancha de mangal, a Sul a comunidade de Guma, a Oeste o rio Muducha e a
Este parte do sistema de dunas costeiras (Macandza et al., 2015). Partedas florestas de mangal e
a totalidade das dunas costeiras, incluindo as praias arenosas e rochosas e os recifes de coral, não
fazem parte dos limites da mesma (Macandza et al., 2015). Dada a importância de conservar estes
ecossistemas e espécies de elevado valor ecológico, o actual plano de maneio propõe a extensão
dos limites terrestres e marinhos (Pereira et al., in prep.).
2
Figura 1. Localização geográfica e limites da Reserva Nacional do Pomene (adaptado do GoogleEarth).
3
RECOLHA DE DADOS
A metodologia aplicada para cada uma das monitorias é apresentada nas diferentes secções que
compõem o Capítulo 4: Resultados e Discussão.
Antecedentes
A RNP possui um grande potencial para o desenvolvimento do turismo pelos seus atributos
naturais mas também pela sua localização geográfica (Macandza et al., 2015; Pereira et al. in
prep.). As actividades recreativas incluem lazer na praia, surf, pesca recreativa e desportiva,
observação de fauna marinha, mergulho com garrafa e por apneia e visitas ao mangal (Sarmento,
2015). Porém, actualmente apenas operam, adjacente à RNP, dois operadores turísticos, o
Pomene Lodge e o Pomene View Lodge, este último em processo de venda, duas casas privadas
de férias e dois acampamentos em fase de construção (Macandza et al., 2015; Sarmento, 2015;
Figura 2). Apesar da sua importância económica, poucos têm sido os estudos realizados sobre o
esforço, principais áreas, tendências e impactos destas actividades sobre os ecossistemas
costeiros e marinhos adjacentes à Reserva.
A monitoria das actividades recreativas e desportivas tem como objectivo a análise de indicadores
determinantes para o conhecimento, a longo prazo, da intensidade e tendências destas
actividades e do estado de conservação das espécies sujeitas à pressão das mesmas.
Especificamente pretende-se:
4
Relativamente à pesca desportiva e recreativa, recolher e analisar dados dos indicadores da
pescaria (esforço de pesca, capturas, composição específica das capturas e tamanho das
espécies capturadas) e principais locais de pesca; e,
Relativamente ao mergulho nos recifes de coral, recolher e analisar dados do esforço de
mergulho (número de mergulhadores) e principais locais de mergulho.
Área de Monitoria
A monitoria deverá ser realizada nos locais de desembarque dos diferentes operadores e que
realizam este tipo de actividades recreativas. Actualmente, está operacional o Pomene Lodge
(Figura 2).
Figura 2. Localização dos actuais operadores turísticos na área costeira e marinha adjacentes à RNP
(adaptado do Google Earth).
5
Metodologia
A metodologia adoptada tem como base a metodologia desenvolvida pelo programa de monitoria
das actividades recreativas na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro (RMPPO; Fernandes &
Pereira, 2015; Fernandes & Pereira, in prep.). Os fiscais devem visitar periodicamente os
diferentes operadores turísticos (Figura 2) e recolher os dados de monitoria segundo o plano de
amostragem desenvolvido pelo sector de fiscalização da reserva e registar de forma sequenciada
as três fichas de monitoria (Louro et al., 2017). A recolha de dados deve ser feita antes da saída
das embarcações e após a chegada das mesmas (Fernandes & Pereira, in prep.). A identificação
das espécies deverá ser feita com apoio do guia de campo (Fischer et al. 1990).
Resultados e Discussão
De acordo com a Administração da RNP a monitoria de actividades recreativas e desportivas não
foi implementada no ano de monitoria de 2016.
FLORESTAS DE MANGAL
Antecedentes
A floresta de mangal na RNP ocupa uma extensão de aproximadamente5ha, correspondentes a
aproximadamente 3% dasua área, ocorrendo ao longo do rio Muducha e na Baía de Pomene
(Macandza et al., 2015). No entanto, este ecossistema marinho estende-se para além dos limites
da Reserva ocupando uma área de 157 ha (Macandza et al., 2015). Segundo Macandza et al.
(2015) e Zolho et al. (2016), nesta região costeira ocorrem cinco espécies de mangal,
nomeadamente: Rhizophora mucronata, Avicennia marina, Ceriops tagal, Bruguiera gymnorrhiza
e Soneratia alba, ecujas árvores podem atingir entre 4 a 8 m de altura. Embora não seja ainda
evidente, o desmatamento da floresta de mangal (Macandza et al. 2015; Zolho et al. 2016),
através de acções antropogénicas, tem constituído uma grande ameaça dentro e adjacente à
RNP(Administrador da RNP, Mabulambe, S. com. pess.). De acordo com a mesma fonte, as
principais ameaças são: extracção de estacas de várias espécies de grande diâmetro para a
construção de habitações e acampamentos de pescadores artesanais, degradação da floresta
durante a colecta de invertebrados marinhos, como o caranguejo de mangal Scylla serrata para
consumo e também comercialização.
6
Para além da componente vegetal, as florestas de mangal são ricas em fauna costeira e marinha,
incluindo o gastrópode Terebralia palustris (Linnaeus, 1767), o maior molusco gastrópode
prosobrânquio que habita as florestas de mangal de regiões tropicais (Rawetal., 2014). O
gastrópode ocorre preferencialmente em substratos lodosos e alimenta-se de folhas de mangal
sendo por isso um bom bioindicador do estado da floresta de mangal. Este gastrópode também
ocorre na floresta de mangal da RNP, e constitui fonte de proteína alimentar para as populações
locais.
Apesar da sua relevância ecológica, social e económica para a RNP e áreas costeiras e marinhas
adjacentes, não existem estudos feitos que relatem aspectos referentes à composição específica,
distribuição, zonação e níveis de exploração das florestas de mangal, bem como sua fauna
associada.
Como forma de monitorar o actual estado de conservação das florestas de mangal e fauna
associada na RNP, a presente monitoria tem como propósito:
Determinar a composição específica, distribuição e abundância, bem como o nível de
corte e regeneração natural;
Monitorar os padrões de distribuição e abundância do molusco Terebralia palustris; e,
Propor recomendações para melhoria da monitoria e gestão.
Área de Monitoria
A monitoria foi realizada em quatro estações de monitoria (Figura 3) cuja a selecção teve como
base critérios relacionados com os níveis de exploração humana e capacidade de regeneração
natural (Tabela 1).
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Figura 3.Localização das quatro estações de monitoria dafloresta de mangal na área adjacente à RNP,
Outubro de 2016 (adaptado do Google Earth).
Tabela 1.Descrição das quatros estações de monitoria na área adjacente à RNP, Julho de 2016.
8
Metodologia
A monitoria das florestas de mangal na RNP foi realizada em Setembro de 2016, durante os
períodos de maré vazante da maré viva.A metodologia usada teve como base a combinação da
metodologia desenvolvida por CARIMCOP (2001) e aplicada por Bandeira et al. (2009) e Nicolau
(2015). Por cada estação de monitoria foram amostradas três quadrículas aleatórias de 25 m2(5m
x 5m), perfazendo um total 12 quadrículas monitoradas. O estabelecimento aleatório da primeira
quadrícula foi feito através da marcação da primeira árvore para formar o primeiro vértice da
quadrícula. O primeiro lado da quadrícula foi colocado perpendicularmente à linha de costa,
seguindo-se a marcação do segundo lado, formando um ângulo de noventa graus em relação ao
primeiro. Este procedimento foi replicado de igual modo até definir a primeira quadrícula. Esta
estratégia para o estabelecimento das quadrículas foi repetida para as restantes duas quadrículas
por estação de monitoria (Anexo 7.1).
A recolha de dados de monitoria envolveu, por cada quadrícula, o registo das coordenadas
geográficas com recurso a um GPS Garmin. A monitoria da componente da estrutura da floresta
de mangal envolveu a identificação, contagem e medição da circunferência à altura do peito (CAP)
do caule de todas as árvores com a CAP superior a 2.5 cm. A monitoria do estado de conservação
da floresta de mangal, mais especificamente o nível de degradação, envolveu a recolha de dados
sobre o estado das árvores adultas (CAP> 2.5 cm), através das seguintes categorias descritas por Li
& Lee (1997) e Feler & Sitink (2002):
Árvore intacta: árvore que não apresenta nenhum sinal de dano/lesão;
Árvore degradada: árvore que apresente uma parte destruída, mas
parte do seu caule/tronco em bom estado;
Árvore desmatada: árvore completamente cortada na base e sem caule; e,
Árvore seca: árvore seca cuja causa não é identificada.
9
Para cada estação de monitoria foi feita uma análise descritiva dos indicadores da estrutura do
mangal, nomeadamente: a composição específica, a percentagem de ocorrência absoluta das
espécies (F = n/N * 100 %, onde n = número de quadrículas amostradas onde a espécie ocorre; N
= número total de quadrículas amostradas), a abundância relativa das espécies (Ar = Mx/Mt * 100
%, onde Mx = número de indivíduos da espécie x, Mt = número total de indivíduos de todas as
espécies), o Diâmetro da Altura do Peito (DAP) (DAP = CAP/π), a média aritmética dos DAP e a
densidade média dos caules. Para o DAP analisou-se a distribuição da classe de tamanhos pelas
quatro estações de amostragem, aplicando a densidade de frequência (hx = f/n (ci – ci-1); onde hx =
densidade da frequência, f = frequência, n (ci – ci-1) = número de classes de tamanho). Acrescida
foi feita a análise do estado de conservação através do nível de degradação das árvores adultas,
calculando a média da densidade das árvores intactas, degradadas e secas e, do nível de
regeneração natural, através da média da densidade das mudas por estação de monitoria. Outro
indicador utilizado foi o padrão de abundância e distribuição do gastrópode T. palustris, através
do cálculo da densidade média e da distribuição da classe de tamanhos por estação de monitoria.
A distribuição da classe de tamanhos foi calculada usando a densidade de frequência acima
descrita.
Resultados e Discussão
Tabela 2. Percentagem de ocorrência de espécies de mangal por estação de monitoria, RNP e áreas
adjacentes, Setembro de 2016 (NI = Não Identificada; valores entre parêntesis indicam o número de
quadrículas onde a espécie ocorreu).
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Espécie Estação de Estação de Estação de Estação de
Liquelene Malevacate Marone Mparane
Em termos de abundância relativa das espécies para as quatro estações de monitoria, a espécie C.
tagal foi a mais abundante com 45.2%, seguindo-se R. mucronata (32.9%) e A. marina (11.6%;
Figura 4). Balidy (2005) confirmou também que C. tagal era a espécie mais abundante no
Pomene.
n = 146
100.0
A. marina C. tagal R. mucronata NI
80.0
Abundância Relativa (%)
60.0
40.0
20.0
0.0
Liquelene Mavecate Marone Mparane
Figura 4.Abundância relativa das espécies de mangal na área costeira adjacente à RNP, Setembro de 2016.
11
Tabela 3.Densidade média de caules ± DP (indivíduos.m-2) das espécies de mangal por estação de monitoria
na área costeira adjacente à RNP, Setembro de 2016.O número total de indivíduos observados é
apresentado entre parênteses.
A. marina 0.2± 0.1 (17) 0.0± 0.0 (0) 0.0± 0.0 (0) 0.0± 0.0 (0)
C. tagal 0.0± 0.0 (0) 0.1 ± 0.1 (6) 0.3 ± 0.2 (19) 0.6 ± 0.1 (41)
R. mucronata 0.2 ± 0.0 (12) 0.3 ± 0.1 (19) 0.1 ± 0.1 (9) 0.1±0.1 (8)
Ni 0.0 ± 0.0 (0) 0.0 ± 0.0 (1) 0.1 ± 0.0 (4) 0.1 ± 0.2 (10)
Tabela 4.Diâmetro médio de caules ± DP (cm) das espécies de mangal por estação de monitoriana área
costeira adjacente à RNP, Setembro de 2016.O número total de indivíduos observados é apresentado entre
parênteses.
A. marina 11.4 ± 2.9 (10) 0.0± 0.0 (0) 0.0± 0.0 (0) 0.0± 0.0 (0)
C. tagal 0.0± 0.0 (0) 11.0 ± 6.0 (3) 7.0 ± 2.7 (15) 8.0 ± 2.8 (28)
R. mucronata 9.2 ± 1.8 (7) 9.8 ± 4.2 (19) 15.3 ± 5.3 (9) 12.0 ± 2.0 (8)
Ni 0.0± 0.0 (0) 0.00 ± 0.00 (0) 19.8 ± 14.8 (3) 0.0± 0.0 (0)
Analisando os diâmetros das árvores de mangal em bom estado na RNP, a Figura 5 apresenta a
distribuição das classes ao longo das quatros estações de monitoria. A estação de monitoria de
Liquelene apresenta maior densidade de frequência para a espécie A. marina na classe entre 11.3
– 14.3 cm e para R. mucronata na classe entre 8.3 – 11.3 cm. A estação de monitoria de
Malevacate apresenta maior densidade de indivíduos de R. mucronata nas classes entre 5.3– 11.3
cm. A estação de Marone apresentou maior densidade de indivíduos de C. tagal na classes entre
12
os 2.3 – 8.3cm de diâmetro. A estação de Mparane apresentou maior densidade de indivíduos de
C. tagal nas classes de diâmetro entre 2.3 – 11.3 cm.
13
Estação de Malevacate (n=22)
4.5
Densidade de Frequência 4.0 A. marina C. tagal R. mucronata Ni
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
3.8 6.8 9.8 12.8 15.8 18.8 21.8 24.8 27.8 30.8 33.8
4.0
A. marina C. tagal R. mucronata Ni
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
3.8 3.8 6.8 9.8 12.8 15.8 18.8 21.8 24.8 27.8 30.8 33.8
4.0
3.5 A. marina C. tagal R. mucronata Ni
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
3.8 6.8 9.8 12.8 15.8 18.8 21.8 24.8 27.8 30.8 33.8
4.0
3.5 A. marina C. tagal R. mucronata Ni
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
3.8 6.8 9.8 12.8 15.8 18.8 21.8 24.8 27.8 30.8 33.8
Figura 5. Densidade de frequência das classes de diâmetros (cm) das árvores de mangal nas estações de
monitoria, adjacentes à RNP, Setembro de 2016.
14
Tabela 5. Estado de conservação da comunidade de mangal da RNP e áreas adjacentes, Setembro de
2016.O número total de indivíduos observados é apresentado entre parênteses.
15
a b
c d
Figura 6.Estações de monitoria de mangal adjacente à RNP: Estação de Malevacate (a, b) e Estação de
Mparane (c, d; Fotografias: Cristina M. M. Louro).
16
Nível de Regeneração
Com excepção da estação de Malevacate, todas as restantes estacões de monitoria apresentaram
evidências de regeneração do mangal com predominância de mudas da espécie C. tagal (Tabela
6). A não ocorrência de mudas na estação de monitoria de Malevacate pode estar associada,
entre outras causas, à predação das sementes de mangal por caranguejos da família Sesarmidaee
aves marinhas. Num estudo realizado nas florestas de mangal no Kenya, Dahdouh-Guebasetal.
(1998) comprovaram que os caranguejos da família Sesarmidae demonstram preferência
alimentar para sementes e mudas de mangal em estado de regeneração. Segundo estes autores,
a preferência alimentar pode estar associada ao facto destas estruturas vegetais possuírem
elevados teores de açúcares simples e baixos teores de fibras e taninos, contrariamente às plantas
em estado adulto que possuem grandes quantidades de fibras e proteínas de difícil digestão.
Terebralia palustris
Um total de 319 indivíduos do gastrópode T. palustris foi colectado nas quatro estações de
monitoria adjacentes à RNP (Tabela 7; Figura 7). A densidade média de gastrópodes foi de
35.5indivíduos.m-2. O tamanho médio do gastrópode para as quatro estações foi de 6.4 cm (± 1.0;
variação: 4.1 – 9.8 cm). A maior densidade média deste gastrópode foi registada na estação de
Malevacate, mas os indivíduos com o maior tamanho médio foram registados na estação
Liquelene.
17
Tabela 7.Estrutura da comunidade de gastrópodes Terebralia palustris, na área costeira adjacente à RNP,
Setembro de 2016.
A Figura 8 apresenta a distribuição das classes de tamanho deT. palustrispor estação de monitoria
na RNP. A população monitorada nas estações de monitoria de Liquelene e Malevacate
apresentam uma distribuição unimodal, com maior predominância de indivíduos com classes de
tamanhos que variam de 5.1 a 8.1 cm. A estação de Marone apresenta uma distribuição
polimodal, embora com menor predominância, possui também indivíduos com classes de
tamanhos entre 5.1 a 8.1 cm. As distribuições polimodais são características de populações de
organismos que têm pulsos de recrutamento, ou diferentes taxas de mortalidade que estão
sempre associadas às mudanças de comportamento dos organismos em causa (Litulo, 2005).
18
70.0
Estação de Liquelene (n= 85)
Densidade de frequência
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
4.6 5.6 6.6 7.6 8.6 9.6 10.6
70.0
Estação de Malevacate (n=134)
Densidade de frequência
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
4.6 5.6 6.6 7.6 8.6 9.6 10.6
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
4.6 5.6 6.6 7.6 8.6 9.6 10.6
70.0
Estação de Mparane (n = 16)
Densidade de frequência
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
4.6 5.6 6.6 7.6 8.6 9.6 10.6
Figura 8. Densidade de frequência da classe de tamanhos (cm) do gástropode T. palustrisno mangal da área
adjacente à RNP, Setembro de 2016.
19
Estudos realizados noutras regiões (e.g. Pape etal., 2008; Fratinietal., 2008; Rawetal., 2014)
mostraram que a densidade de T. palustris está associada à estrutura do habitat, neste caso, à
existência de pneumatóforos. Esta associação garante maior protecção de indivíduos adultos
contra a predação (e.g. pássaros, caranguejos, peixes, entre outros). Contudo, estes primeiros
dados não mostram uma associação clara entre a densidade de T. palustris e de pneumatóforos
nas estações de monitoria, evidenciando por exemplo uma densidade de T. palustris em
Malevacate comparativamente maior à de Liquelene que apresenta uma densidade de
pneumatóforos maior. Uma série maior de dados e outros factores deverão ser considerados em
futuras análises (Figura 9).
100
90
80
Densidade (ind.m-2)
70
60
50
40
30
20
10
0
Liqueleni Malevacati Maroni Mparane
RECIFES DE CORAL
Antecedentes
Os recifes de coral da RNP foram muito pouco estudados. Dos estudos publicados (Muaves, 2005,
Porter, 2009; Sebastián et al., 2009 e Porter etal., 2013) todos foram realizados no âmbito de uma
expedição que visitou um único recife (Zâmbia). Assim, a informação existente é muito preliminar
e estudos sobre a distribuição, ecologia básica e diversidade dos recifes são essenciais.
20
Recifes Visitados
Quatro recifes foram visitados: Trojan, Kitwe, Steps e Rappies (Figura 10; Tabela 8) de forma
exploratória para posterior avaliação e estabelecimento de estações de monitoria.Estes recifes
foram escolhidos dentre vários existentes na área, através de entrevistas e discussões com
operadores de mergulho. Os recifes Trojan e Kitwe fazem parte do complexo de recifes do Baixo
Zâmbia, localizado a cerca de 8 milhas náuticas do estuário do Pomene, enquanto que Steps e
Rappies estão a menos de 1 milha náutica do velho hotel do Pomene. Dado que a RNP é
essencialmente uma reserva terrestre, todos os recifes visitados localizam-se fora dos actuais
limites da reserva.
Dos quatro recifes visitados, a amostragem das comunidades bentónicas foi apenas efectuada em
dois recifes: Kitwe e Trojan. Os recifes Steps e Rappiesnão foram amostrados quantitativamente,
dada a sua natureza (respectivamente em forma de parede muito íngreme e pináculo) e
cobertura de coral muito pobre (< 5%), tendo sido, por isso, descartados como potenciais
estações de monitoria.
Figura 10. Localização dos recifes visitados e adjacentes àRNP, Setembro 2016 (adaptado de GoogleEarth).
21
Tabela 8. Coordenadas geográficas, descrição e esforço de amostragem das comunidades bentónicas em
cada recife visitado na linha de costa adjacente à RNP, Setembro 2016.
Metodologia
As comunidades bentónicas foram documentadas por um mergulhador, usando equipamento
SCUBA, através de fotografia submarina digital de alta resolução. Foto-quadrículas foram tiradas
em intervalos regulares (que são determinados pelo tempo mínimo de gravação de cada
imagem), usando uma máquina fotográfica digital Nikon E4800. As foto-quadrículas foram tiradas
em transectos ao longo dos recifes de modo a analisar a variabilidade e diversidade das
comunidades bentónicas em zonas fisiognómicas e batimétricas similares. A área fotografada em
cada foto-quadrícula foi mantida constante (aproximadamente 0.3 m2), através de uma barra de
espaçamento entre o substrato e a câmara. A distância entre os foto-transectos foi cerca de 10
metros. Cada transecto foi composto em média por aproximadamente 30 foto-quadrículas. No
total, sete transectos foram efectuados, incorporando 211 foto-quadrículas (Tabela 8).
A informação foi extraída das foto-quadrículas usando a técnica de intercepção de ponto, onde as
imagens no formato JPEG, foram analisadas usando o software CPCe 4.1 (Kohler & Gill, 2006).
Oito pontos foram colocados aleatoriamente em cada imagem e a categoria bentónica por baixo
de cada ponto, identificada até ao nível taxonômico mais baixo possível. As categorias
morfológicas propostas por English et al. (1994) foram usadas. No total, 1688 pontos aleatórios
foram analisados (Tabela 8).
Observações gerais sobre a comunidade ictiológica foram anotadas e uma lista não exaustiva de
espécies de peixes de recife foi compilada em cada um dos recifes visitados, incluindo espécies
capturadas pela pesca recreativa. As espécies foram identificadas através da observação directa e
uso de literatura de referência (Lieske & Myers, 1999; King & Fraser, 2014).
22
Resultados e Discussão
Os recifes Steps e Rappies, tal como referido anteriormente, apresentaram cobertura bentónica
muito baixa (<5%), sendo a pobre fauna bentónica essencialmente dominada por esponjas
encrustantes e vasiformes. Estes últimos recifes estão localizados em zonas de elevada corrente e
turbulência, além de níveis consideráveis de turbidez e sedimentação. Nos dois recifes
amostrados (Trojan e Kitwe), as categorias coral (incluindo as diversas sub-categorias) e calhau
(i.e. pedaços soltos de coral morto), rocha com algas (coral morto antigo e consolidado coberto
por algas) e sedimento livre, foram as mais abundantes (Tabela 9).
Tabela 9. Percentagem de cobertura (±DP) das categorias bentónicas gerais em cada um dos recifes
monitoradose adjacentes à na RNP, Setembro de 2016.
As comunidades bentónicas do recife Trojan apresentam uma maior diversidade no que concerne
às formas de crescimento de coral e outros invertebrados, tendo sido observados corais pretos,
ascídeas, esponjas, entre outros. Este recife é caracterizado por uma elevada complexidade
topográfica com cavernas, quebras íngremes e arcos. Por outro lado, Kitwe, sendo essencialmente
formado por dois pináculos, é um recife de dimensões comparativamente menores e possui uma
interessante comunidade bentónica quase que exclusivamente dominada por corais duros
tabulares (Acropora) e encrustantes (Montipora e Echinopora), uma baixa cobertura de corais
moles e outros invertebrados. É de realçar a dominância dos corais duros tabulares do género
Acropora nestes recifes expostos, apesar de serem tradicionalmente considerados como frágeis.
23
Em nenhum dos recifes foram observados sinais recentes de branqueamento das comunidades
coralinas ou a presença da estrela-do-mar predadora de corais Acanthaster planci.
Tabela 10. Percentagem de cobertura (±DP) das categorias bentónicas gerais em cada um dos recifes
monitorados e adjacentes à RNP, Setembro de 2016.As categorias mais bem representadas são destacadas
em negrito.
No que diz respeito às comunidades ictiológicas, devido às condições de fortes correntes e fraca
visibilidade encontradas durante os mergulhos, um número muito reduzido de espécies foi
identificado. No total, 43 espécies em 20 famílias foram positivamente identificados (Anexo 3).
Espera-se que este número venha a subir substancialmente à medida que novos levantamentos
sejam efectuados. As famílias Acanthuridae (cirurgiões), Chaetodontidae (peixes-borboleta) e
Labridae (bodiões) foram as mais ricas (Anexo 3). De um modo geral, a comunidade de peixes dos
recifes visitados mostrou-se rica tanto em termos de diversidade como abundância, apesar da
24
grande pressão de pesca tanto artesanal como recreativa/desportiva. Foram observados
cardumes de peixes predadores de interesse comercial, como barracudas (família Sphyraenidae) e
xáreus (Carangidae), incluindo espécimes de grande tamanho de garoupa gigante (Epinephelus
tukula) e xáreu ignóbilis (Caranx ignobilis).
TARTARUGAS MARINHAS
Antecedentes
No sul de Moçambique ocorrem quatro espécies de tartarugas marinhas, a tartaruga cabeçuda
(Caretta caretta), a tartaruga coriácea (Dermochelys coriacea), a tartaruga de pente (Eretmochelys
imbricata) e a tartaruga verde (Chelonia mydas; Videira et al., 2008). Na linha de costa adjacente
aos limites da RNP existem indícios, segundo informação do Comité de Co-Gestão Comunitário
dos Recursos Naturais (CCGRN), que possam desovar duas espécies: a tartaruga cabeçuda e a
tartaruga coriácea. No entanto, e devido à proximidade do PNAB e do Cabo de São Sebastião,
existe uma grande probabilidade de ocorrência da tartaruga de pente e da tartaruga verde nas
águas e nidificação nas praias adjacentes à RNP (Zolho et al., 2016). A extensão dos limites
costeiros e marinhos da RNP, bem como o início do programa de monitoria irá contribuir para um
maior enriquecimento do conhecimento da ecologia destas espécies, como também para a sua
conservação. Em Moçambique, as tartarugas marinhas, embora protegidas por lei, encontram-se
ameaçadas e por isso requerem uma harmonização de esforços para a sua protecção (Videira et
al., 2008).
A monitoria das tartarugas marinhas tem como objectivo a colecta de dados sobre a actividade de
desova e casos de mortalidade, como forma de contribuir, a longo prazo para o conhecimento do
estado de conservação das tartarugas marinhas. Especificamente pretende-se:
Determinar a composição específica;
Determinar o número de rastos com e sem ninho;
Determinar o número de fêmeas nidificantes por espécie;
Determinar os principais locais de desova por espécie; e,
Determinar o número de casos de mortalidade por espécie.
Área de Monitoria
De acordo com o levantamento preliminar feito junto aos membros do CCGRN, a praia de
nidificação de tartarugas marinhas é a linha de praia adjacente ao limite Este da Reserva, com
25
uma extensão de aproximadamente 16 km, que se estende do ponto denominado por Rio das
Pedras (Comunidade de Nhaúsha), a sul, até à Ponta da Barra Falsa (Pomene 4), a norte. A linha
de costa será dividida em duas secções: (1) Nhaúsha 1 – Pomene 2: 7 km; (2) Pomene 2 – Pomene
6: 9 km (Anexo 4).
Metodologia
A metodologia adoptada tem como base a metodologia desenvolvida pelo programa de monitoria
e conservação de tartarugas marinhas na RMPPO. A monitoria da actividade de desova ocorre de
Setembro a Março e consiste na patrulha nocturna ou logo pela manhã, feita a pé pelos fiscais da
RNP. No geral, esta monitoria consiste na identificação de rastos e/ou ninhos que são
posteriormente marcados, dissimulados e controlados diariamente. Durante a patrulha as
técnicas de monitoria e identificação de rastos, fêmeas em desova e ninhos e o preenchimento
sequenciado das fichas de monitoria (e.g. esforço, rastos, ninhos mortalidadee marcação)
conforme descritos por Louro et al. (2017) são seguidas e respeitadas. A monitoria de casos de
mortalidade ocorre ao longo de todo o ano e requer o preenchimento da respectiva ficha de
mortalidade que tem como campos: identificação da espécie, comprimento e largura da carapaça,
estado de decomposição e potencial causa de morte.
Resultados e Discussão
De acordo com a Administração da RNP a monitoria de tartarugas marinhas não foi implementada
durante a época de desova 2016/2017.
4. RECOMENDAÇÕES
Floresta de Mangal
No âmbito do programa de monitoria:
26
Promover a melhoria da monitoria das florestas de mangal através do aumento de estações
de monitoria, aumento do número de réplicas das quadrículas nas estações de monitoria
estabelecidas de modo a obter dados que reflictam o real estado de conservação da floresta
de mangal e fauna associada;
Promover a monitoria de parâmetros físico-químicos (e.g. temperatura, salinidade, pH e
matéria orgânica e sedimento) para melhor analisar a relação existente entre estes
parâmetros, a ocorrência e distribuição de espécies de mangal, do gastrópode T. palustris e o
grau de regeneração de plântulas;
Estimar a cobertura vegetal e os níveis de perda das florestas de mangal através da obtenção
e análise de imagens satélite;
Continuar a monitoria anual das florestas de mangal, garantindo o menor número de
interrupções na série de dados, para obter, a longo prazo, tendências sobre o seu estado de
conservação; e,
Promover a realização de mais estudos relativos à distribuição, composição e biodiversidade
das florestas de mangal na RNP e áreas adjacentes.
Recifes de Coral
No âmbito do programa de monitoria:
Promover a continuação da monitoria anual das comunidades coralinas, garantindo o menor
número de interrupções na série de dados, de modo a permitir uma melhor interpretação das
causas e consequências da degradação dos recifes; e,
Promover a realização de mais estudos relativos à distribuição, composição e biodiversidade
dos recifes de coral na RNP.
27
No âmbito da gestão dos recursos:
Promover a melhoria da fiscalização e gestão dos recursos pesqueiros e actividades
recreativas nos recifes adjacentes à RNP.
Tartarugas Marinhas
No âmbito do programa de monitoria:
Promover a realização da monitoria anual para obter, a longo prazo, tendências sobre o
seu estado de conservação.
28
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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31
6. ANEXOS
Anexo 7.1. Localização e coordenadas geográficas das quadrículas por cada estação de monitoria
da floresta de mangal adjacente à RNP, Setembro 2016 (adaptado de GoogleEarth).
25 m
32
Anexo 7.1. Continuação.
25 m
33
Anexo 7.1. Continuação.
25 m
34
Anexo 7.1. Continuação
25 m
35
Anexo 7.2.Percentagem de cobertura (DP) de géneros ou grupos de coral identificados em cada
recife monitoradoe adjacente à RNP, Setembro 2016. Os géneros ou grupos mais abundantes em
cada recife são destacados em negrito.
Trojan Kitwe
Género / Grupo
Média DP Média DP
Acropora 9.9 4.9 16.6 3.2
Echinopora 2.4 3.0 1.1 0.4
Favia 0.4 0.6 0.1 0.2
Favites 1.2 0.5 0.4 0.4
Galaxea 0.0 0.0 0.1 0.2
Goniopora 0.1 0.2 0.0 0.0
Lobophytum 6.3 2.2 1.1 1.1
Montipora 1.5 3.0 1.6 0.8
Nephthiid 2.1 1.0 0.2 0.2
Pachyseris 0.8 1.5 0.5 0.9
Platygyra 0.1 0.2 0.4 0.8
Pocillopora 3.7 1.3 0.1 0.2
Sinularia 3.2 2.9 1.1 1.7
Tubipora 0.0 0.0 0.0 0.0
Turbinaria 0.4 0.9 0.0 0.0
36
Anexo 7.3. Lista de espécies de peixes litorais identificadas nos recifes de coral adjacentes à
RNP.Taxonomia segue King & Fraser (2014).
37
Anexo 7.4.Localização e coordenadas geográficas das potenciais estações de monitoriade
tartarugas marinhas na linha de costa adjacente à RNP(adaptado de GoogleEarth).
Secção de Monitoria
Nhaúsha 1 – Pomene 2 Latidude:S 023°04´.034 Longitude:E 035°31´.78.3
(N1 – P2) Latidude:S 023°00´.517 Longitude:E 035°34´.09.2
Pomene 2 – Pomene 6 Latidude:S 023°00´.517 Longitude: E 035°34´.09.2
(P2 – P6) Latitude: S 022°56´.856 Longitude: E 035°35´.00.5
38