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André Campanelli
Gilberto Carneiro Filho
Jales Coelho Nepomuceno Junior
Miquéias da Silva Cerqueira
Vitor Alves Araújo
Barreiras
2014
Barreiras, BA.
2014
André Campanelli
Gilberto Carneiro Filho
Jales Coelho Nepomuceno Junior
Miquéias da Silva Cerqueira
Vitor Alves Araújo
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Barreiras, BA.
2014
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Resumo
Este relatório busca realizar uma correlação da litoestratigrafia Neocretacea entre a seção
Serra do Mimo localizada na porção leste da Bacia Sanfranciscana e a seção São Domingos,
localizada a oeste desta mesma Bacia. A relação entre as duas litologias foi obtida através de
estudos descritivos das rochas, identificação dos processos sedimentares e as estruturas
geradas, bem como a caracterização de litofácies e posterior reconstrução dos elementos
arquiteturais para obtenção de uma interpretação paleoambiental. A área de estudo Serra do
Mimo abrange o Grupo Bambuí (Neoproterozoico), pertencente à Bacia do São Francisco,
que aflora localmente a Formação Serra da Mamona com metassiltitos e metarenitos com
variação de fácies oxidantes e redutoras além de deformações e metamorfismos incipientes e
fraturas preenchidas por veios metálicos e quartzosos. Nesta mesma seção encontra-se
depositado sobre os metapelitos Neoproterozoicos, arenitos do Grupo Urucuia (Neocretaceo)
subdivididos em Formação Posse (Lençóis arenosos) a qual exibe fácies de transporte éolico,
arenitos feldspáticos e quartzo-arenitos e Formação Serra das Araras (Fluvial) com fácies de
depósitos fluviais com arenitos conglomeráticos de um paleoambiente fluvial. Na seção São
Domingos a unidade Neocretacea Grupo Urucuia se divide em duas formações: Formação
Posse (Campo de Dunas) com fácies características de arenitos ortoquartizíticos bimodais de
transporte eólico e regiões de dunas e interdunas, além de fácie indicativa de alteração
climática. E Formação Serra das Araras (Fluvial) com arenitos de fácies relacionadas a ciclos
deposicionais fluviais. Os litótipos do Grupo Urucuia formam relevos tabuliformes com
vastos topos planos e morros residuais de escarpas íngremes e rampas de colúvios. Todo o
levantamento litoestratigrafico realizado nas duas seções geológicas permitiu-se elaborar uma
reconstrução paleoambiental de ambas as localidades estudadas, além de evidenciar as
principais semelhanças, em relação a sistemas deposicionais, e diferenças no que se diz
respeito a locais proximais e distais da área fonte.
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Lista de Simbolos
DE : Dobras de Escorregamento
GC : Gretas de Contração
MA : Metassiltitos Amarelados
Lista de Fotografias
Lista de Figuras
Figura 1:: Mapa de localização da cidade de Barreiras e São domingos, seus acessos, em
destaque a região de estudo entre a área delimitada
. 7
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Figura 2: Mapa geomorfológico da região de Barreiras e suas principais representações
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Sumário
1 INTRODUÇÃO 6
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 6
1.1.1 Objetivos Gerais 6
1.1.2 Objetivos Específicos 7
2 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................
1 INTRODUÇÃO
A Bacia Sanfranciscana possui forma alongada na direção norte-sul e ocupa uma área
de aproximadamente 150.000 km². Devido a sua grande extensão, possui ampla distribuição
estratigráfica que varia não apenas verticalmente como horizontalmente. É limitada a Sul com
a Bacia Paraná pela flexura de Goiânia/Soerguimento e do Alto do Parnaíba através do Arco
do São Francisco. A norte, com a Bacia do Parnaíba através do Arco do São Francisco. Os
limites ocidental e oriental são respectivamente marcados pelas bordas externas das faixas
Brasília e Araçuaí/Espinhaço Setentrional (Campos & Dardenne 1997a).
A seção Serra do Mimo localizada na cidade de Barreiras-BA, se encontra no nordeste
do Brasil e oeste do estado da Bahia. A sudoeste da Bahia, está situado a seção São
Domingos, na porção centro-leste do Brasil e na região nordeste do estado do Goiás.
A finalidade da elaboração deste relatório é realizar uma correlação da litoestratigrafia
neocretacea entre as duas seções da área de estudo, relacionar os aspectos fisiográficos e
geológicos da região, sua geomorfologia e solos, fazendo uma descrição das rochas,
identificando os processos sedimentares e as suas estruturas geradas, para caracterizar as
litofácies e reconstruir os elementos arquiteturais e assim obter uma interpretação
paleoambiental.
Os métodos utilizados na realização desse relatório consistiram na coleta de dados por
meio de analises olisticas para obtenção de informações como estruturas, elementos
arquiteturais e tipo da rocha, tirar medidas de paleocorrente com a bússola para poder fazer as
interpretações e identificar o paleoambiente.
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Como resultado, foi constatado que haviam diferenças na sedimentação das duas
regiões estudadas, associadas a distância de cada uma em relação a área fonte, essas serão
apresentadas na conclusão do trabalho.
Objetivos do trabalho
Objetivo Geral
Esse trabalho tem como objetivo realizar uma correlação da litoestratigrafia das duas
seções estudadas.
Objetivos Específicos
Fase Pré-Campo
A etapa campo foi o passo fundamental para execução desse relatório geológico,
realizada nas datas 25/10/2014 e 03/11/2014, no campo foi possível analisar de maneira
meticulosa as características do meio físico, os tipos de rochas e os processos que as
formaram, além de coletar atitudes de bússola e pontos com aparelho GPS (Global Position
System). Ou seja, arrecadar o máximo de informações e correlaciona-las com os dados
obtidos na etapa pré-campo, para em seguida posicionar-se diante disso.
Com os cumprimentos das etapas posteriores, obtendo o tratamento e interpretações dos dados
coletados em campo foram feitas a compilações dos mesmos realizo-se os objetivos propostos
anteriormente. Com o intuito para realização o relatório final de campo obtendo conexão com
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a bibliografia, procurando desenvolver raciocínio geológico na correlação das áreas de
estudos.
2.1 LOCALIZAÇÃO
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Figura 1: Mapa de localização da cidade de Barreiras e São domingos, seus acessos, em
destaque a região de estudo entre a área delimitada (FONTE: GASPAR & GOMES, 2006).
2.2 ACESSO
O acesso a Barreiras pode ser feito pela BR-242 a partir de Salvador, distante 830Km,
ou por Brasília através da BR- 020, percorrendo 648Km. A Serra do Mimo encontra-se
situada atrás das instalações da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O município de São
Domingos-GO faz divisa com os municípios de Campos Belos-G0 ao norte; Posse-GO, ao
sul; Correntina-BA a leste e Divinópolis de Goiás-GO. Pela BR-020, a distância de Brasília é
de 398 km. De Barreiras para São Domingos, deve-se seguir pela BR-242 na direção de leste
para oeste, até o município de Luiz Eduardo Magalhães-BA. A partir dai o caminho segue
pela BR-020 até a entrada para a rodovia GO-110 a direita, continuando em frente na direção
de São Domingos, totalizando 261 km.
2.3 GEOMORFOLOGIA
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intemperica do escoamento superficial da água que tornam essas áreas imprópias para a
agricultura, devido à sua predisposição a erosão.
Chapada do São Francisco, caracteriza-se como um conjunto de formas de relevo de
topo plano, elaboradas sobre rochas sedimentares do Arenito Urucuia, com presença de
relevos residuais (ruiniformes) em forma de taças, estão limitadas por escarpas e possuem
solos profundos e bem drenados, caracterizados essencialmente por Latossolos de textura
média. As áreas estáveis representam o maior potencial para o uso agrícola do município,
devido à sua topografia plana.
Na unidade Chapada do São Francisco a Serra Geral de Goiás, destaca-se como
principal feição da região. Tem um desnível de até 200 metros (Campos 1996), essa unidade
limita-se à leste e à oeste por escarpas abruptas, e com abundante presença de colúvios,que
pode ser visualizadas da região de São Domingos.
A seção São domingos é caracterizada por planaltos escarpados com feições ao longo
de todo terreno, moldadas em rochas areniticas do Grupo Urucuia, com presença de relevo
em forma de gargantas e colúvios gerados por fluxo de detritos no sopé das escarpas, que
sofrem erosão em suas vertentes pela ação da água pluvial, ocasionando a formação de uma
grande quantidade de ravinas (Figura 3).
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Figura 2: Mapa geomorfológico da região de Barreiras e suas principais representações
(Fonte: Embrapa, 2010).
2.4 CLIMA
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A região de estudo possui um domínio climático classificado como tropical, com
invernos secos, segundo Köppen (IBDF 1981) com concentrações de chuva entre primavera e
verão, apresenta duas estações bem definidas, uma estação com verão chuvoso de outubro a
abril, e um inverno seco de maio a setembro. A umidade relativa vária entorno de 80%, a
máxima no mês de dezembro e 30% minima no mês de agosto.
De novembro a março o verão na cidade de Barreiras é chuvoso com uma precipitação
variando entre 139 mm e 184,5 mm. Nos meses entre abril e outubro, o clima é seco com
precipitações entre 1,0 mm e 58,1 mm (Figura 4).
A posição geográfica da região assegura temperaturas elevadas durante boa parte do
ano em razão da forte radiação solar, devido a sua proximidade com a linha do equador. As
temperaturas médias oscilam por volta de 32°C e as mínimas da região atingem 18°C.( NETO
2011).
O clima predominante na cidade de São Domingos é o tropical, o qual possui
duas estações bem definidas: um período de estiagem e temperaturas elevadas de abril a
setembro e chuvas volumosas entre outubro e março. Segundo a Köppen e Geiger o clima é
classificado como Aw( Tropical do cerrado com estação seca de inverno). 24.8 °C é a
temperatura média, com uma pluviosidade média anual de 1340 mm.
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Figura 5 : Isoietas do oeste baiano
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2.5 VEGETAÇÃO
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De acordo com Campos & Oliveira (2005)referencia faltando, as plantas do cerrado
apresentam os troncos retorcidos e sinuosos, de casca espessa e cortiçosa, muitas vezes
fendilhada, com folhas rígidas, com superfície lisa e cerosa. A fisionomia varia do porte
arbóreo denso ao gramíneo-lenhoso, geralmente com a presença de árvores e arbustos
semicaducifólios, espaçados ou em pequenos agrupamentos sobre um tapete graminoide.
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2.6 HIDROGEOLOGIA
Figura 6: Rios que formam as bacias hidrográficas do oeste baiano (FONTE: Modificado de SEI,
(2007), segundo Cotias, (2013)).
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Figura 7: Perfil leste-oeste esquemático do contexto geológico do Sistema Aqüífero Urucuia no oeste
da Bahia. (FONTE: Gaspar e Campos, 2006)
2.7 SOLOS
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Figura 8: Mapa de Solos da região oeste da Bahia (FONTE: Modificado de SEI, 2007; segundo
Cotias, 2013).
Fotografia 4: Solos do tipo cambissolo da região de colúvios da serra do Mimo (Fonte: Acervo
Pessoal).
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3 GEOLOGIA
Para o entendimento e posionamento da região da área de trabalho, foi necessário
inicialmente, ser feito um levantamento bibliográfico da geologia regional, a fim de elucidar
as ideias sobre a origem e os estágios tectônicos da Bacia do São Francisco e seus grupos
estratigráficos, além do principal embasamento aflorante nas localidades de estudo, o Grupo
Bambuí. Após o campo, foram tratados os dados da geologia local caracterizando os
principais aspectos estratigráficos das unidades que foram observadas e fazendo uma breve
discussão.
A feição tectônica denominada Alto do Paracatu divide a Bacia do São Francisco nas
sub-bacias Abaeté, a sul, e Urucuia, no centro-oeste. A separação entre as duas sub-bacias se
faz na região do Alto do Paracatu, na porção meridional da bacia. (CAMPOS &
DARDENNE,1997).
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Figura 9- Estratigrafia da Bacia Sanfranciscana. Principais litotipos: 1- sequência pelito
carbonática, 2- arcóseos e siltitos, 3- diamictitos, tilitos e tilóides, 4- folhelhos com
dropstones, 5-arenitos heterogêneos, 6- arenitos maciços calcíferos comintercalações
argilosas, 7- conglomerados e arenitos, 8- folhelhos, 9- arenitos, 10 - lavas e piroclásticas
alcalinas, 11- arenitos vulcânicos, 12- arenitos eólicos, 13- conglomerados de terraços e 14-
areias inconsolidadas.
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Fonte: CAMPOS & DARDENNE (1997a).
Embora a maior parte da evolução da bacia seja ligada à Margem Continental Brasileira, ativa
principalmente entre o Aptiano e o Maastrichtiano, não existe uma correlação significativa
entre as fases tectônicas sin-rifte, rifte e pós-rifte de Chang et al. (1990).
Desde o Paleozoico até o recente, vários estágios tectônicos controlados por períodos de
relativa estabilidade, rápidas inversões nos campos de tensão, extensivos/compressivos, e
movimentos verticais de compensação isostática marcaram a génese e evolução da bacia.
(CAMPOS & DARDENNE 1997b).
A evolução da Bacia do São Francisco foi separada em seis estágios (Figura 2) por Campos e
Dardenne (1997b).
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Figura 10 - Estágios tectônicos da evolução da Bacia Sanfranciscana. (A) Fase Paleozóíca;
(B) Fase Neopaleozóico/Eomesozóico; (C) Fase Barremiano/ Aptiano; (D)
Albo/Cenomaniano; (E) Fase Campaniano/Maastríchtiano; (F) Fase Terciário.
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Figura 11 - Distribuição da sedimentação do Grupo Bambuí.
Ocorre na porção sul da Faixa Rio Preto, iniciando-se a norte de Cariparé e seguindo para o
norte por aproximadamente 40 km . Está confinada a duas grandes estruturas disruptivas que
marcam o seu cavalgamento sobre a Formação Formosa a norte, e sobre a Formação Serra da
Mamona a sul. É composta por quartzito lítico, conglomerático, feldspático, carbonático e/ou
micáceo, maciço ou com estratificação gradacional, plana ou cruzada; metagrauvaca, filito
carbonoso e mica xisto; metaritmito areno-pelítico; metadiamictito; e, subordinadamente,
metamarga. É comum a presença de limonitas euédricas milimétricas a centimétricas,
abundantemente disseminadas. A Formação Canabravinha caracteriza-se por um
metamorfismo de grau fraco a médio e uma geologia estrutural complexa (UHLEIN et al.,
2011).
Ocorre sobreposta à Formação São Desiderio, através de contato concordante gradacional, por
sua vez, apresenta metasiltitos, ardósias e metarenitos finos com intercalações de
metacalcários e metamargas . A este conjunto metassedimentar denominou a formação Serra
da Mamona, esta associação ocorre como caracteristicamente na Serra homônima, que está
localizado entre Barreiras e São Desiderio (Egydio da Silva et al.,1989).
O Grupo Areado (Eocretáceo) é constituído pelas formações Abaeté, Quiricó e Três Barras
(Grossi Sad et al., 1971). A Formação Abaeté foi depositada em sistemas de leques aluviais
na porção sul da sub-bacia Abaeté e por sistemas de rios entrelaçados nas demais áreas da
bacia, compondo um conjunto de conglomerados matriz – ou clasto-suportados, além de
arenitos. A Formação Quiricó registra uma sedimentação lacustre, localmente caracterizada
por lagos estratificados na porção sul da sub-bacia Abaeté, com arenitos, siltitos, folhelhos e
calcários subordinados. A Formação Três Barras representa depósitos de sistemas fluviais,
fluviodeltáicos e eólicos, dominados por arenitos amarelos e rosados heterogêneos (CAMPOS
& DARDENNE, 1997a).
O Grupo Mata da Corda (Eocretáceo) é composto pelas formações Patos e Capacete, respec-
tivamente constituídas por rochas vulcânicas alcalinas piroclásticas e por rochas sedimentares
proximais epiclásticas (Grossi Sad et al. 1971, Campos 1996). A Formação Capacete
representa a erosão e retrabalhamento das estruturas vulcânicas, derrames e acumulações
extrusivas de rochas alcalinas da Formação Mata da Corda (CAMPOS & DARDENNE,
1997a).
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subordinados. Estratificações cruzadas acanaladas de pequeno porte são observadas, sendo os
estratos plano-paralelos mais comuns. (CAMPOS& DARDENNE, 1997a).
4 GEOLOGIA LOCAL
30
Fonte: Araújo
Fonte: Araújo
31
4.1.1.3 Litofácie de metassiltitos e metargilitos com alternância de ambientes oxidantes e
redutores. (AOR)
Fonte: Araújo
Fonte: Araújo
Esta nova litofácie (altimetria 614 metros), representada na coluna estratigráfica A (74
a 78 metros), inicia-se com uma superfície erosiva de conglomerados (fotografia 8 ) e
seixos sub-arredondados, pouco esféricos de matriz arenosa, que chegam até 6 cm de
espessura, seguindo de estratificações planas e cruzadas acanaladas em um arenito
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moderadamente selecionado, grãos sub-arrendondados a arredondados, amarelados e com
laminas de óxidos de ferro.
Fonte: Araújo
Devido à alta seleção do transporte eólico e sua baixa competência para transportar
sedimentos maiores que granulometria areia, pode-se relacionar essa litofácie a um ciclo de
sedimentação de transporte fluvial. Divergindo da litofácie supracitada de arenitos eólicos de
clima árido, essa nova litofácie pode sugerir uma alteração climática no ambiente, ou seja, um
aumento abrupto na umidade causando fortes fluxos aquosos capazes de transportar
sedimentos de maiores dimensões.
Fotografia 8 – Facie de truncamento por fluxo de detritos, na Formação Serra das Araras,
Grupo Urucuia
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Fonte: Araújo
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Figura 14 – Coluna estratigráfica da seção Serra do Mimo
Fonte: Araújo
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Representada na parte inferior da coluna estratigráfica B (0 a 15 metros), essa litofácie
(elevação 768 metros) é caracterizada por arenitos maturos do ponto de vista textural e
composicional, bem selecionados, de grãos com estratificações planas e cruzadas tangenciais
de grande porte que suavizam em direção à base (Fotografia 10). Estas estruturas são
formadas pela bimodalidade dos grãos, ou seja, possuem cosets de granulometria
predominante areia fina seguido de cosets de granulometria areia grossa.
Fonte: Araújo
37
Figura 15 – Esquema ilustrado bimodalidade, fluxo de grãos e queda de grãos
Fonte: Araújo
À medida que a duna cresce começa também uma migração da mesma para o
sotavento provocada pelos movimentos dos grãos de areia empurrados pelo vento da face
exposta, caindo depois para a face protegida. Por isso os ângulos diferentes, mais suaves nas
faces barlaventos e mais inclinados na parte do sotavento.
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Fotografia 11 – Dobras de escorregamento nas estratificações cruzadas tangenciais de grande
porte na Formação Posse, Grupo Urucuia
Fonte: Araújo
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Fonte: Araújo
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Fotografia 16 – Ciclo de deposição fluvial incompleto na Formação Serra das Araras, Grupo
Urucuia
Fonte: Araújo
Fotografia 13 – Fluxo de detritos truncando a porção média da seção na Formação Serra das
Araras, Grupo Urucuia
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Fonte: Araújo
Figura 17 – Esquema de Ciclo Fluvial Completo na Formação Serra das Araras, Grupo
Urucuia
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Fonte: Araújo
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Fonte: Araújo
Na altitude de 798 metros tem se uma sucessão de pelitos e estratos arenosos planos
que estão demostrado na coluna estratigráfica B (85 a 90m), essa nova litofácie exibi arenito
moderadamente maturo amarelado, com granulometria areia media a grossa e matriz siltosa.
Esta litofácie possui um ciclo deposicional fluvial com pelitos de até 10 centímetros,
conglomerados e estrutura maciça demostrado na coluna estratigráfica B (90 a 100m) com
cota de 800 metros. Os pacotes de conglomerados demonstram momento de maiores inputs de
energia dos fluxos fluviais que tiveram competência para depositar seixos (até 4 centímetros)
em um ambiente lamoso de planícies de inundação. O resultado fora um paraconglomerado de
matriz lamosa, ou seja, seixos depositados em meio aos pelitos decantados durante os estágios
de cheia do rio.
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Fotografia 15 – Pelitos com conglomerados na Formação Serra das Araras, Grupo Bambuí
Fonte: Araújo
Por meio do estudo litoestratigráfico obtido pôde-se fazer uma correlação entre as
estratigrafias das áreas pesquisadas. Essa correlação constituiu-se de uma comparação entre as
colunas estratigráficas e tabela de atributos de cada região.
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Figura 18 – Correlação entre colunas estratigráficas da seção Serra do Mimo e Seção São
Domingos
Fonte: Araújo
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Tabela 1 – Comparativo entre as duas regiões de estudo
Conclusão
Após todas as etapas da pesquisa foi possível realizar uma correlação litoestratigráfica
entre as duas áreas de estudo. Essa correlação gerou resultados que demonstraram
similaridades, como: arenitos silicificados, pelitos formando gretas de contração,
estratificações cruzadas tabulares, tangenciais, acanaladas e plano paralelas, além da mudança
no processo de sedimentação eólica para fluvial, evidenciados pela presença de sedimentos de
granulometria maior e ciclos de sedimentação fluvial. Diferenças no tamanho das
estratificações e dos ciclos de sedimentação, dos pacotes de rochas, na maturidade textural e
composicional dos grãos, os tipos de elementos arquiteturais, lençóis arenosos e dunas.
O principal fator que gerou as divergências na litoestratigrafia entre as duas seções foi
a relação de proximidade com a área fonte dos sedimentos, por motivos como, maior
granulometria dos sedimentos proximais, nível freático elevado, presença de vegetação,
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cimentação superficial e a similaridade ocorreu, pois as duas áreas de estudos estavam
inseridas no mesmo paleoambiente sedimentar
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