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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS


Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias
Curso de Graduação em Geologia

André Campanelli
Gilberto Carneiro Filho
Jales Coelho Nepomuceno Junior
Miquéias da Silva Cerqueira
Vitor Alves Araújo

Estudo Sedimentológico e Comparativo entre as Cidades de


Barreiras (Ba) e São Domingos (Go)

Barreiras
2014
Barreiras, BA.
2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA


CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS
Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias

André Campanelli
Gilberto Carneiro Filho
Jales Coelho Nepomuceno Junior
Miquéias da Silva Cerqueira
Vitor Alves Araújo

Estudo Sedimentológico e Comparativo entre as Cidades


de Barreiras (Ba) e São Domingos (Go)

Trabalho apresentado ao curso de


Geologia da Universidade Federal
do Oeste da Bahia do Centro da
Ciências Exatas e das Tecnologias à
disciplina de Técnicas de Campo,
IAD 253, como requisito de nota
parcial, sob a orientação do
professor Natanael Barbosa da
Silva.

1
Barreiras, BA.

2014

2
Resumo

Este relatório busca realizar uma correlação da litoestratigrafia Neocretacea entre a seção
Serra do Mimo localizada na porção leste da Bacia Sanfranciscana e a seção São Domingos,
localizada a oeste desta mesma Bacia. A relação entre as duas litologias foi obtida através de
estudos descritivos das rochas, identificação dos processos sedimentares e as estruturas
geradas, bem como a caracterização de litofácies e posterior reconstrução dos elementos
arquiteturais para obtenção de uma interpretação paleoambiental. A área de estudo Serra do
Mimo abrange o Grupo Bambuí (Neoproterozoico), pertencente à Bacia do São Francisco,
que aflora localmente a Formação Serra da Mamona com metassiltitos e metarenitos com
variação de fácies oxidantes e redutoras além de deformações e metamorfismos incipientes e
fraturas preenchidas por veios metálicos e quartzosos. Nesta mesma seção encontra-se
depositado sobre os metapelitos Neoproterozoicos, arenitos do Grupo Urucuia (Neocretaceo)
subdivididos em Formação Posse (Lençóis arenosos) a qual exibe fácies de transporte éolico,
arenitos feldspáticos e quartzo-arenitos e Formação Serra das Araras (Fluvial) com fácies de
depósitos fluviais com arenitos conglomeráticos de um paleoambiente fluvial. Na seção São
Domingos a unidade Neocretacea Grupo Urucuia se divide em duas formações: Formação
Posse (Campo de Dunas) com fácies características de arenitos ortoquartizíticos bimodais de
transporte eólico e regiões de dunas e interdunas, além de fácie indicativa de alteração
climática. E Formação Serra das Araras (Fluvial) com arenitos de fácies relacionadas a ciclos
deposicionais fluviais. Os litótipos do Grupo Urucuia formam relevos tabuliformes com
vastos topos planos e morros residuais de escarpas íngremes e rampas de colúvios. Todo o
levantamento litoestratigrafico realizado nas duas seções geológicas permitiu-se elaborar uma
reconstrução paleoambiental de ambas as localidades estudadas, além de evidenciar as
principais semelhanças, em relação a sistemas deposicionais, e diferenças no que se diz
respeito a locais proximais e distais da área fonte.

3
Lista de Simbolos

EGP : Estratificação Grande Porte

DE : Dobras de Escorregamento

CBA : Cruzada de Baixo Ângulo

CSF : Ciclo Sedimentar Fluvial

GC : Gretas de Contração

GEP : Gretas e Estratificação Plana

CAS : Conglomerados e Arenito Silicificado

ALA : Arenitos de Lençois Arenosos

CFS : Conglomerados, Pelitos e

TFD : Truncamento por Fluxo de Detritos

CSC : Ciclo Sedimentar com Conglomerados

MA : Metassiltitos Amarelados

MOV : Metassiltitos com Oxidos e Veios

AOR : Ambiente Oxidante e Redutor

Lista de Fotografias

Fotografia 1: Escarpas recobertas por vegetação (A) e rampas de colúvios ou depósitos de


talús (B). 9
Fotografia 2: Vegetação característica da região de escarpas (A) e vegetação pertencente à
colúvios. 12
Fotografia 3: Solos do tipo cambissolo da região de colúvios da serra do Mimo. 10
4
Fotografia 4: Metassiltitos e metargilitos amarelo-avermelhados do Grupo Bambuí. 25
Fotografia 5: Metassiltito amarelado com óxidos de manganês preenchendo as fraturas,
Grupo Bambuí. 26
Fotografia 6: Variação de cor na parte superior do afloramento do Grupo Bambuí. 26
Fotografia 7: Truncamento erosivo com clastos de até 6 cm, Grupo Urucuia. 28
Fotografia 8: Arenitos avermelhados laminados do Grupo Urucuia. 29
Fotografia 9: Estratificações cruzadas truncada por fluxo de detritos, Grupo Urucuia. 29
Fotogafia 10: Camadas de pelitos em gretas de ressecamento, Grupo Urucuia. 30
Fotografia 11: Arenitos silicificados maciços, Grupo Urucuia. 30
Fotografia 12: Afloramento em corte de estrada São Domingos-GO. 31
Fotografia 13: Arenito estratificado apresentando bimodalidade de grãos, Grupo Urucuia.
32
Fotografia 14: Sets de estratos cruzados de grande porte, Grupo Urucuia Formação Posse
Fácies 1. 32
Fotografia 15: Dobras de escorregamento na porção superior da Formação Posse Fácies 1,
Grupo Urucuia. 33
Fotografia 16: Truncamento na Formação Posse Fácies 1 por superfície erosiva. 34
Fotografia 17: Fluxo de detritos erosivo (80 cm) truncando a parte média do afloramento,
Grupo Urucuia. 35
Fotografia 18: Paraconglomerados de sedimentação cíclica fluvial na Formação Serra das
Araras, Grupo Urucuia. 35
Fotografia 19: Gretas de ressecamento na Formação Serra das Araras, Grupo Urucuia. 36
Fotografia 20: Gretas de ressecamento de até 8 cm, Formação Serra das Araras, Grupo
Urucuia. 36
Fotografia 21: Arenitos amarelados maciços com seixos disseminados. Formação Serra das
Araras, Grupo Urucuia. 37

Lista de Figuras

Figura 1:: Mapa de localização da cidade de Barreiras e São domingos, seus acessos, em
destaque a região de estudo entre a área delimitada

. 7

5
Figura 2: Mapa geomorfológico da região de Barreiras e suas principais representações
9

Figura 3: Escarpa da região de São Domingos 10

Figura 4: Precipitação média anual na região de Barreiras/BA. 11


Figura 5: Bacias hidrográficas que pertencem à região oeste. 13
Figura 6: Hidrogeologia da região de Barreiras e São Domingos. 14
Figura 7: Mapa de Solos da região oeste da Bahia. 15
Figura 8: Mapa Geológico simplificado da Bacia Sanfranciscana e seus limites. 19
Figura 9: Coluna Estratigráfica da Bacia Sanfranciscana. 20
Figura 10: Distribuição da sedimentação do Grupo Bambuí 21

6
Sumário

1 INTRODUÇÃO 6
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 6
1.1.1 Objetivos Gerais 6
1.1.2 Objetivos Específicos 7
2 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................

2.1 Materiais .............................................................................................................................

2.2 Métodos ..............................................................................................................................

2.2.1 Etapa Pré-Campo ...........................................................................................................

2.2.2 Etapa Campo ..................................................................................................................

2.2.3 Etapa Pós-Campo ...........................................................................................................

3 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO 7


3.1 LOCALIZAÇÃO 7
3.2 ACESSO 8
3.3 GEOMORFOLOGIA 8
3.4 CLIMA 10
3.5 VEGETAÇÃO 11
3.6 HIDROGEOLOGIA 12
3.7 SOLOS 14
4 GEOLOGIA 16
4.1 GEOLOGIA REGIONAL 16
4.1.1 Grupo Bambuí (Neoproterozóico) 21
4.1.2 Grupo Santa Fé (Neopaleozoico) 22
4.1.3 Grupo Areado (Eocretáceo) 22
4.1.4 Grupo Mata da corda (Neocretáceo) 22
4.1.5 Grupo Urucuia (Neocretáceo) 23
4.1.6 Formação Chapadão (Cenozoico) 24
5 GEOLOGIA LOCAL 24
5.1 BARREIRAS 25
5.1.2 Grupo Bambuí 25
5.1.3 Grupo Urucuia 27
7
5.2 SÃO DOMINGOS (GO) 31
5.3 BARREIRAS (BA) x SÃO DOMINGOS (GO) 38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40
7 REFERÊNIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
8 ANEXO 43
8.1 ANEXO 144
8.2 ANEXO 26

1 INTRODUÇÃO

A Bacia Sanfranciscana possui forma alongada na direção norte-sul e ocupa uma área
de aproximadamente 150.000 km². Devido a sua grande extensão, possui ampla distribuição
estratigráfica que varia não apenas verticalmente como horizontalmente. É limitada a Sul com
a Bacia Paraná pela flexura de Goiânia/Soerguimento e do Alto do Parnaíba através do Arco
do São Francisco. A norte, com a Bacia do Parnaíba através do Arco do São Francisco. Os
limites ocidental e oriental são respectivamente marcados pelas bordas externas das faixas
Brasília e Araçuaí/Espinhaço Setentrional (Campos & Dardenne 1997a).
A seção Serra do Mimo localizada na cidade de Barreiras-BA, se encontra no nordeste
do Brasil e oeste do estado da Bahia. A sudoeste da Bahia, está situado a seção São
Domingos, na porção centro-leste do Brasil e na região nordeste do estado do Goiás.
A finalidade da elaboração deste relatório é realizar uma correlação da litoestratigrafia
neocretacea entre as duas seções da área de estudo, relacionar os aspectos fisiográficos e
geológicos da região, sua geomorfologia e solos, fazendo uma descrição das rochas,
identificando os processos sedimentares e as suas estruturas geradas, para caracterizar as
litofácies e reconstruir os elementos arquiteturais e assim obter uma interpretação
paleoambiental.
Os métodos utilizados na realização desse relatório consistiram na coleta de dados por
meio de analises olisticas para obtenção de informações como estruturas, elementos
arquiteturais e tipo da rocha, tirar medidas de paleocorrente com a bússola para poder fazer as
interpretações e identificar o paleoambiente.

8
Como resultado, foi constatado que haviam diferenças na sedimentação das duas
regiões estudadas, associadas a distância de cada uma em relação a área fonte, essas serão
apresentadas na conclusão do trabalho.

Objetivos do trabalho
Objetivo Geral

Esse trabalho tem como objetivo realizar uma correlação da litoestratigrafia das duas
seções estudadas.
Objetivos Específicos

Praticar o manuseio de instrumentos básicos para trabalho de campo (GPS, bussola


geológica, lupa e organização dos dados coletados em cada caderneta de campo), descrever as
rochas, mostrar os processos que ocorreram, suas estruturas e elementos arquiteturais,
elaboração de coluna estratigráfica de cada área analisada.

Fase Pré-Campo

Nesta fase foi realizado o levantamento de dados bibliográficos disponível em


trabalhos publicados sobre a temática, a pesquisa foi ocorrida durante toda realização do
trabalho, com intuito de obter conhecimento prévio referente aos aspectos geológicos das
áreas, para que em campo seja identificado, correlacionando ou contrapondo com a literatura.

2.2.2 Etapa Campo

A etapa campo foi o passo fundamental para execução desse relatório geológico,
realizada nas datas 25/10/2014 e 03/11/2014, no campo foi possível analisar de maneira
meticulosa as características do meio físico, os tipos de rochas e os processos que as
formaram, além de coletar atitudes de bússola e pontos com aparelho GPS (Global Position
System). Ou seja, arrecadar o máximo de informações e correlaciona-las com os dados
obtidos na etapa pré-campo, para em seguida posicionar-se diante disso.

Fase Pós- Campo

Com os cumprimentos das etapas posteriores, obtendo o tratamento e interpretações dos dados
coletados em campo foram feitas a compilações dos mesmos realizo-se os objetivos propostos
anteriormente. Com o intuito para realização o relatório final de campo obtendo conexão com

9
a bibliografia, procurando desenvolver raciocínio geológico na correlação das áreas de
estudos.

O encerramento do trabalho transcorrerá nos dias 07 e 14/01/2014, sendo o primeiro, dia da


entrega do relatório final e o segundo o dia da apresentação do seminário.

2 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

2.1 LOCALIZAÇÃO

A cidade de Barreiras-BA que se encontra localizada na região nordeste do Brasil e


oeste do estado da Bahia, tendo suas coordenadas UTM: 23L 0504918/8656216. O município
de São Domingos- GO encontra-se na região centro-leste do Brasil, na Serra Geral de Goiás,
o afloramento estudado representa um corte de estrada de 600 metros de extensão e 50 metros
de espessura entre a rodovia federal BR-020 e a GO 262, a aproximadamente 420 quilômetros
de Brasília- DF (Figura 1).

10
Figura 1: Mapa de localização da cidade de Barreiras e São domingos, seus acessos, em
destaque a região de estudo entre a área delimitada (FONTE: GASPAR & GOMES, 2006).

2.2 ACESSO

O acesso a Barreiras pode ser feito pela BR-242 a partir de Salvador, distante 830Km,
ou por Brasília através da BR- 020, percorrendo 648Km. A Serra do Mimo encontra-se
situada atrás das instalações da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O município de São
Domingos-GO faz divisa com os municípios de Campos Belos-G0 ao norte; Posse-GO, ao
sul; Correntina-BA a leste e Divinópolis de Goiás-GO. Pela BR-020, a distância de Brasília é
de 398 km. De Barreiras para São Domingos, deve-se seguir pela BR-242 na direção de leste
para oeste, até o município de Luiz Eduardo Magalhães-BA. A partir dai o caminho segue
pela BR-020 até a entrada para a rodovia GO-110 a direita, continuando em frente na direção
de São Domingos, totalizando 261 km.

2.3 GEOMORFOLOGIA

A geomorfologia na área estudo, da feição Serra do Mimo divide-se em 4 domínios


principais; as chapadas, mesa, topo e escarpas. A Chapada do São Francisco ou Chapadão do
Oeste Baiano é a feição mais importante da região.
As unidades geomorfológicas mesa e topo, consideradas estáveis, são constituídas de
grandes superfícies planas, conservadas da dissecação que se estabeleceu sobre a cobertura
sedimentar do Grupo Urucuia, depositada sobre as rochas do Grupo Bambuí. Nessas áreas, há
predominância dos processos de pedogênese sobre os de morfogênese, que ocorem em baixa
proporção (MARTINS & BATISTA, 1998; ARAÚJO et al., 2003).
Há superfícies irregulares, no contorno dos planaltos ou penetrando nos vales, às vezes
bastante erodidas, onde o relevo encontra-se bastante variável, ocorrendo desde escarpas
muito íngremes até áreas suavizadas e onduladas. As altitudes podem variar ente 500m e
700m (EMBRAPA 2010) (Figura 2).
Nas escarpas onde os processos morfogenéticos são mais atuantes, ou seja, de maior
energia erosiva, processos de morfogênese predominam sobre a pedogênese, contribuindo
ativamente para a alteração do modelado (MARTINS; BAPTISTA, 1998; ARAÚJO et al.,
2003). O resultado da atuação desses processos é um relevo com alta declividade e grandes
desníveis, apresentadando marcas de sulcos, ravinas e voçorocas causadas pela ação

11
intemperica do escoamento superficial da água que tornam essas áreas imprópias para a
agricultura, devido à sua predisposição a erosão.
Chapada do São Francisco, caracteriza-se como um conjunto de formas de relevo de
topo plano, elaboradas sobre rochas sedimentares do Arenito Urucuia, com presença de
relevos residuais (ruiniformes) em forma de taças, estão limitadas por escarpas e possuem
solos profundos e bem drenados, caracterizados essencialmente por Latossolos de textura
média. As áreas estáveis representam o maior potencial para o uso agrícola do município,
devido à sua topografia plana.
Na unidade Chapada do São Francisco a Serra Geral de Goiás, destaca-se como
principal feição da região. Tem um desnível de até 200 metros (Campos 1996), essa unidade
limita-se à leste e à oeste por escarpas abruptas, e com abundante presença de colúvios,que
pode ser visualizadas da região de São Domingos.
A seção São domingos é caracterizada por planaltos escarpados com feições ao longo
de todo terreno, moldadas em rochas areniticas do Grupo Urucuia, com presença de relevo
em forma de gargantas e colúvios gerados por fluxo de detritos no sopé das escarpas, que
sofrem erosão em suas vertentes pela ação da água pluvial, ocasionando a formação de uma
grande quantidade de ravinas (Figura 3).

Fotografia 1: Escarpas recobertas por vegetação (A) e rampas de colúvios ou depósitos de


talús (B) (Fonte: Arcevo pessoal).

12
Figura 2: Mapa geomorfológico da região de Barreiras e suas principais representações
(Fonte: Embrapa, 2010).

Figura 3: Escarpa da região de São Domingos (Fonte: GASPAR, 2006).

2.4 CLIMA

13
A região de estudo possui um domínio climático classificado como tropical, com
invernos secos, segundo Köppen (IBDF 1981) com concentrações de chuva entre primavera e
verão, apresenta duas estações bem definidas, uma estação com verão chuvoso de outubro a
abril, e um inverno seco de maio a setembro. A umidade relativa vária entorno de 80%, a
máxima no mês de dezembro e 30% minima no mês de agosto.
De novembro a março o verão na cidade de Barreiras é chuvoso com uma precipitação
variando entre 139 mm e 184,5 mm. Nos meses entre abril e outubro, o clima é seco com
precipitações entre 1,0 mm e 58,1 mm (Figura 4).
A posição geográfica da região assegura temperaturas elevadas durante boa parte do
ano em razão da forte radiação solar, devido a sua proximidade com a linha do equador. As
temperaturas médias oscilam por volta de 32°C e as mínimas da região atingem 18°C.( NETO
2011).
O clima predominante na cidade de São Domingos é o tropical, o qual possui
duas estações bem definidas: um período de estiagem e temperaturas elevadas de abril a
setembro e chuvas volumosas entre outubro e março. Segundo a Köppen e Geiger o clima é
classificado como Aw( Tropical do cerrado com estação seca de inverno). 24.8 °C é a
temperatura média, com uma pluviosidade média anual de 1340 mm.

Figura 4: Histograma da precipitação média mensal e anual na região de Barreiras/BA


(FONTE: Latuf 2012).

14
Figura 5 : Isoietas do oeste baiano

15
2.5 VEGETAÇÃO

A vegetação característica da área estudada é o cerrado, na sua grande maioria


associada às escarpas, chapadas e colúvios. Na base da Serra do Mimo, a presença de
vegetação rasteira com colúvios que desenvolvem pouca pedogênese. (Fotografia 2B). A
chapada apresenta árvores frutíferas típicas do cerrado como pequizeiros e cajuzeiros, solos
espessos de composição silto-arenosa, latossolos e gleissolos com grande influência de
matéria orgânica. Nas escarpas a vegetação dispõe-se de porte arbustiva/arborea, devido a
declividade do terreno e solos pouco espessos, como os cambissolos lá presentes (Fotografia
2A).

16
De acordo com Campos & Oliveira (2005)referencia faltando, as plantas do cerrado
apresentam os troncos retorcidos e sinuosos, de casca espessa e cortiçosa, muitas vezes
fendilhada, com folhas rígidas, com superfície lisa e cerosa. A fisionomia varia do porte
arbóreo denso ao gramíneo-lenhoso, geralmente com a presença de árvores e arbustos
semicaducifólios, espaçados ou em pequenos agrupamentos sobre um tapete graminoide.

A vegetação de São Domingos é predominantemente do tipo cerrado, em locais de


relevos elevados (planaltos de patamares, parte superior das vertentes) constitui-se de matas
pouco densas com médio porte e de aparência mais retorcida pela pouca presença de chuvas,
enquanto no sopé das vertentes ocorre a formação de colúvios, que possuem uma maior
presença de água que desce a vertente por escoamento superficial e se concentra, o que
ocasiona uma vegetação mais arbórea e de porte médio a alto. Existem vegetações densas e
arbóreas associadas as margens dos rios (matas ciliares) (fotografia x).

Fotografia 2: Vegetação arbustiva/arborea característica da região de escarpas (A) e


vegetação rasteira pertencente à colúvios (B) (FONTE: Acervo pessoal).

Fotografia 3 : matas pouco densas de médio porte

17
2.6 HIDROGEOLOGIA

O contexto hidrogeológico se enquadra na provincia hidrogeologica São Francisco,


composta pelos sistemas aquiferos Urucuia e Bambuí. do sistema aquifero Urucuia foi
apontado por Souza (2003), atestando a presença de poços que fornecem vazões superiores a
500 m³/h, com vazões especificas da ordem de 23 m³/h/m (GASPAR, 2006).
O Sistema Aquifero Urucuia (SAU) é composto por uma unidade geológica
sedimentar, constituída de quartzo arenitos e arenitos feldspáticos eólicos, bem selecionados
com presença de níveis silicificados, e em menor proporção nivéis conglomeráticos. Em
quase toda sua extensão, está sobreposto as rochas pelito-carbonáticas do Grupo Bambuí
( Gaspar e Campos, 2006).
Os aquiferos presentes na área abordada diferenciam-se pela forma que a água se
movimenta, isso se deve. No Aquifero Bambuí a água se movimenta atráves de fraturas e
fissuras presentes nas rochas carbonáticas, enquanto no Aquifero Urucuia ela percola entre os
grãos dos arenitos.
A região estudada compreende rios que se estendem de oeste para leste com padrão de
drenagens paralelas e semi-paralelas. Em vista do relevo plano e com pequena inclinação
topográfica, a drenagem da área se faz com rios de baixo gradiente, com fluxo lento de águas
(LUZ et. al., 2009). Na região ocorre assoreamento dos rios devido ás ações antrópicas
causada pelas enormes plantações sobre o aquífero (Cotias, 2013) (Figura 5).
18
A hidrografia é constituída pela bacia do rio Tocantins que tem como representantes
de afluentes o rio do Sono na parte noroeste, o rio Palmas na parte central da borda oeste da
Serra Geral de Goiás e o rio São Domingos. Esses rios são alimentados pelo fluxo de base do
Aquífero Urucuia.
Os níveis silicificados são observados em afloramentos nos vales dos rios que recortam a
chapada ou ao longo da Serra Geral de Goiás, apresentam espessuras de 3 a 15 metros e foram
interpretados como paleo-superfícies freáticas relacionadas ao sistema deposicional desértico
responsável pela deposição do Grupo Urucuia (Campos, 1996) (Figura 6).

Figura 6: Rios que formam as bacias hidrográficas do oeste baiano (FONTE: Modificado de SEI,
(2007), segundo Cotias, (2013)).

19
Figura 7: Perfil leste-oeste esquemático do contexto geológico do Sistema Aqüífero Urucuia no oeste
da Bahia. (FONTE: Gaspar e Campos, 2006)

2.7 SOLOS

Os solos predominantes na chapada da Serra do Mimo são Latossolo Vermelho-


Amarelo de textura média, profundos (em média 2 metros), proveninetes do intemperismo
prolongado na rocha arenítica. Neossolo quartzarênico, caracterizado por textura arenosa e
composição predominante quartzosa, apresentando horizontes “O”, “B” e “C” situado em
uma região da escarpa com elevada declividade, causando escoamento superficial da água
pluvial, o que impede a infiltração e ação intempérica, inibindo a formação de outros
horizontes. Cambissolo, raso, de textura média, caracterizado por heterogenidade do material
de origem e gleissolos hidromórficos, associados a veredas. Em geral, possuem baixa
fertilidade natural, variando de rasos (Neossolo quartazerênico) a muito profundos
(Latossolo), permeáveis, de textura média ou arenosa, saturados com alumínio trocável e
relacionados aos arenitos. Já nas depressões, há associações de Cambissolos e Latossolos de
textura média (Moraes 2003) (Figura 7).
Os solos predominantes entre as áreas de estudo são os latossolos, os neossolos, os
gleissolos, e os argissolos (Gaspar 2006). Em relação a natureza de cada solo, os latossolos
são oriundos das rochas areníticas, os neossolos são os latossolos transportados, ou seja,
lixiviados, os gleissolos são alóctones, igualmente ao neossolos, os argilosos são produtos das
rochas pelíticas e os cambissolos provenientes das áreas de colúvio das serras. Os gleissolos,
argissolos e cambissolos ocorrem em menores proporções (GASPAR, 2006). (Fotografia 3).

20
Figura 8: Mapa de Solos da região oeste da Bahia (FONTE: Modificado de SEI, 2007; segundo
Cotias, 2013).

Fotografia 4: Solos do tipo cambissolo da região de colúvios da serra do Mimo (Fonte: Acervo
Pessoal).

21
3 GEOLOGIA
Para o entendimento e posionamento da região da área de trabalho, foi necessário
inicialmente, ser feito um levantamento bibliográfico da geologia regional, a fim de elucidar
as ideias sobre a origem e os estágios tectônicos da Bacia do São Francisco e seus grupos
estratigráficos, além do principal embasamento aflorante nas localidades de estudo, o Grupo
Bambuí. Após o campo, foram tratados os dados da geologia local caracterizando os
principais aspectos estratigráficos das unidades que foram observadas e fazendo uma breve
discussão.

3.1 GEOLOGIA REGIONAL

A feição tectônica denominada Alto do Paracatu divide a Bacia do São Francisco nas
sub-bacias Abaeté, a sul, e Urucuia, no centro-oeste. A separação entre as duas sub-bacias se
faz na região do Alto do Paracatu, na porção meridional da bacia. (CAMPOS &
DARDENNE,1997).

A Bacia Sanfranciscana, é limitada a sul com a Bacia do Paraná pela Flexura de


Goiânia/Soerguimento do Alto Paranaíba. A norte limita-se com a Bacia do Parnaíba através
do Arco do São Francisco. Os limites ocidental e oriental são respectivamente marcados pelas
bordas externas das faixas Brasília e Araçuaí/Espinhaço Setentrional(CAMPOS &
DARDENNE,1997b).

A litoestratigráfia da Bacia Sanfranciscana (Figura1 ) é definida na literatura pelo


Grupo Santa Fé (Neopaleozoico) como unidade basal, seguindo do Grupo Areado
(Eocretáceo), Grupo Matada Corda (Neocretáceo), Grupo Urucuia (NeoCretaceo) e a
Formação Chapadão (coberturas recentes) .Essa configuração estratigráfica não é opinião
unânime entre os autores. Sgarbi (1989), Sgarbi (1991)e Kattah(1991) consideraram as rochas
do Grupo Areado como unidade basal, enquanto, Campos(1992); Campos & Dardenne
(1994),Campos & Dardenne (1997a) descreveram a associação litológica do Grupo Santa Fé,
atribuída a glaciação Permo-carbonifera, preservada em vales escavados no embasamento na
porção meridional da Bacia do São Francisco , considerando-a como unidade basal da bacia.
Mais recentemente Sgarbi et al.(2001) finalmente apresenta o Grupo Santa Fé como unidade
basal.

22
Figura 9- Estratigrafia da Bacia Sanfranciscana. Principais litotipos: 1- sequência pelito
carbonática, 2- arcóseos e siltitos, 3- diamictitos, tilitos e tilóides, 4- folhelhos com
dropstones, 5-arenitos heterogêneos, 6- arenitos maciços calcíferos comintercalações
argilosas, 7- conglomerados e arenitos, 8- folhelhos, 9- arenitos, 10 - lavas e piroclásticas
alcalinas, 11- arenitos vulcânicos, 12- arenitos eólicos, 13- conglomerados de terraços e 14-
areias inconsolidadas.

23
Fonte: CAMPOS & DARDENNE (1997a).

O embasamento varia a depender da porção da bacia. Na sua porção central compreende ao


Grupo Bambuí, bem como no extremo sul (região de Lagoa Formosa – MG), que ocorre
metassedimentos associados com metadiamictitos, correlacionados ao Grupo Bambuí, na sua
porção setentrional o embasamento é constituído da seção paleozoica da Bacia do Paraná, no
meio norte da bacia (região de São Domingos – GO), xistos, granitos ou gnaisses do
Arqueano/Proterozoico são atribuídos ao embasamento (CAMPOS & DARDENNE, 1997a).

Através de conhecimento detalhado dos aspectos tectônicos da Bacia do São Francisco


Campos & Dardenne (1997b), interpretou como modelo preenchimento de calha tipo sag, ou
seja, uma ampla bacia intracontinental com pequena subsidência, apenas localmente afetada
por incipientes processos tafrogênicos.

Embora a maior parte da evolução da bacia seja ligada à Margem Continental Brasileira, ativa
principalmente entre o Aptiano e o Maastrichtiano, não existe uma correlação significativa
entre as fases tectônicas sin-rifte, rifte e pós-rifte de Chang et al. (1990).
Desde o Paleozoico até o recente, vários estágios tectônicos controlados por períodos de
relativa estabilidade, rápidas inversões nos campos de tensão, extensivos/compressivos, e
movimentos verticais de compensação isostática marcaram a génese e evolução da bacia.
(CAMPOS & DARDENNE 1997b).
A evolução da Bacia do São Francisco foi separada em seis estágios (Figura 2) por Campos e
Dardenne (1997b).

24
Figura 10 - Estágios tectônicos da evolução da Bacia Sanfranciscana. (A) Fase Paleozóíca;
(B) Fase Neopaleozóico/Eomesozóico; (C) Fase Barremiano/ Aptiano; (D)
Albo/Cenomaniano; (E) Fase Campaniano/Maastríchtiano; (F) Fase Terciário.

Fonte: CAMPOS & DARDENNE (1997 b).

3.1.1 Grupo Bambuí

O Grupo Bambuí (750-600 Ma) (Figura 3) constitui a cobertura neoproterozoica de maior


distribuição no Cráton do São Francisco. Representa associação de litofácies siliciclásticas,
carbonaticas e bioquímicas, na forma de sedimentos plataformais depositados em extenso mar
epicontinental. Conforme definido por Egydio- Silva(1987) e Alkim (2004) regionalmente
foram identificadas quatros Formações (figura 4 ): Canabravinha, São Desiderio, Serra da
Mamona e Riachão das Neves

25
Figura 11 - Distribuição da sedimentação do Grupo Bambuí.

Fonte: Revista Pesquisa (2012)

3.1.1.1 Formação Canabravinha

Ocorre na porção sul da Faixa Rio Preto, iniciando-se a norte de Cariparé e seguindo para o
norte por aproximadamente 40 km . Está confinada a duas grandes estruturas disruptivas que
marcam o seu cavalgamento sobre a Formação Formosa a norte, e sobre a Formação Serra da
Mamona a sul. É composta por quartzito lítico, conglomerático, feldspático, carbonático e/ou
micáceo, maciço ou com estratificação gradacional, plana ou cruzada; metagrauvaca, filito
carbonoso e mica xisto; metaritmito areno-pelítico; metadiamictito; e, subordinadamente,
metamarga. É comum a presença de limonitas euédricas milimétricas a centimétricas,
abundantemente disseminadas. A Formação Canabravinha caracteriza-se por um
metamorfismo de grau fraco a médio e uma geologia estrutural complexa (UHLEIN et al.,
2011).

3.1.1.2 Formação São Desiderio

É constituída por calcários cinza-escuros predominantemente puros, com intercalações de


margas e siltitos, é interpretada como de ambiente de mar raso. O contato inferior da unidade
se dá por discordância angular e erosiva com rochas do embasamento gnáissico e
migmatítico, enquanto o contato superior é gradacional, de forma que os calcários tornam-se
26
mais argilosos até constituírem metamargas e ardósias carbonáticas da Formação Serra da
Mamona (Egydio da Silva et al., 1989).

3.1.1.3 Formação Serra da Mamona

Ocorre sobreposta à Formação São Desiderio, através de contato concordante gradacional, por
sua vez, apresenta metasiltitos, ardósias e metarenitos finos com intercalações de
metacalcários e metamargas . A este conjunto metassedimentar denominou a formação Serra
da Mamona, esta associação ocorre como caracteristicamente na Serra homônima, que está
localizado entre Barreiras e São Desiderio (Egydio da Silva et al.,1989).

3.1.1.4 Formação Riachão das Neves

É posicionada estratigraficamente acima da Formaçao Serra da Mamona através de contato


gradacional, apresenta um conjunto de metarcóseos, metagrauvacas e metasiltitos e
posteriormente é sotoposta aos arenitos do Grupo Urucuia (Egydio da Silva et al.,1989).

Figura 12: Coluna Litoestratigráfica do Grupo Bambuí no Oeste da Bahia

Fonte : Egydio da Silva et al (1989)

3.1.2 Grupo Santa Fé


27
O Grupo Santa Fé (Permo-Carbonífero) é subdividido nas formações Floresta e Tabuleiro. A
Formação Floresta é integrada pelos membros Brocotó, Lavado e Brejo do Arroz (Campos &
Dardenne 1994). Esse conjunto representa os registros da glaciação gondwânica
neopaleozoica e é preservado em vales escavados no embasamento, com exposições
descontínuas por toda a extensão da bacia. Os sistemas deposicionais presentes são relaciona-
dos à zona subglacial, além de depósitos pró-glaciais com fácies fluvioglacial, glaciolacustre e
periglacial eólico (CAMPOS & DARDENNE, 1994).

3.1.3 Grupo Areado

O Grupo Areado (Eocretáceo) é constituído pelas formações Abaeté, Quiricó e Três Barras
(Grossi Sad et al., 1971). A Formação Abaeté foi depositada em sistemas de leques aluviais
na porção sul da sub-bacia Abaeté e por sistemas de rios entrelaçados nas demais áreas da
bacia, compondo um conjunto de conglomerados matriz – ou clasto-suportados, além de
arenitos. A Formação Quiricó registra uma sedimentação lacustre, localmente caracterizada
por lagos estratificados na porção sul da sub-bacia Abaeté, com arenitos, siltitos, folhelhos e
calcários subordinados. A Formação Três Barras representa depósitos de sistemas fluviais,
fluviodeltáicos e eólicos, dominados por arenitos amarelos e rosados heterogêneos (CAMPOS
& DARDENNE, 1997a).

3.1.4 Grupo Mata da Corda

O Grupo Mata da Corda (Eocretáceo) é composto pelas formações Patos e Capacete, respec-
tivamente constituídas por rochas vulcânicas alcalinas piroclásticas e por rochas sedimentares
proximais epiclásticas (Grossi Sad et al. 1971, Campos 1996). A Formação Capacete
representa a erosão e retrabalhamento das estruturas vulcânicas, derrames e acumulações
extrusivas de rochas alcalinas da Formação Mata da Corda (CAMPOS & DARDENNE,
1997a).

3.1.5 Grupo Urucuia

Apresentando ampla distribuição em área da Bacia do São Francisco , o grupo representa um


conjunto de rochas siliciclaticas, caracterizando como uma unidade neocretacea, com
espessura máxima de 440m. É composto por arenitos quartzosos, conglomerados e siltitos
28
depositados em ambiente continental, inicialmente lacustre, passando a fluvial dominante,
com expressivas contribuições eolicas sendo compreeendida assim em função de estruturas
sedimentares. (Lima & Leite, 1978; Ghigone,1979). Campos e Dardenne (1997a) apresenta o
Grupo Urucuia, dividido nas Formações Posse e Serra das Araras.

3.1.5.1 Formação Posse

Dividida nas fácies 1 e 2, a formação se apresenta-se da seguinte maneira de acordo


com Gaspar (2006), a partir de Campos & Dardenne (1997a):
A fácie 1 constitui-se de quartzo arenitos e arenitos feldspáticos, muito finos, finos,
médios, bimodais, com boa maturidade textural e mineralógica, geralmente apresentando bom
selecionamento. Ocorrem ainda nessa fácies lentes e níveis de conglomerados médios a finos,
com seixos do próprio arenito, quartzo de veio, quartzitos e com cimentação silicosa
frequentemente associada. O conjunto dessa fácies foi caracterizado como um sistema eólico
de campos de dunas, pela presença de estratos cruzados de grande porte, com planos de
estratificação menor com altos ângulos (25-30°) e pequenos ângulos na porção basal, ausência
de matriz argilosa detrítica, estruturas de deslizamentos de grãos na porção frontal das dunas.
A fácie 2 consiste de arenitos feldspáticos e quartzo arenitos, de coloração branca,
ocres, finos, argilosos ou não, bem selecionados e menos maturos que os da fácies 1. O
material argiloso compõe a matriz detrítica verdadeira e a cimentação de sílica é restrita a
bancos horizontais. São comuns estratificações cruzadas tabulares e tangenciais de pequeno
porte (até 30 cm) e estratos plano-paralelos mais raros. Interpretada como produto da
sedimentação em sistema fluvial entrelaçado psamítico e com influência eólica.

3.1.5.2 Formação Serra das Araras

É constituída por arenitos, argilitos, e conglomerados com coloração avermelhada,


intercalados em bancos plano-paralelos com espessuras variando de 50 cm a 2 metros.
Os arenitos são polimodais, silicificados, vermelhos e com níveis amarelados. O estudo
microscópico mostra maturidade composicional e imaturidade textural. A cimentação por
sílica e óxidos de ferro é localmente tão intensa que a rocha perde sua estruturação interna,
assemelhando-se a um silexito. O quartzo é dominante, sendo a turmalina e o zircão

29
subordinados. Estratificações cruzadas acanaladas de pequeno porte são observadas, sendo os
estratos plano-paralelos mais comuns. (CAMPOS& DARDENNE, 1997a).

4 GEOLOGIA LOCAL

Na área de estudo, seção Serra do Mimo, foram observadas rochas pertencentes ao


Grupo Bambuí (Neoproterozoico), formando o embasamento, e sobrepondo este, a litologia
do Grupo Urucuia (Cretáceo Superior). Na outra região estudada, seção São Domingos, foram
estudadas somente rochas do Grupo Urucuia. Ambos os Grupos fazem parte da Bacia do São
Francisco situada sobre o Cráton do São Francisco.

4.1 SEÇÃO SERRA DO MIMO

4.1.1 Formação Serra da Mamona, Grupo Bambuí

4.1.1.1 Litofácie de metassiltitos amarelados (MA)


Representada na porção inferior da coluna estratigráfica A (0 a 16 metros), na base da
Serra do Mimo (altitude: 531 metros), tem-se uma litofácie de metassiltitos de cores
amareladas e avermelhadas de granulometria variante de argila à silte muito fino, possuindo
textura sedimentar clástica. Rocha muito porosa e pouco permeável, com presença de
foliações espaçadas (N117°/45°NE) e fraturas plumbosas. A ausência de fraturas indicativas
de tensões superiores e a presença das foliações sugeriram um baixo grau de deformação, que
somado a ocorrência do mineral sericita e por não apresentar ardósia (último estágio de
metamorfismo do folhelho), evidenciou também um metamorfismo incipiente nas rochas, as
quais preservam muitas características do seu protólito sedimentar. (Fotografia 5).

Fotografia 5 – Metassiltitos e metargilitos amarelo-avermelhados da Formação Serra da


Mamona, Grupo Bambuí

30
Fonte: Araújo

4.1.1.2 Litofácie de metassiltitos com óxidos e veios de quartzo. (MOV)

Na altimetria de 571 metros, há presença de óxidos de manganês nas fraturas dos


metassiltitos (Fotografia 6) acompanhado de veios de quartzo e de uma leve diminuição na
granulometria predominando grãos de fração argila representados na coluna estratigráfica A
(24 a 30 m).

Fotografia 6: Litofácies de metassiltitos amarelados com óxidos de manganês preenchendo as


fraturas. Grupo Bambuí, Formação Serra da Mamona.

Fonte: Araújo

31
4.1.1.3 Litofácie de metassiltitos e metargilitos com alternância de ambientes oxidantes e
redutores. (AOR)

Na parte intermediária da seção (altimetria: 598 metros) e representado na coluna


estratigráfica A em (30 a 39 metros), inicia-se uma intercalação de camadas de metassiltitos
amarelo-laranjados (até 40 cm) e metargilitos roxos (até 15 cm), até o predomínio do
metargilito, com algumas intercalações de areia muito fina. Evidenciando um ambiente mais
redutor, seguido de nova intercalação de sedimentos redutores e oxidantes (Fotografia 7).

Fotografia 7 – Variação de metassiltitos amarelados e metargilitos roxos na Formação Serra


da Mamona, Grupo Bambuí

Fonte: Araújo

A deposição dos sedimentos ocorreu em um ambiente marinho raso plataformal


devido a decantação de material pelítico, sem influencia de ondas ou tempestades por não
apresentar estruturas características como swaley e hummocky. A variação de ambientes
oxidantes e redutores é a principal evidencia que a deposição aconteceu em ambiente marinho
e não em lacustre.

4.2 GRUPO URUCUIA

4.2.1 Formação Posse

4.2.1.1 Litofácie de arenitos eólicos de lençóis arenosos (ALA)


32
Após o contato encoberto (altimetria 603 metros) representado na coluna estratigráfica
A (55 até 59 metros), inicia uma litofácie de arenitos com rochas de cor avermelhado claro a
tons de rosa com granulometria variante de areia fina à areia média, possuindo grãos
moderadamente selecionados com contatos pontuais e longos, pouca cimentação, matriz
siltosa e mediamente maturos do ponto de vista textural e composicional. Composto
basicamente por quartzo (80%), feldspato (15%) e fragmentos líticos (5%).

A composição psamítica moderadamente selecionada, a pouca cimentação dos grãos e


a presença de estratificações planas nos arenitos evidenciam que os sedimentos sofreram
transporte eólico. A ausência de dunas descarta a possibilidade das estratificações planas
estarem relacionadas à região interdunas e somado ao moderado grau de seleção dos arenitos,
tal litofácie estaria atrelada a porções mais proximais da área fonte como os lençóis arenosos
(figura 13), representados na coluna A (59 a 74 metros).

Figura 13 – Esquema representativo de localização de lençóis arenosos em ambiente


desértico

Fonte: Araújo

4.2.2 Formação Serra das Araras

4.2.2.1 Litofácie de ciclo de sedimentação fluvial (CSF)

Esta nova litofácie (altimetria 614 metros), representada na coluna estratigráfica A (74
a 78 metros), inicia-se com uma superfície erosiva de conglomerados (fotografia 8 ) e
seixos sub-arredondados, pouco esféricos de matriz arenosa, que chegam até 6 cm de
espessura, seguindo de estratificações planas e cruzadas acanaladas em um arenito

33
moderadamente selecionado, grãos sub-arrendondados a arredondados, amarelados e com
laminas de óxidos de ferro.

Fotografia 8 – Superficie de truncamento erosivo com conglomerado na Formação Serra das


Araras, Grupo Urucuia

Fonte: Araújo

Devido à alta seleção do transporte eólico e sua baixa competência para transportar
sedimentos maiores que granulometria areia, pode-se relacionar essa litofácie a um ciclo de
sedimentação de transporte fluvial. Divergindo da litofácie supracitada de arenitos eólicos de
clima árido, essa nova litofácie pode sugerir uma alteração climática no ambiente, ou seja, um
aumento abrupto na umidade causando fortes fluxos aquosos capazes de transportar
sedimentos de maiores dimensões.

4.2.2.2 Litofácie de truncamento por fluxo de detritos (TFD)

Na altitude de 647 metros, estruturas maciças constituídas por arenitos


moderadamente selecionados de grãos sub-maturos, cobertos por óxi-hidróxidos de ferro,
truncam estratificações cruzadas acanaladas (Fotografia 8) e estão representadas na coluna
estratigráfica A (105 a 109 metros). Sobrepondo essas estruturas, estratificações planas,
pelitos na forma de gretas de ressecamento e estruturas de sobrecarga formam uma
granodecrescencia ascendente, findando mais um ciclo de sedimentação fluvial.

Fotografia 8 – Facie de truncamento por fluxo de detritos, na Formação Serra das Araras,
Grupo Urucuia

34
Fonte: Araújo

4.2.2.3 Litofácie de ciclo sedimentar fluvial com conglomerados (CSC)

A nova superfície erosiva de conglomerados na sequencia de ciclos marca um reinicio


(altimetria 687 metros) de outra sedimentação cíclica granodecrescente, ultimando com
pelitos na forma de gretas de ressecamento. Representadas na coluna A (109 a 156 metros).

As características das litofácies da Formação Serra das Araras, cujo às associações


com fácies aluviais, eólicas, os arenitos com estratificações cruzadas e ciclos
granodecrescentes, implicam que a deposição dos sedimentos ocorreu em ambiente fluvial
entrelaçado com grande variação de regime de fluxo, isto por causa dos vários truncamentos e
maciços nas estruturas, relacionados a fluxos de detritos.

35
Figura 14 – Coluna estratigráfica da seção Serra do Mimo

Fonte: Araújo

4.3 SEÇÃO SÃO DOMINGOS

4.3.1 Formação Posse, Grupo Urucuia

4.3.1.1 Litofácie de estratificações de grande porte (EGP)

36
Representada na parte inferior da coluna estratigráfica B (0 a 15 metros), essa litofácie
(elevação 768 metros) é caracterizada por arenitos maturos do ponto de vista textural e
composicional, bem selecionados, de grãos com estratificações planas e cruzadas tangenciais
de grande porte que suavizam em direção à base (Fotografia 10). Estas estruturas são
formadas pela bimodalidade dos grãos, ou seja, possuem cosets de granulometria
predominante areia fina seguido de cosets de granulometria areia grossa.

Fotografia 10 – Estratificações cruzadas tangenciais de grande porte (6 a 8 metros) na


Formação Posse, Grupo Urucuia

Fonte: Araújo

A formação dessas estratificações com a bimodalidade de grãos se da por dois


processos: Fluxo de grãos, quando os sedimentos maiores vão se acumulando na crista da
duna, até colapsarem por ação da gravidade no sotavento na forma de fácies de avalancha; e
Queda de grãos, aonde os grãos menores em suspensão vão assentando por decantação na
região interdunas.

37
Figura 15 – Esquema ilustrado bimodalidade, fluxo de grãos e queda de grãos

Fonte: Araújo

À medida que a duna cresce começa também uma migração da mesma para o
sotavento provocada pelos movimentos dos grãos de areia empurrados pelo vento da face
exposta, caindo depois para a face protegida. Por isso os ângulos diferentes, mais suaves nas
faces barlaventos e mais inclinados na parte do sotavento.

4.3.1.2 Litofácies de arenitos com dobras de escorregamento (DE)

A principal característica desta nova litofácie representada na coluna estratigráfica B


(25 a 40 metros), com altitude de 781 metros, são dobras de escorregamentos nas (EGP)
(Fotografia 10). Essas dobras fazem referencia a entrada de umidade no sistema.

38
Fotografia 11 – Dobras de escorregamento nas estratificações cruzadas tangenciais de grande
porte na Formação Posse, Grupo Urucuia

Fonte: Araújo

4.3.1.3 Litofácies de estratificações cruzadas de baixo ângulo (CBA)

Esta litofácie (altimetria 790 metros, representado na coluna B de 40 a 55 metros) é


marcada por um truncamento erosivo seguido de estratificações cruzadas de pequeno a médio
porte (2 a 3 metros) com baixo ângulo. A granulometria varia de areia media a areia grossa
com cores variando entre vermelho, amarelo e tons esbranquiçados, com pequenos seixos
bem selecionados. As flutuações do nível freático gerado pela entrada de umidade no
ambiente e a predominância de grãos de granulometria grossa evidenciaram uma deposição
fluvial em um sistema de deposição eólico, os quais inibiram a formação de dunas.

Fotografia 12 – Fácies de estratificações cruzadas de baixo ângulo na Formação Serra Posse,


Grupo Bambuí

39
Fonte: Araújo

4.3.2 Formação Serra das Araras

4.3.2.1 Litofácie de Ciclos de Sedimentação Fluvial Interrompidos (CSF)

O espesso fluxo de detritos (aproximadamente 80 centímetros) que trunca a porção


média da seção na cota 792 metros (representado na coluna B de 55 a 75 metros), marca o
inicio desta litofácie que segue para uma sedimentação fluvial cíclica com interrupções e
reinicio de novos ciclos (Figura 16) compostos por conglomerados, que possuem base erosiva
e estratificação plana e cruzada de pequeno porte. A granulometria dos arenitos-feldspaticos é
mal selecionada variando de média a grossa com contato alongado entre os grãos, predomina
cor amarela e possui maior cimentação em relação à litofácie (EGP).

40
Fotografia 16 – Ciclo de deposição fluvial incompleto na Formação Serra das Araras, Grupo
Urucuia

Fonte: Araújo

Fotografia 13 – Fluxo de detritos truncando a porção média da seção na Formação Serra das
Araras, Grupo Urucuia

41
Fonte: Araújo

4.3.2.2 Litofácie com Gretas de Contração (GC)

A peculiaridade desta litofácie são as camadas pelíticas (até 3 centímetros) e gretas de


contração, representadas na coluna estratigráfica B (75 a 85 metros) com altimetria de 794
metros, marcam o estágio final de um ciclo de sedimentação fluvial completo (Figura 17)
(Fotografia 14). As camadas de pelitos indicam que os cursos fluviais se tornaram mais
estáveis, adquirindo estágios de maior energia de fluxo, planície de inundação e estiagem
(ciclos completos).

Figura 17 – Esquema de Ciclo Fluvial Completo na Formação Serra das Araras, Grupo
Urucuia

42
Fonte: Araújo

Fotografia 14 – Gretas de contração marcando final do ciclo de sedimentação fluvial na


Formação Serra das Araras, Grupo Urucuia

43
Fonte: Araújo

4.3.2.3 Litofácie com Gretas de Contração e Estratificação Plana (GEP)

Na altitude de 798 metros tem se uma sucessão de pelitos e estratos arenosos planos
que estão demostrado na coluna estratigráfica B (85 a 90m), essa nova litofácie exibi arenito
moderadamente maturo amarelado, com granulometria areia media a grossa e matriz siltosa.

4.3.2.4 Litofácie com Conglomerado, Pelitos e Arenitos Silicificados (CAS)

Esta litofácie possui um ciclo deposicional fluvial com pelitos de até 10 centímetros,
conglomerados e estrutura maciça demostrado na coluna estratigráfica B (90 a 100m) com
cota de 800 metros. Os pacotes de conglomerados demonstram momento de maiores inputs de
energia dos fluxos fluviais que tiveram competência para depositar seixos (até 4 centímetros)
em um ambiente lamoso de planícies de inundação. O resultado fora um paraconglomerado de
matriz lamosa, ou seja, seixos depositados em meio aos pelitos decantados durante os estágios
de cheia do rio.

44
Fotografia 15 – Pelitos com conglomerados na Formação Serra das Araras, Grupo Bambuí

Fonte: Araújo

Seção Serra do Mimo x Seção São Domingos

Por meio do estudo litoestratigráfico obtido pôde-se fazer uma correlação entre as
estratigrafias das áreas pesquisadas. Essa correlação constituiu-se de uma comparação entre as
colunas estratigráficas e tabela de atributos de cada região.

45
Figura 18 – Correlação entre colunas estratigráficas da seção Serra do Mimo e Seção São
Domingos

Fonte: Araújo

46
Tabela 1 – Comparativo entre as duas regiões de estudo

Seção Serra do Mimo Seção São Domingos


Distância da Área Proximal – Mais próximo da Distal – Mais distante da área
Fonte área fonte fonte
Maturidade Menor maturidade textural e Alto grau de maturidade textural
composicional e composicional
Granulometria Maior granulometria Menor granulometria
Estruturas Estruturas eólicas de menor Estruturas eólicas de grande
porte e ausentes de dunas porte com a formação de Dunas
e região interdunas.
Característica da Maior frequência de superfícies Superfícies de truncamento com
Superfície erosivas com clastos de maior clastos menores e mais maturos.
granulometria
Topografia Área topograficamente mais alta Área topograficamente mais
rebaixada
Fonte: Araújo

Conclusão

Após todas as etapas da pesquisa foi possível realizar uma correlação litoestratigráfica
entre as duas áreas de estudo. Essa correlação gerou resultados que demonstraram
similaridades, como: arenitos silicificados, pelitos formando gretas de contração,
estratificações cruzadas tabulares, tangenciais, acanaladas e plano paralelas, além da mudança
no processo de sedimentação eólica para fluvial, evidenciados pela presença de sedimentos de
granulometria maior e ciclos de sedimentação fluvial. Diferenças no tamanho das
estratificações e dos ciclos de sedimentação, dos pacotes de rochas, na maturidade textural e
composicional dos grãos, os tipos de elementos arquiteturais, lençóis arenosos e dunas.

O principal fator que gerou as divergências na litoestratigrafia entre as duas seções foi
a relação de proximidade com a área fonte dos sedimentos, por motivos como, maior
granulometria dos sedimentos proximais, nível freático elevado, presença de vegetação,

47
cimentação superficial e a similaridade ocorreu, pois as duas áreas de estudos estavam
inseridas no mesmo paleoambiente sedimentar

6 REFERÊNIAS BIBLIOGRÁFICAS

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